COMENTÁRIO DA
LIÇÃO 13 – PARA QUE NÃO NOS ESQUEÇAMOS (Malaquias)
SÁBADO
–
INTRODUÇÃO (Malaquias 1:11)
“Desde o
nascente do sol até ao poente, é grande entre as nações o Meu nome; e em todo
lugar lhe é queimado e trazidas ofertas puras, porque o Meu nome é grande entre
as nações, diz o Senhor” (Malaquias 1:11).
O
livro de Malaquias, o último do Antigo Testamento, nos ensina algumas lições
preciosíssimas do amor e paciência de Deus, mas, também do quanto Seu grandioso
amor nos torna responsáveis diante dEle. Malaquias enfatiza a autoridade da
palavra de Deus. Conquanto o profeta direcione suas palavras ao que sobrou de
Judá após o exílio, ele os chama pelo nome antigo, Israel, identificando-os
como responsáveis por todas as obrigações da aliança e herdeiros das promessas.
O amor de Deus e a obediência do povo são vindicados, pois, embora eles tenham
abandonado a idolatria aberta, ainda viviam, de certa forma, indiferentes
quanto à sua identidade como povo de Deus. Estas lições são importantes e
revelam algo precioso para o Israel espiritual de nosso tempo. Deus avalia os
corações e pesa as intenções buscando nos cristãos atuais os verdadeiros
adoradores que O adoram em espírito e em verdade segundo os padrões de Deus e
não segundo os padrões humanos.
DOMINGO – GRANDE É O
SENHOR (Malaquias 1)
Será
que realmente amamos a Deus como deveríamos? Será que nossas obras e ofertas
refletem nosso amor por Ele? Aqui, nesta narrativa, não é o amor de Deus que é
questionado, mas, o amor do povo. As ofertas feitas por contra gosto (1:14)
revelam o tipo de devoção que existia no coração do povo para com o Criador. O
profeta, além do povo, centraliza seus ataques diretamente aos sacerdotes de
Israel. Este fato acontece por ser responsabilidade deles em transmitir valor e
solenidade nos rituais do templo. Mas, ao contrário disto, não foi o que
fizeram. Até animais com diversos defeitos eram aceitos nos sacrifícios
manchando o santo significado deles (Levítico 1:1-3; 22:19). Os animais
representavam o Filho de Deus que viria sem defeito, sem pecado, com o objetivo
tornar possível, através de seus méritos, nossa remissão (João 1:29; 1 Pedro
1:18,19).
A
lição para nossos dias é clara e deve fazer ressoar em nossos ouvidos a mesma
pergunta: nossas obras, nossas oferendas e nossa vida tem demonstrado amor para
com o nosso Criador? Como o Israel do passado, temos oferecido apenas o que
achamos que devemos ao invés daquilo que Ele nos pede? Nossa obediência, as
escolhas que fazemos, decisões que tomamos, o que comemos, o que vestimos e o
que ouvimos possui as marcas de nossa entrega e amor a Ele? Malaquias desafiou
seus conterrâneos a entregar seus sacrifícios a seu governador persa para que
pudessem notar se seriam aceitas. Eles sabiam que o rei não aceitaria ofertas
tão medíocres assim. Se até um rei humano faria questão de ofertas melhores,
porque o povo se iludiu acreditando que Deus aceitaria qualquer coisa? E mais,
porque às vezes nós mesmos nos iludimos em oferecer a Deus àquilo que satisfaz
mais aos nossos gostos do que aos gostos de Deus? Pense nisso.
SEGUNDA
– AMOR
E RESPEITO MÚTUOS (Malaquias 2:13-16)
Porque
razão o casamento possui leis tão blindadas? Porque as regras da Bíblia sobre
casamento são tão rígidas? Em Israel, muitos dentre o povo de Deus seguiam a
tendência da cultura da época, em se casar com pessoas que divergiam da fé, ou,
se separavam de suas esposas envelhecidas para se casarem com mulheres mais
jovens. O casamento estabelecido por Deus é considerado uma aliança sagrada.
