Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 07 – 4º Trimestre 2010 (6 a 13 de Novembro)



Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 07 – 4º Trimestre 2010 (6 a 13 de Novembro)

Comentário: Gilberto G. Theiss

SÁBADO, 06 DE NOVEMBRO
O sacerdote Abiatar
(1 Pe 2:9)

            “Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz” (1 Pe 2:9).

            A definição comum de um sacerdote é: “Um ministro autorizado de uma deidade, que, em nome de um povo, oficia ao altar, e em outros ritos, agindo como um mediador entre a deidade e o homem”. Na Bíblia a definição para sacerdote é: "Um oficial escolhido, ou um príncipe, habilitado por Deus, para se aproximar de Deus para ministrar em favor do povo. Ele é responsável para oferecer os sacrifícios divinamente ordenados por Deus, para executar os diferentes ritos e cerimônias referentes à adoração a Deus, e por ser um mediador entre Deus e o homem".
Os sacerdotes geralmente serviam na adoração do Antigo Testamento. Sua importância pode ser claramente identificada na língua hebraica, pois a palavra para sacerdote 'kohen' ocorre quase 800 vezes. O mais interessante é que o verbo kahan (da mesma raiz de kohen) é usado no Antigo Testamento para descrever o noivo que se enfeita com ornamentos.
Os deveres de um sacerdote eram muitos, porém, dentre os tantos, podemos destacar pelo menos três: A) o primeiro era ministrar e cuidar do tabernáculo e mais tarde do santuário; B) Em segundo, os sacerdotes tinham a responsabilidade de ensinar ao povo a lei de Deus; C) Por fim, deveriam ser intercessores, agindo em auxílio ao povo quando eles buscavam a Deus.
            Partindo desta premissa, hoje, através de Cristo, temos as mesmas responsabilidades e deveres diante da igreja e diante daqueles que necessitam de encontrar-se com Cristo. Deus nos chama para sermos sacerdotes dos que estão à procura de esperança na vida.
Leitura Adicional
“Todo bom soldado obedece implícita e prontamente as ordens de seu capitão. A vontade do comandante em que ser a vontade do soldado. Por vezes, ele se surpreende com a ordem dada, mas não deve se deter para indagar o porque. Quando a ordem do capitão contraria os desejos do soldado, não lhe cabe hesitar nem se queixar, dizendo: Não vejo coerência nesse planos. Não deve formular desculpas nem deixar seu trabalho por fazer. Soldados dessa espécie não seria aceitos como aptos para se empenharem em batalhas terrenas, e muito menos serão eles aceitos no exército de Jesus. Quando Cristo ordena, Seus soldados devem obedecer sem hesitação. Precisam ser soldados fiéis, do contrário Ele não os pode aceitar. A toda pessoa é concedida liberdade de escolha, mas depois que o homem se alistou, requer-se que seja tão verdadeiro como o aço, quer para a vida, quer para a morte. (Manuscrito 71/2, 1900; Evangelismo, p. 648).
 DOMINGO, 07 DE NOVEMBRO
Mentira e tragédia
(1Sm 21:1-9; 22:6-23)

