Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 04 – 1º Trimestre 2011 (16 a 23 de abril)


Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 04 – 1º Trimestre 2011 (16 a 23 de abril)

Observação: Este comentário é provido de Leitura Adicional no fim de cada dia estudado. A leitura adicional é composta de citações do Espírito de Profecia. Caso considere-a muito grande, poderá optar em estudar apenas o comentário ou vice versa.

Comentário: Gilberto G. Theiss

SÁBADO, 16 DE ABRIL
A túnica de várias cores
(Gn 37:3)

            “E Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores” (Gn 37:3).

            O significado exato da túnica de várias cores feita por Jacó e oferecida a José é incerto. No hebraico a palavra para túnica é ketonet passim, que significa longa túnica de mangas ou casaco comprido com listras. A idéia de túnica de variedade de cores vem da septuaginta com as palavras kitona poikilon que significa túnica de várias cores.
            Embora as cores da túnica tenham um significado incerto, podemos entender que a túnica como num todo representava sublimidade. Ao oferecer esta veste ao seu filho José, estava colocando sobre ele uma preferência em autonomia sobre os demais. A ira desenfreada dos irmãos de José deve demonstrar com tamanha grandeza a dimensão profunda do significado desta túnica. Não era uma roupa qualquer e o que a vestia era dotado de alguma responsabilidade especial.
            Como já mencionado, embora não saibamos o significado exato das cores, podemos absorver o valor e a importância de uma veste mesmo para um tempo tão remoto. Elas poderiam representar num contexto espiritual as vestes de Cristo que, ao serem usadas pela fé, nos tornam especiais e faz acrescer em nós uma dimensão de valor inestimável. Assim como os irmãos de José se enfureceram ao ver essa túnica no seu corpo, de igual forma, Satanás, ao ver em nós as vestes da justiça de Cristo cobrindo-nos, se enfurece e de maneira implacável nos persegue (2Tm 3:12; 1Pe 5:7,8). No entanto, o Senhor, assim como esteve com José garantindo-lhe proteção, também permanecerá conosco enquanto permanecermos com Ele.

Leitura Adicional

            “Na providência de Deus, o registro infalível da inspiração não ocultou os erros e pecados e pecados dos homens bons. O pecado é imparcialmente trazido à luz, e também o justo juízo de Deus. Por causa da transgressão, Jacó se tornou fugitivo de casa, obrigado a servir por 20 anos a um senhor severo. Ele foi vítima de fraude ao se casar com Lia, seus dez filhos o enganaram, assim como ele havia enganado seu pai e, por muitos anos, ele lamentou a suposta morte de José. Por todos esses anos, Jacó foi objeto da graça de Deus, mas havia plantado uma safra que teria que colher; nem o tempo nem o arrependimento poderiam transformar em grãos dourados a abominável semeadura de ervas daninhas. Esses resultado mostra que é da maior importância que, por palavras e por atos, atuemos em integridade de consciência, pois ‘aquilo que o homem semear, isso também ceifará’” (Signs of the Times, 17 de abril de 1879).

            “Em qualquer lugar a que sejamos chamados pela providência de Deus, podemos esperar confiantemente que Deus será nosso ajudador. Não devemos ser um objeto das circunstâncias, mas estar acima delas. ... Quando colocados em posições difíceis, e achamos ao nosso redor coisas de que não gostamos, que nos provam a paciência e a fé, não devemos sucumbir no desânimo, mas apegar-nos mais firmemente a Deus, e provar que não estamos pondo a afeição nas coisas da Terra, mas nas de cima; que estamos olhando a Jesus, autor e consumador de nossa fé. Jesus deve ser o princípio e o fim, o primeiro e o último. Ele deve ser a nossa força em todo tempo de provação” (Signs of the Times, 9 de janeiro de 1893).