Interessante observar que, assim como Israel no passado, os cristãos de nosso
tempo também são influenciados pelas práticas do mundo que tendem a enfraquecer
os valores do casamento. O excessivo número de divórcios, poligamias e
casamentos precipitados, tem sido comuns mesmo na esfera cristã da atualidade.
Parece que as experiências do passado estão se repetindo em nossos dias
atingindo a vida dos que afirmam servir a Deus. Como o casamento foi
estabelecido para ser uma instituição espiritual, uma santa aliança diante de
Deus, isto indica que, Deus não terá por inocente os que maquinam mal contra
seus cônjuge e contra a sagracidade do casamento em si. Os que seguem a prática
do mundo estão difundindo os costumes dos pagãos do passado e servindo de
tropeço para os mais desinformados e fracos na fé. A luxúria, a sensualidade e
as práticas corrompidas do Egito espiritual de hoje tem ocupado o coração e a
mente de muitos e suas obras têm demonstrado quem realmente estão seguindo.
TERÇA – DÍZIMO NA CASA DO TESOURO – (Malaquias 3:1-10).
A infidelidade nos dízimos e ofertas
era uma realidade entre o povo no tempo de Malaquias. Aliás, esta infidelidade também
alcança muitos cristãos de nosso tempo. Interessante observar que, nada nesta
terra nos pertence, mas, muitos seres humanos abraçam com muita força as coisas
deste mundo como se realmente fossem deles. Tomam posse e ainda são arrogantes
e egoístas o suficiente para ignorar o verdadeiro dono. Impressionante também é
notar a capacidade de muitos pagarem mais de 30 ou 50% de impostos em produtos
comerciais, mas, infelizmente, não terem a mesma disposição pra devolver ao
Senhor 10% de sua renda. A grande verdade é que, mesmo não merecendo, se formos
fieis, Deus nos promete chuva em abundância (v 10), ausência de peste e
fracasso da colheita (v 11), além de outras dádivas mais. Em síntese, Deus
promete atender a todas nossas necessidades, mas não necessariamente satisfazer
as nossas ganâncias. A tradução da Bíblia NVI se ajusta bem a esta realidade, assim
diz: “[...] se não vou abrir as comportas dos céus e derramar sobre vocês
tantas bênçãos que nem terão onde guarda-las.” Segundo Gordon Hegenberger, uma
tradução mais literal seria: “[...] e derramar bênçãos sobre vós até que não
haja mais necessidades”. O povo de Israel devolvia um quarto de sua renda, os
patriarcas do adventismo também andavam muitas milhas mais neste quesito, e
nós, se desejamos que Deus esteja atento as nossas necessidades, precisamos
seguir o seu conselho sendo fiel a Ele por amor e gratidão.
