Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 04 – 4º Trimestre
2011 (15 a 22 de outubro)
Comentário: Gilberto G. Theiss
SÁBADO, 15 DE OUTUBRO
Justificação pela fé
(Gl 2:20)
Quando
olhamos para nós mesmos o que encontramos? Nossa vida, o que seria dela se
Cristo não ofertasse Sua vida a nosso favor? Como seria possível livrar-se da
culpa, da corrupção do coração e dos desejos desenfreados? Será que ao menos,
estaríamos vivos aqui hoje lendo este comentário? É assombroso o que Deus foi
capaz de fazer por este mundo impenitente. Mesmo dentre os anjos, ao
presenciarem o comportamento do Soberano diante do trágico pecado, ficaram
pasmos e estarrecidos. O amor de Deus é um mistério glorioso mesmo para os
próprios seres que estão diante de Seu trono. Não há palavra em nosso tão pobre
dicionário que descreva na mais pura essência este amor imensurável. Não há
filosofia, teologia ou erudição que seja capaz de usar as palavras mais
adequadas. Não há dialética que, com indizível grandeza, consiga desvendar os
mistérios deste amor desmedido. Tudo o que sabemos é que - Deus é amor. A cruz
do calvário é a demonstração materializada deste princípio que trouxe espanto e
admiração ao vasto universo. A cruz se tornou o centro da história, do
multiverso de Deus, do conflito desde o Céu e especialmente de nossas vidas.
Sem a cruz de Cristo jamais seríamos capazes de sobreviver ao câncer do pecado.
Justificação
pela fé ou justiça de Cristo, um dos temas mais discutidos em nossos dias no
meio adventista, mas, infelizmente, mal compreendido por muitos. No entanto, no
dia em que entendermos profundamente nossa real condição diante de Deus,
saberemos distinguir a diferença colossal do que significa ser redimido pela fé
e tentar o mesmo pelas obras. Guarde bem isso, nossas obras, mesmo que perfeitas,
não são suficientes para justificar-nos diante da justiça divina. Jesus,
mediante sua graça, realiza uma grande obra em nossa vida imprimindo em nós Seu
caráter, porém, esta obra realizada não é feita para nos justificar, mas para
glorificar a Deus (S. Jo 15:8; Mt 5:16)
Leitura
Adicional
“Muitos
cometem o erro de tentar definir minuciosamente os sutis pontos de distinção
entre justificação e santificação. Muitas vezes trazem eles para as definições
dos dois termos as suas próprias ideias e especulações. Por que tentar ser mais
exato do que a Inspiração no que diz respeito à vital questão da justificação
pela fé? Por que tentar decifrar os mínimos pontos, como se a salvação da alma
dependesse de que todos tivessem exatamente a mesma compreensão que você tem do
assunto? Nem todos podem ter a mesma visão das coisas. Você corre o perigo de
transformar um átomo num mundo, e um mundo num átomo.
Quando pecadores penitentes, contritos diante de
Deus, discernem a expiação de Cristo em seu favor, e Lhe aceitam a expiação
como sua única esperança para esta vida e a futura, seus pecados são perdoados.
Isto é justificação pela fé. Cada pessoa crente deve harmonizar inteiramente a
sua vontade com a vontade de Deus, e conservar-se num estado de arrependimento
e contrição, exercendo fé nos méritos expiatórios do Redentor, e avançando de
força em força, de glória em glória. Perdão e justificação são uma só e a mesma
coisa. ...
Justificação é o oposto de condenação.
A ilimitada misericórdia de Deus é exercida para com aqueles que são totalmente
indignos. Ele perdoa transgressões e pecados por amor de Jesus, que Se tornou a
propiciação por nossos pecados. Mediante a fé em Cristo, o culpado transgressor
é trazido ao favor de Deus e à forte esperança da vida eterna. ...
A transgressão de Davi foi perdoada
porque ele humilhou seu coração perante Deus em arrependimento e contrição de
alma e creu que se cumpriria a promessa do perdão de Deus. Confessou seu
pecado, arrependeu-se e se reconverteu. No enlevo da segurança do perdão,
exclamou: "Bem-aventurado aquele cuja iniqüidade é perdoada, cujo pecado é
coberto. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui iniqüidade e em
cujo espírito não há dolo." A bênção vem por causa do perdão; o perdão vem
mediante a fé em que o grande Portador de pecados assume o pecado confessado.
