Observação: Este comentário é provido de Leitura Adicional no fim de cada dia estudado. A leitura adicional é composta de citações do Espírito de Profecia. Caso considere-a muito grande, poderá optar em estudar apenas o comentário ou vice versa.
Comentário: Gilberto G. Theiss
SÁBADO, 02 DE ABRIL
Da Glória ao Pó
(Ez 28:15)
“Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado até que se achou iniquidade em ti” (Ez 28:15);
O verso principal nos ensina que Lúcifer era perfeito, porém, foi achado iniquidade nele. Perfeição é uma palavra muito discutida em nossos dias no meio adventista, mas, muito mal compreendida. A perfeição não pode ser entendida como significando apenas um estágio pleno e absoluto. Na verdade, possivelmente, a perfeição tenha vários estágios. Existe a perfeição na esfera humana; existe a perfeição da esfera angelical; existe a perfeição da esfera Divina. Também poderíamos fazer aplicações para várias esferas na própria atmosfera de desenvolvimento humano. A criança nasceu perfeita, ou, meu filho foi perfeito na apresentação, etc.
Pessoas que ensinam que devemos ser perfeitos como Cristo foi, estão se equivocando por não compreenderem a natureza exata da perfeição. Embora devamos buscar a perfeição de caráter, nem nesta terra e nem mesmo na glória seremos perfeitos como Cristo. Aliás, nem mesmo os anjos são perfeitos como Jesus é, ou como Deus é. A perfeição na Bíblia não pode ser entendida como alcance de um estágio pleno, porque, na verdade, a perfeição é um alvo em que todas as criaturas conscientes de Deus buscarão por toda a eternidade. O único ser plenamente perfeito é Deus e este alvo, embora buscado, jamais será alcançado por criatura alguma. No caso de Lúcifer, ele era perfeito dentro de sua esfera e deve ter crescido em perfeição de maneira surpreendente enquanto permaneceu no céu se espelhando em Deus. Ser igual ao modelo é impossível, mas copiá-lo é nosso dever (Manuscrito 65, 1894 (Review and Herald, 5 de fevereiro de 1895; Manuscrito 1, 1869; Review and Herald, 6 de dezembro de 1881). No entanto, quando Lúcifer começou a olhar para si, e acreditar que suas perfeitas obras e pensamentos vinham dele mesmo ao invés de Deus, ali começou o seu conflito e a semente da iniquidade. Com certeza, foi ali que sua perfeição começou a sucumbir e gradativamente perder a essência do caráter de Deus registrado em sua vida.
No mais íntimo da palavra, podemos dizer que, a perfeição demonstrada na palavra de Deus nas criaturas, é refletida por elas possuírem o caráter amorável de Deus e o desejo por uma vida santa. Lúcifer havia gradativamente perdido essa essência. Em nosso caso, a perfeição que podemos alcançar, por enquanto, é aquela que se encontra na nossa própria esfera de possibilidade e que estabelece Cristo como nosso modelo a ser copiado (Atos dos Apóstolos, p. 531). A essência de perfeição (caráter de Jesus), que está a nosso alcance em nossa esfera humana, foi a essência que Lúcifer perdeu ao deixar de se espelhar em Deus.
Leitura Adicional
“Cristo é nosso modelo, o perfeito e santo exemplo que nos é dado seguir. Não podemos nunca igualar o modelo, mas podemos imitá-lo e nos assemelharmos a ele segundo nossa capacidade. ... Quando entregarmos tudo o que temos e somos a Deus, e formos colocados em posições probantes e perigosas, entrando em contato com Satanás, devemos recordar que teremos a vitória ao enfrentar o inimigo em nome e pelo poder do Vencedor. Todos os anjos seriam comissionados a vir em nosso resgate, se dessa maneira dependêssemos de Cristo, em lugar de permitir-se que fôssemos vencidos. Mas não precisamos esperar obter a vitória sem sofrimento, pois Jesus sofreu ao vencer por nós. ... A vida cristã é uma vida de lutas, de contínuo conflito. É batalha e marcha. Mas cada ato de obediência a Cristo, cada ato de abnegação em Seu favor, cada prova bem suportada, cada vitória obtida sobre a tentação, é um passo na marcha rumo à gloriosa vitória final” (Manuscrito 65, 1894 (Review and Herald, 5 de fevereiro de 1895).
