Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 10 – 4º Trimestre
2011 (26 de Novembro a 3 de Dezembro)
Comentário: Gilberto G. Theiss
SÁBADO, 26 DE NOVEMBRO
As
duas alianças
(Gl 4:26)
Jamais houve dois
métodos de salvação. A mesma aliança estabelecida por Deus com Seu povo no passado
é a mesma aliança estabelecida com o Seu povo de hoje. Embora a aliança receba
títulos de nova ou velha, o cerne, alicerce ou base sempre foram as mesmas –
salvação unicamente pela graça nos méritos de Cristo e obediência por amor e
gratidão. Se houvesse uma aliança mais nova
e outra mais velha, então, a aliança mais nova, na verdade seria tão
velha quanto, pois fora instituída antes da fundação do mundo (Mt 25:34; Ef
1:4; 1 Pe 1:1-20; Ap 13:8).
Muitos, na sinceridade
alegam que a antiga aliança era fundamentada na lei. Esta ideia não pode ser
verdade, pois a lei, mesmo no Antigo Testamento, não podia fazer nada pelo
pecador. Somente o cordeiro sacrificado e seu sangue aspergido no templo é que
podia oferecer perdão e remissão. A lei no período antes de Cristo servia
apenas para mostrar o que é pecado e a necessidade da busca pelo perdão através
do cordeiro. No Novo Testamento, esses cordeiros e todas as festividades do
santuário foram substituídas pelo cordeiro original – Jesus Cristo (Jo 1:29). A
lei permaneceu intacta cumprindo o papel que sempre exerceu – de mostrar ao pecador
sua real condição e a necessidade de se refugiar em Cristo.
Leitura Adicional
“Temos de aprender na
escola de Cristo. Coisa alguma senão a Sua justiça pode dar-nos direito a uma
única das bênçãos do concerto da graça. Por muito tempo desejamos e procuramos
obter essas bênçãos, mas não as recebemos porque temos acariciado a idéia de que
poderíamos fazer alguma coisa para nos tornar dignos delas. Não temos olhado
para fora de nós mesmos, crendo que Jesus é um Salvador vivo. Não devemos
pensar que nossa própria graça e méritos nos salvem; a graça de Cristo é nossa
única esperança de salvação. Por meio de Seu profeta promete o Senhor:
"Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se
converta ao Senhor, que Se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque
grandioso é em perdoar." Isa. 55:7. Temos de crer na clara promessa, e não
aceitar os sentimentos em lugar da fé. Quando confiarmos plenamente em Deus,
quando nos apoiarmos nos méritos de Jesus como Salvador que perdoa os pecados,
receberemos todo o auxílio que possamos desejar.
Olhamos para nós mesmos, como se
tivéssemos poder para nos salvar; mas Jesus morreu por nós porque somos
incapazes de isso fazer. NEle está nossa esperança, nossa justificação, nossa
justiça. Não devemos ficar desanimados, temendo não termos um Salvador, ou que
Ele não tenha pensamentos de misericórdia para conosco. Agora mesmo está Ele
prosseguindo em Sua obra em nosso favor, convidando-nos para nos chegarmos a
Ele em nosso desamparo, e sermos salvos. Desonramo-Lo por nossa incredulidade.
É espantoso como tratamos o melhor de nossos amigos, quão pouca confiança
depositamos nAquele que é capaz de nos salvar perfeitamente, e que nos deu toda
prova de Seu grande amor.
Meus irmãos, porventura esperais que
vosso mérito vos recomende ao favor de Deus, pensando que tendes de estar
isentos de pecado antes de poder confiar em Seu poder para salvar? Se esta é a
luta que se processa em vosso espírito, receio que não haveis de obter força,
desanimando-vos afinal” (Fé e Obras, p.
37).
DOMINGO, 27 DE NOVEMBRO
Princípios da aliança
(Gn 1:28; 2:2,3, 15-17)
Lúcifer
no Céu se rebelou contra Deus e contra todos que permanecessem do lado da Divindade.