Todas as nossas bênçãos provêm, assim, de Cristo. Sua morte é o sacrifício
expiatório por nossos pecados. É Ele o grande meio através do qual recebemos a
misericórdia e o favor de Deus. Ele é na realidade, então, o Originador, Autor,
bem como o Consumador de nossa fé” (Manuscrito
21, 1891 (Manuscript Releases, vol. 9, págs. 300 e 301).
DOMINGO, 16 DE OUTUBRO
A questão da “justificação”
(Gl 2:15)
Paulo,
em momento algum esteve exaltando os judeus e detrimento dos gentios. Na
verdade o apóstolo apresentou uma realidade que poucos judeus compreendiam –
que, a lei e a soberania da aliança outorgada aos judeus, nada podia fazer por
eles. Embora os gentios não fizessem parte da aliança, eles poderiam ser redimidos
por ela.
Ao
apresentar o tema da justificação, Paulo usa a palavra que vem da base dikaios e significa literalmente ser considerado
justo, inocente ou totalmente absolvido. No entanto, parece que a ideia de
sermos inocentados sem merecer, parece um tanto estranha para nós. Por este
motivo é que há aqueles que julgam ser necessário fazermos algo que pondere a
questão e nos apresente diante de Deus com algum mérito pelo que estamos
ganhando. Na verdade, mesmo que façamos o melhor para Deus e para o próximo,
ainda assim teremos uma dívida impagável diante de Deus. Não há absolutamente
nada que possamos fazer por nós mesmos, pois nossas obras jamais substituirão o
que Cristo realizou por nós. Parece ser difícil aceitar este fato. Isto se
assemelha aos casos de pessoas que, após terem feito algo de errado, para
amenizar a consciência, se esforçam em fazer algo de bom. Com isso se sentem
quites com a consciência e com Deus. Na vida cristã há muitos que não admitem
entrar no Céu sem fazer nada por ele. Isso é típico de nosso sistema
capitalista que nos ensina a sempre pagar por algo. Desde criança nos tornamos
peritos em realizar conquistas pelo esforço ou receber algo oferecendo algum
tipo de pagamento. Claro que, embora a salvação seja totalmente e exclusivamente
pela graça mediante a fé, as obras em nós devem ser o resultado da operação
poderosa do Espírito Santo. “É obra do Espírito Santo enobrecer os gostos,
santificar o coração, enobrecer o homem todo” (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 374).
Leitura
Adicional
“Justiça
é obediência à lei. A lei requer justiça, e esta o pecador deve à lei; mas é
ele incapaz de a apresentar. A única maneira em que pode alcançar a justiça é
pela fé. Pela fé pode ele apresentar a Deus os méritos de Cristo, e o Senhor
lança a obediência de Seu Filho a crédito do pecador. A justiça de Cristo é
aceita em lugar do fracasso do homem, e Deus recebe, perdoa, justifica a pessoa
arrependida e crente, trata-a como se fosse justa, e ama-a tal qual ama Seu
Filho. Assim é que a fé é imputada como justiça; e a pessoa perdoada avança de
graça em graça, de uma luz para luz maior. Pode dizer, alegremente: "Não
pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a Sua misericórdia,
nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que
abundantemente Ele derramou sobre nós por Jesus Cristo nosso Salvador; para
que, sendo justificados pela Sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a
esperança da vida eterna." Tito 3:5-7.
Mais: Está escrito: "Mas, a todos
quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que
crêem no Seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne,
nem da vontade do varão, mas de Deus." (Fé e Obras, p. 101).
SEGUNDA, 17 DE OUTUBRO
Obras da
lei
(Gl 2:16, 17; 3:2,5,10; Rm 3:20,28)
É fato que jamais
seremos salvos buscando justificação na lei, mas também é fato que sem os
frutos da orientação da lei jamais seremos mantidos na justificação pela fé. A
realidade é que, salvação é somente pelo poder da graça, porém, se fizermos da
lei algo objetável, como nossos caráteres seriam medidos? Como Deus julgaria o
mundo? A desgraça do pecado e de toda miséria de hoje promovida pela
transgressão é a mesma de quando Adão desobedeceu a Deus no Éden. O grande problema
não é fazer da lei uma norma para a vida e para o caráter, isso é nosso dever,
mas usá-la para desenvolver justiça própria. Todos que fazem da lei seu senso
de justiça própria se separam automaticamente de Cristo. Lembremo-nos que,
somente a justiça de Jesus é capaz de nos tornar justos diante de Deus. Martinho
Lutero, grande precursor da justificação pela fé jamais fez da graça uma
espécie de carta de alforria garantindo o direito de transgredir a lei de Deus.
