Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 02


Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 02 – 3º Trimestre 2012
(7 a 14 de julho)

Comentário: Gilberto G. Theiss[1]

SÁBADO, 07 DE JUNHO
Preservando relacionamentos

            “Quem é a nossa esperança, alegria ou coroa em que nos gloriamos perante o Senhor Jesus na Sua vinda? Não são vocês? De fato, vocês são a nossa glória e a nossa alegria” (1Ts 2:19 e 20).

Pensamento Chave: Para convencer seu adversário, basta conhecer a fragilidade de sua argumentação.


            Há diversas experiências que, como as de Paulo, levantam oposição e perseguição àqueles que, pelo poder de Deus propagam as boas novas perante a comunidade. Paulo, por apenas três semanas de conferências, suscitou oposição dos líderes religiosos da cidade. Impressionante notar que, mesmo em nossos dias, este tipo de oposição é bem comum em cidades pequenas ou comunidades onde uma determinada religião é predominante. Neste caso específico, o apóstolo precisou se retirar antes que o desgaste se tornasse mais intenso. Embora tivesse que sair da cidade, Paulo deixou frutos bem amadurecidos que continuaram o propósito de suas campanhas. Sua presença deve ter sido impactante, pois, ali em Tessalônica havia pessoas que o apreciava. Como em nossas próprias experiências, Paulo havia deixado e fortalecido em Tessalônica, muitos amigos, pessoas que valeriam os esforços de escrever duas importantes cartas, como estas que foram escritas.

DOMINGO, 08 de JULHO
Oposição em Tessalônica
(At 17:5-9)

            A oposição em Tessalônica ocorreu motivada por um sentimento muito comum em nossos dias – a inveja. Por intermédio da inveja, as pessoas são motivadas a fazer coisas grotescas e insanas contra o invejado. Mentiras são as armas mais poderosas contra àqueles que, por alguma razão óbvia, trazem alguns incômodos à comunidade ou aos seus líderes. Como no céu, a única ferramenta que Lúcifer possuía nas mãos contra Deus era a mentira. No meio cristão, às vezes algumas pessoas são invejadas por outros, e quando não há nenhum pecado ou erro visível nelas, a mentira se torna a única maneira de impedir o sucesso ou o progresso do trabalho delas. No caso de Paulo, foi exatamente o que ocorreu, pois seu trabalho evangelístico e simpatia despertaram ciúmes e consequentemente inveja e perseguição por parte dos líderes locais. A compreensão da mensagem de Cristo, provavelmente dividiu a cidade despertando a oposição dos que ali dominavam. Além do mais, a propagação de um reino eterno e de Seu governante Jesus Cristo não era admirada pelos romanos, uma vez que lhes soava como uma espécie de partidarismo político ou a ascensão de um novo rei. Este fato não é difícil de ser aceito, já que, em nossos dias, muitas das vezes as portas das casas, a mando de um pastor ou padre local, se fecham para o obreiro ou colportor. Através de mentiras e até de difamações, a comunidade se fecha por medo ou por submissão ao seu líder espiritual.

           
SEGUNDA, 09 DE JULHO
O episódio em Bereia
 (At 17:10-15)

