Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 07 – 1º Trimestre 2011 (7 a 14 de maio)


Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 07 – 1º Trimestre 2011 (7 a 14 de maio)

Observação: Este comentário é provido de Leitura Adicional no fim de cada dia estudado. A leitura adicional é composta de citações do Espírito de Profecia. Caso considere-a muito grande, poderá optar em estudar apenas o comentário ou vice versa.

Comentário: Gilberto G. Theiss

SÁBADO, 7 DE MAIO
À sombra de Suas asas
(Sl 63:7)

            “Porque Tu me tens sido auxílio; à sombra das Tuas asas, eu canto jubiloso” (Sl 63:7).

            No dia a dia os cristãos são envolvidos por circunstâncias em que o cuidado de Deus é demonstrado através de ações especiais. Alguns presenciam o poder de Deus de imediato enquanto que outros aguardam por um tempo. Sendo apreciado ou não, o cuidado de Deus sempre está presente de forma visível ou latente. Por mais que não possamos ver ou ouvir, sabemos que, de alguma forma Ele está presente na vida.
            Às vezes, o silêncio do onipresente é tão profundo que passamos a ter a impressão que fomos abandonados e que o Céu não possui nenhum interesse por nós. Por mais que isto pareça ser verdade, no fundo sabemos que não é bem assim que acontece. Embora o silêncio às vezes seja uma realidade, entendemos pela fé que, o Senhor também responde através de seu silêncio. O que é mais importante entender é que, o silêncio de Deus não significa que ele esteja distante de nós. Na cruz do calvário o Pai estava presente diante da cruz, mas, Jesus Cristo, por não sentir ou ver a presença de Deus, sentiu-se abandonado. Por mais difícil que pareça entender, mesmo nas adversidades ou momentos solitários, ainda assim estamos sobre a sombra de Suas asas.
            O auxilio divino pode ser visto se exercitarmos Nele confiança mesmo nos momentos em que a sensação de abandono pareça triunfar sobre nós. Precisamos purificar o nosso coração e colocar nossos sentimentos e emoções cativos a Cristo e confiar Nele sem reservas.

Leitura adicional

            “O Senhor purifica o coração mais ou menos como arejamos um aposento. Não fechamos janelas e portas, e pomos dentro dele alguma substância purificadora; mas abrimos as portas e janelas completamente, e deixamos o ar purificador do céu penetrar. ... As janelas do impulso, dos sentimentos, devem ser abertas para o alto, e o pó do egoísmo e do mundanismo expelido. A graça de Deus precisa invadir as câmaras do espírito, a imaginação ter temas celestes para contemplar, e todo elemento da natureza ser purificado e vivificado pelo Espírito de Deus” (Manuscrito 3, 1892).

            “Davi não manifestava o procedimento de alguém não convertido. Se ele mostrasse a mesma conduta dos governantes das nações ao seu redor, ele não teria recebido, da parte de Natã, a descrição de seu crime em suas cores verdadeiramente abomináveis, mas teria tirado a vida do real repreensor. Mas, apesar da altura de seu trono, e de seu poder ilimitado, seu humilde reconhecimento de tudo de que era acusado é prova de que ele ainda tremia diante da palavra do Senhor” (SDA Bible Commentary, v.2, p. 1023).
            
DOMINGO, 8 DE MAIO
A verdade descoberta
(2Sm 11)
            
            O grave pecado de Davi está à mercê de qualquer leitor da Escritura em nossos dias. Sua vida e seus fracassos mais hediondos estão à disposição de qualquer pessoa em nosso tempo. Além dos dias atuais, mesmo no tempo do Rei, sua vida e seu pecado não puderam ficar ocultos por muito tempo. O grande rei que um dia havia triunfado milagrosamente diante do gigante Golias, agora, termina em vergonha e desprezo.
            A experiência de Davi serve para todos nós como uma grande lição. Vigiar as avenidas da alma nunca foram tão essenciais como nos dias atuais onde a pornografia, sensualidade  e a sedução são tão intensas. Nossos olhos contemplam coisas desejosas a todo o tempo. Seja através da televisão, nas ruas ou na igreja, o pecado tem nos perseguido e nos tentado de diversas formas. Não há limites para a atração e sedução que tenta de alguma forma nos envolver. Eva foi hipnotizada por Satanás através da exposição do desejo e cobiça. Davi foi hipnotizado pelo que contemplou, e nós, corremos os mesmos riscos - de ser hipnotizados pelos nossos desejos mais profundos.
            De um fato podemos ter absoluta certeza, assim com ocorreu com Davi, por mais que, desesperadamente façamos de tudo a nosso alcance para ocultar nossos pecados, mais cedo ou mais tarde eles serão revelados. Satanás nos leva a cometer pecados e ele mesmo se encarrega de, no momento oportuno revela-lo a todos. Trazendo-nos vergonha e escárnio, tenta nos destruir definitivamente. Se por para o bem nosso ou de outros, o próprio Deus pode se encarregar de revelar o que tentamos esconder dos olhos humanos.