Ele afirmou categoricamente que “"Ambas as doutrinas, da lei e do
evangelho, devem ser mantidas na igreja." (A Justiça da Fé,
págs. 29-37). Santo Agostinho também expressou que “a lei foi dada para que a graça pudesse ser exigida, a
graça é concedida para que a lei seja cumprida”. Ellen White foi enfática ao
afirmar que “O
Espírito e a Palavra estão de acordo. A voz de Deus ao coração dos homens não
contradiz as declarações feitas em tremenda majestade no monte Sinai. Deus
jamais Se contradiz. Ele reivindica obediência. As leis pelas quais governa o
mundo não são apenas santas, justas e boas, mas também são imutáveis, e por
elas o mundo brevemente será julgado. Os homens podem colocar de lado o grande
padrão moral divino de caráter, erguer um padrão que caiba em sua própria
conveniência e, por esse imperfeito padrão reivindicar santidade; mas Deus
inculcará Suas próprias leis sobre nações, famílias e indivíduos” (Signs of the Times, 21 de julho de 1887).
Compreendendo que a lei não é o
grande problema em questão, pois o próprio apóstolo declarou ser observador da
mesma (Rm 7:12, 14, 22; 3:31) podemos melhor entender a base da discussão de
Paulo com os cristãos da Galácia. A menção de obras da lei provavelmente se
refira às condições impostas pelos judaizantes da época em fazer delas
condições meritórias para a redenção. Em outras palavras, o apóstolo estava
combatendo toda e qualquer insinuação de salvação pelas obras. Ele estava
combatendo o mais puro legalismo. Sua intenção jamais foi anular a lei, mas protege-la
em sua real função – mostrar o pecado (Rm 3:21). A lei apresenta nossa real
condição nos reportando à graça caso desejemos salvação e libertação, mas ela
não é capaz de realizar a obra da graça.
Leitura Adicional
“´É certo que devemos estar em
harmonia coma lei de Deus, mas não somos salvos pela obras da lei, mas também é
certo que não podemos ser salvos sem obediência. A lei é a norma pela qual o
caráter é medido. Mas não podemos guardar os mandamentos de Deus sem a graça
regeneradora de Cristo. Só Jesus pode nos purificar de todo pecado. Ele não nos
salva pela lei, nem nos salva em desobediência à lei.
Nosso amor a Cristo será
proporcional a profundidade de nossa convicção do pecado, e é pela lei que vem
o conhecimento da transgressão. Mas, quando nos vemos como somos, devemos olhar
a Jesus , que Se entregou por nós, para que Ele nos resgate de toda iniquidade.
Pela fé, vamos nos apegar aos méritos de Cristo, os perigos a que fomos
expostos, mas gratos seremos pela libertação oferecida por Cristo. O evangelho
de Cristo não dá licença para as pessoas transgredirem a lei, pois foi pela
transgressão que as comportas da desgraça foram abertas sobre nosso mundo.
Hoje, o pecado é a mesma coisa maligna que era no tempo de Adão. O evangelho
não promete a graça de Deus para alguém que, por impenitência, transgride Sua
lei. A depravação do coração humano, a culpa da transgressão, a ruína do
pecado, tudo é redimido pela cruz em que Cristo abriu para nós uma via de
escape. A justiça própria é o perigo desta era; ela nos separa de Cristo.
Aqueles que confiam em sua própria justiça não conseguem entender como a
salvação vem por meio de Cristo. Chamam ao pecado justiça, e justiça ao pecado.
Não alcançam o mal que provoca a transgressão; não compreendem o terror da lei,
porque não respeitam o padrão moral de Deus. O motivo pela qual existem tantas
conversões espúrias nestes dias é a pouca apreciação a lei de Deus. Em vez do
padrão da justiça de Deus, os homens ergueram um padrão próprio, pela qual
medem o caráter.” (Signs of the Times, 21
de julho de 1890).
