Está se espalhando pela internet esta gravura com retórica sem crivo hermenêutico. Portanto, abaixo, estou inserindo o esclarecimento a respeito do texto usado pela pessoa que elaborou a tal figura. Creio que ajudará a sanar qualquer dúvida quanto a fala do amigo de ministério Leandro Quadros.
O texto de
deuteronômio está fazendo referência a uma oferta separada, porém proporcional ao dízimo, também
conhecido como segundo dízimo, que deveria ser separado a cada 3 anos para ser
dado aos Levitas, as viúvas, aos orgãos e aos pobres. Este dízimo (oferta de
10%) era além do dízimo comum e sistemático dado aos levitas. Leia Dt 14:28 e
29. Portanto, o dízimo que era destinado aos Levitas sistematicamente não podia ser usado para outra finalidade. Era destinado apenas ao ministério dos Levitas. Para atender aos pobres, Moisés determinara, por ordem divina, o recolhimento de um outro dízimo (oferta de10%), recolhido a cada terceiro ano. Este é o sentido correto do texto bíblico utilizado na figura acima por aquele que questiona o Leandro Quadros. Veja os comentários abaixo:
Observem alguns
comentários bíblicos:
Esta seção descreve um procedimento litúrgico
para os agricultores israelitas seguirem quando trazem suas ofertas anuais de
primícias ao santuário central (ver Deuteronômio 12) e ao trazer um dízimo para
os pobres a cada três anos. Essas leis suplementam, mas não substituem, outras
leis mosaicas referentes a essas ofertas (ver Êxodo 23:19; Nm 18: 12–13; Dt 12:
6; 14: 28–29). (Barry, J. D., Mangum, D., Brown, D.R., Heiser, M.S., Custis,
M., Ritzema, E.,… Bomar, D. (2012, 2016). Bíblia do estudo de Faithlife (Dt
26,1-19). Bellingham, WA: Lexham Press).
Deut. 26: 12-15. A
entrega dos dízimos, como a apresentação das primícias, também deveria ser
santificada pela oração diante do Senhor. É verdade que somente uma oração
depois de receber o segundo dízimo no terceiro ano é ordenada aqui; mas isso é
simplesmente porque esse dízimo foi apropriado em toda parte da terra para
refeições festivas para os pobres e necessitados (Deuteronômio 14.28). (Keil,
C. F. & Delitzsch, F. (1996). Comentário sobre o Antigo Testamento (Vol. 1,
p. 957). Peabody, MA: Hendrickson).
Os israelitas
deveriam consagrar o dízimo do terceiro ano [segundo dízimo, além do dízimo dos
levitas] para beneficiar os levitas e pessoas carentes da sociedade – viúvas,
órfãos e estrangeiros (14.28, 29). Os israelitas deveriam demonstrar seu amor
fiel a Javé sendo generosos com os desafortunados (15.1–18). (Pinto, C. O. C.
(2014). Foco & Desenvolvimento no Antigo Testamento. (J. C. Martinez, Org.)
(2a Edição Revisada e Atualizada, p. 187). São Paulo: Hagnos).
Observe o que Ellen
White escreveu a este respeito:
"A fim de
promover a reunião do povo para serviço religioso, bem como para se fazerem
provisões aos pobres, exigia-se um segundo dízimo de todo o lucro. Com relação
ao primeiro dízimo, declarou o Senhor: "Aos filhos de Levi tenho dado
todos os dízimos em Israel." Núm. 18:21. Mas em relação ao segundo Ele
ordenou: "Perante o Senhor teu Deus, no lugar que escolher para ali fazer
habitar o Seu nome, comereis os dízimos do teu grão, do teu mosto, e do teu
azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas
a temer ao Senhor teu Deus todos os dias." Deut. 14:23. Este dízimo, ou o
seu equivalente em dinheiro, deviam por dois anos trazer ao lugar em que estava
estabelecido o santuário. Depois de apresentarem uma oferta de agradecimento a
Deus, e uma especificada porção ao sacerdote, os ofertantes deviam fazer uso do
que restava para uma festa religiosa, da qual deviam participar os levitas, os
estrangeiros, os órfãos e as viúvas. Assim, tomavam-se providências para as
ações de graças e festas, nas solenidades anuais, e o povo era trazido à
associação com os sacerdotes e levitas, para que pudesse receber instrução e
animação no serviço de Deus.
Em cada terceiro
ano, entretanto, este segundo dízimo devia ser usado em casa, hospedando os
levitas e os pobres, conforme Moisés dissera: "Para que comam dentro das
tuas portas, e se fartem." Deut. 26:12. Este dízimo proveria um fundo para
fins de caridade e hospitalidade." (Patriarcas e Profetas, p. 530).
Ass: Pr. Gilberto
Theiss