Leitura adicional

            “Mais de oito mil dos descendentes de Arão, e dos levitas, serviam a Davi. A mudança nos sentimentos do povo foi assinalada e decisiva. A revolução foi silenciosa e digna, adaptada à grande obra que estavam a fazer. Quase meio milhão de almas, os anteriores súditos de Saul, congregaram-se em Hebrom e arredores. As próprias colinas e vales pareciam vivas com as multidões. A hora da coroação foi designada; o homem que fora expulso da corte de Saul, que fugira às montanhas e colinas e às cavernas da terra, a fim de preservar a vida, estava prestes a receber a mais alta honra que ao homem pode ser conferida por seus semelhantes. Sacerdotes e anciãos, vestidos nos trajes de seu ofício sagrado; oficiais e soldados com lanças e capacetes resplandecentes; e estrangeiros, de longas distâncias, ali se achavam para assistirem à coroação do rei eleito. Davi estava vestido com os trajes reais. O óleo sagrado foi-lhe posto sobre a fronte pelo sumo sacerdote; pois a unção feita por Samuel fora profética em relação ao que teria lugar no início das funções do rei. Chegado era o tempo, e Davi, mediante uma cerimônia solene, foi consagrado para o seu mister como representante de Deus. O cetro foi-lhe posto nas mãos. O concerto de sua justa soberania foi escrito, e o povo apresentou seus compromissos de fidelidade. Colocou-se-lhe na fronte o diadema, e estava terminada a cerimônia da coroação. Israel tinha um rei de indicação divina. Aquele que tinha esperado pacientemente pelo Senhor, viu cumprida a promessa de Deus. "E Davi se ia cada vez mais aumentando e crescendo, porque o Senhor Deus dos exércitos era com ele." II Sam. 5:10” (Patriarcas e Profetas, p. 701, 702).

            “No reinado de Davi e Salomão, Israel tornara-se forte entre as nações, e tivera muitas oportunidades de exercer poderosa influência em favor da verdade e do direito. O nome de Jeová era exaltado e tido em honra, e o propósito para o qual os israelitas haviam sido estabelecidos na terra da promessa dir-se-ia estar a alcançar seu cumprimento. Barreiras haviam sido derribadas, e os pesquisadores da verdade vindos de terras pagãs não retornavam insatisfeitos. Produziram-se conversões, e a igreja de Deus na Terra se ampliava e prosperava” (Profetas e Reis, p. 25).

            “O reino de Israel havia agora atingido em sua extensão o cumprimento da promessa feita a Abraão, e mais tarde repetida a Moisés: "À tua semente tenho dado esta terra, desde o rio Egito até ao grande rio Eufrates." Gên. 15:18. Israel se tornara uma poderosa nação, respeitada e temida pelos povos circunvizinhos. Em seu reino, o poder de Davi se fizera mui grande. Ele se impunha às afeições e submissão de seu povo, como em todos os tempos poucos soberanos puderam fazer. Havia honrado a Deus, e Deus agora o honrava. Mas em meio da prosperidade emboscava-se o perigo. No tempo de seu máximo triunfo exterior, Davi se encontrava no máximo perigo, e defrontou sua mais humilhante derrota” (Patriarcas e Profetas, p. 716).
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SEGUNDA, 9 DE MAIO
Natã desmascara tudo
 (2 Sm 12:1-13; 1Jo 1:9)
           