“Os agentes de Satanás estão em ação para conservar a mente dos homens absorvida com as coisas desta vida, a fim de que ele possa trabalhar contra a missão e a obra de Cristo. De Satanás, Cristo declara que ‘não se firmou na verdade’. No passado, Satanás agiu em parceria com Deus, Jesus Cristo e os santos anjos. Ele era muito exaltado no Céu e radiante da luz e da glória que lhe vinha do Pai e do Filho, mas foi desleal e perdeu a elevada e santa posição como querubim cobridor. Tornou-se o antagonista de Deus, um apóstata, e foi excluído do Céu. Então, ele estabeleceu todos os poderes do mal a se unirem sob seu estandarte, a fim de formar uma desesperada associação do mal contra o Deus do Céu. Ele trabalhou com perseverança e determinação para perpetuar sua rebelião e levar os homens a voltar as costas à verdade bíblica e ficar sob sua bandeira. Assim como o Senhor, por meio de Jesus Cristo, cirou o mundo e colocou Adão e Eva no jardim do Éden, Satanás anunciou seu propósito de tornar o pai e mãe de toda a humanidade semelhantes a sua própria natureza e uni-los às suas fileiras de rebelião. Satanás estava determinado a apagar da descendência humana a imagem de Deus e, em lugar da imagem divina, imprimir a própria imagem sobre seu caráter. Ele adotou métodos enganosos para cumprir seu propósito. É chamado de pai da mentira, acusador de Deus e dos que se mantém féis a Ele, homicida desde o princípio. Pôs em ação todo poder sob seu comando para levar o homem a cooperar com ele na apostasia, e conseguiu trazer a rebelião a nosso mundo” (Review and Herald, 14 de Abril de 1896).
“Na Palavra de Deus estão representadas duas partes conflitantes que influenciam e controlam os agentes humanos em nosso mundo. Constantemente, esses partidos estão em ação sobre cada ser humano. Os que estão sob o controle de Deus e são influenciados pelos anjos celestiais serão capazes de discernir as astutas artimanhas dos poderes invisíveis das trevas. Os que desejam estar em harmonia com os agentes celestiais devem ser seriamente ativos para cumprir a vontade de Deus. Não devem dar sequer um pequeno espaço a Satanás e seus anjos” (SDA Bible Commentary, v.6, p. 1118).
DOMINGO, 03 DE ABRIL
O Criador de tudo
(Jo 1:1-3; Cl 1:16-17)
Certa feita, estava na casa de uma família que tinha dificuldades em acreditar em algumas coisas relacionadas à Bíblia e a fé. O interessante é que a televisão permaneceu ligada e derepente surgiu uma matéria de jornal falando sobre o big-bang. Na matéria o jornalista explicava que a terra surgiu de uma explosão e através da evolução toda a natureza foi ganhando suas formas. Foi enfatizado que a terra surgiu do nada através de uma simples explosão. Naquele momento todos nós tivemos nossa atenção direcionada à matéria. Foi neste instante que, durante a visita, mais orei buscando de Deus uma resposta que suplantasse as afirmativas dos jornalistas. Imediatamente, percebi que Deus queria me dizer algo, pois minha atenção foi dirigida para um quadro pintado a mão que estava na parede. No quadro havia a pintura da natureza cheia de árvores, flores e cachoeiras. O quadro foi tão bem pintado que parecia real. Agora, com a resposta em mente, chamei a atenção da família para o quadro dizendo: “Eu estou olhando para aquele quadro e percebo que a pessoa que o projetou deva ter uma habilidade imensurável, pois é tão bonito e perfeito que parece real”. Eles concordaram comigo. Então continuei, “Se este quadro com toda a beleza existente em seu desenho e cores foi necessário um projetista para criá-lo”, perguntei, “porque a natureza lá fora que é infinitamente mais bela que este quadro e cheia de vida tem que ter surgido do nada, sem um projetista?” Eles ficaram pensando por um instante até que um deles se virou para mim e disse: “É verdade, esse povo não sabe é de nada. Realmente Deus existe e criou tudo”.
A história é real, mas infelizmente não são todos que pensam assim. Existem aqueles que ainda acreditam que viemos do nada e que somos evoluídos de animais irracionais. No entanto, a natureza de modo geral evidencia que fomos planejados e criados por um ser inteligentíssimo. Quando olhamos para o corpo humano com todas as suas complexidades e leis, percebemos que nós somos um assombro. Olhar para a capacidade e complexidade de um olho ou para as penas de um pavão são capazes de causar profunda admiração até nos corações mais céticos, como foi o caso de Darwin.
O mais interessante nisto tudo é que, o Deus que morreu na cruz por nós, foi o que criou todas as coisas. Isto significa que as mesmas mãos que nos trouxe a existência foram as mãos cravadas na cruz para nos redimir. Isto é mais que impressionante.