           
DOMINGO, 17 DE ABRIL
A origem de um desastre familiar
(Gn 24 e 29:21-30)

            No tempo de Jacó, a prática da poligamia era algo muito comum entre os povos. Jacó, assim como outros patriarcas, seguiu os passos deste tipo de estilo mundano.
            Muita discussão existe em nossos dias a respeito do relativismo e suas implicações sobre a igreja. Mas o curioso é que, na verdade, o relativismo não é um comportamento exclusivo de nosso tempo. Em toda a história da igreja, desde a entrada do pecado no mundo, este tipo de relativismo sempre existiu. Uma evidência disto é o tipo de casamento existente nos tempos bíblicos. Este tipo de relativismo era tão forte que foi capaz de enredar até alguns dos escolhidos de Deus. É óbvio que, com o tempo, Jacó se arrependeu deste pecado, mas isto não retira o fato de que ele havia acompanhado o mundo bem de perto. Provavelmente, assim como nós, Jacó deve ter passado pelo peso do arrependimento, somente quando percebeu as grandes consequências de seus atos. As consequências foram tão drásticas que alcançaram outras gerações.
            Mas, pelo menos alguém nesta família apresentou um belo testemunho do que Deus realmente deseja para a raça humana. José reconstruiu o que outros de sua família conseguiram destruir.
            Assim, estas histórias servem de exemplo para nós hoje. O relativismo tem feito muitos jovens e até adultos cristãos acreditarem que o sexo para depois do casamento é puro mito em nossos dias. Acreditam que o mais importante é o amor e o respeito. No entanto, quando se deparam com as terríveis consequências, percebem que agiram e pensaram de maneira errada.

Leitura Adicional

            “Os erros de Jacó e Rebeca não produziram bons resultados; trouxeram apenas desconfiança, inveja e vingança. Mãe e filho deveriam ter esperado que o Senhor cumprisse Seus objetivos, a Seu modo e em Seu próprio tempo, em vez de tentar provocar os eventos previstos com a ajuda do engano. Se Esaú tivesse recebido a bênção que era concedida ao primogênito, sua prosperidade poderia ter vindo unicamente de Deus; e Ele lhe teria concedido prosperidade, ou trazido adversidade, de acordo com seu curso de ação. Se ele houvesse amado e reverenciado a Deus, assim como o justo Abel, teria sido aceito e abençoado. Se, como o ímpio Caim, ele não tivesse respeito por Deus, nem aos Seus mandamentos, seria rejeitado por Ele, como foi Caim. Se os atos de Jacó fossem justos, a próspera mão de Deus estaria com ele, mesmo que ele não recebesse as bênçãos e privilégios geralmente concedidas aos primogênitos. Rebeca se arrependeu amargamente do mau conselho dado a Jacó, pois foi isso que o separou dela para sempre. Ele foi obrigado a fugir para escapar da ira de Esaú, e a mãe nunca mais viu seu rosto. Isaque viveu muitos anos depois de dar a bênção a Jacó, e se convenceu, pelo curso de vida de seus dois filhos, que a bênção pertencia a ele por direito” (Signs of the Times, 17 de abril de 1879).

            “Embora suas esposas fossem irmãs, Jacó não foi feliz no casamento. Ele firmou com Labão o contrato por sua filha Raquel, a quem ele amava, mas, depois de ter cumprido os sete anos por ela, Labão, desejando reter seus serviços fiéis por mais tempo, o enganou e lhe deu Lia. Quando Jacó percebeu o engano praticado contra ele, e que Lia havia tomado parte nesse engano, ele não pôde amá-la, e repreendeu o sogro por ter brincado assim com seus sentimentos. Labão lhe suplicou que não rejeitasse Lia, pois isso seria considerado uma grande desgraça, não só para a esposa, mas para toda a família. Jacó foi colocado em uma posição muito penosa, mas decidiu manter Lia e também se casar com sua irmã. Porém, Lia era amada muito menos que Raquel” (Signs of the Times, 24 de abril de 1879).

