Deus vai desaparecer, diz Dan Brown, que lança livro em Frankfurt

Famoso por suas obras fictícias, porém bem estimulantes e polêmicas, Dan Brown parece gostar de brincar de lobo mau com os religiosos, em especial, o cristianismo. Depois de gerar algumas boas discussões a respeito da suposta vida íntima de Jesus com Maria Madalena, no filme ,“O código Da Vinci”, e apimentar as discussões a respeito do conflito entre ciência e religião, no filme, “Anjos e Demônios”, Brown, agora resolveu dar uma pequena alfinetada na possível origem do homem.
Autor de frases polêmicas, encontrou na ficção contestadora da religião o seu verdadeiro sucesso financeiro e profissional. Aliás, estratégia típica de quem deseja adquirir uma vida de sucesso promissora e rápida. Richard Dawkins que o diga.

Em mais uma retórica confusa, segundo ele, relatada por Maurício Meireles da Folha, "historicamente, nenhum deus sobreviveu à ciência. Com os avanços da tecnologia, a necessidade de um Deus exterior, que nos julga, vai desaparecer", disse o escritor em um encontro com jornalistas, na manhã desta quinta-feira (12), na Feira do Livro de Frankfurt. Não é só a declaração —bem típica do autor— que traz a crítica. O novo livro de Brown, "Origem" (Sextante), que acaba de ser lançado no mundo todo também traz críticas a religião.

Pelo visto, esta será mais uma daquelas obras que muitos terão o prazer de perder o tempo para contestar e claro, ganhar muito dinheiro na proa de Brown. O mais trágico é imaginar que o sucesso das ficções de Brown ganham e ganharão espaço mesmo dentre cristãos - obviamente secularizados. Depois indagam sobre os motivos de termos uma sociedade tão vazia, desprovida de informação coerente e sem muita utilidade cognitiva. E ainda haverá aqueles que tentarão transformar o reles de Brown em verdade. Como sempre, a literatura realmente útil encherá de pó nas prateleiras enquanto que a corja literária será vendida aos milhões ao redor do mundo.

Cabe aqui uma bela frase de Allan Bloom escrita na década de oitenta que mais se parece com uma profecia, “A falta de cultura leva  os estudantes simplesmente a procurar informações onde elas estejam disponíveis, sem capacidade para distinguir entre o sublime e o reles, o conhecimento profundo e a propaganda.” 

Gilberto Theiss - Graduado e Mestrando em Teologia. Pós-Graduado em Filosofia e Ciência da Religião. Pós-Graduando em História e Antropologia.