            Durante cerca de um ano, Davi se esforçou ao máximo para esconder o seu pecado. Interessante notar que, para esconder suas mazelas, precisou chegar ao ponto de cometer outros infortúnios. Mesmo assim, seu pecado fora desmascarado. Assim como em outras, esta narrativa tem muito a nos ensinar. Se alguém está em pecado secreto, saiba que, mais cedo ou mais tarde, se o diabo não contar Deus mesmo se encarregará em desvendá-los. Isto pode acontecer por dois motivos principais:

1º Porque Deus tem interesse que o orgulho, a presunção e a persistência na perdição sejam quebrados, cancelados e subjugados. Com isto, para que a pessoa em pecado não permaneça nele o resto da vida, Deus cria uma oportunidade de arrependimento, confissão e abandono.

2º Pode existir pessoas envolvidas e prejudicadas por algum pecado oculto de outrem. Por esta razão, algumas vezes, por razões muito óbvias, é possível que Deus tenha interesse em proteger e reivindicar a pessoa afetada pelo pecado secreto.

No entanto, muitas das vezes o próprio diabo pode providenciar meios para que os amigos, a igreja ou sociedade fiquem sabendo para que o escândalo cause ruptura da fé de muitos. Independente da forma como o pecado acariciado venha à tona, sabemos que, quanto mais graves aos olhos humanos mais danos poderão causar a comunidade de crentes. No caso de Davi, embora não saibamos ao certo os estragos causados na sociedade israelita, de algumas consequências negativas podemos ter certeza, a casa de Davi especialmente na pessoa de seus filhos foi um caos, degradação e perdição quase que total.

Também podemos extrair desta história, a sabedoria do profeta ao ser meticuloso nas palavras e no jeito para advertir o rei Davi. Ele foi incisivo inserindo na parábola elementos que pudessem trazer à tona a consciência mais íntima de Davi para a realidade do pecado acariciado. Deus não tem nenhum interesse que nossas vidas virem motivos de chacota, piada ou de profunda censura. Deus requer de nós, hoje, sabedoria e sensibilidade para tratar dos problemas de nossos irmãos. Há muito que aprender neste quesito de advertir com amor e repreender com sabedoria os que erram em nosso meio. Observe que, Davi ficou desarmado diante das palavras do profeta. A partir deste instante, a vida do rei foi pautada de muito sofrimento, angústia e vergonha por seus graves pecados. Não há dúvidas que este homem tenha de fato se arrependido verdadeiramente.

Leitura Adicional

“Precisamos exatamente dessas lições que a Bíblia nos dá, pois com a revelação do pecado, está registrada a retribuição que se lhe segue. A dor e o arrependimento do culpado, as lamentações da alma enferma de pecado, chegam até nós, vindas dos tempos idos, mostrando-nos que então, como agora, o homem necessitava da perdoadora misericórdia de Deus. Isto nos ensina que, ao passo que Ele é o punidor do crime, compadece-Se e perdoa o pecador arrependido.
Em Sua providência, tem o Senhor achado por bem ensinar e advertir Seu povo de várias maneiras. Por ordens diretas, pelos sagrados escritos e pelo Espírito de Profecia, tem-lhes Ele dado a conhecer Sua vontade. Minha obra tem sido falar claramente das faltas e erros do povo de Deus. O fato de os pecados de certos indivíduos terem sido trazidos à luz, não quer dizer que eles sejam piores aos olhos de Deus do que muitos cujas faltas não são relatadas. Foi-me no entanto mostrado que não me pertence escolher meu trabalho, mas obedecer humildemente à vontade de Deus. Os erros e maus procedimentos existentes na vida de professos cristãos são registrados para instrução dos que estão sujeitos a cair nas mesmas tentações. A experiência de um serve como farol para advertir outros a se desviarem dos perigosos recifes” (Testemunhos Seletos, v.1, p. 439, 440).

