Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 8 – 3º Trimestre 2011 (13 a 20 de agosto)

Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 8 – 3º Trimestre 2011 (13 a 20 de agosto)

Observação: Este comentário é provido de Leitura Adicional no fim de cada dia estudado. A leitura adicional é composta de citações do Espírito de Profecia. Caso considere-a muito grande, poderá optar em estudar apenas o comentário ou vice versa.

Comentário: Gilberto G. Theiss

SÁBADO, 13 DE AGOSTO
Conformidade, concessões e crise na adoração
(Hb 5:14)

Quanto mais nos aproximamos da segunda vinda de Cristo, parece que mais limitada é a capacidade de discernir o que é certo e errado. Conseqüentemente, a conformidade e as concessões vão negociando espaço dentre os que professam ser seguidores de Jesus Cristo.
O povo de Israel, por diversas vezes enfrentaram esta crise e na maioria delas caíram como prezas fáceis nas mãos do paganismo. De igual forma, hoje, todos nós estamos suscetíveis aos mesmos acidentes de percurso. Não deve ser surpresa para nós a revelação de que haverá uma sacudidura em nosso meio!
Infelizmente, não temos sido melhores do que o Israel do passado e por esta razão, precisamos ser um pouco mais atentos e francos conosco mesmos. Até que ponto podemos confiar em nossa sinceridade? Aquele que, verdadeiramente teme a Deus jamais confiará em sua própria sabedoria e interpretação dos fatos. Sempre buscará respostas em Deus subjugando seu gosto, sua maneira de achar e pensar, seus vícios e sua lógica.
Deus pretende preparar um povo para enfrentar a grande crise que se aproxima de nós e muitos estão brincando de cristão enquanto que Satanás não está brincando de ser Satanás. Observe esta advertência séria na leitura adicional abaixo e reflita por alguns minutos a respeito.

Leitura Adicional

“Minha alma está muito preocupada, pois sei o que diante de nós está. Todo o engano concebível fará sentir seus efeitos sobre os que não têm com Deus uma ligação diária viva. Em nossa obra não deve haver esforços colaterais enquanto não houver completo exame das idéias sustentadas para que se possa verificar de que fonte se originam. Os anjos de Satanás são sábios para fazer o mal, e criarão o que alguns pretenderão ser luz avançada, proclamarão como sendo coisas novas e maravilhosas, e embora em alguns aspectos seja a mensagem uma verdade, estará misturada com invenções humanas, e ensinará como doutrinas os mandamentos de homens. Se jamais houve um tempo em que deveríamos vigiar e orar com real fervor, é agora. Pode haver coisas supostamente boas, e que no entanto necessitam ser cuidadosamente consideradas com muita oração, pois são sedutoras artimanhas do inimigo para conduzir pessoas num rumo que esteja tão perto do caminho da verdade que muito pouco se distinga do caminho que leva à santidade e ao Céu. Mas os olhos da fé podem discernir que isto diverge do caminho certo, embora quase que imperceptivelmente. Pode a princípio ser julgado positivamente certo, mas depois de algum tempo verifica-se divergir amplamente do caminho da segurança, do caminho que leva à santidade e ao Céu. Meus irmãos, aconselho-vos a fazer caminhos retos para os vossos pés, para que o que coxeia não seja desviado do caminho” (Testemunhos para Ministros, p. 229).

DOMINGO, 14 DE AGOSTO
Aos olhos de Deus
(Gn 6:5; Jr 17:5; Jo 2:25; Rm 3:9-12; Dt 12:8; 13:18)