TERÇA, 18 DE OUTUBRO
A base da nossa
justificação
(Rm 3:22,26; Gl 3:22;
Ef 3:12; Fp 3:9)
A
justificação não é realização humana, mas divina. Ninguém pode se apoderar da
justificação por sua bondade ou obras - somente pela fé. A base de nossa
justificação é Cristo, pois Ele sim comprou o direito de nos conceder liberdade
do pecado e da morte. Vida eterna para os humanos é uma prerrogativa totalmente
divina através de Jesus. Somos redimidos, aceitos, justificados e tornado
justos através da graça de Cristo somente. Embora e lei e a graça devam andar
de mãos dadas, as obras não compartilham esta função, ela não é sócia da graça
– mas canal de condução, em outras palavras, a lei nos conduz a Cristo – a
verdadeira graça. A lei não pode nos justificar, mas ela nos conduz à
justificação. A lei não pode nos agraciar, mas ela nos conduz à graça. Ela não
pode nos santificar, mas ela nos conduz à santificação. Ela não pode nos
libertar, mas nos conduz à libertação. Isto acontece porque, ao nos mostrar o
pecado, mostra também o único Ser capaz de nos libertar das algemas dele –
Jesus Cristo.
Para ficar mais claro, a lei nos conduz a justificação, santificação, graça e libertação, porque todas essas coisas é o próprio Cristo nos envolvendo com Seus méritos. A lei não tem poder de exercer nada disso, mas, por revelar que estamos perdidos transgredindo seus preceitos, ao mesmo tempo apresenta que precisamos de algo ou alguém que está fora de nós mesmos, e este ser é Cristo – a graça redentora é a base de nossa justificação. Ele é a nossa única justificação, Ele é o que nos santifica, ele é o que nos agracia com Seus méritos e Ele é o que nos liberta das algemas do pecado e da morte eterna.
Para ficar mais claro, a lei nos conduz a justificação, santificação, graça e libertação, porque todas essas coisas é o próprio Cristo nos envolvendo com Seus méritos. A lei não tem poder de exercer nada disso, mas, por revelar que estamos perdidos transgredindo seus preceitos, ao mesmo tempo apresenta que precisamos de algo ou alguém que está fora de nós mesmos, e este ser é Cristo – a graça redentora é a base de nossa justificação. Ele é a nossa única justificação, Ele é o que nos santifica, ele é o que nos agracia com Seus méritos e Ele é o que nos liberta das algemas do pecado e da morte eterna.
Leitura Adicional
“Há
o perigo de considerar que a justificação pela fé concede algum mérito à fé. Quando
aceitamos a justiça de Cristo como um dom gratuito somos justificados
gratuitamente por meio da redenção de Cristo. Que é fé? "O firme
fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não
vêem." Heb. 11:1. É uma aprovação do entendimento às palavras de Deus que
leva o coração a uma voluntária consagração e serviço a Deus, o qual deu o
entendimento, o qual sensibilizou o coração, o qual primeiro levou a mente a
contemplar a Cristo na cruz do Calvário. Fé é entregar a Deus as faculdades intelectuais,
submeter-Lhe a mente e a vontade e fazer de Cristo a única porta de entrada no
reino dos Céus. Quando os homens aprendem que não podem obter a justiça pelo
mérito de suas próprias obras e olham com firme e inteira confiança para Jesus
Cristo como sua única esperança, não haverá tanto do próprio eu e tão pouco de
Jesus. Almas e corpos são maculados e poluídos pelo pecado, o coração é
alienado de Deus, contudo muitos estão-se debatendo, em sua própria força
finita, para conquistar a salvação por boas obras. Jesus, pensam eles, efetuará
uma parte da salvação, e eles precisam fazer o resto. Necessitam ver pela fé a
justiça de Cristo como sua única esperança para o tempo e para a eternidade.” (Fé e Obras, p. 25, 26)
“Alei requer justiça – vida justa, caráter
perfeito; e isso não tem o homem para dar. Não pode satisfazer as
reivindicações da santa lei divina. Mas Cristo, vindo à terra como homem, viveu
vida santa, e desenvolveu caráter perfeito. Estes oferece Ele como dom gratuito
a todos quantos o queiram receber. Sua vida substitui a dos homens. Assim obtêm
remissão de pecados passados, mediante a paciência de Deus. Mais que isso,
Cristo lhes comunica os atributos divinos. Forma o caráter humano segunda a
semelhança do caráter de Deus, uma esplêndida estrutura de força e beleza
espirituais. Assim, a própria justiça da lei se cumpre no crente em Cristo.