            Quanta miséria e desgraça uma simples mentira pode causar? O pecado, por mais leve e pequeno que pareça ser, poderá trazer grandes surpresas e infortúnios que a mente humana jamais seria capaz de imaginar. Você deve conhecer a frase: “Para Deus, roubar dez centavos é o mesmo que roubar cem mil”. Se existe realmente diferença entre pecados pequenos ou grandes, pode até ser difícil para alguns compreenderem. No entanto, uma certeza podemos ter quanto a este assunto, o pecado, pequeno ou grande, nesta vida, poderá trazer consequências irreparáveis. Algumas vezes, em alguns casos, pecados tidos como pequenos, poderão trazer males maiores do que alguns dos pecados aparentemente grandes.
No exemplo de Davi, uma simples mentira foi suficiente para causar a morte dos sacerdotes e de seus familiares. Centenas de pessoas foram assassinadas friamente por causa do pecado do filho de Jessé. Há lições nesta narrativa que não podem em hipótese alguma ser passadas por alto. Temos que ter em mente que a história de Davi pode estar sendo a nossa história. A nossa falta de firmeza, de fé e de coragem em servir a Deus destemidamente, poderá trazer problemas não apenas para nós, mas também para as pessoas que estão a nossa volta. A falta de integridade, caráter e de princípios, mais cedo ou mais tarde se materializarão em desgraça. Diante de questões assim, poderíamos indagar: Quantas mentiras temos contado ao longo desses anos? Quantas falcatruas temos praticado no decorrer de nossa existência como cristãos? Quantas sujeiras temos empurrado para debaixo do tapete? Quantos pecados temos cometido longe dos olhos do esposo, esposa, filhos, demais parentes, amigos; enfim, longe dos olhos de Deus? Opa! de Deus? Isso é impossível. Saiba que, se alguém tem praticado abominações às escondidas, os olhos dos anjos presenciam e anotam cada um desses atos. Outro fato muito importante que as pessoas passam por despercebidos: Satanás, mais cedo ou mais tarde, de alguma forma, vai contar para todo mundo o que esses professos cristãos andam fazendo as escondidas. Ele dá uma forcinha para que cometamos determinados pecados, e depois, faz uma forcinha para que outros, de alguma forma, fiquem sabendo. Na história de Davi, havia um cagueta; seu nome era Doegue. Ele não somente se dispôs a ser o fofoqueiro, mas também o instrumento nas mãos de Saul para assassinar os sacerdotes já que os outros soldados não tinham coragem de matar os que ministravam no templo.
Outra lição importante na história que devemos absorver; Dois homens importantes, um era rei, e o outro seria o futuro rei. Saul perdera completamente o juízo, e Davi, nesta circunstância, não ficou muito atrás de Saul. Todos os dois cometeram atrocidades inconsequentes à custa do poder, do luxo e do medo. Deus foi colocado no escanteio e totalmente ignorado no momento em que deveria ser mais consultado. Este dois nobres homens, perderam a noção da integridade, lealdade, amor e confiança em Deus. Quando perdemos o amor e a confiança no Senhor, praticamente passamos a perder tudo na vida. Ellen White falando a este respeito disse que “Mesmo as pessoas consideradas mais nobres, nos deixam ver suas fraquezas, quando submetidas a penosas circunstâncias.” (Signs of the Times, 31 de Agosto de 1888). Se observarmos com atenção, perceberemos que toda essa briga, tinha também como papel de fundo a intriga pelo poder. Parece que a história não mudou muito em nossos dias, pois é muito comum em pleno século XXI ver pessoas brigando, politicando e até assassinando para manter ou conquistar o poder. Seja isto no governo, numa empresa ou até mesmo em igrejas.
Estas histórias foram relatadas para nos ajudar a evitar os mesmo erros cometidos por estes personagens. Devemos pedir a Deus força, fé, consagração e proteção suficiente para não incorrermos nos mesmos delitos. Esta deve ser nossa constante suplica diária ao Senhor. Devemos nos humilhar e chorar diante do Senhor suplicando-lhe que transforme nossos pensamentos e nosso coração. É necessário lutar para deixar o verniz da boa religião e passar a viver verdadeiramente a essência da fé e do amor a Deus.
Leitura Adicional
“Deus requer autenticidade como a marca do Seu povo, mesmo em tempos de perigo. Davi disse ao sacerdote que ele tinha sido enviado pelo rei a fim de cumprir alguma missão secreta, que exigia que ele fosse sozinho. Pediu ao sacerdote cinco pães comuns, contudo não havia senão pão consagrado em poder do homem de Deus; Davi continuou, entretanto, removendo seus escrúpulos, e conseguiu desse pão para satisfazer a fome” (Signs of the Times, 31 de Agosto de 1888).
            “O primeiro erro de Davi foi sua manifesta desconfiança em Deus, em Nobe, e seu segundo equívoco foi a fraude cometida diante de Aqui. Em sua amizade e amor por Jônatas, Davi tinha apresentado nobres traços de caráter, e sua excelência moral tinha conquistado para ele o favor de seu povo; mas, quando lhe vieram testes e provações, sua fé foi abalada e a fraqueza humana foi evidenciada. Em toda pessoa ele via um espia e traidor. Mas, essa experiência serviu para lhe ensinar sabedoria, pois ele teve compreensão de suas fraquezas e debilidades bem como da necessidade de constante dependência de Deus. Foi quando se encontrava nessas difíceis circunstâncias que ele compôs alguns dos salmos. Mesmo as pessoas consideradas mais nobres nos deixam ver suas fraquezas, quando submetidas a penosas circunstâncias. Numa grande emergência, este homem buscou a Deus com o firme olhar da fé e enfrentou o orgulhoso e arrogante gigante filisteu. Confiou em Deus e prosseguiu em Seu nome. Confiou no poder divino e derrotou os exércitos inimigos do Senhor. Mas, quando chegou sua vez de ser caçado e perseguido, a perplexidade e a angústia quase fizeram com que ele perdesse de vista seu Pai celestial. Estava confuso sem saber qual caminho seguir. Da experiência de Davi, podemos aprender uma lição: “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia” (1Co 10:12). Todos necessitamos da ajuda que somente Deus pode dar.” (Signs of the Times, 31 de agosto de 1888).
SEGUNDA, 08 DE NOVEMBRO
O Sacerdote Abiatar
(2Sm 15:24; 17:15-22)