QUARTA – UM MEMORIAL ESCRITO (Malaquias 3:16-18)
O
memorial escrito reflete a realidade de sermos incapazes de esconder algo do
Onipotente. Nada pode ser oculto aos seus olhos, mesmo os sentimentos e pensamentos
mais íntimos. Tudo se encontra ao Seu conhecimento. Em Daniel 7:9-10 o profeta
apresenta uma cena de juízo onde os livros foram abertos e os casos julgados. E
a descrição a este respeito é bastante surpreendente e comovedora: Observe esta
descrição tão profunda contida no livro O Grande Conflito:
“Os
livros de registro no Céu, nos quais estão relatados os nomes e ações dos
homens, devem determinar a decisão do juízo. Diz o profeta Daniel:
"Assentou-se o juízo, e abriram-se os livros." O escritor do
Apocalipse, descrevendo a mesma cena, acr"Há um memorial escrito
diante" de Deus, no qual estão registradas as boas ações dos "que
temem ao Senhor, e para os que se lembram do Seu nome." Mal. 3:16. Suas
palavras de fé, seus atos de amor, acham-se registrados no Céu. Neemias a isto
se refere quando diz: "Deus meu, lembra-Te de mim; e não risques as
beneficências que eu fiz à casa de meu Deus." Nee. 13:14. No livro
memorial de Deus toda ação de justiça se acha imortalizada. Ali, toda tentação
resistida, todo mal vencido, toda palavra de terna compaixão que se proferir,
acham-se fielmente historiados. E todo ato de sacrifício, todo sofrimento e
tristeza, suportado por amor de Cristo, encontra-se registrado. Diz o salmista:
"Tu contaste as minhas vagueações; põe as minhas lágrimas no Teu odre; não
estão elas no Teu livro?" Sal. 56:8. Há também um relatório dos pecados
dos homens. "Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o
que está encoberto, quer seja bom quer seja mau." "De toda a palavra
ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo." Disse o
Salvador: "Por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás
condenado." Ecl. 12:14; Mat. 12:36 e 37. Os propósitos e intuitos secretos
aparecem no infalível registro; pois Deus "trará à luz as coisas ocultas
das trevas, e manifestará os desígnios dos corações". I Cor. 4:5.
"Eis que está escrito diante de Mim: ... as vossas iniqüidades, e
juntamente as iniqüidades de vossos pais, diz o Senhor." Isa. 65:6 e 7. A
obra de cada homem passa em revista perante Deus, e é registrada pela sua
fidelidade ou infidelidade. Ao lado de cada nome, nos livros do Céu, estão
escritos, com terrível exatidão, toda palavra inconveniente, todo ato egoísta,
todo dever não cumprido e todo pecado secreto, juntamente com toda hipocrisia
dissimulada. Advertências ou admoestações enviadas pelo Céu, e que foram
negligenciadas, momentos desperdiçados, oportunidades não aproveitadas,
influência exercida para o bem ou para o mal, juntamente com seus resultados de
vasto alcance, tudo é historiado pelo anjo relator.escenta: "Abriu-se
outro livro, que é o da vida; e os mortos foram julgados pelas coisas que
estavam escritas nos livros, segundo as suas obras." Apoc. 20:12.” (O
Grande Conflito, p. 480-482). Preciso comentar algo mais?
QUINTA
E SEXTA – O SOL DA
JUSTIÇA (Deuteronômio 30:19; João 3:16)
Esta
última análise começa com a reclamação audaciosa e blasfema do povo de que é
inútil servir a Deus (v. 14). Após a enorme lista de pecados apresentada pelo
profeta, vemos nitidamente a razão da quebra dos preceitos estabelecidos por
Deus. Alguns queixosos reclamavam de Deus, do porque que os impenitentes prosperavam
tanto. Isto nos faz lembrar das palavras de Azafe ao questionar a prosperidade
dos ímpios (Salmo 73). Os apelos de Malaquias tendiam fazer com que o povo se
lembrasse das promessas feitas por Deus por intermédio de Moisés, de que, a
vida e a morte, a bênção e a maldição estão diante de todos, e que a sorte, ou
a pena, seriam certas e consequentes das decisões de todos. Querendo ou não, o
juízo de Deus se tornará uma realidade e todos passarão por ele (Atos 17:31). O
insensato, o perverso, o caluniador, o mentiroso, os amantes dos prazeres, os
hipócritas, os criminosos, os corruptos, os promíscuos, os egoístas, enfim,
todos receberão sua recompensa, a da morte eterna. Mas, os justos, os que forem
injustiçados e perseguidos, caluniados e maltratados, todos estes que
mantiverem as esperanças unicamente em Deus, mais cedo ou mais tarde, também
receberão a sua recompensa, a da vida eterna. Portanto, não temos que nos
preocupar com a prosperidade, conforto e bens deste mundo, pois, tudo aqui se
tornará em cinzas, e, junto com estas coisas, todos os que a elas se prenderam.
Gilberto Theiss é pastor, escritor e teólogo