O coração humano está repleto de maldade. Sem a atuação do Espírito de Deus o homem é capaz de praticar as maldades mais nefastas. Se permitirmos que nossa vida seja guiada por nossas impressões, sentimentos, pelo impulso de nossa natureza, fatalmente seriamos arrastados para uma incontrolável perversidade sem limites como se fossemos arrastados para o fundo do mar por uma âncora de navio se estivéssemos amarrados a ela.
Infelizmente, a maldade alcançou dimensões tão ridículas que muitas das perversidades do homem passaram a ser consideradas como estando dentro de uma esfera de normalidade. Até o adultério, na mente de alguns, tem sido considerado como uma necessidade para manter o sabor do casamento. Li a entrevista de uma especialista em relacionamento afirmar que, pular o muro no relacionamento só trará benefícios e que este tabu a este respeito deve ser combatido. Sexo antes do casamento já tem sido mais do que comum – uma necessidade. Tão normal que muitos pais estão aconselhando seus filhos adolescentes a andarem com preservativos. Enfim, poderia escrever muitas páginas a este respeito. Por mais normais que alguns comportamentos pareçam ser, aos olhos de Deus continua sendo imorais e perversas. Falar de pureza em nossos dias significa ser ultrapassado e completamente ridículo. No entanto, o plano de Deus para os sinceros é o que vai totalmente contra a maré. Os que pretendem fazer a vontade de Deus estarão visivelmente do lado oposto desta grande avenida que está conduzindo a maioria à perdição eterna.
Na adoração, os mesmos problemas podem ser notados. Muitas formas de adorar a Deus têm sido criadas com roupagem de santidade. Música, louvor e comportamento de hoje, tem mais haver com estilos mundanos e baseados em culturas místicas do que essencialmente deveria ser. A esta altura do campeonato, parece que estamos em rumo sem volta. Não dá para ser muito otimista quanto a tudo o que está acontecendo. A cegueira espiritual tem angariado muitos discípulos - mesmo dentro das igrejas. O profano, trazido do mundo, tem sido oferecido a Deus sem nenhum escrúpulo de consciência. A este respeito bem escreveu Ellen White, “Ao nos aproximarmos do fim do tempo, a falsidade estará tão misturada com a verdade que somente os que têm a guia do Espírito Santo serão capazes de distinguir a verdade do erro” (SDA Bible comentary, v. 7, p. 907). Também escreveu que Deus “removerá Seu favor dos que continuam pecando, exaltando a si mesmos e misturando o sagrado com o profano. Terríveis juízos destruirão os que O representam mal, dizendo: “Templo do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor é este” (Jr 7:4), quando seu exemplo é enganoso” (Sgins of the Times, 31 de outubro 1900).

(Aleluias, realmente estamos no fim...

Leitura Adicional

“Ao nos aproximarmos do fim do tempo, a falsidade estará tão misturada com a verdade, que somente os que têm a guia do Espírito Santo serão capazes de distinguir a verdade do erro. Precisamos fazer todo esforço para guardar o caminho do Senhor. De modo nenhum devemos afastar-nos de Sua guia e pôr nossa confiança no homem. Aos anjos do Senhor está determinado que mantenham estrita vigilância sobre os que põem sua fé no Senhor, e esses anjos devem ser nossa especial ajuda em todo tempo de necessidade. Cada dia devemos ir ao Senhor em plena certeza de fé, e dEle esperar sabedoria. ... Os que são guiados pela Palavra do Senhor distinguirão com certeza entre a falsidade e a verdade, entre o pecado e a justiça” (SDA Bible Commentary, vol. 7, pág. 907).

“Assim diz o Senhor: ‘Maldito é o homem que confia nos homens, que faz da humanidade mortal a sua força, mas cujo coração se afasta do Senhor’ (Jr 17:5). Muitos afirmam que o Senhor é a fonte de sua força, mas tão logo vêm provações sobre eles, em vez de buscar o Senhor em oração, recorrem a algum mortal, falível, tão pobre como eles mesmos, em busca de simpatia e conselho. Mas os que estão fazendo quando seguem esse curso? Estão fazendo da carne o seu braço e, assim, certamente, se enfraquecem. Devemos ir a Deus com nossas perplexidades. Ele é o grande e infalível conselheiro. Quando faz do homem mortal o seu auxílio e derrama aos ouvidos humanos todos os seus problemas, você só se priva da força, pois só receberá a ajuda que a humanidade pode dar” (Review and Heraldo, 16 de abril de 1889).