            “Labão compreendeu o mal da poligamia, embora tivesse sido unicamente por intermédio desse artifício que Jacó tomou suas esposas. Ele bem sabia que foi o ciúme entre Lia e Raquel que as levou a dar suas servas a Jacó, o que confundiu ainda mais a relação familiar e aumentou a infelicidade de suas filhas. E quando suas filhas estavam viajando para muito longe dele, compreendeu que o interesse de Jacó era separar-se totalmente dele, mas ainda desejava, na medida do possível, preservar suas felicidade. Labão não queria que Jacó trouxesse infelicidade ainda maior sobre si mesmo e sobre Lia e Raquel por tomar outras esposas” (SDA Bible Commentary, v.1, p. 1095).
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SEGUNDA, 18 DE ABRIL
José e seus irmãos
 (Gn 34 e 37:5-11)
           
            A atitude de José não era o problema em pauta, acredito que os erros de Jacó e o ciúmes dos irmãos de José revelam o alto grau de imaturidade e falta de conversão que existia entre eles. José ainda era um menino ingênuo e sincero. Suas atitudes poderiam ser muito bem encaradas como algo natural de um jovem que ainda tinha muito que aprender. No entanto, toda a agitação e ira levantadas naquela família revelam o quanto estavam bem distantes de Deus.
            Ellen White, no livro “Mente Caráter e Personalidade”, v. 1 p. 17, ensina que Deus usa o próprio tempo e as nossas experiências para transformar nossas vidas. Isto foi crucial para Jacó, seus filhos e José, pois através da história, vimos como Deus atuou na vida deles levando-os a uma verdadeira conversão. No final, toda a família foi salva das desorientações e turbulências que marcaram seus erros, ciúmes e iras.
            A vida desses homens é um exemplo grandioso para nos ensinar lições preciosas. O pecado, por mínimo que seja trás grandes consequências. Algumas delas podem ser irreparáveis e consumar a vida para a perdição, foi o caso de Lúcifer.

Leitura Adicional

            “O homem pode moldar as circunstâncias, mas não deve permitir que as circunstâncias o moldem. Devemos aproveitá-las como instrumentos de trabalho; sujeitá-las, mas não deixar que elas nos sujeitem.
Os homens de energia são aqueles que sofreram a oposição, o escárnio e os obstáculos. Pondo suas energias em ação, os obstáculos que encontram constituem para eles positivas bênçãos. Ganham confiança em si mesmos. Os conflitos e perplexidades provocam o exercício da confiança em Deus, e aquela firmeza que desenvolve a força” (Ciência do Bom Viver, p. 500).

            “Toda pessoa pode ser justamente aquilo que escolhe ser. O caráter não se obtém mediante a educação. O caráter não é obtido acumulando fortunas, ou alcançando honra mundana. Não é obtido o caráter por meio de travarem outros os combates da vida em nosso lugar. Tem de ser procurado, trabalhado, combatendo-se para alcançá-lo; e isso requer um propósito, uma vontade, uma determinação. Formar um caráter que Deus possa aprovar requer esforço perseverante. Exigirá um constante resistir aos poderes das trevas, ... ter nosso nome conservado no livro da vida. Não será de maior valor termos o nome registrado naquele livro, tê-lo imortalizado entre os anjos celestiais, do que ouvi-lo pronunciado em louvores através de toda a Terra?) (Review and Herald, 21 de dezembro de 1886).

“No tempo de graça que nos é concedido aqui, cada um de nós está erguendo uma estrutura que terá a inspeção do Juiz de toda a Terra. Essa obra é a moldagem de nosso caráter. Cada ato de nossa vida é uma pedra nesse edifício, cada faculdade é um obreiro, cada martelada dada é para bem ou para mal. As palavras da inspiração nos advertem a que cuidemos quanto à maneira em que construímos, vejamos que nosso alicerce seja firme. Se sobre a sólida rocha construirmos ações puras, nobres, retas, a estrutura ascenderá linda e simétrica, templo apropriado à habitação do Espírito Santo” (Youth's Instructor, 10 de maio de 1897).
           