             Por incrível que pareça, uma das oposições levantadas em Tessalônica foi pelo mau testemunho provocado por pessoas que se diziam ser cristãos. Nos EUA houve uma enquete que visava fazer um levantamento do nível de perversidade praticado pelas pessoas comuns sem Deus e pelas pessoas que diziam frequentar alguma igreja cristã. Pasmem, o resultado não foi nem um pouco agradável para os cristãos, pois, o nível de perversidades praticadas pelos mesmos estava muito pouco abaixo do índice dos nãos cristãos. Infelizmente, nos meios acadêmicos e mesmo diante de algumas comunidades, o cristianismo tem sido ridicularizado graças aos que dão mau testemunho em nome de Deus. Há pessoas que dizem serem religiosas, mas não vivem a essência da prática da religião. São maus vistos pela sociedade por causa de seu comportamento inadequado. O próprio Gandi culpa os cristãos por sua incapacidade de acreditar no cristianismo e hoje, muitas pessoas, a exemplo de Gandi, possuem sérias dificuldades para aceitar a religião cristã justamente devido ao mau comportamento daqueles que se dizem fazer parte desta religião. Tem sido muito comum os cristãos praticarem a defraudação, roubo, calotes, adultério e outras insanidades que trazem desonra à fé cristã.
            Paulo e outros discípulos passaram em alguns lugares onde este tipo de problema parecia ser comum. Tiago foi um dos discípulos que foi incisivo em falar da fé munida das obras (Tg 1;2). Assim como o legalismo, o liberalismo parecia ser uma das maldições vividas no meio da igreja em comunidade. Estes problemas suscitavam problemas sérios para a pregação do evangelho impedindo o progresso da igreja em alguns lugares. No caso de Bereia, embora o mau testemunho fosse um dos obstáculos em cidades como a de Tessalônica, os bereanos pareciam estar sedentos em conhecer a verdade. Eles não aceitaram o evangelho de maneira cega, mas, testaram as mensagens recebidas de acordo com o Antigo Testamento com o objetivo de terem certeza de que não estavam sendo enganados. Que bom seria se todos, independente de haver bom ou mau testemunho por parte dos mensageiros, seguissem o exemplo dos bereanos. Num mundo repleto de mentiras e de filosofias contrárias às Escrituras, faz-se necessário um estudo mais detido das verdades de Deus, pois, quanto mais estudamos a palavra de Deus, mais solidamente permaneceremos em Cristo.

TERÇA, 10 DE JULHO
Interlúdio em Atenas
(At 17:2, 3; 16-34)

            Os dados geográficos e algumas informações históricas da movimentação dos discípulos, lugares que passarem e regiões onde se encontravam podem ser um tanto cansativas por conter tantos detalhes, mas, se observarmos com atenção a estratégia de Paulo e os demais discípulos utilizadas nestas cidades, veremos que, eles, primeiramente, antes de qualquer confronto ou diálogo com outros povos, procuravam conhecer bem suas culturas, pensamentos filosóficos e religiosos (At 17:2,3). Um autor anônimo escreveu certa feita que “a melhor maneira de vencer o seu adversário é conhecer os seus pontos fracos e fortes”. A frase parece ser aplicável para as experiências de Paulo em suas jornadas evangelísticas pelas cidades da época. Em Atenas, o discípulo procurou conhecer melhor os pontos de vista em que se embasavam a religião dos atenienses. Com isto, estaria mais preparado para discursar com eles sobre sua fé. Paulo conheceu também a filosofia dos epicureus e estoicos, duas realidades filosóficas em que muitos saduceus e fariseus pareciam estar contaminados na época e que distorcia alguns pontos doutrinários do Antigo Testamento.
            O curioso na experiência de Paulo é que, não usando a Escritura, foi capaz de discursar de igual para igual não perdendo o foco da verdade. Através da própria filosofia dos atenienses, apresentou as inconsistências de suas crenças em contraste com a verdadeira realidade da vida e da filosofia religiosa verdadeira. Paulo foi por excelência um grande apologista e sabia muito bem fazer uso da dialética para defender a verdade. Seu ponto de partida para discursar com os intelectuais gregos era um tema que muito interessava qualquer filósofo de Atenas, a criação. O resultado foi que, ao apresentar suas argumentações, alguns dos gregos se converteram para a religião cristã. De igual forma, creio que, antes de discursar com os oponentes da verdade de hoje, deveríamos primeiramente conhecer melhor suas práticas, culturas, pensamentos teológicos e filosóficos. Assim, será mais fácil levantar observações quanto às fragilidades existentes em suas crenças. O ataque nunca é a melhor maneira de iniciar um combate. Manter o foco nas inconsistências e falhas do adversário permitirá que ele mesmo perceba que suas argumentações carecem de um melhor embasamento. Em outras palavras, seria o mesmo que fazer uso das próprias palavras do oponente para derrotá-lo. Um exemplo prático disto seria, se alguém lhe disser que a verdade é relativa, você poderia lhe responder que, já que a verdade é relativa, isto significa que “o que você acabou de dizer é relativo?” Como no exemplo demonstrado, muitas das vezes os argumentos das pessoas não são capazes de serem sustentados por sua própria base de argumentação, e Paulo, em Atenas, demonstrou conhecer bem isto – a técnica de conseguir detectar a inconsistência nas palavras do adversário.

