Nota: Este texto tornou-se viral nos Estados Unidos esta semana. A autoria dele é anonima, mas mesmo assim achei fantástico. Acredito que uma das melhores coisas que podemos fazer pros nossos filhos é viver um relacionamento saudável com nossos maridos e é disso que este texto trata, por isso resolvi traduzi-lo e publicá-lo aqui! [Palavras de Tathiana Schulze].
************************************************
Minha ficha caiu por causa de um pacote de hamburguers. Eu
pedi ao meu marido para parar na loja pra comprar algumas coisas pro jantar.
Quando ele chegou em casa, ele colocou as sacolas em cima da mesa e eu percebi
que que ele tinha comprado um hamburguer diferente do que eu normalmente
compro.
Eu perguntei: “o que é isso?”
“Hamburgers congelados” ele respondeu, meio confuso.
“Você não comprou o tipo correto”, eu disse.
“Não? Por que?” Ele respondeu com sua testa enrugada.”
“Eu sempre compro hamburguer feito com carne de primeira e
este é de segunda”.
Ele sorriu e disse “Ah, é só isso? Eu pensei que eu
tivesse me confundido com algo grande”
E foi assim que começou. Eu dei um sermão pra ele. Eu
reclamei que ele não era inteligente. Por que ele não comprou a carne de melhor
qualidade e mais saudável? Ele leu a embalagem? Por que eu não posso confiar
nele? Eu também me indignei porque como poderia ele não notar nestes anos todos
que eu sempre compro o hamburguer de primeira? Será que ele nunca presta
atenção em nada?
E
enquanto ele ouvia minha indignação por causa do hamburguer, murmurando que não
era um problema tão grande e que ele iria comprar o correto da próxima vez, eu
vi seu rosto mudar de expressão. Eu já via esta expressão algumas vezes nos
últimos anos. Uma mistura de desmoralização e resignação. Parecia com a cara
que meu filho faz quando é corrigido. E eu pensei: “Por que eu estou fazendo
isto? Eu não sou a mãe do meu marido!”
E eu subitamente me senti terrível. E envergonhada. Ele
estava certo. Não era algo tão importante pra eu ficar tão irritada. E eu perdi
a cabeça por causa de um pacote de hamburguer que ele generosamente parou pra
comprar assim como eu tinha pedido. No meio de me sentir envergonhada, eu
apenas murmurei algo como “ah, vou ter que me virar com este hamburguer mesmo”
e fui começar o jantar.
Ele parecia aliviado que a discussão tinha acabado e saiu
da cozinha.
E então eu me sentei e pensei honestamente sobre o que eu
tinha acabado de fazer. Algo que eu já tinha feito tantas outras vezes,
provavelmente.
O “momento do hamburguer” certamente não foi a primeira
vez que eu dei uma bronca no meu marido por não fazer as coisas como eu acho
que deveriam ser feitas. Lembro-me de várias vezes que o critiquei por
colocar algo no lugar errado ou esquecer alguma coisa e eu estava sempre ali
pra mostrar pra ele seu erro.
Por que eu faço isso? Que benefício me traz sempre diminuir
meu marido? O homem que eu recebi como meu parceiro pra vida toda. O pai dos
meus filhos. O homem que eu quero ter ao meu lado pra sempre. Por que eu faço
aquilo que muitas vezes as mulheres são acusadas de fazer: tentar mudar o jeito
que ele faz cada pequena coisa? Será que estou indo a algum lugar com isso?
Por que o meu jeito tem que ser o jeito certo e o jeito
dele o jeito errado? Desde quando se tornou correto corrigi-lo e apontar cada
coisa que ele faz que não é como eu gostaria?
E como isso o beneficia? Será que isso o faz pensar: “Uau,
certamente eu sou sortudo dela me colocar na linha o tempo todo.” Eu duvido.
Provavelmente ele acha que eu estou no pé dele sem motivo e o leva a se
afastar.
Esses dias achei um caco de vidro no lixo. Perguntei a ele
o que tinha acontecido. Ele me disse que quebrou um copo mas preferiu não me
falar pois não queria que eu reclamasse por causa disso.
Outro dia encontrei um par de meias no lixo. Peguntei a
ele o que tinha acontecido. Ele me disse que tinha por acidente colocado as
meias brancas junto com a roupa colorida na máquina de lavar. Quando viu as
meias manchadas, preferiu jogá-las do que me ouvir dizer pela centésima vez
como separar as roupas brancas das coloridas.
Então chegamos a um ponto que ele achava mais fácil e
menos estressante esconder as coisas do que admitir que ele cometeu um pequeno
erro. Que tipo de ambiente eu criei que o faz acreditar que ele não pode
cometer erros?