Todos os rebeldes foram expulsos das mansões celestiais e a Terra seria o
próximo alvo dos rebelados. Por esta razão, Deus fez os humanos um pouco abaixo
dos anjos (Sl 8), para que primeiramente fossem testados. Este teste foi
necessário devido a rebelião que já se iniciara no Céu. Quando Deus trouxe a
existência o primeiro casal, estabeleceu ali os princípios de Sua lei. “Não
comerás do fruto que está no centro do jardim” foi a aliança feita com eles. O
teste não foi nada exorbitante e muito menos difícil de ser cumprido. Também
não representou existência pelas obras, pois a graça era estendida a eles por
terem vindo à existência e por terem sido agraciados com o Éden. Não havia
neles inclinação para o mal, mas mesmo sobre estas condições, desconfiaram de
Deus e preferiram se arriscar com o pecado. O principio da aliança foi quebrado
e Deus retiraria das mangas o plano B estabelecido antes da fundação do mundo (Mt
25:34; Ef 1:4; 1 Pe 1:1-20; Ap 13:8). Deus mesmo se encarnaria para pagar a
pena da morte eterna estabelecido pela Sua lei, “certamente morrerás”. Embora Jesus
pagasse o preço do pecado nos substituindo na condenação, a lei de Deus
permaneceria como regra de conduta e clara evidência do que é pecado. A lei
passaria a ser engrandecida por exercer o nobre papel de também nos conduzir a
Cristo – o único capaz de resgatar a alma perdida da condenação do pecado. A
lei de Deus não é aliança para a salvação, mas é aliança para os que já estão
salvos. Esta aliança, embora refeita por diversas vezes, possui como base a
salvação pela fé em Cristo e a obediência por amor à vontade de Deus revelada
em Seus mandamentos.
Leitura
Adicional
“Nosso
Criador requer nossa suprema devoção, nossa primeira aliança. Qualquer coisa
que tenda a enfraquecer nosso amor para com Deus, ou a interferir com o serviço
que Lhe devemos, torna-se um ídolo. Para alguns as terras, as casas, as
mercadorias, são ídolos. Os empreendimentos de negócios são levados avante com
zelo e energia, ao passo que o serviço de Deus é deixado em lugar secundário.
Negligencia-se o culto de família, é esquecida a oração particular. Muitos
pretendem tratar retamente com seus semelhantes, e parecem julgar que, assim
fazendo, cumprem todo o seu dever. Mas não é suficiente observar os seis
últimos mandamentos do decálogo. Cumpre-nos amar ao Senhor nosso Deus de todo o
coração. Coisa alguma a não ser obediência a cada preceito - nada menos que
amor supremo a Deus assim como semelhante amor a nosso próximo - pode
satisfazer às reivindicações da lei divina” (Signs of the Times, 26 de janeiro de 1882).
“A condição de vida
eterna é hoje justamente a mesma que sempre foi - exatamente a mesma que foi no
paraíso, antes da queda de nossos primeiros pais - perfeita obediência à lei de
Deus, perfeita justiça. Se a vida eterna fosse concedida sob qualquer condição
inferior a essa, correria perigo a felicidade do Universo todo. Estaria aberto
o caminho para que o pecado, com todo o seu cortejo de infortúnios e misérias,
se imortalizasse” (Caminho a Cristo, pág.
62).
SEGUNDA, 28 DE NOVEMBRO
A
aliança abraâmica
(Gn 12:1-5; 15:1-6)
Abraão viveu uma das
experiências mais lindas em toda a Bíblia. Viveu em um tempo de extrema
incredulidade. Sodoma e Gomorra são exemplos notórios para tal incredulidade.
Obedecendo a Deus, pela fé ele se retirou do meio de um povo incrédulo e sem
valores. Dirigiu-se ao deserto acreditando na promessa de Deus em conduzi-lo.