O Sacerdote Abiatar, em circunstância milagrosa, escapou do morticínio de Saul e acabou por se aproximar de Davi. Também levou consigo a Estola sacerdotal, um vestuário sagrado usado pelos sacerdotes (Êx 28:6; 39:2-7). Sua funcionalidade estava baseada especialmente na consulta à vontade de Deus em momentos de decisões difíceis.
Naquele tempo, poucos tinham acesso à torah (Pentateuco), e os sacerdotes, além dos serviços do templo, tinham também a incumbência de transmitir essas mensagens ao povo. É interessante notar que, com o pretexto de ter sido traído, Saul mandou matar dezenas de sacerdotes. Não tenho dúvidas que Satanás tenha estado por trás de tal morticínio, pois assim como nos dias atuais, o inimigo fez de tudo em dificultar que os povos desconhecessem os princípios da lei que norteavam a vontade de Deus para Israel. O assassinato dos sacerdotes e de seus familiares também podem ser uma evidência disto; e o pior, o rei do povo de Deus, e o futuro rei, foram os instrumentos de satanás para isto. Para mim, isto significa que, mesmo os pastores e líderes de hoje, se não levarem a sério sua devoção e fidelidade a Deus, muitas coisas não funcionarão como Jeová planeja executar. Temos que ter em mente que, o problema não esteve e não está com o Senhor; o problema na verdade está com os seres humanos que muitas das vezes fazem juízo das coisas com base em seus próprios interesses. Assim como Saul, os pastores e líderes de hoje correm o risco de se exaltarem e consequentemente mancharem a obra de Deus. Ser pastor, líder ou cristão, não significa ser sempre usado por Deus. Isto acontece, porque NEM SEMPRE, seja qual for o ser humano, SE PERMITE ser usado por Ele. A este respeito bem expressou Ellen White que “aqueles a quem Deus deseja usar estão em grande perigo de crescer na exaltação humana” (Materials, p. 747,748 – 1888). Citações como esta devem ser gravadas na cabeceira de nossa cama para jamais nos esquecermos.
Leitura Adicional
            “Oração e fé realizarão o que nenhum poder na terra é capaz de fazer. Não precisamos viver ansiosos e perturbados. O ser humano não pode estar em toda parte e fazer tudo o que precisa ser feito. Frequentemente, as imperfeições são reveladas no trabalho mas, se mostrarmos resoluta confiança em Deus, não dependendo da habilidade ou do talento de homens, a verdade avançará. Deixemos todas as coisas nas mãos de Deus, deixemos que Ele faça a obra à Sua maneira, de acordo com Sua vontade, através de quem Ele escolher. Ele usará aqueles que parecem mais fracos, caso sejam humildes. A menos que seja diariamente controlada pelo Espírito Santo, a sabedoria humana se provará loucura. Devemos ter mais fé e confiança em Deus. Ele conduzirá Sua obra com êxito. Fervorosa oração e fé realizarão por nós o que nosso planejamento não pode fazer (Manuscript Release, v.8, p.218).
TERÇA, 09 DE NOVEMBRO
A volta de Absalão
(2Sm 15:13-29)

