SÁBADO
–
INTRODUÇÃO (Habacuque 1:1-17)
“A Terra se
encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Habacuque
2:14).
O
livro de Habacuque é difícil de ser datado, mas, algumas inferências aos
Caldeus (1:6) nos faz deduzir que, provavelmente, Habacuque tenha profetizado
em algum momento próximo à destruição de Nínive em 612 a.C., no entanto, há aqueles
que creditam em sua narrativa para um período mais próximo de 605 a.C., quando
começou a reinar em Babilônia Nabucodonosor. Habacuque não tinha uma identidade
certa, mas, sua personalidade é claramente revelada. Um homem profundamente temente
e sincero para com Deus, sinceridade esta ao ponto de levar o profeta a não
hesitar em cobrar de Deus as promessas que fizera. Esta cobrança não diminui a fé de Habacuque,
pois, ele demonstra ter profunda consciência do poder do Criador (3:16), e
também conhecimento do interesse e cuidado de Deus por ele (3:17,18). Este
livro nos ensina uma lição muito poderosa e preciosa, que, questionar a Deus,
ou, cobrá-Lo por determinadas promessas não é inaceitável e nem falta de
confiança, mas, a exemplo de Jacó, significa viver uma vida perseverante de
lutas com Deus.
A grande realidade é que, momentos difíceis na vida podem gerar diversas aflições que tendem a colocar em risco nossa própria fé, e, é justamente para não perder a fé que alguns filhos de Deus cobram e questionam a Deus por Seus cuidados prometidos. A exemplo de Jó, o interessante é que Deus não condenou Habacuque por tal comportamento. Em nossos dias, assim como Habacuque, esperamos as respostas de Deus para nossas súplicas, e, muitas das vezes até lutamos perseverantemente por elas. O que não podemos é permitir que as perplexidades da vida assolem e abalem nossa confiança a ponto de não termos fé suficiente nem mesmo para lutar e cobrar do Onipotente suas promessas. Lutar com o Deus invisível também significa colocar a fé em prática.
A grande realidade é que, momentos difíceis na vida podem gerar diversas aflições que tendem a colocar em risco nossa própria fé, e, é justamente para não perder a fé que alguns filhos de Deus cobram e questionam a Deus por Seus cuidados prometidos. A exemplo de Jó, o interessante é que Deus não condenou Habacuque por tal comportamento. Em nossos dias, assim como Habacuque, esperamos as respostas de Deus para nossas súplicas, e, muitas das vezes até lutamos perseverantemente por elas. O que não podemos é permitir que as perplexidades da vida assolem e abalem nossa confiança a ponto de não termos fé suficiente nem mesmo para lutar e cobrar do Onipotente suas promessas. Lutar com o Deus invisível também significa colocar a fé em prática.
DOMINGO – PROFETA
PERPLEXO (Habacuque 1)
Observando
os demais profetas, percebemos uma notável diferença em Habacuque, pois,
enquanto os demais levam mensagens de Deus ao povo, Habacuque se dirige a Deus
com duas surpreendentes perguntas; sendo a primeira (1:2-4): Por que os
perversos não são punidos?
Nesta
ocasião, Deus quebra o Seu silêncio e oferece ao profeta uma notável resposta
de juízo aos perversos (1:5-11). O pedido por Habacuque por justiça encontra-se
com a tenebrosa resposta de Deus de condenação e juízo contra Judá mediante o
braço forte da Babilônia. Deus permitiria que os Caldeus oprimissem os rebeldes
de Judá em consequência das práticas da injustiça e rebelião contra o
Onipotente. Os Babilônicos eram um dos impérios mais temidos naquele tempo,
pois, seus exércitos eram implacáveis em suas conquistas dizimando vidas e
oprimindo severamente seus escravos. Interessante observar que, um dia,
Babilônia espiritual será implacável em suas perseguições contra o povo de
Deus, no entanto, assim como Deus esteve presente com Seu povo fiel do passado,
Ele também estará com Seu povo do presente em meio ao conflito final. A
opressão e juízo recairão sobre os impenitentes do mundo, mas, de maneira
especial contra os impenitentes que vivem sob a faixada da religião.