“Ninguém imagine que possa deixar de lado o grande padrão moral de Deus e construir um padrão de acordo com o próprio julgamento finito. É porque as pessoas estão se medindo entre si e vivendo de acordo com seu próprio padrão que a iniqüidade se identifica e o amor de muitos se esfria. A lei de Deus é desprezada e, por isso, muitos se atrevem a transgredir, e mesmo aqueles que tiveram a luz da verdade vacilam em sua lealdade à lei de Deus” (Review and Herald, 12 de junho de 1894).

SEGUNDA, 15 DE AGOSTO
A arte (e o mal) das concessões
(1Rs 11:1-13)

Para refletir no tema da lição de hoje, uma pergunta pode nos ajudar a entender melhor o significado das concessões. Se não tivéssemos o conhecimento científico de que a Terra, sustentada pelo nada, gira em torno de si mesma e do sol, seríamos capazes de saber com absoluta certeza esta verdade? É claro que não. Apenas o fato de ser dia e noite não seria capaz de nos revelar que a Terra esteja girando em torno de um sol gigantesco e em torno de si mesma. Pelo conhecimento que temos hoje, sabemos que a Terra esta girando e andando em torno do sol, mas, não conseguimos sentir esta rotação. Da mesma forma, quando fazemos concessões na vida cristã, gradativamente nos apostatamos sem apercebermos. Cegamente e gradualmente começamos a trilhar o caminho do mal como se estivéssemos no caminho do bem. Assim como não percebemos ou sentimos a rotação da terra, assim também não percebemos ou sentimos a rotação de nossas concessões para o erro. O rei Salomão cometeu este gravíssimo erro ao fazer alianças com nações pagãs. Ele acreditava que, se aproximando desta maneira das nações vizinhas e fazendo concessões para facilitar a compreensão da verdade perante esses povos, mal sabia que estava arruinando a nação de Israel comprometendo a verdade misturando-a com o mundo. Elles White revelou que “tão gradual foi a apostasia de Salomão que antes que dela se advertisse, tinha-se afastado de Deus. Quase imperceptivelmente começara a confiar cada vez menos na divina guia e bênção, e a pôr a confiança em sua própria força. Pouco a pouco deixou de prestar a Deus aquela obediência retilínea que devia fazer de Israel um povo peculiar, e conformou-se cada vez mais intimamente aos costumes das nações ao redor.” (Profetas e Reis, p. 55). Também esclareceu que “a apostasia de Israel havia-se desenvolvido gradualmente. De geração a geração Satanás tinha feito repetidas tentativas para levar a nação escolhida a esquecer os mandamentos, os estatutos e os juízos que eles haviam prometido guardar para sempre” (Profetas e Reis, p. 296). No entanto, como a revelação nos alertou “a conformidade aos costumes mundanos converte a igreja ao mundo; jamais converte o mundo a Cristo” (O Grande Conflito, p. 509). Falando a respeito do povo de Israel, Ellen White nos adverte que “Os israelitas não compreendiam que serem neste sentido diferentes de outras nações era um privilégio e bênção especiais. Deus havia separado os israelitas de todos os outros povos, para deles fazer Seu tesouro peculiar. Eles, porém, não tomando em consideração esta alta honra, desejaram avidamente imitar o exemplo dos gentios! E ainda o anelo de conformar-se às práticas e costumes mundanos existe entre o povo professo de Deus. Afastando-se eles do Senhor, tornam-se ambiciosos dos proveitos e honras do mundo. Cristãos acham-se constantemente procurando imitar as práticas dos que adoram o deus deste mundo. Muitos insistem em que, unindo-se aos mundanos e conformando-se aos seus costumes, poderiam exercer uma influência mais forte sobre os ímpios. Mas todos os que adotam tal método de proceder, separam-se desta maneira da Fonte de sua força. Tornando-se amigos do mundo, são inimigos de Deus. Por amor à distinção terrestre, sacrificam a indizível honra a que Deus os chamou, honra esta de mostrarem os louvores dAquele que nos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz. I Ped. 2:9 (Patriarcas e Profetas, p. 607).