Viveu pela fé, mas, com o tempo, também fez valer os princípios divinos em sua
vida. Na verdade, os que genuinamente vivem pela fé, sendo salvos pela graça,
inevitavelmente cumprem os deveres da vida cristã. A lei de Deus é gravada no
coração daquele que ama a Deus de todo o seu coração (Hb 8:10). Embora Abraão
tenha falhado algumas vezes, sua maturidade espiritual e fé foram desenvolvidas
em medida de relação e vivência com Deus. Tanto ele quanto sua família foram
alcançados pelas promessas feitas primariamente por Deus. Aceitaram o chamado e
buscaram viver conforme este chamado cumprindo as leis, estatutos e mandamentos
do Senhor (Gn 26:5). Isto não implica em salvação pelas obras, isto indica
submissão, amor e devoção. É como em um casamento. Ninguém se casa por amor e
paixão pelas regras de um casamento. O motivo da união de duas pessoas é o
amor. As regras de um casamento são cumpridas em consequência do amor entre
ambos. Abraão amava tanto a Deus que fez o melhor possível para seguir sua
vontade em qualquer circunstância. Assim, da forma como fez com Abraão, Deus
deseja fazer uma aliança conosco. Nesta aliança nós somos ou seremos os mais
favorecidos. Deus deseja nos conceder a justiça de Seu filho para nos conduzir gratuitamente
pela graça à redenção eterna. No entanto, este caminho não é largo, mas
estreito (Mt 7:13), pois exigirá de nós obediência e muita renuncia. Mas, no
dia em que creditarmos justiça ou salvação em nossa própria obediência, esta
aliança deixará de ser no mais pleno sentida da palavra, o verdadeiro pacto
estabelecido por Deus.
Leitura Adicional
“Após o dilúvio o povo
uma vez mais aumentou sobre a Terra, e a impiedade também aumentou. ... O
Senhor finalmente deixou que os endurecidos transgressores seguissem os seus
maus caminhos, ao passo que escolheu a Abraão, da linhagem de Sem, e fê-lo o
guardador da Sua lei para as gerações futuras” (SDA Bible Commentary, vol. 1, pág. 1.092).
“Este mesmo concerto foi renovado a
Abraão, na promessa: "Em tua semente serão benditas todas as nações da
Terra." Gên. 22:18. Esta promessa apontava para Cristo. Assim Abraão a
compreendeu (Gál. 3:8 e 16), e confiou em Cristo para o perdão dos pecados. Foi
esta fé que lhe foi atribuída como justiça. O concerto com Abraão mantinha
também a autoridade da lei de Deus. O Senhor apareceu a Abraão e disse:
"Eu sou o Deus todo-poderoso, anda em Minha presença e sê perfeito."
Gên. 17:1. O testemunho de Deus concernente a Seu fiel servo foi: "Abraão
obedeceu à Minha voz, e guardou o Meu mandado, os Meus preceitos, os Meus
estatutos, e as Minhas leis." Gên. 26:5. ... Se bem que este concerto
houvesse sido feito com Adão e renovado a Abraão, não poderia ser ratificado
antes da morte de Cristo. Existira pela promessa de Deus desde que se fez a
primeira indicação de redenção; fora aceito pela fé; contudo, ao ser ratificado
por Cristo, é chamado um novo concerto. A lei de Deus foi a base deste
concerto, que era simplesmente uma disposição destinada a levar os homens de
novo à harmonia com a vontade divina, colocando-os onde poderiam obedecer à lei
de Deus” (Patriarcas e Profetas, págs.
370 e 371).
“Se não fosse possível aos seres
humanos sob o concerto abraâmico guardar os mandamentos de Deus, cada um de nós
estaria perdido. O concerto abraâmico é o concerto da graça. "Pela graça
sois salvos." Efés. 2:8. Filhos desobedientes? Não, obedientes a todos os
Seus mandamentos” (SDA Bible Commentary,
vol. 1, pág. 1.092).