Aqueles que, como os povos em Judá, viveram de maneira inconsequente e irresponsável diante de Deus serão sofreram a pena da transgressão. A injustiça reina no mundo, mas também vive na vida de muitos que professam viver a verdade, e, por conta de uma conduta com oportunidades espirituais desperdiçadas, irão de encontro as mais estranhas consequências de sua rebeldia. Como bem expressou A.W. Tozer “Santos sem santidade são a tragédia do cristianismo”, e Saramago ao ser questionado com uma pergunta capciosa, “Como podem homens sem Deus serem bons?”, sua resposta foi contundente ao afirmar: “Como podem homens com Deus serem tão maus?” Mas, embora pareça que Deus esteja em profundo silêncio diante de tantas coisas estranhas acontecendo pelo cristianismo ao nosso redor, chegará o momento em que Ele quebrará o Seu silêncio para julgar cada um segundo a suas obras, e este juízo começará exatamente pela casa de Deus, pelos anciãos e pelos pastores (Ez 9:5-6).
Aqueles que, como os povos em Judá, viveram de maneira inconsequente e irresponsável diante de Deus serão sofreram a pena da transgressão. A injustiça reina no mundo, mas também vive na vida de muitos que professam viver a verdade, e, por conta de uma conduta com oportunidades espirituais desperdiçadas, irão de encontro as mais estranhas consequências de sua rebeldia. Como bem expressou A.W. Tozer “Santos sem santidade são a tragédia do cristianismo”, e Saramago ao ser questionado com uma pergunta capciosa, “Como podem homens sem Deus serem bons?”, sua resposta foi contundente ao afirmar: “Como podem homens com Deus serem tão maus?” Mas, embora pareça que Deus esteja em profundo silêncio diante de tantas coisas estranhas acontecendo pelo cristianismo ao nosso redor, chegará o momento em que Ele quebrará o Seu silêncio para julgar cada um segundo a suas obras, e este juízo começará exatamente pela casa de Deus, pelos anciãos e pelos pastores (Ez 9:5-6).
SEGUNDA
– VIVENDO
PELA FÉ (Habacuque 2:2-4)
A
fé que o profeta tem em Deus não pode ser questionada, pois, mesmo ele sendo
tão incisivo em cobrar de Deus uma resposta, Deus o responde por compreender
que seus questionamento eram razoável. Não vemos em nenhuma narrativa do livro
o Onipotente corrigindo ou advertindo Habacuque. No entanto, a resposta de Deus
não se materializa apenas para consolar o profeta, mas, também todos os justos
sofredores de seu tempo. As boas novas de libertação e restauração deveriam ser
tão bem anunciadas que, qualquer um que ali passasse, pudesse ter acesso a ela.
“O justo viverá pela fé” demonstra claramente até onde os justos estão
dispostos irem para permanecer fieis a Deus, mesmo à custa de muito sofrimento
e opressão.
Em nossos dias esta expressão deve encontrar guarida na vida dos justos com mais intensidade, pois, a opressão, dificuldades, injustiças e a maldade de uma geração sem Deus têm estado tão próximas dos que pretendem viver ao lado da verdade a ponto de condicionar muitos a desistência e derrotas espirituais. Somente o justo é que realmente ficará em pé diante de tanta adversidade. A igreja em nossos dias é como um ônibus onde pessoas entram e saem a todo o momento, ou seja, são poucos os que permanecem firmes. A grande realidade é que, por estarmos justamente às portas do fim, Satanás não poupará esforços para destruir a fé dos justos. Outro fato importante tem haver com as investidas de Babilônia no passado contra Jerusalém, pois elas podem significar um pré-anúncio do que ocorrerá no futuro com os justos. Observe:
Em nossos dias esta expressão deve encontrar guarida na vida dos justos com mais intensidade, pois, a opressão, dificuldades, injustiças e a maldade de uma geração sem Deus têm estado tão próximas dos que pretendem viver ao lado da verdade a ponto de condicionar muitos a desistência e derrotas espirituais. Somente o justo é que realmente ficará em pé diante de tanta adversidade. A igreja em nossos dias é como um ônibus onde pessoas entram e saem a todo o momento, ou seja, são poucos os que permanecem firmes. A grande realidade é que, por estarmos justamente às portas do fim, Satanás não poupará esforços para destruir a fé dos justos. Outro fato importante tem haver com as investidas de Babilônia no passado contra Jerusalém, pois elas podem significar um pré-anúncio do que ocorrerá no futuro com os justos. Observe:
1º
INVESTIDA
(Passado)
- Em 605, Babilônia invade Judá e promove um assalto cultural religioso.
