Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 05 – 1º Trimestre
2012
(28 de Janeiro a 4 de fevereiro)
Comentário: Gilberto G. Theiss
SÁBADO, 28 DE JANEIRO
A
santidade de Deus
(Sl 99:9)
A santidade de Deus é
algo completamente inexplicável. Por mais que tentemos expor palavras ou
dimensionar pensamentos a respeito, jamais chegaremos a uma compreensão clara
do que significa de fato a santidade de Deus. Os próprios anjos, talvez, não
sejam capazes de definir com precisão, pois criaturas não podem compreender a
dimensão, extensão, largura do caráter dAquele que não tem princípio e nem fim.
Conhecer plenamente a santidade de Deus é impossível, assim como é impossível
morar no sol. A grandiosidade do ser Divino extrapola qualquer tentativa de
explicar ou imaginar. No entanto, a Bíblia fez menção da santidade de Deus em
linguagens apropriadas à nossa compreensão, mas, mesmo nestas descrições
revelacionais, as informações são um tanto que limitadas. Algumas vezes a
santidade é apresentada aos moldes da bondade, amor, misericórdia, enquanto que
em outras se apresenta aos moldes de sua onipotência, glória e majestade. O
assunto é extenso e talvez ilimitado e cabe a nós, no que nos foi revelado,
cavar o mais fundo possível com o objetivo de entender melhor a grandiosidade
dAquele que nos trouxe à existência. Deus existe, e a própria existência da
vida seja na natureza ou na humanidade é uma prova contundente de sua
majestade, grandiosidade, inteligência e santidade.
DOMINGO, 29 DE JANEIRO
“Está Escrito”
(Jr 7:1-3)
Acredita-se que a história convencional
relatada por diversos historiadores no decorrer do tempo, tenham registrado em
seu tempo, os acontecimentos e feitos dos homens, nações, tribos, sobre uma
interpretação não muito fiel dos fatos. Possivelmente os relatos históricos
tenham sido influenciados pela interpretação ou forma de ver o mundo dos
historiadores. Isto significa que, sendo verdade, nenhum registro histórico
pode ser completamente confiável do ponto de vista interpretativo. Este mesmo
problema é atribuído às histórias bíblicas pelos especialistas modernos não
cristãos. Acredita-se que as histórias bíblicas provavelmente foram escritas
sob a moldura da visão e forma de interpretar os fatos dos próprios profetas e
apóstolos. No entanto, embora possa haver algum sentido nesta premissa, temos
que levar em consideração que a Bíblia não é um livro meramente histórico,
mesmo possuindo muitos relatos históricos. A Bíblia, diferentemente dos demais
livros convencionais, é a palavra de Deus, orientada pelo Espírito Santo. A
grande marca que diferencia a Bíblia dos demais registros históricos e que pode
nos oferecer alguma segurança é que, a inspiração seria capaz de proteger os
relatos das preconcepções dos escritores bíblicos. Eles não escreveram por
critério profissional, eles escreveram porque Deus os chamou para específica
atividade, missão ou função. Eles não eram historiadores, mas profetas guiados,
orientados e inspirados pelo Espírito Santo. Não escreveram através de ditado
contínuo, receberam as visões, sonhos e orientações, mas escreveram usando nada
mais que sua própria linguagem e vocabulário. O “Está Escrito”, ou o “assim diz
o Senhor” eram as marcas registradas da inspiração e da proteção do que estava
para ser materializado no papel. A marca da autoridade das Escrituras e da
confiabilidade da Bíblia é a atuação constante do Espírito Santo e a
confirmação através do “Está Escrito”.