            “Passando-se o tempo, o pecado de Davi para com Bate-Seba se tornou conhecido, e despertou a suspeita de que ele projetara a morte de Urias. O Senhor foi desonrado. Ele tinha favorecido e exaltado a Davi, e o pecado deste representou falsamente o caráter de Deus, lançando ignomínia ao Seu nome. Tendia a abaixar a norma da piedade em Israel, e diminuir em muitos espíritos a aversão pelo pecado; ao mesmo tempo, os que não amavam nem temiam a Deus se tornaram por meio daquele pecado audazes na transgressão.
Ao profeta Natã foi ordenado levar uma mensagem de reprovação a Davi. Era uma mensagem terrível pela sua severidade. A poucos soberanos tal censura poderia ser feita, a não ser com o preço de morte certa a quem a fizesse. Natã transmitiu resolutamente a sentença divina, e, contudo, com tal sabedoria do alto, que captou a simpatia do rei, despertou-lhe a consciência e arrancou-lhe dos lábios a sentença de morte sobre si. Apelando para Davi como o guarda divinamente designado dos direitos de seu povo, o profeta referiu a história da falta e opressão que exigiam desagravo.
"Havia numa cidade dois homens", disse ele, "um rico e outro pobre. O rico tinha muitíssimas ovelhas e vacas; mas o pobre não tinha coisa nenhuma, senão uma pequena cordeira que comprara e criara; e ela tinha crescido com ele e com seus filhos igualmente; do seu bocado comia, e do seu copo bebia, e dormia em seu regaço, e a tinha como filha. E, vindo ao homem rico um viajante, deixou este de tomar das suas ovelhas e das suas vacas para guisar para o viajante que viera a ele, e tomou a cordeira do homem pobre, e a preparou para o homem que viera a ele."
Despertou-se a ira do rei, e ele exclamou: "Vive o Senhor que digno de morte é o homem que fez isso. E pela cordeira tornará a dar o quadruplicado, porque fez tal coisa, e porque não se compadeceu." II Sam. 12:5 e 6.
Natã fixou ao olhos no rei; então, levantando sua destra para o céu, declarou solenemente. "Tu és esse homem." "Por que, pois", continuou ele, "desprezaste a palavra do Senhor, fazendo o mal diante de Seus olhos?" Os criminosos podem, como fizera Davi, tentar esconder dos homens o seu crime; podem procurar sepultar a má ação, para sempre, longe das vistas ou do conhecimento humano; mas "todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos dAquele com quem temos de tratar". Heb. 4:13. "Nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se." Mat. 10:26. Natã declarou: "Assim diz o Senhor Deus de Israel: Eu te ungi sobre Israel, e Eu te livrei das mãos de Saul. ... Por que, pois, desprezaste a palavra do Senhor, fazendo o mal diante de Seus olhos? A Urias, o heteu, feriste à espada, e a sua mulher tomaste por tua mulher; e a ele mataste com a espada dos filhos de Amom. Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa. ... Eis que suscitarei da tua mesma casa o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres perante os teus olhos, e as darei a teu próximo. ... Porque tu o fizeste em oculto, mas Eu farei este negócio perante todo o Israel e perante o Sol." II Sam. 12:7-12. A censura do profeta tocou o coração de Davi; despertou-lhe a consciência; seu crime apareceu em toda a sua enormidade. Sua alma curvou-se arrependida diante de Deus. Com lábios trêmulos ele disse: "Pequei contra o Senhor." Todo o mal, feito a outrem, reflete do ofendido para Deus. Davi cometera um grave pecado, tanto para com Urias como para Bate-Seba, e intensamente o sentia. Mas infinitamente maior era seu pecado contra Deus.
Posto que não se encontrasse ninguém em Israel para executar a sentença de morte sobre o ungido do Senhor, Davi estremecia com o receio de que, estando em falta e não perdoado, fosse ele suprimido pelo rápido juízo de Deus. Mas foi-lhe enviada a mensagem pelo profeta: "Também o Senhor traspassou o teu pecado; não morrerás." Todavia a justiça deveria ser mantida. A sentença de morte foi transferida de Davi à criança de seu pecado. Assim ao rei foi dada oportunidade para o arrependimento, conquanto para ele o sofrimento e morte da criança, como parte de seu castigo, foram muito mais amargos do que poderia ter sido sua própria morte. Disse o profeta: "Porquanto com este feito deste lugar sobremaneira a que os inimigos do Senhor blasfemem, também o filho que te nasceu certamente morrerá." (II Sam. 12:13 e 14 – Patriarcas e Profetas, p. 720-722).