“A indiscutível obediência de Abrão
foi um dos mais significativos exemplos de fé e confiança em Deus que se podem
encontrar no Registro Sagrado. ... É uma fé e confiança como essa de Abraão que
os mensageiros de Deus hoje necessitam” (Testimonies,
vol. 4, pág. 524).
“Se diligentemente ouvirdes a Minha
voz e guardardes a Minha aliança, então, sereis a Minha propriedade peculiar
dentre todos os povos. Êxo. 19:5.
No princípio Deus deu Sua lei à humanidade como um meio de alcançar a
felicidade e vida eterna” (Profetas e
Reis, pág. 178).
“Os Dez Mandamentos, Farás, e Não
farás, são dez promessas a nós garantidas, se formos obedientes à lei que
governa o Universo. "Se Me amardes, guardareis os Meus mandamentos."
João 14:15. Aqui está a essência e a substância da lei de Deus. Os termos de
salvação para todo filho e filha de Adão, aqui estão esboçados.
A lei de dez preceitos do maior amor
que pode ser apresentado ao homem é a voz do Deus do Céu falando à alma em
promessa: "Fazei isto, e não caireis sob domínio e controle de
Satanás." Não há negativa na lei, embora pareça haver. Ela é FAZEI e vivei”
(SDA Bible Commentary, vol. 1, pág. 1.105).
“A condição de vida eterna é hoje justamente a mesma que sempre foi -
exatamente a mesma que foi no paraíso, antes da queda de nossos primeiros pais
- perfeita obediência à lei de Deus, perfeita justiça. Se a vida eterna fosse
concedida sob qualquer condição inferior a essa, correria perigo a felicidade
do Universo todo. Estaria aberto o caminho para que o pecado, com todo o seu
cortejo de infortúnios e misérias, se imortalizasse” (Caminho a Cristo, pág. 62).
“Cristo não diminui as exigências da
lei. Em linguagem inconfundível apresenta a obediência a ela como condição da
vida eterna - a mesma condição requerida de Adão antes da queda. ... A
exigência sob o pacto da graça é tão ampla quanto os requisitos ditados no Éden
- harmonia com a lei de Deus, que é santa, justa e boa” (Parábolas de Jesus, pág. 391).
“A norma de caráter apresentada no
Antigo Testamento é a mesma apresentada no Novo. Esta norma não é de molde a
não podermos atingi-la. Em toda ordem ou mandamento dado por Deus, há uma
promessa, a mais positiva, a fundamentá-la. Deus tomou as providências para que
nos possamos tornar semelhantes a Ele, e cumpri-las-á para todos quantos não
interpuserem uma vontade perversa, frustrando assim a Sua graça” (O Maior Discurso de Cristo, pág. 76).
TERÇA, 22 DE NOVEMBRO
Abraão, Sara e Hagar
(Gl 4:21-31; Gn 16)
Sara
e Abraão tinham um sonho, ter um filho. Deus também tinha um sonho, o de conceder
um filho a este casal. Observe que, quando os nossos sonhos se casam com os
sonhos de Deus, não tem como não se realizar. O grande problema muitas das
vezes não está apenas no fato de Deus dar sua aprovação a nossos sonhos, mas a
maneira como conduzimos tudo para a realização do mesmo. Abraão é um exemplo
claríssimo daqueles que buscam pegar um atalho para cumprir os supostos desígnios de Deus. Ele, junto com sua esposa, tentou
dar uma forcinha para Deus e acabou pegando um caminho equivocado. Às vezes
fazemos o mesmo ao tentar conduzir nossos sonhos. Oramos, entregamos tudo nas
mãos de Deus, mas, quando o sonho demora a se cumprir então começamos a bolar
uma estratégia para encurtar o cumprimento da promessa achando que estamos
dando uma ajudinha para Deus. Sempre que colocamos nossas mãos entre nós e o
Senhor, acabamos arrumando, na verdade, muita dor de cabeça. Deus havia feito
uma aliança com Abraão e Sara e não com Abraão e Hagar. Quando Ismael nasceu, o
patriarca ofereceu Ismael como herdeiro, mas Deus o rejeitou. Deus não rejeitou
Ismael como filho, mas o rejeitou como descendente da aliança feita entre
ambos. Deus não podia aceita-lo, pois era descendente da desobediência e do
pecado. Isaque que nasceria mais tarde seria o filho legítimo da aliança e promessa
de Deus. Deus em sua bondade e compaixão, tolera muitas coisas, mas as
consequências permanecem trazendo dor e sofrimento, e isto Abraão e Sara
colheram até o resto de suas vidas.