SEGUNDA, 30 DE JANEIRO
Ser separado
(Gn 2:3)
Qual a definição de santidade que temos compreendido
nos dias atuais? Uma má compreensão de pecado pode nos conduzir a uma falsa
compreensão de santidade. Ellen White considera que "Satanás está usando todos os meios para tornar o crime e vícios
degradantes populares (...) A mente é educada para familiarizar-se com o
pecado. A conduta seguida pelos baixos e vis é mantida diante do povo pelos
periódicos do dia, e tudo que pode despertar a paixão é posto diante deles em
agitadas histórias" (LA, 406). Isto significa que, o relativismo, o
secularismo e o existencialismo tem moldado o mundo a não perceber diferenças
importantes que existem no terreno do caráter e da moral. As religiões cristãs
ou não cristãs estão sendo engolidas pela má compreensão de pecado sendo
conduzidas consequentemente à uma equivocada compreensão da santidade diante de
Deus.
A Bíblia apresenta a santidade como
separação de alguma coisa. Na criação por parte de Deus tornou o sétimo dia
santo, separado dos demais e repleto de significados espirituais que nenhum
outro dia sustenta. Quando Moisés se aproximou da sarça ardente (Ex 3), Deus
pediu que ele retirasse as sandálias dos pés, pois o lugar era santo. Em
Levítico 20:7 o apelo era para que o povo se santificasse. Portanto, como
percebido, a compreensão de santidade parece estar diretamente ligada à
definição dada por Deus e não pelo homem. Se isto é fato, devemos ter muito
cuidado para não impor nossos próprios conceitos sobre santidade. O sábado foi
separado por Deus para fins especificamente espirituais e a presença de Deus e
seu exemplo de descanso neste dia são o que o tornou especial e santo. Sua
presença de maneira especial não foi apenas no ato inaugural, mas permanente em
todo o sétimo dia da semana. O lugar onde se encontrava a sarça ardente, também
se tornara santo por que Deus estava ali presente. Agora, a santidade que Deus
pede de seu povo, além de significar separação das coisas triviais e mundanas,
é um apelo para eles buscassem a presença transformadora de Deus em suas vidas.
Ser separado vai além do simples ato de separar-se de algo, mas preencher a
vida com a vontade, desejos e gostos de Deus em detrimento da nossa. Ser santo
significa aprender a amar o que Deus ama e a odiar o que Deus odeia permitindo
que Seu caráter seja impresso em nossa vida através da atuação do Espírito
Santo. Desta forma estaremos separados para propósitos espirituais e santos.
TERÇA, 31 DE JANEIRO
Arrepender-se no pó e na cinza
(Jó 42:5-6; Dn 10:5-8)
É muito comum ouvir pessoas dizendo
que devemos ser perfeitos exatamente como Cristo é. Embora creia plenamente no
processo de santificação, nego completamente a ideia de perfeição absoluta como
a de Cristo. Perfeito como Jesus, nem os anjos são. Ninguém pode se igualar à
perfeição do próprio Deus. Isto é completamente impossível para as criaturas,
mesmo dentre os anjos. A perfeição é progressiva, podemos ser semelhantes a
Cristo no caráter mais jamais iguais. Não estou fazendo apologia à imperfeição -
claro que não - estou apenas mostrando que criaturas são criaturas, Deus é
Deus, e esta ideia de ser exatamente igual a Deus é doutrina que nasceu no seio
espírita. Devemos ter nitidamente a compreensão da dimensão do abismo que
existe entre nós e a santidade de Deus. O caráter de Cristo está sendo
gradativamente impresso em nossa vida, mas, mesmo sendo semelhantes a Deus em
seu caráter, ainda assim o abismo entre ambos será largamente real. Mesmo os
anjos no céu, se admiram ao contemplar o caráter e perfeição de Deus, e nós não
seremos diferentes ao contemplar a dimensão, amplitude e largura do amor e
caráter de Deus. Profetas que possuíam um caráter íntegro e que foram puros de
coração, ao contemplarem o Senhor em visões, muitos deles caíam por terra
absortos, e completamente tomados de admiração.
Observe esta forte declaração do servo de Deus: "Acordado, pois,
Jacó do seu sono, disse: Na verdade o Senhor está neste lugar, e eu não o
sabia. E temeu e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar
senão a Casa de Deus; e esta é a porta dos Céus." Gên. 28:10-13, 15-17.