QUARTA, 11 DE JULHO
Chegada a Corinto
(1 Co 1:18-2:2)

            Jesus era o centro da mensagem de Paulo em Corinto, a sabedoria divina que parecia loucura para os homens. Isto indica que, Paulo não usou a mesma estratégia que havia utilizado em Atenas. Para os gregos ele usou o próprio conhecimento filosófico/religioso local para abrir os olhos dos atenienses. Em Corinto, Paulo foi incisivo em falar de Jesus como ato de Deus para salvação de todos os homens, mesmo que fosse encarada como loucura (v. 21). Destacou a repugnância dos povos e suas condições impostas para aceitar o evangelho em Jesus, frisando a petição dos judeus por sinais, a busca idólatra dos gregos pela sabedoria, mas, segundo Paulo, a única e suficiente razão de suas palavras era Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gregos (v. 23). Estes obstáculos encontrados por Paulo em seu tempo não perece ter se dissipado com o tempo. Em nossos dias há àqueles que somente estão dispostos em aceitar o evangelho se forem convencidos por sinais, enquanto que outros somente estão dispostos em aceitar se os argumentos bíblicos forem mais razoáveis que os argumentos científicos e filosóficos. Nos centros acadêmicos, a idolatria ao conhecimento tem impedido muitas pessoas de aceitarem o evangelho. Verdadeiros PHDeus, por gabarem-se de seus conhecimento e idolatrarem o próprio eu, acabam olhando para a mensagem bíblica como um conhecimento louco e desprovido de razão. Em Corinto, quando Paulo enfrentou este tipo de contraversão, ele foi enfático ao afirmar que “a loucura de Deus é mais sábia que os homens, e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens” (v. 25). Parece que Paulo teve paciência reduzida em comparação aos atenienses, e foi mais incisivo em apresentar Cristo em Corinto com uma dialética mais forte e focada em Cristo. Há lugares que, pelo contexto e circunstância local, precisaremos ser mais enfáticos do que em outras regiões. Em suma, a maneira de apresentar a verdade varia de público para público.

QUINTA E SEXTA 12 e 13 DE JULHO
Paulo revela sua afeição
(1 Ts 2:17-3:10)

            A experiência de Paulo com os irmãos de Tessalônica, o acompanhou para o resto de sua vida. Sua ligação e relação com estes construiu em seu coração muita afinidade e compromisso especial. Sua partida, embora repentina de Tessalônica, não reduziu nele o interesse e desejo por esta igreja. Agora distante, demonstrou possuir intensa preocupação com a fé destes irmãos. Ao perceber que dificilmente retornaria ali, enviou Timóteo para confirmar a fidelidade e compromisso deles. Quando recebeu as boas notícias de Tessalônica, se confortou de sua preocupação. Como visto, Paulo gostava intensamente dos irmãos de Tessalônica e vice versa. Acredito que, como Paulo, muitos de nós somos admirados por uma igreja em especial. Geralmente a igreja em que crescemos ou a igreja que, com muito esforço e trabalho, ajudamos erigir. A amizade em igrejas assim, geralmente chegam a ser semelhantes à amizade existentes no circulo familiar. Em nossos corações, é possível que exista uma ou duas igrejas que amamos de maneira muito especial e, consequentemente, desejamos sempre estar presentes para impedir que Satanás obstrua a fé e o progresso espiritual dos irmãos que fazem parte desta determinada igreja. Se para Paulo, amar uma comunidade ou igreja de uma determinada igreja era uma realidade, quem dirá para nós em nossos dias quando ao nosso redor, há tantas igrejas e irmãos que nos amam intensamente. Embora Paulo seja apresentado como um discípulo enérgico, vemos nestas descrições a maus pura sensibilidade de um nobre ser humano.



[1] Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como constam no livro “Nisto Cremos” e “tratado teológico adventista” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico e colportor efetivo por um ano na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia e cursou extensão em arqueologia do oriente próximo pela UEPB. Gilberto G. Theiss é autor de vários livros e artigos e é inteiramente submisso e fiel tanto à mensagem bíblico-adventista quanto à seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. No entanto Gilberto Theiss faz questão de ressaltar que, toda esta biografia acima é destituída de valor, e que o único currículo valioso que possui é o de Deus, sua família, irmãos e amigos fazerem parte de sua vida. O resto tem o seu devido lugar, porém fora e bem distante do pódio. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br