TERÇA, 19 DE ABRIL
A túnica de várias cores
(Gn 37:3,4)

            Como já mencionado na lição de sábado, o significado exato da túnica de várias cores feita por Jacó e oferecida a José é incerto. No hebraico a palavra para túnica é ketonet passim, que significa longa túnica de mangas ou casaco comprido com listras. A ideia de túnica de variedade de cores possivelmente tenha vindo da septuaginta (LXX) com as palavras kitona poikilon que significa túnica de várias cores.
            Embora as cores da túnica tenham um significado incerto, podemos entender que ela possuía um valor histórico importante ou de primazia na família. Ao oferecer esta veste ao seu filho José, estava colocando sobre ele uma preferência em autonomia sobre os demais. A ira dos irmãos de José indica o valor desta vestimenta. Não era uma roupa qualquer e o que a vestia era dotado de alguma responsabilidade e valor especial.
            Como já mencionado, embora não saibamos o significado exato das cores, podemos absorver o valor e a importância de uma veste mesmo para um tempo tão distante. Elas poderiam representar, num contexto espiritual, as vestes de Cristo que, ao serem usadas pela fé, nos tornam especiais e faz acrescer em nós uma dimensão de valor inestimável. Vale a pena relembrar que, assim como os irmãos de José se enfureceram ao ver essa túnica no seu corpo, de igual forma, Satanás, ao ver em nós as vestes da justiça de Cristo cobrindo-nos, se enfurece e de maneira implacável nos persegue e não mede esforços para nos fazer tropeçar na vida cristã (2Tm 3:12; 1Pe 5:7,8). No entanto, o Senhor, assim como esteve com José garantindo-lhe proteção, também permanecerá conosco enquanto permanecermos firmemente com Ele.
            Quanto a José, ele não teve culpa de receber uma túnica com valor tão inestimável, pois na verdade, a culpa foi de Jacó por demonstrar visivelmente uma pré-eleição por José. Esta atitude imprudente levou os irmãos a perseguirem José ao ponto de quase mata-lo. Ellen White confirma esta ideia ao dizer que “Jacó foi imprudente ao expressar seu amor por José dando-lhe de presente uma túnica de belas cores” (Signs of the Times, 18 de dezembro de 1879). Isto foi um erro, por que os irmãos se sentiram privados de tamanho amor e valor que o pai dava a José.
            De qualquer forma, cabe aqui um comentário um pouco adverso desta realidade, mas importante e necessário. José não demonstrou desejar a túnica,  mas seu valor inestimável fez sucumbir o amor dos irmãos para com ele. Não sabemos dizer ao certo, mas, talvez alguns deles desejassem esta capa e isto poderia ter feito a situação se tornar um pouco mais desagradável. Talvez também estivesse em jogo o desejo pela supremacia na família. Como em todo e qualquer contexto, o desejo excessivo pelo poder e pela primazia, pode levar as pessoas a fazer qualquer coisa para tê-lo, mesmo que custe a vida de alguém. No  entanto, para nós que somos cristãos, este tipo de inveja deve ser aniquilado e abandonado. Lembremo-nos que “a aflição e adversidade podem causar tristeza, mas é a prosperidade que representa maior perigo para a vida espiritual” (Patriarcas e Profetas, p. 59,60).

Leitura Adicional

            “Jacó foi imprudente ao expressar seu amor por José dando-lhe de presente uma túnica de belas cores. Isso só aumentou o ódio de seus irmãos contra ele, porque achavam que José havia roubado deles a afeição de seu pai, e se consideravam maltratados e privados da confiança e do amor do pai. Eles não consideravam que suas más ações era uma constante vergonha e contínua desgraça a seus cabelos brancos, e que suas afeições se concentravam em José por causa de sua pureza e verdadeira excelência de caráter” (Signs of the Times, 18 de dezembro de 1879).

            “No meio da prosperidade ronda o perigo. Através dos séculos, riquezas e honra sempre têm-se feito seguir do perigo para a humildade e espiritualidade. Não é o copo vazio que se torna difícil de ser transportado; é o copo cheio que precisa ser cuidadosamente equilibrado para ser conduzido. A aflição e adversidade podem causar tristeza, mas é a prosperidade que representa maior perigo para a vida espiritual. A menos que o ser humano esteja em constante submissão à vontade de Deus, a menos que seja santificado pela verdade, a prosperidade fará que ressurja a inclinação natural para a presunção” (Patriarcas e Profetas, p. 59,60).