Leitura
Adicional
“Se
Abraão e Sara tivessem esperado em confiante fé no cumprimento da promessa de
que teriam um filho, muita infelicidade teria sido evitada. Eles criam que
seria tal como Deus havia prometido, mas não podiam crer que Sara, em sua idade
avançada, pudesse ter um filho. Sara sugeriu um plano pelo qual pensava que a
promessa de Deus pudesse ser cumprida. Ela suplicou a Abraão para tomar Hagar
como esposa. Nisto ambos mostraram falta de fé e de perfeita confiança no poder
de Deus. Por ter ouvido a voz de Sara e tomado Hagar como esposa, Abraão falhou
em resistir à prova de sua fé no ilimitado poder de Deus, e atraiu sobre si e
sobre Sara muita infelicidade. O Senhor intentava provar a firme fé e confiança
de Abraão nas promessas que lhe fizera” (Historia
da Redenção, p. 77).
“Depois
do nascimento de Ismael, o Senhor manifestou-Se outra vez a Abraão e disse:
"Estabelecerei o Meu concerto entre Mim e a tua semente depois de ti em
suas gerações, por concerto perpétuo." Gên. 17:7. De novo o Senhor repetiu
pelo Seu anjo a promessa de dar a Sara um filho, e que ela seria mãe de muitas
nações. Abraão ainda não compreendeu a promessa de Deus. Seu pensamento
imediatamente recaiu sobre Ismael, pois pensava que através dele viriam as
muitas nações prometidas, e exclamou em sua afeição por seu filho: "Oxalá
que viva Ismael diante de Teu rosto!" Gên. 17:18.
Outra vez a promessa foi
definitivamente repetida a Abraão: "Na verdade, Sara tua mulher te dará um
filho, e chamarás o seu nome Isaque, e com ele estabelecerei o Meu concerto,
por concerto com ele a Minha aliança, aliança perpétuo para a sua
semente." Gên. 17:19. Os anjos foram enviados pela segunda vez a Abraão,
ao passarem para destruir Sodoma, e repetiram mais distintamente a promessa de
que Sara teria um filho” (História da
Redenção, p. 78 e 79).
“Abraão
tinha notado o resultado dos casamentos mistos entre aqueles que temiam a Deus
e os que O não temiam, desde os dias de Caim até o seu tempo. As conseqüências
de seu próprio casamento com Hagar, e das alianças matrimoniais de Ismael e de
Ló, estavam perante ele. Da falta de fé por parte de Abraão e Sara tinha
resultado o nascimento de Ismael, mistura da semente justa com a ímpia. A
influência do pai sobre seu filho era contrariada pela dos parentes idólatras
da mãe, e pela ligação de Ismael com esposas gentias. ...
A esposa de Ló
foi mulher egoísta, irreligiosa, e sua influência exerceu-se no sentido de
separar de Abraão o seu marido. A não ter sido por causa dela, Ló não teria
permanecido em Sodoma, privado do conselho do patriarca sábio e temente a Deus.
...
Pessoa alguma que tema a Deus,
pode, sem perigo, ligar-se a outra que O não tema.
"Andarão
dois juntos, se não estiverem de acordo?" Amós 3:3. A felicidade e
prosperidade da relação matrimonial depende da unidade dos cônjuges; mas entre
o crente e o incrédulo há uma diferença radical de gostos, inclinações e
propósitos. Estão a servir dois senhores, entre os quais não pode haver
concórdia. Por mais puros e corretos que sejam os princípios de um, a
influência de um companheiro ou companheira incrédula terá uma tendência para
afastar de Deus. ... A instrução do Senhor é: "Não vos prendais a um jugo
desigual com os infiéis." (II Cor.
