Uma nova pesquisa revela o aumento da influência de crenças não cristãs na mentalidade dos cristãos praticantes, com grandes percentagens deles concordando com ideias que contrariam as Escrituras. O levantamento realizado pelo Instituto Barna, em cooperação com Summit Ministries, foi divulgado [no fim do ano passado]. Ele mediu o quanto as crenças centrais de outras visões de mundo como nova era, secularismo, pós-modernismo e marxismo afetaram a maneira com que os cristãos veem o mundo. “Sua influência generalizada sobre o pensamento cristão é evidente, incluindo ideias de religiões concorrentes”, afirma o relatório. Ao todo, 1.456 cristãos praticantes foram confrontados com uma série de afirmações e precisavam dizer se concordavam ou não com elas.
Por exemplo, 61% dos entrevistados concordavam com pelo menos um dos ensinamentos da “nova era”. Quase 30% concordaram que “todas as pessoas rezam/oram ao mesmo deus ou espírito, não importa o nome que deem a ele”. Cerca de um terço das pessoas também disse acreditar que “o significado e o propósito da vida consistem em se tornarem um com o universo”.
A influência dessas filosofias pagãs também está presente nas questões éticas apresentadas aos cristãos, sendo que 32% acreditam em alguma forma de “reciprocidade ou karma”. Eles disseram concordar com a afirmação “se você fizer o bem nessa vida, receberá o bem, e se você fizer algo ruim, receberá algo ruim”. Embora apele para um senso de justiça, isso não é ensinado nas Escrituras.
A pesquisa também apresentou frases que afirmam o pós-modernismo, o secularismo e o marxismo. Quando perguntados, os cristãos mostraram concordar com muitas delas. Em geral, 54% concordaram com alguns pontos de vista pós-modernistas, 36% aceitaram ideias apregoadas pelo marxismo e 29% disseram acreditar no que ensina o secularismo.
Por exemplo, 10% dos cristãos disseram acreditar na percepção secular de que “toda crença precisa ser comprovada pela ciência para determinar que ela é verdadeira”. Já a afirmação pós-moderna “o que é moralmente certo ou errado depende do que cada indivíduo acredita” é compartilhada por 23% dos cristãos entrevistados. Ao mesmo tempo, 19% dizem que “ninguém sabe ao certo qual é o sentido da vida”.
Outros 11% concordaram com a declaração marxista: “A propriedade privada encoraja a ganância e a inveja”, e outros 14% dizem crer que “o governo e não os indivíduos deveria controlar os meios de produção e os recursos”.
Apenas 17% dos cristãos mostraram ter uma visão bíblica sobre a vida, de acordo com o que ensina a Bíblia.
Brooke Hempell, vice-presidente de pesquisas do Instituto Barna, revela que há tempos eles vêm detectando uma tendência, que agora se confirma. “Esta pesquisa cristaliza o que já era percebido, incluindo um aumento do pluralismo, do relativismo e do declínio moral até mesmo entre os membros das igrejas. No entanto, não deixa de ser surpreendente como essas crenças estão enraizadas. As pessoas podem se agarrar e até defender essas ideias sem perceber que elas são distorções das verdades bíblicas”, observou Hempell. “O desafio para a Igreja, em especial para os líderes e mestres, é ajudar os cristãos a perceber que essas crenças populares não deveriam substituir o que as Escrituras dizem.”
A tendência de que esse tipo de influência continuará crescendo pode ser vista pelo fato de que os mais jovens – menos de 25 anos – são oito vezes mais propensos a concordar com essas ideias do que seus pais.
(Gospel Prime, com informações de Christian Post)
Nota Michelson Borges: Oseias 4:6 afirma que o povo de Deus perece quando lhe falta o conhecimento da verdade. Quando a Bíblia é levada a sério e é devidamente estudada, esse conhecimento serve de barreira contra a mentira em suas variadas formas. Faltou apenas os pesquisadores perguntarem sobre o evolucionismo e sobre a crença na literalidade do relato bíblico da criação. Aí veriam que o estrago é bem maior. Evolucionismo, espiritualismo e marxismo são mais parecidos em sua base filosófica do que muitos de seus defensores estão dispostos a admitir (confira no vídeo abaixo). As três correntes de pensamento pregam a independência de Deus e focalizam as supostas capacidades humanas – de “evoluir” biológica, espiritual e/ou socialmente. São uma verdadeira antítese das três mensagens angélicas, cujo âmago é a justificação pela fé, ou seja, nossa dependência total de Deus para a salvação. Para ser um cristão darwinista, espiritualista e/ou marxista, o indivíduo precisa desconsiderar a correta hermenêutica bíblica e partir para a alegorização e o relativismo. A Bíblia passa a ser encarada como uma espécie de livro de autoajuda com lições de vida e valores que podem ser lidos ao sabor da ética do momento. Esse cristianismo relativista e secularizado é uma religião desprovida de vida, de vigor; uma religião emasculada, domesticada e incapaz de dar respostas aos dilemas humanos. Incapaz, também, de resistir aos ataques e avanços de outras religiões, como o islamismo, que está conquistando a Europa justamente porque lá o cristianismo abraçou faz tempo o sincretismo neopagão ou simplesmente se tornou mera tradição, tendo-se tornado incapaz de mostrar a verdade do Evangelho aos que chegam ao continente – numa tremenda perda de oportunidade. Do evolucionismo e do marxismo derivam ideias perniciosas como a desvalorização da vida e a consequente banalização do aborto, assim como a destruição do conceito de família tradicional e do casamento heteromonogâmico, encarados como simples convenções sociais inventadas pelo ser humano. E por aí vai. Que isso tudo nos ensine profundas lições, antes que seja tarde demais. [MB]