(Futuro)
- Babilônia espiritual promoverá investidas contra a verdade estabelecendo
diversas campanhas a favor de suas heresias influenciando o mundo
inteiro (Apocalipse 16:13 e 14). O domingo é tratado e propagado como um dia
memorável à família. Já que é favor da família, qualquer um que se oponha,
seria como se estivesse se opondo à família. As dificuldades para se guardar o
sábado hoje, remonta claramente o princípio do exílio que Babilônia espiritual
pretende impor sobre o mundo dificultando a vida dos justos. Não é atoa que o
domingo se tornou o dia memorável de descanso em todo o planeta. Este foi um
trabalho desenvolvido em longo prazo. Por conta da opressão com estudos e
trabalhos no Sábado, muitos desistem no meio do caminho.
2º
INVESTIDA
(Passado)
- Em 597, Babilônia invade novamente Judá, promovendo um assalto para impor sua
autoridade e domínio.
(Futuro)
- Babilônia espiritual promoverá seu domínio através da imposição
definitivamente do "chamado sinal da besta" (Apocalipse 13:15-18;
Sofonias 2:1).
3º
INVESTIDA
(Passado)
- Em 586, Babilônia invade novamente Judá, promovendo um assalto de destruição.
(Futuro)
- Babilônia espiritual, promoverá um decreto de morte a todos os que não
aceitarem o seu sinal em detrimento do sinal de Deus (Apocalipse 13:15;
contrastar com Ezequiel 20:12 e 20). Como muitos não caíram com as opressões
das primeiras investidas, Satanás, de uma vez por todas, resolve destruir os
cristãos teimosos que insistem com a ideia fixa de obedecer a Deus a qualquer
custo. Este grupo nós o chamamos de, genuinamente, “os que viverão pela fé”.
A
mensagem de Habacuque quanto à resposta de Deus mostra de maneira absoluta que
as esperanças dos justos não estão neles, mas, em Deus. Somente os que
perseverarem até o fim serão guardados da provação final (Ap 3:10). Deus mesmo
será o seu escudo e socorro bem presente da tribulação (Sl 46:1). A fé em Jesus
é o alicerce de toda e qualquer esperança. Nada mais pode escudar-nos da
tribulação espiritual, física ou da perdição eterna. Esta foi a esperança para
os justos de Judá, e esta será a esperança para os justos de nosso tempo.
TERÇA – A TERRA SE ENCHERÁ – (Habacuque 2).
Surpreendente a declaração de
Habacuque no verso 2: “O Senhor me respondeu [..}”. No verso 3 o profeta foi
enfático ao afirmar que na resposta que Deus dera em visão o juízo divino
cumprir-se-á no tempo determinado e se apressa para o fim sem falhar. Mesmo que
atrase, o juízo de Deus será certo. Depois, em sequência, Habacuque apresenta
os 5 ais divinos, ou seja, o juízo e condenação. Na estrutura dos ais,
percebemos que: Primeiro, houve a menção dos pecados; depois, o anúncio do
castigo; por fim, a indicação da causa do juízo divino (Conferir. Is 5:8-23;
10:1; 28:1; Am 5:7,18; 6:1. Conferir também Lc 6:24-26).
Observe mais atentamente o
pronunciamento dos ais:
Do tempo de Habacuque:
1º “ai” (2:6-8) – Contra os que
acumulam do que não lhes pertence por direito. Uma clara advertência aos que
ganham de maneira desonesta. Através do roubo, apropriações indevidas, e outras
práticas de subornos e corrupção.
2º “ai” (2:9-11) – Contra os que
lucram através da prática da injustiça e da perversidade. Os prédios e casas
adquiridos de maneira desleal servirão de testemunho contra estas pessoas.
3º “ai” (2:12-14) – Contra os que
edificam as cidades com sangue e iniquidade com o objetivo de assegurar
definitivamente a posse das terras. Contemporâneo de Habacuque, o profeta
Jeremias utiliza as mesmas palavras de juízo (Jr 51:58) contra os que maquinam
contra as leis naturais, morais e contra a própria vida para chegar a tais
objetivos.
4º “ai” (2:15-17) – Contra os que dão
a beber ao seu companheiro, misturando à bebida o seu furor, e que o embebeda
para lhe contemplar a vergonha. Os ímpios não apenas se envolveram em
perversidades, mas, influenciaria outros a fazerem o mesmo para lhes tirar
proveitos de sua falta de decência, mediante a corrupção e engano.
5º “ai” (2:19-20) – Contra os
idolatras. Insinuado neste ai estão as práticas idólatras que havia se tornado
comum entre os ímpios de Judá.