Deus pode ser “justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.” (Desejado de Todas as Nações, p. 762).
QUARTA, 19 DE OUTUBRO
A obediência da fé
(Gn 15:5,6; Jo 3:14-16; 2Co 5:14,15;
Gl 5:6)
A
fé verdadeira não pode ser interpretada como simplesmente acreditar em algo ou
alguém. Fé envolve entrega e compromisso. Quando alguém diz ter fé em Cristo,
mas vive de maneira contrária à Sua vontade, isso não é fé. Eu posso acreditar
que Jesus é real e ao mesmo tempo ignorar seus ensinamentos e verdades. A
verdadeira fé apresentada pela Escritura tem haver com aceitação, entrega e
compromisso. A fé é uma resposta humana ao chamado de Deus. Abraão teve fé e atendeu
ao chamado divino saindo da casa de sua parentela. Davi teve fé ao atender a
advertência do profeta. Noé teve fé ao construir a arca conforme o mandado de
Deus. Ana teve fé ao cumprir o pacto feito com Deus. Ester teve fé ao arriscar
sua própria vida pelo povo de Deus. José teve fé ao suportar a prova diante da
mulher de Potifar mantendo-se fiél a Deus. Moisés teve fé ao aceitar o chamado
e mandado do Senhor. Josafá e seus soldados tiveram fé ao cumprir as ordens do
Senhor mesmo em circunstâncias estranhas. Enfim, toda vez que aparece um fiél e
obediente servo do Senhor em toda a Bíblia, eles sempre surgem com fé munida de
ação. Fé que não leva a obediência e entrega não pode ser considerada ou
interpretada como fé bíblica. Como bem expressou Paulo, “antes confirmamos a
lei” (Rm 3:31). Isto significa que o cumprimento dos deveres cristãos diante de
Deus e dos homens é uma resposta da verdadeira fé inserida no coração, quando
permitimos, pelo Espírito Santo. Fé sem
obediência é morta (Tg 2:17).
Leitura
Adicional
“A
fé genuína se manifestará em boas obras, pois boas obras são frutos da fé. Ao
operar Deus no coração, e entregar o homem sua vontade a Deus, e com Ele
cooperar, ele manifesta na vida aquilo que Deus operou em seu íntimo pelo
Espírito Santo, e há harmonia entre o propósito do coração e a prática da vida.
Todo pecado deve ser renunciado como a coisa odiosa que crucificou o Senhor da
vida e da glória, e o crente tem de ter uma experiência progressiva, fazendo
continuamente as obras de Cristo. É pela contínua entrega da vontade, pela
obediência contínua, que se retém a bênção da justificação.
Os que são justificados pela fé devem
ter no coração o desejo de andar nos caminhos do Senhor. É uma prova de não
estar o homem justificado pela fé, não corresponderem suas obras a sua
profissão. Diz Tiago: "Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que
pelas obras a fé foi aperfeiçoada." Tia. 2:22.
A fé que não produz boas obras não
justifica a alma. "Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e
não somente pela fé." Tia. 2:24. "Pois, que diz a Escritura? Creu
Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça." Rom. 4:3.
A imputação da justiça de Cristo vem
mediante a fé justificadora, e é a justificação pela qual Paulo se bate tão
fervorosamente: Diz ele: "Por isso nenhuma carne será justificada diante
dEle pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado. Mas
agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e
dos profetas; isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e
sobre todos os que crêem; porque não há diferença. Porque todos pecaram, e
destituídos estão da glória de Deus; sendo justificados gratuitamente pela Sua
graça, pela redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs para
propiciação pela fé no Seu sangue, para demonstrar a Sua justiça pela remissão
dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus. ... Anulamos, pois, a lei
pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei." Rom. 3:20-31.