            Mais intriga, luta e desentendimento por causa de poder. Dinheiro, fama e poder são três coisas que facilmente fazem a cabeça de muitas pessoas. Como é difícil para o Espírito Santo tornar seres humanos orgulhosos em altruístas e humildes. Como é difícil conseguir fazer com que os humanos se desviem da busca do poder para serem fiéis servidores, independente da posição que ocupam. O coração dos homens é grandemente egoísta, amante da atenção para si, cheio de paixão, ambição pelo poder e sedento da admiração dos outros.
            Lúcifer se desviou do bem porque desejou ser como o criador. Na verdade, queria ele a afeição dos anjos e receber honras especiais como Cristo no céu recebia. O mesmo espírito que motivou Lúcifer a lutar pelo poder no céu, é o mesmo que tem feito muitos homens até se matarem pela posição. Absalão é um exemplo deste tipo de comportamento. Estava disposto a matar o próprio pai para alcançar seus objetivos.
            De fato, este tipo de ambição cega o ser humano de tal forma que a única razão que pesa-lhe no entendimento é a irracionalidade. Ellen White escreveu que “A ambição humana busca o conhecimento que lhes trará glória, exaltação própria e supremacia” (Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, p.12). Todos nós estamos sujeitos a tais sentimentos, e por esta razão, devemos lutar com Deus pedindo-lhe que nos fortaleça contra o próprio eu. Existe um impostor que vive dentro de nós e que precisa ser combatido dia a dia. Este impostor batalha contra a humildade e simplicidade e deseja constantemente ser bajulado, engrandecido, exaltado e quer sempre estar por cima de todos. Não aceita ser corrigido, admoestado, advertido, repreendido e fica extremamente revoltado contra os que lhe fazem sombra ou estão um passo a sua frente no conhecimento, habilidades e experiências. Este impostor se chama, o seu próprio “EU”.

            Há uma peça em ato único The Angel That Troubled the Waters [O anjo que agitava as águas], de Thorton Wilder, baseada em João 5:1-14, é uma dramatização baseada no poder de cura do tanque de Betesda. Sempre que um anjo agitava suas águas. Um médico vai com frequência ao tanque, esperando ser o primeiro da fila e receber a cura de sua depressão. O anjo finalmente aparece, mas impede o médico, no momento em que ele se prepara para entrar na água. Manda o médico se afastar, pois esse momento não é para ele. O médico implora por ajuda numa voz entrecortada, mas o anjo insiste que a cura não está destinada a ele. O diálogo continua, e então o anjo fala profeticamente: “Sem suas feridas, onde estaria seu poder? É sua tristeza que faz sua voz baixa estremecer dentro dos corações de homens e mulheres. Para falar aos miseráveis e desajeitados filhos da terra, nem mesmo os próprios anjos conseguem ser tão convincentes quanto um ser humano, quebrado pelas rodas do viver. Apenas soldados feridos podem servir ao Amor. Médico, afaste-se”. (The Angel That Troubled the Waters and Other Plays, p.20).

            Infelizmente, a doença, o sofrimento, frustração e a humilhação, tem sido uma das poucas ferramentas nas mãos de Deus para arrebatar de nós o orgulho, arrogância e a exaltação própria. Quem dera que muitos de nos fossemos capazes de aprender a ser humildes, simples e mansos sem precisar de passar por todos esses problemas. No entanto, as vezes, nosso coração endurecido e ambicioso nos faz pagar um preço muito alto para aprender determinadas lições importantes. As dores e tristezas da vida são capazes de nos conscientizar de nossa própria pobreza interior e criar em nós um vazio que se transforma num espaço livre para que Cristo possa derramar seu poder de cura. Absalão desperdiçou as oportunidades que teve para crescer neste sentido, ignorou a vontade de Deus e consequentemente teve uma farta colheita de desilusão, sofrimento e morte.
            Se nós, adolescentes, jovens, adultos, homens, mulheres profissionais, membros, líderes e pastores não atentarmos para isto, não pensemos que no final das contas as coisas ficaram bem como o orgulho nos cega a crer, porque não ficarão.

Leitura Adicional

“A influência da indiferença e irresolução de Davi se estendeu a seus subordinados; a negligência e a demora caracterizavam a administração da justiça. Absalão ardilosamente mudava cada causa de descontentamento em proveito próprio. Dia após dia esse homem de semblante nobre podia ser visto à porta da cidade, onde uma multidão de suplicantes esperava a fim de apresentar suas queixas e receber justiça. Absalão se misturava com eles, e escutava seus agravos, exprimindo simpatia pelos seus sofrimentos, e pesar pela ineficiência do governo. Tendo assim ouvido a história de um homem de Israel, o príncipe replicava: “Os teus negócios são bons e retos, porém não tens quem te ouça da parte do rei”; e acrescentava: “Ah, quem me dera ser juiz na Terra, para que viesse a mim todo homem que tivesse demanda ou questão, para que lhe fizesse justiça! Sucedia também que, quando alguém se achegava a ele para se inclinar diante dele, ele estendia a sua mão, e pegava a dele, e o beijava. [...] Assim furtava Absalão o coração dos homens de Israel” (2Sm 15:4-6). No entanto, o rei cego pelo afeto para com seu filho, de nada suspeitava. A condição principesca que Absalão havia assumido, era considerada por Davi como tendo em vista a honra a sua corte, ou seja, como uma expressão de alegria pela reconciliação (Patriarcas e Profetas, p. 729, 730).