Para o tempo final:
Os “ais” divinos recaíram sobre Judá
trazendo ruína, destruição e escravidão, e, de maneira especial, em nossos
dias, os mesmos “ais” são pronunciados contra todos os que cometem as mesmas
práticas. Em outras palavras, a menor das transgressões ou a injustiça em seu
menor ato, não estarão isentos do juízo de Deus. A menor de todas as práticas
de perversidade estão claramente visíveis na lupa dAquele que se assenta no
trono para julgar. Todas as coisas passarão em revista perante Deus e
absolutamente nada se perderá. Embora possamos esconder algo dos homens, jamais
seremos capazes de esconder algo dos olhos de Deus. Ellen White afirma que
“Deus permite que os ímpios prosperem e revelem inimizade para com Ele, a fim
de que, quando encherem a medida de sua iniquidade, todos possam, em sua
completa destruição, ver a justiça e misericórdia divinas. Apressa-se o dia de
Sua vingança, no qual todos os que transgrediram a lei divina e oprimiram o
povo de Deus receberão a justa recompensa de suas ações; em que todo ato de
crueldade para com os fiéis será punido como se fosse feito ao próprio Cristo”.
(O Grande Conflito, p. 48).
QUARTA – LEMBRANDO A GLÓRIA DIVINA (Habacuque 3)
O
capítulo 3 é o encerramento deste pequeno livro e apresenta uma conclusão em
formato de oração, assumindo a glória de Deus por quem Ele é (2, 3b, 4), e por
suas ações (3a, 5-15). O profeta menciona os grandiosos atos de Deus no Êxodo
em sua poderosa ação no monte Sinai, além da gloriosa conquista da terra
prometida. Seu poder contra os majestosos exércitos inimigos inspira grande
espanto e admiração. No entanto, embora terrível em Seus juízos, Ele também é tremendamente
poderoso em amor, misericórdia, compaixão e proteção. Habacuque unifica os dois
lados de Deus que parecem ser antagônicos, e, como Moisés, estabelece
intercessão por Israel solicitando que Deus se lembre de seus feitos de
misericórdia do passado para serem também aplicados no presente.
Como
Habacuque, devemos evocar o juízo de Deus sobre a impiedade, mas, ao mesmo
tempo, clamar por Sua misericórdia. A glória divina não deve ser apenas
lembrada pelas máximas dos “ais” de Deus, mas, especialmente pelas máximas do Seu
amor, bondade e misericórdia. Isto não significa que os pecadores rebeldes e
desobedientes devam ser tratados da mesma maneira em que os pecadores arrependidos,
convertidos e perdoados. Na verdade, o clamor de Habacuque entoa o clamor
semelhante ao de Abraão quando demonstrou preocupação com os arrependidos de
Sodoma. O salmo de Habacuque estabelece uma ponte entre a misericórdia de deus
e os pecadores de Judá arrependidos. Esta mensagem do profeta não compreende
apenas a mensagem de seu livro, mas, na sua amplitude, de todo o evangelho.
QUINTA
E SEXTA – DEUS É NOSSA
FORÇA (Habacuque 3:17-19)
Habacuque
termina o livro demonstrando profunda confiança em Deus, tanto em Seu poder de
juízo, quanto em Seu poder de misericórdia. Ele compreende perfeitamente que
sua fé pode e deve ser depositada em Deus por conta de Sua capacidade de
cumprir com exatidão suas promessas, que, uma vez feitas, certamente irão de
encontro ao cumprimento. Como profeta e como conhecedor do caráter divino, não
podia encerrar de outra forma, demonstrando coragem e confiança na atitude de
Deus quanto aos incrédulos e quanto aos arrependidos. Esta confiança nos
estimula a cultivar fé em Deus de maneira tão profunda que, mesmo em meios as
piores tribulações, ainda sejamos capazes de repousar tranquilamente. A
revelação declara que ‘em meio a tempestade do juízo, os filhos de Deus não
terão motivos para receios”. ‘O Senhor será o refúgio do Seu povo, e a
fortaleza dos filhos de Israel’. (Jl 3:16). O dia que traz terror e destruição
aos transgressores da lei de Deus, trará aos obedientes ‘gozo inefável e
glorioso’ (1Pe 1:8). ‘Congregai os Meus santos’, diz o Senhor, ‘aqueles que
fizeram comigo um concerto com sacrifícios. E os céus anunciarão a Sua justiça;
pois Deus mesmo é o Juiz’” (Sl 50:5, 6; Patriarcas e Profetas, p. 341).
Gilberto G. Theiss é formado em teologia pelo Seminário Adventista do
IAENE, Especialização em filosofia pela UCM, Extensão em arqueologia pela UEPB,
e, leitura e interpretação pela UNISEB. No momento coordena o centro de capacitação
teológica Alto Clamor, e exerce a função integral de pastor distrital na cidade
de Itapajé-Ce.