           
TERÇA, 10 DE MAIO
Feliz é aquele cujo pecado é coberto
(Sl 32:1-5)

            O pecado é terrível e Deus o abomina imensuravelmente. Corremos o sério risco de tornar o pecado em algo comum em nossas vidas. Quanto mais pecamos, mais insensíveis nos tornamos diante da culpa e do erro. O pecado é tão sério que abalou a harmonia e felicidade que imperava no universo, além de trazer grande angústia, sofrimento, morte e perdição a milhares e milhares de criaturas. Se conseguíssemos avaliar o tamanho da grandeza da divindade, com certeza, teríamos uma noção muito mais profunda para entender a dimensão da grandeza do pecado. O pecado é tão ofensivo que custou a vida do próprio Deus. Somente um ser infinitamente grandioso seria capaz de destruir os feitos do pecado e do mal como num todo.
            Na história de hoje, na experiência relatada a respeito do pecado de Davi, podemos perceber que, além de nos fazer pecar, nossas fraquezas tentam nos aprisionar na dimensão sombria da iniquidade. Davi não teve forças e cegamente se escondeu por trás de sua própria vergonha. Não poderia ser diferente, pois quanto maior o pecado aos olhos humanos, maiores serão os esforços e as tentativas de mantê-lo oculto diante da realidade e das pessoas. As consequências causadas pelo pecado são caras demais e ninguém está disposto a pagar por elas, e é exatamente por isso que muitos tentam esconder seus atos pecaminosos. Se Davi pudesse contemplar os resultados de sua transgressão antes de cometê-las, é possível que ele pensasse muitas vezes antes de cometer. O pecado promete muito, porém, cumpre muito pouco. Na verdade, os malefícios são infinitamente maiores do que qualquer tipo de benefício.
            Davi se arrependeu amargamente e com certeza, se pudesse voltar ao passado para corrigir tudo, ele o faria. Assim como nós, se pudéssemos voltar ao passado e corrigir os nossos mais horríveis pecados, com certeza, muitos não perderiam tal oportunidade.
            O fato mais importante nesta história toda além do arrependimento está a ação de Deus através de Cristo em nos tornar puros pelo seu poder e graça. Imagine se Jesus não tivesse levado avante o plano da cruz do calvário! Se a cruz não fosse uma realidade, não adiantaria absolutamente nada toda a contrição ou arrependimento que surgisse em nós. Aliás, até o arrependimento, contrição e vergonha pelo pecado são impactos causados pela ação do Espírito Santo em nossas vidas. Somente a cruz pode tornar isto possível.

Leitura Adicional

            “Davi foi perdoado de sua transgressão por haver humilhado o coração diante de Deus em arrependimento e contrição de alma, e acreditado que a promessa de Deus de perdoar se havia de cumprir. Confessou o seu pecado, arrependeu-se, e exclamou: "Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa maldade, e em cujo espírito não há engano". Sal. 32:1 e 2. A bênção vem mediante o perdão; o perdão vem pela fé de que o pecado, uma vez havendo confissão e arrependimento, é levado pelo grande Portador-de-pecado. Assim, vem de Cristo todas as nossas bênçãos. Sua morte é um sacrifício expiatório por nossos pecados. Ele e o grande Meio pelo qual recebemos a misericórdia e o favor de Deus” (Manuscrito 21, 1891).

            “Mesmo antes que a sentença divina fosse pronunciada contra Davi, começara ele a colher o fruto da transgressão. Sua consciência estava inquieta. A aflição de espírito que então suportava é apresentada no Salmo trinta e dois” (Patriarcas e Profetas, p. 724).

            “Não é coisa de pouca importância pecar contra Deus, colocar a perversa vontade do homem em oposição à vontade de seu Criador. É para o melhor bem dos homens, mesmo neste mundo, obedecer aos mandamentos de Deus. E é certamente para seu interesse eterno submeter-se a Deus e estar em paz com Ele. Os animais do campo obedecem à lei de seu Criador no instinto que as governa. Ele fala ao orgulhoso oceano: "Até aqui virás, e não mais adiante" (Jó 38:11); e as águas são prontas para obedecer a Sua palavra. Os planetas estão dispostos em perfeita ordem, obedecendo a leis que Deus estabeleceu. De todas as criaturas que Deus fez sobre a Terra, só o homem é rebelde. Contudo, ele possui as faculdades do raciocínio para compreender as exigências da lei divina e uma consciência para sentir a culpa da transgressão e a paz e alegria da obediência. Deus o fez um agente moral livre, para obedecer ou desobedecer. O galardão da vida eterna - um eterno peso de glória - é prometido àqueles que fazem a vontade de Deus, ao passo que as ameaças de Sua ira pendem sobre todos os que desprezam Sua lei” (Santificação, p. 76).
             