QUARTA, 10 DE NOVEMBRO
A escolha de Abiatar
(1Rs 1:1-8)
           
Mais uma vez na família de Davi, nos deparamos com intrigas e disputas pelo poder. Adonias sentiu-se no direito de possuir o trono no lugar do pai. Consultou os sacerdotes, especialmente Abiatar, e obteve a resposta que queria. Abiatar escolheu Adonias como sucessor ao trono e isto no revela que nem sempre a lógica humana pode estar de acordo com a lógica de Deus. A vontade de Deus para o reinado não era Adonias, mas Salomão. Embora Salomão tivesse uma reputação nada favorável e um histórico familiar nada agradável, ele foi o escolhido para ser o rei de Israel no lugar de Davi.
Podemos incorrer no risco de acreditar que Deus tem preferência exclusiva pelos mais depreciáveis, todavia, precisamos compreender que Adonias não foi injustiçado pelo Senhor ao preferir Salomão. A exemplo de Saul, Deus escolhe entre todos, o menos ruim. Nesta ocasião, Salomão, possivelmente se encontrava em melhores condições do que Adonias para governar o povo, “Tanto pelos dotes naturais como pelo caráter religioso, Salomão estava mais bem qualificado do que seu irmão mais velho” (Patriarcas e Profetas, p. 749, 750). De cara podemos perceber ao ver Adonias requerendo o trono como se fosse propriedade sua. Isto revela como no exemplo de Absalão, sentimentos de ambição e desejo pelo poder mesmo a custa de uma rebelião. Mesmo sabendo da escolha de Deus por Salomão, Adonias conspirou contra a ascensão de seu irmão ao Trono. Seus planos foram frustrados e após a morte de Davi sofreram pena de morte. Segundo o Espírito de Profecia “A execução da sentença sobre o filho de Davi completou o quádruplo juízo que testificou da aversão de Deus ao pecado do pai” (Patriarcas e Profetas, p. 749,750). A vida de Abiatar foi poupada por sua dedicação ao templo, mas foi rebaixado de posto. Davi foi salvo pela graça de Cristo, sua vida de arrependimento o levou ao perdão de Deus, porém, seus pecados não deixaram de fornecer consequências irreparáveis.

Leitura Adicional

“Tão grande tem sido a cegueira espiritual dos homens, que eles têm procurado tornar sem efeito a palavra de Deus. Por suas tradições têm declarado que o grande plano da redenção foi elaborado e tornar sem efeito a lei de Deus – quando o calvário é mais poderoso argumento a provar a imutabilidade dos preceito de Jeová. O caráter deve ser comparado a grande norma moral de justiça. Tem de haver um expurgo de determinados pecados que têm sido ofensivos a Deus, desonrando Seu nome, extinguindo a luz de Seu Espírito e reprimindo na vida seu primeiro amor (Para Conhecê-lo [MM 1965], p. 256).

“E hoje os homens procuram ansiosamente tesouros terrenos; têm a mente imbuída de pensamentos egoístas e ambicioso”. Para ganharem riquezas, honra e poder, colocam os princípios, tradições e requisitos de homens acima dos de Deus. Para eles, os tesouros de Sua palavra estão encobertos.” (Parábolas de Jesus, p. 106).

QUINTA E SEXTA, 11 E 12 DE NOVEMBRO
O destino de Abiatar
(1Rs 2:26,27; Mt 26:14-16, 20-25)

           
            “Portanto, o Senhor, o Deus de Israel declara: Na verdade eu disse que a tua família e a família de teu pai me serviriam para sempre. Mas agora o Senhor diz: Longe de mim tal coisa, pois honrarei os que me honram, mas os que me desprezam serão desprezados”. (1Sm 2:30).