Estudo Adicional
“Muitos, quando são incapazes de medir o Criador e Suas obras pelo imperfeito conhecimento que têm da ciência, duvidam da existência de Deus e atribuem à Natureza poder infinito. Tais pessoas perderam a simplicidade da fé, e se acham muito afastadas de Deus no entendimento e no espírito. Deve haver firme fé no caráter divino da santa Palavra de Deus. A Bíblia não deve ser posta à prova pelas idéias que os homens têm da ciência, mas a ciência deve ser submetida à prova desse padrão infalível. Quando a Bíblia faz declarações de fatos na Natureza, a ciência pode ser comparada com a Palavra escrita, e a correta compreensão de ambas sempre demonstrará que estão em harmonia. Uma não contradiz a outra. Toda verdade, quer na Natureza ou na Revelação, está de acordo” (Signs of the Times, 13 de março de 1884).
“A pesquisa científica abrirá para a mente dos que realmente são sábios vastos campos de pensamento e informação. Eles verão a Deus em Suas obras, e O louvarão. Ele lhes será o primeiro e o melhor, e a mente se concentrará nEle. Os céticos, que lêem a Bíblia para fazer cavilações, devido à ignorância alegam encontrar evidentes contradições entre a ciência e a revelação. Mas a medição de Deus pelo homem nunca será correta. A mente que não é iluminada pelo Espírito de Deus estará sempre em trevas no tocante ao Seu poder” (Mensagens Escolhidas, v.3, p. 308).
“A mesma energia criadora que trouxe o mundo à existência, exerce-se ainda na manutenção do Universo e continuação das operações da Natureza. A mão de Deus guia os planetas em sua marcha ordenada através dos céus. Não é por causa de uma força inerente que a Terra, ano após ano, continua seu movimento ao redor do Sol, e produz suas bênçãos. A Palavra de Deus governa os elementos. Ele cobre os céus de nuvens, e prepara a chuva para a Terra. Torna frutíferos os vales, e "faz produzir erva sobre os montes". Sal. 147:8. É pelo Seu poder que a vegetação floresce, que as folhas aparecem e desabrocham as flores. Todo o mundo natural destina-se a ser um intérprete das coisas de Deus. Para Adão e Eva, em seu lar edênico, a Natureza estava repleta do conhecimento de Deus, cheia de instrução divina. Para seus ouvidos atentos ela como que ecoava a voz da sabedoria. A sabedoria falava aos olhos, e era recebida no coração; pois eles entretinham comunhão com Deus por meio de Suas obras criadas. Logo que o santo par transgrediu a lei do Altíssimo, o brilho da face de Deus apartou-se da face da Natureza. A Natureza está hoje deslustrada e contaminada pelo pecado. As lições objetivas de Deus, porém, não estão obliteradas; mesmo hoje, devidamente estudada e interpretada, ela fala de seu Criador” (Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, págs. 185 e 186).
“As coisas encobertas são para o Senhor, nosso Deus; porém as reveladas são para nós e para nossos filhos, para sempre." Deut. 29:29. Precisamente como Deus realizou a obra da criação jamais Ele o revelou ao homem; a ciência humana não pode pesquisar os segredos do Altíssimo. Seu poder criador é tão incompreensível como a Sua existência” (Patriarcas e Profetas, pág. 113)
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SEGUNDA, 04 DE ABRIL
Um ser belo e perfeito
(Ez 28:12-19)
Lúcifer foi descrito como o “sinete da perfeição”, em outras palavras ele era um modelo exemplar. Observe que foi o próprio Deus quem o caracterizou desta forma. Ele foi sobremaneira exaltado nas palavras do Criador, recebendo de Deus os elogios baseados em evidências reais.
Suas vestes eram ornamentadas com as pedras mais preciosas e provavelmente possuía uma estética inigualável. Toda a beleza existente em suas vestes não era mais sublime do que sua pessoa. Lúcifer possuía uma profunda admiração dos anjos e de toda criatura existente no universo. Seu laço de influência superava qualquer expectativa. Não é atoa que conseguira convencer a terça parte dos anjos do Céu a duvidar do caráter de Deus. Além de suas capciosas palavras, a credibilidade conseguida já vinha de milênios devidos sua tão poderosa amizade e influência sobre os anjos.
Lúcifer usara por muito tempo a sua influência e sabedoria a serviço de Deus. Levara a todos que estavam sob seu comando a engrandecer e receber a Deus como soberano e Senhor.