QUARTA, 11 DE MAIO
Mais alvo que a neve
(Sl 51:1-10)

            Davi desesperadamente usa o poderoso hissopo como exemplo do nível de sujeira causada pelo pecado em sua vida. Embora esta planta seja poderosa para remover sujeiras profundas, somente o sangue de Cristo derramado na cruz pode ser capaz de limpar o ser humano de suas mazelas. Somente o sangue inocente e puro de Jesus é capaz de limpar as mais negras manchas causadas pelo pecado. Não importa qual seja o tamanho, profundidade ou largura da ação pecaminosa e sua sujeira, o filho de Deus pode fazer a nossa vida se tornar  tão clara quanto a neve, tão limpa quanto um cristal polido e tão brilhante quanto o sol ao meio dia.
            Quando nos arrependemos genuinamente, e quando decidimos pela fé abandonar o pecado em si, o poder da graça nos é oferecido diariamente para realizar a obra da regeneração. Nada, absolutamente nada pode fazer isto por nós a não ser esta graça maravilhosa. Ellen White ensina que a mesma graça que salva é a mesma que nos conduz aos deveres cristãos (Santificação, p. 81, 87). Não podemos subestimar o que o poder de Deus pode fazer na vida dos que verdadeiramente se entregam a ele em contrição e profundo sentimento de culpa.
            Se Davi com todas as suas atrocidades pode ser liberto, limpo e perdoado, isto significa que nós também podemos. No entanto, precisamos dia a dia lutar com Deus e conosco para abandonar o pecado fazendo a entrega do eu a Jesus apenas. Mais do que isto, precisamos exercitar em nós repúdio e ódio pelo pecado. Pela operação do Espírito Santo, e com firme decisão, podemos ser revigorados e moldados de maneira que, ao invés de sentirmos atraídos pelas fraquezas, podermos sentir repulsa e nojo por ele.

Leitura Adicional

            “O hissopo empregado na aspersão do sangue era símbolo da purificação, assim sendo usado na purificação da lepra e dos que se achavam contaminados pelo contato com cadáveres. Na oração do salmista vê-se também a sua significação: "Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve." Sal. 51:7 (Patriarcas e Profetas, p. 277).

            “O perdão de Deus não é meramente um ato judicial pelo qual Ele nos livra da condenação. É não somente perdão pelo pecado, mas livramento do pecado. É o transbordamento de amor redentor que transforma o coração. Davi tinha a verdadeira concepção do perdão ao orar: "Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto." Sal. 51:10. E noutro lugar ele diz: "Quanto está longe o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões." Sal. 103:12.
Deus, em Cristo, ofereceu-Se por nossos pecados. Sofreu a cruel morte de cruz, carregou por nós o peso da culpa, "o justo pelos injustos" (I Ped. 3:18), a fim de poder manifestar-nos Seu amor, e atrair-nos a Si. E diz: "Sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo." Efés. 4:32. Que Cristo, a divina Vida, habite em vós, e manifeste por vosso intermédio o amor de origem celeste que irá inspirar esperança no desalentado e levar paz ao coração ferido pelo pecado. Ao aproximar-nos de Deus, eis a condição que temos de satisfazer ao pisar o limiar - que, recebendo misericórdia de Sua parte, nos entreguemos a nós mesmos para revelar a outros Sua graça.
O elemento essencial para que possamos receber e comunicar o amor perdoador de Deus, é conhecer e crer o amor que Ele nos tem. I João 4:16. Satanás opera por meio de todo engano de que pode dispor a fim de não distinguirmos esse amor. Levar-nos-á a pensar que nossas faltas e transgressões têm sido tão ofensivas que o Senhor não tomará em consideração nossas orações, e não nos abençoará nem salvará. Não podemos ver em nós mesmos senão fraqueza, coisa alguma que nos recomende a Deus, e Satanás nos diz que é inútil; não podemos remediar nossos defeitos de caráter. Quando tentamos ir ter com Deus, o inimigo segreda: "Não adianta orares; não praticaste aquela má ação? Não pecaste contra Deus, e não violaste tua consciência?" Temos, porém, o direito de dizer ao inimigo que "o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado". I João 1:7. Quando sentimos que pecamos, e não nos é possível orar, é o momento de orar. Talvez nos sintamos envergonhados e profundamente humilhados; devemos, porém, orar e crer. "Esta é uma palavra fiel e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal." I Tim. 1:15. O perdão, a reconciliação com Deus, não nos é concedido, como recompensa por nossas obras, não é outorgado em virtude dos méritos de homens pecadores, mas é uma dádiva feita a nós, a qual tem na imaculada justiça de Cristo o fundamento de Sua disposição.
Não devemos procurar diminuir nossa culpa escusando o pecado. Cumpre-nos aceitar a divina avaliação do pecado, e essa é deveras pesada. Unicamente o Calvário pode revelar a terrível enormidade do pecado. Caso devêssemos suportar nossa própria culpa, ela nos esmagaria. Mas o Inocente tomou-nos o lugar; conquanto não a merecesse, Ele assumiu a nossa iniqüidade. "Se confessarmos os nossos pecados", Deus "é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça." I João 1:9 (A fé Pelo Qual eu Vivo [MM 1959], p. 129).