Nossa busca pela perfeição deve ser coerente com a vontade que temos de
glorificar e honrar o Senhor em nossa vida. Amar a Deus significa desejar
possuir em nós o seu caráter, mas, cada vez em que formos transformados à Sua
imagem e semelhança, mais nítido será para nós o quanto somos pequenos e
indignos diante dEle.
QUARTA, 01 DE FEVEREIRO
“Afasta-Te de mim!”
(Lc 5:1-11)
Que
experiência tão grandiosa essa a de Pedro. Ao contemplar o milagre de Cristo
diante da impossibilidade de pesca daquele dia. Ele conhecia bem a situação,
pois era marujo, pescador experiente. Diante do feito de Jesus, ficou
maravilhado de tal maneira que, se apercebeu da tamanha incredulidade de seu
coração. “Pedro ficou muito feliz com um senso do poder divino de seu Mestre.
Sentiu-se envergonhado por sua incredulidade pecaminosa. Ele sabia que estava
na presença do Filho de Deus, e se sentia indigno de estar na companhia dEle.
Impulsivamente, ele se atirou aos pés de Jesus, dizendo: “Senhor, retira-Te de
mim, porque sou pecador” (Reveiw and
Herald, 23 de outubro de 1900). Na verdade era tudo que Jesus queria ouvir
naquele dia, o reconhecimento da pequenez de Pedro. Sua humilhação e
reconhecimento foi exatamente o que o Espírito Santo precisava para atuar em
sua vida. Portanto, Pedro reconheceu que era um grande pecador, e para sua
felicidade, ali estava diante dele um grande Salvador.
Nossa
vida não deve ser pautada por experiências diferentes das de Pedro. Como ele,
devemos reconhecer nossa pequenez, e construir em nós o sentimento de completa
dependência de Deus. É olhando para o tamanho da bondade, compaixão, amor e
justiça de Cristo, que seremos capazes de enxergar o quanto somos indignos e
necessitados de um poder que está fora de nós.
QUINTA E SEXTA 2 e 3 de FEVEREIRO
Quando demônios falam
(Lc 4:31-36; Ap 4:8-9)
Interessante este
ponto da lição, pois, ao ver os anjos se humilhando diante de Deus reconhecendo
sua santidade, quando na verdade poderiam desprezá-la, já que são anjos caídos
rebelados. Não deveríamos nos aperceber disto tanto quanto? Se os próprios
anjos, embora caídos, são capazes de possuírem temor diante de Deus, porque
muitos de nós não possuímos o mesmo?
Saiba que, somente um
encontro genuíno com Cristo é que nos tornará capazes de vislumbrar sua real
essência e nossa real essência. Todos os profetas, ao contemplarem a glória de
Deus, suas vidas jamais foram as mesmas. Às vezes desejamos ver a glória de
Deus, mas a pergunta que devemos fazer é, será que estamos aptos e prontos para
contemplar? Talvez fosse interessante orarmos sem cessar pedindo a Deus que nos
concede-se visão espiritual para compreender Sua santidade e propósitos. Embora
sendo pecadores, frágeis e orgulhosos, temos a tendência em agir como se não
fôssemos. A vida cristã é séria e deve nos fazer crer o quanto pode nos custar
caro sustentar este título diante de um Deus santo de maneira irresponsável.
Observe com atenção esta declaração poderosa e reflita bem em sua mensagem: "Quão terrível é
professar sermos cristãos enquanto (...) abrigamos um caráter que se adapta aos
planos de Satanás" (Manuscritos 10,
1892).
Gilberto G. Theiss, nascido no estado do
Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê
integralmente nas 28 doutrinas Adventista como constam no livro “Nisto Cremos”
lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja
Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja
Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser
coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo
site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista
Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é
inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus
superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem
falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina
bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br