            “Podem os homens aspirar ao renome. Podem desejar possuir um grande nome. Para alguns a posse de casas e terras e bastante dinheiro (isso que os torna grandes segundo a medida do mundo), é o auge de sua ambição. Desejam alcançar o lugar em que podem olhar de cima para baixo, com uma sensação de superioridade, aos que são pobres. Todos esses estão a construir sobre areia, e sua casa ruirá subitamente. Não é verdadeira grandeza a superioridade de posição. De nenhum valor real, em si, é aquilo que não aumenta o valor do caráter. Aquilo que, unicamente, vale a pena obter, é a grandeza de espírito à vista do Céu. Talvez nunca venhais a saber a verdadeira e exaltada natureza de vossa obra. O valor de vosso próprio ser só podereis apreciar pelo valor daquela Vida que foi dada para salvar a todos os que a queiram receber” (Nos Lugares Celestiais [MM 1968], p. 173).


QUARTA, 20 DE ABRIL
A túnica arrancada
(Gn 37:12-32)

            Impressionante o quanto esta bendita túnica fez uma diferença gigantesca no comportamento dos irmãos de José. Imediatamente, quando o viram com esta roupa, suas emoções se tornaram das piores. Lembraram-se do valor que o pai excedera em conceder a José em detrimento de qualquer um deles. Logo, a ira os consumiu de tal maneira que satanás os instigou a matar o próprio irmão. Não fosse a intervenção de Deus em sugerir que José fosse apenas jogado em um buraco, com certeza ele teria sido esquartejado pelos próprios irmãos.
            De igual forma, Satanás pretende fazer conosco o que tentou fazer com José. Devorar-nos como leão, eis o seu maior desejo e desesperado empenho. São as vestes de Cristo e seu poder maravilhoso que nos protege de suas garras.
            Outra verdade relevante é que, o ódio e ira se iniciaram com Satanás. Ele é a origem de todo o sentimento mal. Ellen White considera que “O espírito de ódio e de vingança originou-se com Satanás; e isto o levou a fazer matar o Filho de Deus. Quem quer que acaricie a malícia ou a falta de bondade, está nutrindo o mesmo espírito; e seus frutos são para a morte. No pensamento de vingança jaz encoberta a má ação, da mesma maneira que a árvore está na semente”  (O Maior Discurso de Cristo, pág. 54).
Também pondera que “A lei de Deus observa o ciúme, a inveja, o ódio, a malignidade, a vingança, concupiscência e ambição que se levanta na mente, mas não acha expressão no ato exterior, não por falta da vontade, mas de ocasião. E todas essas pecaminosas emoções serão levadas em conta no dia em que "Deus há de trazer a juízo toda a obra e até tudo o que está encoberto" (Ecl. 12:14. Signs of the Times, 10 de janeiro de 1911).

Leitura Adicional

            “José chegou feliz e contente porque o objeto de sua longa busca foi cumprido. Mas, em vez de uma agradável saudação, ele encontrou apenas despreza, abuso e ferocidade de olhares que o aterrorizaram. Imediatamente, ele foi preso, e a túnica que tinha criado tanto ódio foi retirada dele com as observações mais insultantes. Ele nunca havia recebido esse tratamento e imaginou que seus irmãos iriam mata-lo imediatamente. Seu pensamento correu de volta para casa, o pai e a bênção que havia recebido quando se separou dele e, em seguida, imaginou a tristeza que ele sentira por sua morte e pela culpa de seus assassinos. Ele lhes pediu que poupassem sua vida, mas tudo foi em vão; ele estava impotente nas mãos de homens furiosos, cujo coração era insensível à piedade, e cujos ouvidos eram surdos ao clamor angustiado. Mas os olhos de Deus estavam sobre ele, e os clamores de socorro de José chegaram a Seu trono. Seus irmãos o lançaram em uma cova escura e, em seguida, se assentaram para desfrutar sua refeição habitual. Mas, enquanto estavam comendo, viram uma caravana de ismaelitas se aproximando. Judá, que estava começando a se arrepender do que seria feito, sugeriu que essa era uma oportunidade para vender o irmão e obter dinheiro, o que seria melhor do que deixa-lo perecer no poço, pois, disse, ele não é de nossa própria carne? Então, também Judá pensou que poderiam se livrar dele para sempre. Todos concordaram com a proposta de Judá. Então, José foi tirado da cova e vendido impiedosamente como escravo” (Signs of the Times, 18 de dezembro de 1879).
           