Não somente Lúcifer, mas todos os seres vivos em todo o vasto multiverso se deleitavam em adorar e amar a Deus. A harmonia, beleza, paz e a serenidade reinavam em todos os cantos da existência, e Lúcifer desempenhara um papel nobre em toda essa harmonia. Assim era a vida na eternidade antes do pecado, e difícil é para nós conseguir transportar a mente para esses pensamentos. Não conseguimos nem se quer beliscar um pedaço da ideia do que realmente podia ser aquele ambiente tão cheio de paz e de harmonia gloriosa. Lúcifer, dentro do que lhe era possível, contribuiu na manutenção da credibilidade a Deus e na conservação da harmonia em todos os cantos do multiverso. Um dia, este ambiente será novamente permeado dos encantos e estabilidades que lhes asseguravam a vida e a confiança em Deus. Eu e você temos a oportunidade de escolher estar lá, pois um dia o mal será extinto e a Terra será restaurada ao seu estado original.
Leitura Adicional
“A história do grande conflito entre o bem e o mal, desde o tempo em que a princípio se iniciou no Céu até o final da rebelião e extirpação total do pecado, é também uma demonstração do imutável amor de Deus. ... Sendo a lei do amor o fundamento do governo de Deus, a felicidade de todos os seres inteligentes depende da perfeita harmonia, com seus grandes princípios de justiça. Deus deseja de todas as Suas criaturas o serviço de amor, serviço que brote de uma apreciação de Seu caráter. Ele não tem prazer na obediência forçada. ... Enquanto todos os seres criados reconheceram a lealdade pelo amor, houve perfeita harmonia por todo o Universo de Deus. Era a alegria da hoste celestial cumprir o propósito do Criador. Deleitavam-se em refletir a Sua glória, e patentear o Seu louvor. E enquanto foi supremo o amor para com Deus, o amor de uns para com outros foi cheio de confiança e abnegado. Nenhuma nota discordante havia para deslustrar as harmonias celestiais” (Patriarcas e Profetas, págs. 33-35).
“Houve um ser que perverteu a liberdade que Deus concedera a Suas criaturas. O pecado originou-se com aquele que, abaixo de Cristo, fora o mais honrado por Deus, e o mais elevado em poder e glória entre os habitantes do Céu. Lúcifer, "filho da alva", era o primeiro dos querubins cobridores, santo, incontaminado. Permanecia na presença do grande Criador, e os incessantes raios de glória que cercavam o eterno Deus, repousavam sobre ele. "Assim diz o Senhor Jeová: Tu és o aferidor da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura. Estavas no Éden, jardim de Deus; toda a pedra preciosa era a tua cobertura. ... Tu eras querubim ungido para proteger, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti." Ezeq. 28:12-15” (Patriarcas e Profetas, p. 35).
“Era um ser admirável de poder e glória o que se pusera em oposição a Deus. De Lúcifer, diz o Senhor: "Tu és o aferidor da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura." Ezeq. 28:12. Lúcifer fora o querubim cobridor. Estivera à luz da presença divina. Fora o mais elevado de todos os seres criados, e o primeiro em revelar ao Universo os desígnios divinos. Depois de pecar, seu poder de enganar tornou-se consumado, e mais difícil o descobrir-lhe o caráter, em virtude da exaltada posição que mantivera junto do Pai” (Desejado de Todas as Nações, p. 758,759).
“Antes da queda, [Lúcifer] era um querubim que se distinguia pela excelência. Deus o havia criado bom e belo, o mais parecido possível com Ele mesmo (Review and Herald, 24 de setembro de 1901).
“Lúcifer, no Céu, antes de sua rebelião foi um elevado e exaltado anjo, o primeiro em honra depois do amado Filho de Deus. Seu semblante, como o dos outros anjos, era suave e exprimia felicidade. A testa era alta e larga, demonstrando grande inteligência. Sua forma era perfeita, o porte nobre e majestoso. Uma luz especial resplandecia de seu semblante e brilhava ao seu redor, mais viva do que ao redor dos outros anjos; todavia, Cristo, o amado Filho de Deus, tinha preeminência sobre todo o exército angelical. Ele era um com o Pai, antes que os anjos fossem criados. Lúcifer invejou a Cristo, e gradualmente pretendeu o comando que pertencia unicamente a Cristo” (História da Redenção, p. 13).
