A farsa do Fantástico sobre transgêneros - Uma mentira que você deve saber

A reportagem do fantástico sobre transgêneros é absurdamente manipuladora! A explicação da versão única, do único (não por acaso) psiquiatra sobre o tema na primeira reportagem do último domingo (12) é um fiasco de informação. Não existe base biológica para explicação do "transgenderismo". Nenhum estudo foi capaz de comprovar o que foi dito como verdade pelo entrevistado. Sua afirmação é baseada unicamente em especulação teórica e na ideologia de gênero.


A reportagem foi criada para modelar o seu pensamento e fazer você aceitar uma condição que é fruto, principalmente, da relação afetiva da criança com seus pais e terceiros (ambiente), como sugeriu, por exemplo, uma pesquisa divulgada em 1993, feita pelos geneticistas Dean Harmer e Simon LeVay. Na ocasião, a mídia informou equivocadamente que haviam descoberto um suposto "gene gay". Todavia, os próprios desmentiram isso em um artigo de 2002, publicado na revista Science, conforme trecho abaixo:

"Os genes constituem apenas uma das muitas influências-chave no comportamento, além dasinfluências ambientais, escolhas pessoais e experiências interpessoais. O peso das evidências até o momento sugere fortemente que a contribuição dos fatores genéticos é modesta. Podemos dizer com confiança que os genes não são a única causa essencial da orientação sexual; Há evidências de que os genes desempenham um papel modesto na contribuição para o desenvolvimento de atrações e comportamentos sexuais, mas pouca evidência para apoiar uma narrativa simplista de "nascer assim" sobre a natureza da orientação sexual." [destaque nosso]

O conceito de "gênero" é tão subjetivo (pertence ao discurso político, filosófico, etc.) que não entra nessa categoria de estudo, pois a perspectiva biológica aborta apenas o que são fatos observáveis e não ideológicos.

Hipótese hormonal do Fantástico sobre transgêneros

Outra hipótese levantada implicitamente pela reportagem do Fantástico sobre transgêneros é a influência hormonal durante a formação dos órgãos genitais, comparado ao tempo de formação do cérebro. Mais uma vez, a informação de que diferenças hormonais do desenvolvimento de ambos (órgão sexual e cérebro) determinam o conflito da identidade de gênero (crianças nascidas com um órgão masculino, mas com cérebro feminino, por exemplo), é uma falácia!

Todos os estudos que visaram observar o papel hormonal na determinação da orientação sexual, concluíram que não há evidência suficiente para afirmar que supostas alterações hormonais podem determinar o desenvolvimento de uma identidade de gênero diferente do sexo biológico.

Salvo distúrbios da formação, como é o hermafroditismo e a hiperplasia adrenal congênita, nenhuma outra influência hormonal pode ser encarada como determinante para a formação da identidade de gênero. Até mesmo nos casos de má formação genética o ambiente exerce um papel crucial no estabelecimento da identidade. Portanto, a afirmação do psiquiatra de que existe cérebro de um "gênero" e órgão sexual de outro, não se sustenta, além de ser grosseira. Sua conclusão é baseada unicamente em especulação.

"...algumas formas de exposição hormonal pré-natal, particularmente CAH [ hiperplasia adrenal congênita] em mulheres, estão associadas a diferenças na orientação sexual, 
enquanto outros fatores são muitas vezes importantes na determinação dos efeitos físicos e psicológicos dessas exposições. As condições hormonais que contribuem para distúrbios do desenvolvimento sexual podem contribuir para o desenvolvimento de orientações não-heterossexuais em alguns indivíduos, mas isso não demonstra que tais fatores explicam o desenvolvimento de atrações, desejos e comportamentos sexuais na maioria dos casos." (Lawrence S. Mayer e Paul R. McHugh, em "Sexualidade e Gênero - Resultados das Ciências Biológicas, Psicológicas e Sociais")

Fatores relacionais da criança transgênero com o ambiente

Psicólogos que tiveram a oportunidade de conhecer e lidar com crianças e adolescentes com perfil "transgênero", identificam que em todos os casos há um componente afetivo/social envolvido no desenvolvimento do conflito de identidade da criança. A própria reportagem do Fantástico, ao que parece, deixou transparecer isso na fala dos entrevistados.

Os primeiros anos de vida da criança são cruciais para o desenvolvimento da sua identidade. É comum observar pais (mãe ou pai) e terceiros (avós) transferindo para os filhos uma expectativa de criação do sexo oposto, por não terem esse desejo satisfeito através do nascimento. Dessa forma, alguns passam a orientar a criança com base nessas expectativas, reforçando nela uma identidade que, de outro modo, seria conforme o sexo, mas que devido a relação afetiva com os pais (ou terceiros), passa a ser de acordo com o desejo "inconsciente" do cuidador. Isso, todavia, ocorre de forma muito sutil, de forma que o "agente de modelagem" não se sinta responsável pela "culpa" ao ter que lidar com os conflitos da criança.

Por fim, vários outros fatores relacionais, como alguns traumas (abuso sexual, por exemplo, físico ou psicológico), a 
modelagem cultural em massa na qual a criança é submetida (a divulgação de modelos e símbolos sexuais que visam reforçar determinado comportamento, através da mídia principalmente - esse é um fator de grande influência na atualidade) e a qualidade do referencial paterno e materno, também estão envolvidos nesses casos.

O mais importante a ser compreendido é que a criança é a parte mais frágil e passiva nesse processo, absorvendo como uma "esponja", desde o nascimento, os estímulos de orientação e identificação afetiva mais sutis que vão dar a ela os elementos necessários para formar a sua identidade de gênero. É por isso que muitas dizem que "nasceram assim", não porque tenham, de fato, mas porque já foram orientadas nesse contexto. Elas devem ser compreendidas e auxiliadas com o máximo de atenção e amor, para que possam aprender a lidar e/ou desenvolver uma percepção de identidade conforme a sua orientação sexual.