6:14. Patriarcas e Profetas, págs. 171, 173-175).
QUARTA, 30 DE NOVEMBRO
Hagar e o Monte Sinai
(Gl 4:21-31; Êx 6:2-8; 19:3-6; Dt
32:10-12; Êx 19: 7-25; Hb 8:6-7)
A
aliança feita por Deus a Abraão era uma aliança de fé e graça. Da mesma forma,
a aliança feita com Israel no Monte Sinai possuía as mesmas credenciais – de fé
e graça. A lei de Deus dada no Sinai fazia parte da aliança, pois mostrava a
pecaminosidade do homem diante de Deus. Assim alimentava no interior dos
israelitas o desejo e necessidade de um poder fora deles – na promessa de um
redentor representado no cordeiro. A lei não salva, apenas mostra a necessidade
de um Salvador. Mas se ela se torna instrumento de salvação, então, ela deixa
de conduzir o pecador a Cristo. O povo de Israel não entendeu o significado da
aliança e acabou por transformá-la em aliança por obras da lei (Êx 19:8). Paulo
tinha isto em mente quando apresentou o equívoco dos cristãos legalistas da
Galácia. Para os israelitas, a lei perdeu seu verdadeiro significado se
tornando instrumento de salvação. A lei, somente é capaz de conduzir a Cristo
se ela não exercer nenhum papel que cabe a graça exercer. A lei precisa enaltecer
a graça e fazer valer o sacrifício substitutivo de Cristo. Mostrar o pecado e a
condenação através de suas letras, porém, apresentar que em Jesus, as
esperanças de vida nova podem ser resgatadas. Hagar, na narrativa, simboliza a
tentativa de Israel, em tornar a aliança um plano de resgate pelo que o homem
pode oferecer. Isto resultará sempre em fracasso como o caso de Hagar e de
Israel no passado.
Leitura
Adicional
Assim
como a Bíblia apresenta duas leis, uma imutável e eterna a outra provisória e
temporária, assim há dois concertos. O concerto da graça foi feito
primeiramente com o homem no Éden quando, depois da queda, foi dada uma
promessa divina de que a semente da mulher feriria a cabeça da serpente. A
todos os homens este concerto oferecia perdão e a graça auxiliadora de Deus
para a futura obediência mediante a fé em Cristo. Prometia-lhes também vida
eterna sob condição de fidelidade para com a lei de Deus. Assim receberam os
patriarcas a esperança da salvação.
Este mesmo concerto foi renovado a
Abraão, na promessa: "Em tua semente serão benditas todas as nações da
Terra." Gên. 22:18. Essa promessa apontava para Cristo. Assim Abraão a
compreendeu (Gál. 3:8 e 16), e confiou em Cristo para o perdão dos pecados. Foi
esta fé que lhe foi atribuída como justiça. O concerto com Abraão mantinha
também a autoridade da lei de Deus. O Senhor apareceu a Abraão e disse:
"Eu sou o Deus todo-poderoso, anda em minha presença e sê perfeito."
Gên. 17:1. O testemunho de Deus concernente a Seu fiel servo foi: "Abraão
obedeceu à Minha voz, e guardou o Meu mandado, os Meus preceitos, os Meus
estatutos, e as Minhas leis." Gên. 26:5.
O concerto abraâmico foi ratificado
pelo sangue de Cristo, e é chamado o "segundo", ou o "novo"
concerto, porque o sangue pelo qual foi selado foi vertido depois do sangue do
primeiro concerto” (Patriarcas e
Profetas, pág. 371).
“O concerto da graça não é uma verdade
nova, porque desde a eternidade existira na mente de Deus. Por essa razão é
chamado o concerto eterno” (Signs of the
Times, 24 de agosto de 1891).