QUINTA E SEXTA, 12 e 13 DE MAIO
No abrigo de Suas asas
(Sl 61:4; 17:8; 36:7; 57:1)

            O pecado é tão nefasto que muitas de suas consequências são irremediáveis. Como um câncer, come e deteriora as entranhas da alma e da vida. Davi sentiu na pele os resultados de sua transgressão contemplando as mazelas que recaíram sobre os seus filhos. Carregou a mais profunda dor por toda a vida ao entender que sua família fora um desvalimento - também por consequência de seus maus atos.
            Se Davi pudesse, antes de pecar, visualizar nitidamente o futuro e ver as desgraças de suas transgressões, com certeza pensaria milhares de vezes antes de ceder a alguma inclinação. Aqui está uma bela lição para todos nós, pois, como Davi, podemos com muita facilidade passar por experiências semelhantes. Se não buscarmos consagração diária, renúncia do próprio eu e constante alimento espiritual, não tenhamos dúvidas que, mais cedo ou mais tarde cederemos à tentação e colheremos dos frutos mais amargos que o pecado pode oferecer.
            No entanto, embora algumas consequências sejam irreversíveis, mesmo assim, sob a bandeira do arrependimento e genuína conversão, Deus nos acolhe poderosamente em Suas asas revelando extremo cuidado e proteção. O cuidado de Deus é real e sua presença é certa. Ele nos ampara e nos fortalece mantendo nossa esperança bem longe das passageiras ilusões desta terra. Prende-nos o coração na eternidade e nos anima envolvendo-nos com o Seu poder e graça. Somente os que tiveram belas experiências com Deus em seu mais íntimo sofrimento é que podem descrever o quanto Ele é presente em nossa vida.

Leitura Adicional

            “O arrependimento de Davi foi sincero e profundo. Não houve esforço para atenuar seu delito. Nenhum desejo de escapar dos juízos ameaçados inspirou sua oração. Viu, porém, a enormidade de sua transgressão contra Deus; viu a contaminação de sua alma; repugnou-lhe seu pecado. Não era unicamente pelo perdão que ele orava, mas pela pureza de coração. Davi não abandonou a luta em desespero. Nas promessas de Deus aos pecadores arrependidos, via a prova de seu perdão e aceitação... Embora Davi tivesse caído, o Senhor o levantou. Estava agora em mais completa harmonia com Deus e simpatia para com seus semelhantes, do que antes de cair... O Senhor nunca lançará fora uma alma verdadeiramente arrependida. Ele fez esta promessa: "Apodere-se da Minha força, e faça paz comigo; sim, que faça paz comigo." Isa. 27:5. "Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que Se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar." Isa. 55:7. (Patriarcas e Profetas, p. 725, 726).
                                   
Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como consta no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br