Graça é favor imerecido, e o crente é
justificado sem qualquer mérito seu próprio, sem nenhum direito a alegar a
Deus. É ele justificado pela redenção que há em Cristo Jesus, que está nas
cortes do Céu como substituto e penhor do pecador. Mas, conquanto seja
justificado por virtude dos méritos de Cristo, não é ele livre para praticar a
injustiça. A fé opera por amor e purifica a alma. A fé desabrocha e floresce e
traz uma colheita de fruto precioso. Onde há fé, aparecem as boas obras. Os
doentes são visitados, cuidados os pobres, não se negligenciam os órfãos e as
viúvas, são vestidos os desnudos, alimentados os pobres. Cristo andou fazendo o
bem, e quando homens a Ele se unem, amam os filhos de Deus, e a mansidão e a
verdade lhes guiam os passos. A expressão do semblante revela sua experiência,
e os homens os conhecem como os que estiveram com Jesus e dEle aprenderam.
Cristo e o crente tornam-se um, e Sua formosura de caráter se revela naqueles
que se acham vitalmente ligados com a Fonte de poder e amor. Cristo é o grande
depositário da justificadora justiça e da graça santificante.” (Mensagens Escolhidas, v. 6, p. 1073).
“Pela obediência, o povo devia dar
prova de fé. Assim, todos os que esperam ser salvos pelos méritos do sangue de
Cristo, devem compenetrar-se de que eles próprios têm algo a fazer para
conseguir a salvação. Conquanto seja apenas Cristo que nos pode remir da pena
da transgressão, devemos desviar-nos do pecado para a obediência. O homem deve
ser salvo pela fé, e não pelas obras; contudo, a fé deve mostrar-se pelas
obras. Deus deu Seu Filho para morrer como propiciação pelo pecado, Ele
manifestou a luz da verdade, o caminho da vida, Ele concedeu oportunidades,
ordenanças e privilégios; e agora o homem deve cooperar com esses instrumentos
de salvação; deve apreciar e usar os auxílios que Deus proveu - crer e obedecer
a todas as reivindicações divinas.” (Patriarcas
e Profetas, p. 279).
QUINTA E SEXTA, 20 e 21 DE OUTUBRO
A fé promove o pecado?
(Gl 2:17-21)
Viver
pela fé significa no mais alto grau da palavra carregar a cruz de Cristo. A
verdadeira fé não promove a trivialidade e nem o descompromisso. Os que
professam a fé em Cristo, mas não vivem de acordo com Sua vontade demonstram
ser cristãos de pura fachada. Embora a salvação seja unicamente pela graça, é
bom lembrar que, a mesma graça não concede licença para pecar. Pecado é um
acidente de percurso e não um estilo de vida como pretende alguns professos
cristãos. A graça de Cristo, gradativamente, cobre nossa vida e nos transforma
à semelhança de Cristo. Àqueles que não desejam possuir o caráter de Jesus e
seguir seus conselhos jamais serão alcançados pela Sua graça. Não somos salvos
pelas obras, mas sem elas jamais entraremos nos portais do Céu. Esta realidade
é um fato, pois a justificação somente torna-se realidade na vida dos sinceros
que desejam no fundo do coração oferecer suas vidas, sem restrições, ao
Salvador ressurreto. A graça não redimi a alma que ainda deseja permanecer
escravo do pecado.
Infelizmente,
em nossos dias, existe uma apologia ao pecado através de uma interpretação
equivocada da salvação pela graça. Muitos cristãos sinceros que amam obedecer a
Deus têm sido acusados de legalistas e moralistas. Parece que o pecado hoje é
deixar o pecado, e o errado é deixar o erro. Muitos batem as mãos no peito pra
dizer que pertencem a Cristo, e ao mesmo tempo são capazes de entrar em um
prostíbulo e se deitar com uma mulher que não é sua esposa. Outros colocam um
adesivo no carro escrito “Jesus é o Senhor da minha vida” e ao mesmo tempo
enche este veículo de moças pra farrear por ai. Outros se dizem ser de Cristo,
mas na igreja sentam-se o mais distante possível de outro irmão devido ao
sentimento de inimizade. Outros se dizem ser cristãos, mas vivem falando mal
das outras pessoas. Outros ainda se dizem ser anciãos e maltratam os filhos e a
esposa. Outras se dizem ser servas de Cristo, mas às escondidas fazem coisas
que machucam o coração de Deus. Enfim, que espécie de graça é essa que as
pessoas estão se iludindo a acreditar? Que tipo de graça é essa que não é capaz
de regenerar o coração? A graça não anula a necessidade de obediência e não
invalida a função da lei. A verdadeira graça, segundo Ellen White, nos conduz a
cumprir os deveres da vida cristã (Santificação,
p. 81, 87). Este tipo de apologia da graça que desfavorece o papel das
obras é satânica e não conduz à verdade. Foi exatamente isso que Satanás
ensinou no Céu e, pelo que percebemos, sua tática não mudou mesmo aqui na
terra.