TERÇA, 05 DE ABRIL
A queda de um ser perfeito
(Ez 28:17; Dt 8:1-18)
Um juiz do superior tribunal de justiça tem uma veste própria que representa sua específica função. Portanto ele não pode vestir-se de qualquer forma. Neste caso, a sua veste indica seu poder, autoridade e função. De forma semelhante, Lúcifer possuía uma veste que era uma demonstração clara de seu poder, autoridade e função no Céu diante dos demais anjos. Em Ezequiel 28:13 apresenta que as vestes de Lúcifer foram criadas justamente no dia em que ele também foi criado. Isto significa que, desde a sua vinda à existência Deus já havia preparado vestes que o determinaria como um ser em uma função relevante e importante. No entanto, o mais importante entender é que, o foco não estava nas vestes, pois elas eram apenas um símbolo do que realmente Lúcifer representava perante o universo. Mas, temos que ter em mente que, toda a glória, beleza e sabedoria que existiam em Lúcifer vieram de Deus. A sua veste de glória e beleza, possivelmente, tenha sido um símbolo ou prerrogativa de que tudo viera de Deus. Assim como as vestes da justiça de Cristo nos concede, nos méritos de Jesus, o valioso prêmio da redenção e glorificação, da mesma forma, as vestes de Lúcifer concediam a Ele uma demonstração visível dos valiosos prêmios que Deus havia lhe proporcionado após ter vindo à existência.
Para aqueles que não se preocupam muito com o que vestir pode perceber que, o que colocamos sobre o corpo tem muito a ver com o valor que damos a nós mesmos. Se Deus, em algumas circunstâncias, se utilizou de vestes para dar significados importantes, o que dizer de nós que vivemos num contexto de pecado onde estamos constantemente testemunhando e pregando com nossa vida, nossos atos e palavras? Não esqueçamos que as vestes também falam.
Voltando ao assunto, Lúcifer perdeu de vista esse significado e conseguiu acreditar que sua beleza, poder, autoridade e glória vinham de si mesmo. Como um vírus, o orgulho o infectou de tal maneira que se tornou totalmente cego quanto à natureza de suas intenções. Começou a olhar para Deus com desdém e alimentou a ideia de grandeza pessoal de tal maneira que se projetou estar em condições acima de Deus. A soberba lhe dominou de tal maneira que chegou ao ridículo ponto de acreditar que poderia ser semelhante ao Altíssimo (Is 14:14).
Este é o preço de ser perfeito. A perfeição está associada ao processo de ser alguém que pensa, toma decisões, que seja livre para escolher segundo sua capacidade individual e inerente. Por isto é que se diz que, a perfeição só pode ser perfeição, quando ela lhe dá o direito de escolher. Lúcifer usou muito mal seu poder de escolha e arruinou, além de sua vida, a de outros anjos que também tinham o poder de escolha.
Leitura Adicional
“Essa obra de oposição à lei de Deus teve seu início nas cortes do Céu, com Lúcifer, o querubim cobridor. Satanás resolveu ser o primeiro nos concílios do Céu, igual a Deus. Começou sua obra de rebelião com os anjos sob o seu comando, procurando difundir entre eles o espírito de descontentamento. E atuou de modo tão enganoso que muitos dos anjos foram ganhos para seu lado, antes que seus propósitos fossem conhecidos plenamente. Mesmo os anjos leais não puderam discernir plenamente seu caráter, nem ver o rumo para o qual levava sua obra. Havendo Satanás tido êxito em ganhar muitos anjos para o seu lado, levou a Deus a sua causa, afirmando que era desejo dos anjos que ele ocupasse a posição mantida por Cristo.
O mal continuou a operar, até que o espírito de descontentamento maturou em ativa revolta. Então houve guerra no Céu, e Satanás, com todos os que com ele simpatizavam, foi expulso. Satanás guerreara pelo domínio do Céu, e perdera a batalha. Não poderia Deus por mais tempo confiar-lhe honra e supremacia, e estas, com a parte que ele ocupara no governo do Céu, foram-lhe tiradas” (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 222).
“O próprio Deus havia dado a Satanás sua glória e sabedoria e o tornara querubim cobridor, bom, nobre e supremamente encantador. Mas beleza, sabedoria e glória foram concedidas às criaturas de Deus como um dom de amor. Por motivos semelhantes, o Senhor derramou sobre os agentes humanos talentos de inteligência, qualidades de espírito e caráter, para que fossem capazes de preencher cargos de confiança e glorificar seu Criador e Redentor. Mas, assim como Satanás, os homens se exaltaram por causa de sua beleza e sabedoria e perverteram os talentos, corromperam o caráter e usaram os dons dados por Deus para a própria glória e não para a glória de Deus e o bem dos outros. O mundo inteiro foi corrompido pelos falsos princípios que Satanás levou os homens a seguir” (Signs of the Times, 18 de setembro de 1893).