            A história de Abiatar, assim como foi a história de Eli, mostra que uma vez chamado por Deus, nem sempre significará ser chamado para sempre. A história de Eli e de Abiatar, por exemplo, é uma demonstração clara de como Deus chama e como Deus retira de sua obra os que Ele chamou. É claro que o Senhor sempre demonstrou muita paciência com seu povo e com seus líderes, mas não nos esqueçamos de que a paciência de Deus também tem limites. Eli foi rejeitado e sua infidelidade trouxe consequências amargas para sua família. Abiatar, embora poupado da morte, desceu drasticamente os degraus do chamado de Deus. Portanto está claro que Deus coloca, mas Deus também retira.
            Além do mais, tem aqueles que Deus permiti que eles mesmos, de alguma forma, se retirem do ministério, seja o ministério leigo ou ordenado. Judas é um exemplo disto.

            O destino destes homens foi bem expressado em 1º Samuel 2:30 “...honrarei os que me honram, mas os que me desprezam serão desprezados”. Existe um preço muito alto quando recusamos ouvir a voz de Deus. Cegados pelas próprias ambições, perdemos de vista a vontade de Deus e a interpretamos de acordo com os nossos propósitos. O orgulho nos impede de diferenciar a vontade de Deus de nossa vontade, e desta forma agimos como se realmente e certeiramente estivéssemos fazendo a mais pura vontade do Senhor. Por esta grande razão, temos de orar todos os dias pedindo a Deus visão espiritual das coisas, discernimento dos fatos, ouvidos sensíveis para ouvir a voz do Espírito Santo e pedir todos os dias sabedoria para conseguir perceber e ver a invisível linha que divide a verdade do erro.

            Abiatar, Judas ou qualquer outro não foram predestinados a tal situação, mas, Deus, que conhece o fim desde o princípio, nos revela que, apesar de saber que determinadas pessoas falharão em algum momento, Ele não interfere ou manipula os acontecimentos e nem a vida das pessoas para que elas, independentemente das escolhas que façam, possam um dia se levantar para dizer: “Deus me deu oportunidades, foi eu quem as desperdicei”. A liberdade que Deus nos concede é maior do que a que imaginamos. Ele respeita todos os pormenores desta questão. Se o Senhor não respeitasse, Satanás de imediato o acusaria de nos tornar escravos à circunstâncias arbitrárias de Deus, só porque algumas delas são desfavoráveis a Ele. Deus não interfere na liberdade dos fatos, mas prontamente nos conduz a vida quando, por nós mesmos, tomamos decisões certas, porém deixa de nos conduzir, permitindo que quebremos a cara, quando, por nós mesmos, tomamos decisões ruins.

Leitura Adicional

            “As profecias não modelam o caráter das pessoas que as cumprem. Os seres humanos agem conforme sua livre vontade, quer de acordo com um caráter colocado sob o modelo de Deus, ou um caráter colocado sob a cruel regra de Satanás” (Review and Herald, 13 de novembro de 1900).

            “Hoje, anjos são enviados para ministrar àqueles que herdarão a salvação, para ajudá-los a escapar do poder escravizante de Satanás, e permanecer como fiéis voluntários no exército dAquele que veio a este mundo para suportar sofrimento e aflição em seu favor. A cada ser humano é dada liberdade de escolha. Compete-lhe decidir se permanecerá sob a escura bandeira da rebelião, ou sob a bandeira ensanguentada do Príncipe Emanuel. Com profunda solicitude o Céu acompanha o conflito entre o bem e o mal. Nenhum desobediente pode entrar pelos portões da cidade de Deus. A sentença de morte deverá ser pronunciada sobre aqueles que escolherem continuar na transgressão. A Terra será purificada de suas maldades, seu desafio a Deus (Review and Herald, 15 de março de 1906).

            “Deus poderia ter criado o homem sem a faculdade de transgredir Sua lei; poderia ter privado a mão de Adão de tocar no fruto proibido; nesse caso, porém, o homem teria sido, não uma entidade moral livre, mas um simples autômato. Sem liberdade de opção, sua obediência não teria sido voluntária, mas forçada. Não poderia haver desenvolvimento de caráter. ...Seria indigna do homem como um ser inteligente, e teria apoiado a acusação, feita por Satanás, de governo arbitrário por parte de Deus (Vidas que Falam [MM 1971], p. 13).

Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como consta no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br