“Somente há esperança para nós quando
nos colocamos debaixo do concerto abraâmico, que é o concerto da graça pela fé
em Cristo Jesus. O evangelho pregado a Abraão, mediante o qual teve esperança,
é o mesmo evangelho que nos é pregado hoje, e pelo qual temos esperança. Abraão
olhava para Jesus, que é o Autor e Consumador de nossa fé” (SDA Bible Commentary, vol. 6, pág. 1.077).
QUINTA E SEXTA, 1 e 2 DE DEZEMBRO
Ismael e Isaque hoje
(Gl 4:28-31; Gn 21:8-12)
Os
que vivem pelas obras como refúgio salvífico jamais serão descendentes segundo
a promessa feita a Abraão, pois o concerto feito com o patriarca foi baseado na
fé e não nas obras da lei. Àqueles que assim pretendem não estarão seguindo
Isaque, o herdeiro da promessa, mas Ismael, o que busca a promessa por seus
próprios esforços.
Neste
ínterim, vemos acentuadamente duas histórias que tomam um caminho bem
diferente. Estes caminhos diferentes consequentemente os tornam inimigos
declarados. Inimizade esta que, de forma literal, traz grandes agitações sobre
o mundo árabe e judaico. No entanto, o que nos interessa de fato é o âmbito
espiritual, existente bem debaixo de nosso nariz. Este conflito entre os dois
grupos, mesmo existente dentro da própria igreja e fora dela, representou e
representam os conflitos espirituais travados a todo o momento. Entretanto,
chegará o tempo em que o conflito será mais intenso e a perseguição aos
verdadeiros descendentes de Isaque serão cada vez mais imprescindíveis. Esta disparidade
existe desde quando o pecado entrou neste mundo, quando Abel fora assassinado
por seu próprio irmão e alcançará os súditos do Céu em pleno século XXI. Ismael
e Isaque, um filho da obediência e da aliança feita pela graça, e outro, filho
da desobediência e aliança transformada na vontade humana em detrimento da vontade
de Deus. Um grupo é totalmente submisso ao assim diz o Senhor, e outro é
submisso ao assim diz “eu”. Um grupo se deleita em cumprir os desígnios de
Deus, e o outro se deleita em cumprir as exigências do mundo. Um grupo vive
pela fé e ama a correção e a justiça, mas, o outro grupo, vive pelas suas
próprias obras e detesta a correção e a justiça. Um grupo, como Moisés, sempre
tira as sandálias dos pés para entrar na presença do Senhor, mas o outro, se
recusa a tirar as sandálias dos pés e busca entrar na presença do Senhor do seu
próprio jeito. Um grupo adora o Senhor e o louva da maneira como Deus deseja e
orienta, enquanto que o outro adora e louva do seu próprio modo. Um grupo, como
Abel, oferece a Deus àquilo que satisfaz a Deus, enquanto que o outro oferece a
Deus os seus próprios gostos e vontades. Esta disparidade será sempre latente
ou visível até o fim – Ismaeis X Isaques. Há um imenso cativeiro espiritual à
semelhança do cativeiro literal desembainhado contra Israel. Mas Deus, através
dos Isaques de nosso século, proclama a mensagem dos 3 anjos de Apocalipse 14,
a mensagem do “evangelho eterno”, a todas as nações, tribos e línguas, para
livrar todos os sinceros que ainda estão escravizados na Babilônia espiritual.
Muitos ouvirão a voz do verdadeiro pastor e aceitarão submeter sua vontade a
expressa vontade de Deus.
Leitura Adicional
“Aquilo
que Deus propôs realizar em favor do mundo por intermédio de Israel, a nação
escolhida, Ele executará afinal por meio de Sua igreja na Terra hoje. Ele
arrendou Sua vinha "a outros lavradores", isto é, ao Seu povo que
guarda o concerto, e que fielmente dá "os seus frutos". Jamais esteve
o Senhor sem verdadeiros representantes na Terra e que fazem do interesse de
Deus o seu próprio interesse. Essas testemunhas do Senhor são contadas entre o
Israel espiritual, e em relação a eles se cumprirão todas as promessas do
concerto feitas por Jeová a Seu antigo povo.