“O cristão sincero, em sua [aceitação] de graça, sente que seu êxito é inteiramente dependente de Cristo. Aí está a Fonte de energia divina. Ele não apresenta qualquer reivindicação fundamentada em seu próprio mérito; não possui fidelidade para apresentar ao Céu. Sente suas próprias fraquezas e ineficiência e está convencido de que deve ter o caráter transformado. A renúncia própria e a humildade revelam que a alma tem contemplado a Jesus. O coração tornado penitente pelo Espírito de Cristo agirá por princípio. É um participante da natureza divina. ... Em seu caminhar diário e em sua conversação ele representa o caráter de Cristo” (Olhando Para o Alto [MM 1983], p. 16).
QUARTA, 06 DE ABRIL
Desejando ser Deus
(Ez 28:12-14)
Por três razões, Lúcifer teve fortíssimo poder para enganar os seres celestiais: 1º devido a “exaltada posição que mantivera junto do Pai” (Desejado de Todas as Nações, p. 758,759); 2º por ser grandemente amado e possuir grande influência sobre os anjos (Patriarcas e Profetas, p. 41); 3º os anjos tiveram dificuldades em desacreditar nas palavras de Lúcifer porque a mentira nunca havia sido conhecida no Céu.
Podemos dar rédeas soltas para nossa imaginação com o objetivo de tentar entender as razões que implicaram para que um anjo (criatura) tivesse a ousadia de desejar ser semelhante ao Deus soberano (Criador). Não dá para conceber tal ideia sem ficar pasmo. Eu, dizer que desejo ser semelhante ao presidente de uma nação pode até ser concebível uma vez que o indivíduo que ocupa tal posição não passa de um ser humano debilitado como eu. Mas, desejar ser o que é impossível ser, só pode nascer da mente de seres que, naturalmente sugeriríamos como doentes. Observe que, se aparecesse um homem dizendo ser Napoleão Bonaparte, rapidamente o internaríamos.
No caso de Lúcifer, pelo menos aparentemente lúcido mentalmente, desejou e lutou desesperadamente em ser o que Cristo era no Céu. Ele não queria apenas ser o braço direito de Deus, ele queria ser o próprio Deus. Desejou o indesejável e capciosamente fez uso de estratégias que custaram sua própria vida e de outros anjos do Céu.
Ele foi, a princípio, muito bem sucedido, pois conseguiu inserir no coração dos outros anjos o questionamento e dúvida quanto o caráter e a integridade de Deus. O amor e a admiração que existia entre as criaturas para com Deus, foi completamente desfacelada por suas palavras. Não sabemos quais foram os argumentos usados por Lúcifer para questionar a idoneidade de Jeová, mas sabemos que foram esplêndidos. Uma prova é que, ele conseguiu arrastar com a terça do exército de Deus e ainda manter a dúvida no coração dos demais anjos que ainda permaneceram no Céu. Ellen White comenta que, mesmo após a expulsão de Satanás e seus anjos do Céu, ainda havia uma afeição entre os anjos que ficaram do lado de Deus e os anjos que foram expulsos. Havia laços de simpatia entre ambos. Estes laços foram quebrados somente quando a cruz do calvário fora erguida (Desejado de Todas as Nações, p. 760-761). A cruz, além de conceder-nos salvação, também foi capaz de desmascarar as mentiras de Satanás e de seus anjos. Foi na cruz que para sempre ficou resolvido o destino do grande conflito. Também foi na cruz que os laços de simpatia entre os anjos do Céu e os anjos caídos foram desfeitos, pois eles contemplaram o que a maldade de Satanás foi capaz de fazer com o próprio Deus.
Leitura Adicional
“Deus permitiu que Satanás levasse avante sua obra até que o espírito de desafeto amadurecesse em ativa revolta. Era necessário que seus planos se desenvolvessem completamente a fim de que todos pudessem ver sua verdadeira natureza e tendência. Lúcifer, sendo o querubim ungido, fora altamente exaltado; era grandemente amado pelos seres celestiais, e forte era sua influência sobre eles. O governo de Deus incluía não somente os habitantes do Céu, mas de todos os mundos que Ele havia criado; e Lúcifer concluiu que, se ele pôde levar consigo os anjos do Céu à rebelião, poderia também levar todos os mundos. Tinha ele artificiosamente apresentado a questão sob o seu ponto de vista, empregando sofisma e fraude, a fim de conseguir seus objetivos. Seu poder para enganar era muito grande. Disfarçando-se sob a capa da falsidade, alcançara uma vantagem. Todos os seus atos eram de tal maneira revestidos de mistério, que era difícil descobrir aos anjos a verdadeira natureza de sua obra. Antes que se desenvolvesse completamente, não poderia mostrar-se a coisa ruim que era; sua desafeição não seria vista como sendo rebelião. Mesmo os anjos fiéis não podiam discernir-lhe completamente o caráter, ou ver para onde sua obra estava a levar” (Patriarcas e Profetas, p. 41).