E vamos dar uma olhada nestes “erros”. Um copo quebrado.
Meias manchadas. Erros normais que qualquer um pode fazer. Mas ele estava
certo. Muitas vezes quando ele cometia um pequeno erro, eu passava um sermão de
como as coisas deviam ser feitas. Ele sempre ouvia por um tempo e depois dizia:
“acho que essas coisas não são tão importantes pra mim.”
Agora eu entendo o que ele queria dizer: “estas coisas que
te deixam tão chateadas são pequenos detalhes, uma questão de opinião, uma
preferência, e eu não vejo porque fazer uma guerra disso.” Mas eu interpretava
como se ele não se importasse comigo ou se como ele não entendesse as coisas.
No meu inconsciente eu pensava que eu era a que fazia as coisas funcionar aqui
em casa.
Eu comecei a observar minhas amigas e notar as coisas que
elas reclamavam nos seus maridos e comecei a perceber que não estava sozinha.
De alguma forma, muitas de nós acreditamos na mentira de que a esposa sempre
sabe melhor e é o cérebro da casa.
É um estereotipo fácil de se acreditar. Olhe na midia.
Tvs, filmes, propagandas. Cheios de maridos bobões com esposas inteligentes e
sabem-tudo. Eles não sabem cozinhar. Eles não conseguem cuidar das crianças. Se
você pedir pra ele comprar duas coisas, ele vai voltar com duas, e uma delas
estará errada. Eles são todos iguais. Dia a dia estas são as imagens que vemos
na mídia.
O que essa constante reclamação e murmuração faz é enviar
uma mensagem aos nossos maridos de que nós não os respeitamos. Nós não
acreditamos que eles sejam inteligentes o suficiente pra fazer as coisas
certas. Nós já sabemos que você vai fazer besteira. Se ele for um homem seguro,
provavelmente ele vai se sentir ressentido com você. Se ele for inseguro,
possivelmente ele vai começar acreditar em você e achar que ele não sabe fazer
nada direito. E nenhuma destas respostas serão boas e benéficas pra vocês e nem
pro casamento.
E quando penso em situações opostas, quando eu fui quem
cometi os erros, vejo que ele foi muito mais graciosos comigo porque ele não
fica querendo me mudar em cada pequeno detalhe.
O ponto central em tudo isso é que eu escolhi este homem
como meu marido. Ele não é meu empregado. Ele não é meu escravo. Ele não é meu
filho. Quando eu casei com ele, eu não achava que ele era um estúpido. Ele não
precisa ser repreendido por mim só porque eu não gosto do jeito que ele faz
certas coisas.
Quando eu entendi isso, eu comecei a perceber todas as
coisas boas nele. Ele é inteligente, uma ótima pessoas, ele é otimo com as
crianças. Além disso, ele não me repreende cada vez que eu faço algo diferente
do que ele, pelo contrário, ele cede muitas vezes pro meu jeito de fazer as
coisas. E em vez de focar nestas coisas, eu estava focando só no negativo. E eu
sei que não sou a única que faço isso.
Se nós continuarmos a fazer nossos maridos se sentirem mal
porque eles cometem erros ou não fazem as coisas exatamente como gostamos, é
bem possível que eles parem de se envolver ou começem a acreditar que eles são
incapazes mesmo.
No meu caso, estou falando do meu companheiro de muitos
anos. O mesmo que troca o pneu do meu carro na chuva, que cuida de mim quando
estou doente, que ensinou nossos filhos a andar de bicicleta.
O homem que sempre trabalhou duro pra proporcionar uma
vida decente para nós. E as vezes eu fico brava por causa de um prato
fora do lugar.
Desde que percebi isto, estou mudando, e o clima aqui em
casa melhorou muito. Estamos mais a vontade um com o outro e nos vemos como
companheiros do mesmo time em vez de oponentes. Aprendi até a ver que o jeito
dele de fazer as coisas é muitas vezes melhor que o meu.
São necessárias duas pessoas para que uma parceria
aconteça. Nenhum está sempre certo e nenhum está sempre errado. E nem sempre
veremos as coisas exatamente do mesmo jeito. Você não se torna melhor, ou mais
inteligente, ou superior por apontar cada coisinha que não é como você queria.
Amigas, lembrem-se, é apenas carne para hamburguer!
****************************************************
Este texto não é de minha autoria. Procurei pela autora
mas este texto foi escrito em anonimato e se tornou viral aqui nos Estados
Unidos no mês de maio, sendo republicado em centenas de sites. A tradução foi
feita por Tathiana Schulze e se você quiser ler o original em inglês pode procurar aqui:
http://brando.tickld.com/x/woman-realizes-that-shes-been-accidentally-abusing-her-husband-this-whole-time