Leitura
adicional
“Como é lamentável que, devido a nossa indiferença
para com os nossos interesses eternos, estejamos longe de Cristo!... Não vemos
a glória de Deus incidindo sobre cada degrau da escada; não subimos por Cristo,
fazendo progresso na vida espiritual. Se fizéssemos isso, haveríamos de
refletir a imagem de Cristo, ter pureza de caráter e tornar-nos como luzeiros
no mundo. Deveríamos contemplá-Lo constantemente, até ficar encantados com as
virtudes do Seu caráter; então não deixaríamos de falar sobre Ele e Seu amor.
Possuiríamos então ricas bênçãos que o mundo não pode dar ou tirar, e
perderíamos nossa atração pelo pecado” (Signs
of the Times, 15 de dezembro de 1890).
“...devemos abandonar a predisposição para pecar” (Signs of the Times, 15 de dezembro de 1890).
"Deus
requer agora o que exigiu de Adão - perfeita obediência, justiça completa, sem
falha aos Seus olhos." (Mensagens Escolhidas,
vol. 2, p. 381).
"Deus nos
ajude a dar-Lhe tudo quanto Sua lei requer." (Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 381).
“Depois da
queda do homem, satanás declarou que os seres humanos tinham-se provado
incapazes de guardar a lei de Deus, e procurou arrastar consigo o Universo,
nessa crença. As palavras de satanás pareciam verdadeiras, e Cristo veio para
desmascarar o enganador. A Majestade do céu empreendeu a causa do homem e, com
os mesmo recursos que o homem tem de a elas resistir. Esta era a única maneira
em que o homem caído podia tornar-se
participante da natureza divina” (Mensagens
Escolhidas, v. 1, p.252).
“É o constante
esforço de Satanás representar falsamente o caráter de Deus, a natureza do
pecado e os resultados finais em jogo no grande conflito. Seus sofismas
diminuem a obrigação da lei divina dando ao homem licença para pecar” (O Grande Conflito, p. 569).
“Toda
tentação, quer manifesta, quer secreta, pode com êxito ser vencida, “Não por
força, nem por poder, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos exércitos”. (Grande Conflito, p. 314).
“João nos diz
que o verdadeiro amor a Deus se revelará na obediência a todos os Seus
mandamentos. Não basta crer na teoria da verdade, fazer uma profissão de fé em
Cristo, crer que Jesus não é um impostor, e que a religião da Bíblia não é uma
fábula artificialmente composta. ... João não ensinou que a salvação devia ser
adquirida pela obediência, mas que a obediência é fruto da fé e do amor” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 563).
“O Espírito e
a Palavra estão de acordo. A voz de Deus ao coração dos homens não contradiz as
declarações feitas em tremenda majestade no monte Sinai. Deus jamais Se
contradiz. Ele reivindica obediência. As leis pelas quais governa o mundo não
são apenas santas, justas e boas, mas também são imutáveis, e por elas o mundo
brevemente será julgado. Os homens podem colocar de lado o grande padrão moral
divino de caráter, erguer um padrão que caiba em sua própria conveniência e,
por esse imperfeito padrão reivindicar santidade; mas Deus inculcará Suas
próprias leis sobre nações, famílias e indivíduos” (Signs of the Times, 21 de julho de 1887).
Gilberto G. Theiss, nascido no estado do
Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê
integralmente nas 28 doutrinas Adventista como constam no livro “Nisto Cremos”
lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja
Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja
Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser
coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo
site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista
Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é
inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus
superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem
falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina
bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br