“Lúcifer poderia ter permanecido no favor de Deus, ser amado e honrado por toda a hoste angélica, exercendo suas nobres faculdades, a fim de abençoar outros e glorificar o seu Criador. Mas, diz o profeta: "Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor." Ezeq. 28:17. Pouco a pouco Lúcifer veio a condescender com o desejo de exaltação própria. "Estimas o teu coração como se fora o coração de Deus." "E tu dizias: ... Acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei. ... Subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo." Ezeq. 28:6; Isa. 14:13 e 14. Em vez de procurar fazer com que Deus fosse supremo nas afeições e lealdade de Suas criaturas, era o esforço de Lúcifer conquistar para si o seu serviço e homenagem. E, cobiçando a honra que o infinito Pai conferira a Seu Filho, este príncipe dos anjos aspirou ao poder cujo uso era prerrogativa de Cristo, unicamente” (O Grande Conflito, p. 494).
“O primeiro pecador foi um a quem Deus exaltara grandemente. Ele é representado sob a figura do príncipe de Tiro florescendo em poder e magnificência. Pouco a pouco Satanás veio a condescender com o desejo de exaltação própria. ... Embora toda a sua glória proviesse de Deus, este poderoso anjo veio a considerá-la como pertencente a si mesmo. Não contente com sua posição, embora honrado acima das hostes do Céu, atreveu-se a cobiçar a homenagem devida somente ao Criador. Em vez de procurar fazer a Deus supremo na afeição e fidelidade de todos os seres criados, empenhou-se em atrair para si o serviçalismo e lealdade deles” (SDA Bible Commentary, vol. 4, pág. 1.162).
“Não é ele [Satanás] o primeiro grande apóstata?” (SDA Bible Commentary, vol. 4, pág. 1.163).
“É no trono de Lúcifer que toda a obra má tem o seu ponto de partida, e obtém amparo” (Carta 43, 1895).
“Até o próprio momento do desfecho do conflito no Céu, o grande usurpador continuou a justificar-se. Quando se anunciou que, com todos os seus simpatizantes, deveria ele ser expulso da habitação de sua bem-aventurança, o líder rebelde ousadamente declarou seu desdém para com a lei do Criador. Denunciou os estatutos divinos como uma restrição à sua liberdade e declarou ser seu propósito garantir a abolição da lei. De comum acordo, Satanás e suas hostes lançaram a culpa da rebelião inteiramente sobre Cristo, declarando que se não tivessem sido reprovados, não se teriam rebelado jamais.
A rebelião de Satanás seria uma lição para o Universo ao longo de todas as eras vindouras, um testemunho perpétuo quanto à natureza e aos terríveis resultados do pecado. A implantação do império de Satanás e seus efeitos sobre homens e anjos revelariam quais devem ser os frutos da decisão de se colocar de lado a autoridade divina. Testificariam o fato de que, com a existência do governo de Deus e Sua lei, está ligado o bem-estar de todas as criaturas que Ele fez. Assim, a história dessa experiência terrível de rebelião deveria constituir uma salvaguarda perpétua para todos os seres santos, impedindo-os de serem enganados quanto à natureza da transgressão e livrando-os de cometerem pecado e sofrerem sua punição.
A qualquer momento pode Deus retirar do impenitente os sinais de Seu maravilhoso amor e misericórdia. Quem dera que os seres humanos considerassem quais serão os resultados seguros de sua ingratidão para com Ele e de sua desconsideração para com o infinito Dom de Cristo ao mundo! Se continuarem a amar a transgressão mais do que a obediência, as presentes bênçãos e a grande misericórdia de Deus que agora desfrutam, mas não apreciam, acabarão por tornar-se o agente de sua ruína eterna” (Manuscrito 125, 1907 (Sermons and Talks, vol. 1, págs. 388 e 389)).