Hoje a igreja
de Deus é livre para levar a êxito o plano divino para a salvação de uma raça
perdida. Por muitos séculos o povo de Deus sofreu restrição de sua liberdade. A
pregação do evangelho em sua pureza foi proibida, e as mais severas penalidades
aplicadas aos que ousaram desobedecer aos mandamentos de homens. Como
conseqüência, a grande vinha moral do Senhor ficou quase inteiramente desabitada.
O povo viu-se privado da luz da Palavra de Deus. As trevas do erro e da
superstição ameaçavam obliterar o conhecimento da verdadeira religião. A igreja
de Deus na Terra esteve tão verdadeiramente em cativeiro durante este longo
período de feroz perseguição, como estiveram os filhos de Israel em Babilônia
durante o período do exílio.
Mas, graças a
Deus, Sua igreja não está mais em cativeiro. Ao Israel espiritual foram
restaurados os privilégios concedidos ao povo de Deus por ocasião do seu
livramento de Babilônia. Em todas as partes da Terra homens e mulheres estão
respondendo à mensagem enviada do Céu, da qual João o revelador profetizou que
seria proclamada antes da segunda vinda de Cristo: "Temei a Deus, e
dai-Lhe glória; porque vinda é a hora do Seu juízo." Apoc. 14:7. Não mais
têm as forças do mal poder para conservar cativa a igreja; pois "caiu,
caiu Babilônia, aquela grande cidade, que a todas as nações deu a beber do
vinho da ira da sua prostituição" (Apoc. 14:8); e ao Israel espiritual é dada
a mensagem: "Sai dela, povo Meu, para que não sejas participante dos seus
pecados, e para que não incorras nas suas pragas." Apoc. 18:4. Assim como
os exilados ouviram a mensagem: "Saí do meio de Babilônia" (Jer.
51:6), e foram restaurados à terra da promessa, assim os que temem a Deus hoje
estão aceitando a mensagem para retirar-se da Babilônia espiritual, e logo
devem permanecer como troféus da graça divina na Terra renovada, a Canaã
celestial” (Profetas e Reis, p. 713-715).
“A Seus
seguidores não dá Jesus nenhuma esperança de glória ou riquezas terrestres ou
de uma vida livre de tentações, mas mostra-lhes o privilégio de trilhar com o
Senhor o caminho da abnegação e suportar calúnias do mundo que os não conhece.
A Ele que
viera para salvar o mundo perdido, opuseram-se unidas as forças do inimigo de
Deus e dos homens. Em cruel conspiração levantaram-se os homens e anjos maus
contra o Príncipe da paz. Embora cada palavra e ação testificassem da compaixão
divina, Sua falta de semelhança com o mundo provocava a mais amarga inimizade.
Porque não consentisse em nenhuma inclinação má da natureza humana, despertou a
mais feroz oposição e inimizade. Assim acontece a todos quantos desejam viver
piamente em Cristo Jesus. Entre a justiça e o pecado, amor e ódio, verdade e
falsidade há conflito irreprimível. Quem manifestar, na conduta, o amor de
Cristo e a beleza da santidade, subtrai a Satanás os seus súditos, e por isso o
príncipe das trevas contra ele se levanta. Opróbrio e perseguições atingirão a
todos os que estão cheios do espírito de Cristo. A maneira das perseguições
poderá mudar com o tempo, mas o fundamento - o espírito que lhes serve de base
- é o mesmo que, desde os tempos de Abel, assassinou os escolhidos de Deus” (O Maior Discurso de Cristo, p. 29).
Gilberto G. Theiss, nascido no estado do
Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê
integralmente nas 28 doutrinas Adventista como constam no livro “Nisto Cremos”
lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja
Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja
Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser
coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo
site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano
de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente
submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no
movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita
por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina
bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br