QUINTA E SEXTA, 21 e 22 DE ABRIL
“A túnica de teu filho”
(Gn 37:26-36)

            Como visto durante esta semana, a túnica oferecida a José possuía um valor especial. Os outros filhos de Jacó tramaram mata-lo, no entanto Judá, creio que, orientado por Deus, sugeriu que ele fosse vendido aos egípcios. Agora, com a túnica toda ensanguentada, manchada com o sangue de um cabrito, levaram até o pai com a sugestão que “teu filho” havia sido devorado por algum animal feroz.
            Nas palavras de uma pessoa podemos descobrir muitas verdades ou mentiras. Ao dizerem “teu filho”, estavam de certa forma, rejeitando-o como irmão. Outra lição interessante que podemos notar nesta narrativa é que, o sangue manchando a túnica, poderia representar o sangue de Cristo que interviria em favor de José em qualquer circunstância? Embora este tipo de interpretação não tenha respaldo bíblico, poderíamos fazer uma alusão de uma pré-determinação inconsciente sugerida pela própria artimanha dos irmãos de José. Um sacrifício feito para intermediar ou dar respaldo à mentira da morte de José por um animal feroz, redundando em sinal de proteção e salvação da parte de Deus. Isto poderia reforçar a ideia que, se confiarmos em Deus, Ele sempre transformará o mal em bem. Isto não é impressionante?
            Que lições importantes aprendemos durante esta semana. O pecado é tão poderoso que pode traçar desavenças, intrigas, ira e morte até mesmo dentro do cerco familiar. Um dia desses fiquei sabendo de uma história que abalou o sul de minas. Um rapaz matou o próprio irmão por causa de apenas um real. O amor de muitos parece estar gelando ao invés de esfriando. A experiência de José se repete no dia a dia, especialmente na vida dos que ainda não foram transformados pelo poder de Deus.

Leitura Adicional

            “José considerou o ser vendido para o Egito como a maior calamidade que lhe poderia haver acontecido; viu, porém, a necessidade de confiar em Deus como nunca o fizera quando protegido pelo amor de seu pai. José levou a Deus consigo para o Egito, e isso se tornou patente pela sua atitude corajosa em meio da aflição. Como a arca de Deus trouxe descanso e prosperidade a Israel, assim esse jovem amado de Deus e a Ele temente levou uma bênção ao Egito. Isso se manifestou de maneira tão assinalada, que Potifar, em cuja casa ele servia, atribuiu todas as bênçãos que fruía ao escravo que comprara, e dele fez mais um filho do que um servo” (The Youth's Instructor, 11 de março de 1897).

“A religião de José manteve-lhe o temperamento agradável e calorosa e forte sua simpatia para com a humanidade, não obstante todas as suas provações. Pessoas há que, se julgam que não são tratadas com justiça, tornam-se azedas, sem generosidade, duras e descorteses em palavras e comportamento. Sucumbem desfalecidas, cheias de ódio, aborrecendo os outros. Mas José era cristão. Tão depressa entrou na vida de prisioneiro, pôs em exercício todo o brilho de seus princípios cristãos na vida prática; começou a tornar-se útil aos outros. Tomou parte nas tribulações de seus companheiros de prisão. É alegre, porque é um cavalheiro cristão. Por essa disciplina, Deus o estava preparando para uma situação de grande responsabilidade, honra e utilidade, e ele estava pronto a aprender; acolheu de boa vontade as lições que o Senhor lhe queria ensinar. Aprendeu a levar o jugo na sua juventude. Aprendeu a governar, aprendendo primeiro a obedecer. Humilhou-se a si mesmo, e o Senhor o exaltou a uma honra especial” (Carta 3, 1897).
“A parte desempenhada por José em relação às cenas da sombria prisão, foi a que o ergueu afinal à prosperidade e à honra. Deus pretendia que ele obtivesse experiência por meio de tentações, adversidades, vicissitudes, a fim de prepará-lo para ocupar posição exaltada” (Spiritual Gifts, vol. 3, pág. 146).

                                   
Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como consta no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br