“Se Satanás pudesse confundir e enganar os homens e leva-los a pensar que há um poder inerente neles mesmos para realizar grandes e boas obras, deixariam de confiar em Deus para fazer aquilo que eles imaginavam poder fazer por si mesmos. Não reconhecem um poder superior. Não dão a Deus a glória que Ele reivindica e que Lhe é devida por Sua exaltada e excelente majestade. O inimigo alcança assim seus objetivos e exulta que homens decaídos presunçosamente exaltem a si mesmos” (Testemunhos para a Igreja, v. 1, p. 294).
QUINTA E SEXTA, 07 E 08 DE ABRIL
Satanás na Terra
(2Co 11:14; Ap 12:7-12)
Mesmo derrotado, Satanás ainda acredita que pode vencer. Aliás, será que existe alguém tão motivado quanto o diabo? Mesmo sabendo que está para sempre perdido e que sua extinção é apenas uma questão de tempo, pretende ele executar estratégias que o possibilite ir de encontro à vitória contra Deus.
Por não conseguir afetar diretamente a Deus, seu alvo favorito são os seres humanos, pois trazendo sofrimento à vida humana ele sabe que também trará ao coração de Deus. O campo de batalha é a mente humana. Tanto Deus quanto Satanás estão no campo de batalha (mente) lutando por nossas vidas. Por saber que seus planos podem não darão certo, o que de fato é verdade, Satanás sabe que quanto mais pessoas ele levar para o seu lado, menos sofrimento ele terá no dia do juízo. A questão é que, se você morrer em Cristo, Satanás arcará por seus pecados. No entanto, se você morrer sem Cristo, quem arcará com eles no dia do juízo será você mesmo. Por esta razão é que ele pretende levar o máximo de pessoas para o seu lado, para que sua dor seja menor no dia da execução final.
Mas, a notícia mais esplêndida é que, Jesus já venceu Satanás na cruz do calvário definitivamente. Mesmo o diabo sendo poderoso, ele não pode ter nenhum poder sobre nós se escolhermos permanecer ao lado de Cristo. A justiça de Jesus e seu poder são colocados a nossa disposição para sermos vitoriosos com Ele (Jesus). Satanás e seus súditos estão completamente derrotados, e embora ele ainda tenha a esperança de vencer o grande conflito, seu aniquilamento está certo, definido e predestinado.
Leitura Adicional
“Deus é amor. O mal existente no mundo não provém de Suas mãos, e, sim, de nosso grande adversário, cuja obra sempre tem sido depravar o homem e debilitar e perverter-lhe as faculdades. Deus não nos deixou, porém, na ruína operada pela queda. Toda faculdade tem sido posta ao alcance por nosso Pai celestial, para que os homens, mediante esforços bem dirigidos, possam recuperar a perfeição inicial e permanecer completos em Cristo. Deus espera que façamos a nossa parte nessa obra. Somos Seus - Sua possessão adquirida. A família humana custou um preço infinito para Deus e Seu Filho Jesus Cristo.
O Redentor do mundo, o Filho unigênito de Deus, por Sua perfeita obediência à lei, por Sua vida e caráter, resgatou o que foi perdido na queda e possibilitou que o homem obedecesse à santa lei de justiça transgredida por Adão. Cristo não trocou Sua divindade pela humanidade, mas combinou a humanidade com a divindade; e na humanidade Ele viveu a lei em favor da família humana. Os pecados de todos os que recebem a Cristo foram colocados em Sua conta, e Ele satisfez plenamente a justiça de Deus” (Fundamentos da Educação Cristã, p. 429).
“Satanás está agora empenhado mais seriamente do que em qualquer outro tempo, em jogar a partida da vida com o ser humano; e a menos que estejamos constantemente em guarda, ele firmará em nosso coração o orgulho, o amor-próprio, o amor do mundo, e muitos outros maus traços. Ele usará também todos os ardis possíveis para transtornar nossa fé em Deus e nas verdades de Sua Palavra. Se não tivermos uma profunda experiência nas coisas divinas, se não possuirmos um perfeito conhecimento de Sua Palavra, seremos imbuídos, para nossa ruína, pelos erros e enganos do inimigo. Doutrinas falsas arruinarão os alicerces da pessoa que não aprendeu a discernir do erro a verdade. Nossa única salvaguarda contra os ardis de Satanás é estudar diligentemente as Escrituras, ter uma inteligente compreensão das razões de nossa fé, e cumprir fielmente todo dever conhecido. A condescendência com um só pecado conhecido acarretará fraqueza e trevas, sujeitando-nos a ferozes tentações” (Review and Herald, 19 de abril de 1908).
Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como consta no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br