Como bem expressou o pastor Erton Koller, “precisamos modernizar, porém sem mundanizar” (Fonte: Paulistana.org.br)

TERÇA, 16 DE AGOSTO
“Falsa adoração”
(1Rs 11; 12:25-27, 28)

O tema da verdadeira e falsa adoração tem sido tratado de forma muito leviana em nossos dias. Infelizmente, assim como no passado, o culto do Senhor tem sido misturado com costumes que estão além dos nossos próprios portais. Neste caso em específico, temos o exemplo de Jeroboão que virou as costas para Deus. Este ímpio rei, para impedir que o povo fosse até Jerusalém, providenciou templos com altares de adoração ao norte em Dã e ao sul em Betel na divisa com Judá. Além de impedir que seu povo descesse a Jerusalém, ainda serviu de influência para a decadência de Judá. O surpreendente desta história é que ela se repete em nossos dias, porém em uma dimensão muito maior. Hoje, as divisas entre o santo e profano são quase que imperceptível. Assim como Judá e Israel caíram no engodo de serem absorvidos pela cultura pagã da época, em nossos dias muitos do Israel e Judá contemporâneos vivem aos moldes da cultura religiosa atual amalgamada com o misticismo e paganismo de nosso século. Fogo estranho e cultos a baal tem sido comuns em meio a cultura cristã. Diante deste grande dilema, precisamos aprender a não subestimar a inteligência de Satanás e suas artimanhas. O tempo em que vivemos é solene e a brevidade do desfecho do conflito entre o bem e o mal está por chegar ao fim. Por este motivo, Satanás está mais do que nunca enfurecido e suas estratégias para comprometer a vida do povo de Deus com o mundanismo serão gradativamente maiores e certeiras. Ou acordamos para esta realidade ou estaremos a mercê da perdição eterna. A igreja Adventista não está imune a estes enganos e por esta razão é que Deus providenciará uma sacudidura. Quando este dia chegar, quem ficará de pé? Quem viver neste tempo saberá...

Leitura Adicional

“Planejando esta transferência, intentava Jeroboão apelar à imaginação dos israelitas, colocando perante eles alguma representação visível para simbolizar a presença do Deus invisível. Conseqüentemente, mandou fazer dois bezerros de ouro, e estes foram postos dentro de nichos nos centros indicados para adoração. Nesta tentativa para representar a divindade, Jeroboão violou o claro mandamento de Deus: "Não farás para ti imagem de escultura. ... Não te encurvarás a elas nem as servirás." Êxo. 20:4 e 5.
Tão forte era o desejo de Jeroboão de conservar as dez tribos afastadas de Jerusalém, que perdeu de vista a fraqueza fundamental de seu plano. Ele deixou de tomar em consideração o grande perigo a que estava expondo os israelitas, pelo colocar perante eles o símbolo idólatra da divindade, com os quais seus ancestrais haviam estado tão familiarizados durante os séculos de seu cativeiro no Egito. A estada recente de Jeroboão no Egito devia tê-lo ensinado a loucura de colocar perante o povo tais representações pagãs. Mas seu decidido propósito de induzir as tribos do norte a não continuar sua visita anual à cidade santa, levou-o a adotar a mais imprudente das medidas. "Muito trabalho vos será o subir a Jerusalém", insistiu ele; "vês aqui teus deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito". I Reis 12:28. Assim foram eles convidados a se prostrarem perante imagens de ouro e a adotar estranhas formas de culto. O rei procurara persuadir os levitas, alguns dos que estavam vivendo em seus domínios, a servirem como sacerdotes nos altares recém-erguidos em Betel e Dã; mas nesta tentativa ele foi ao encontro do fracasso. Foi então compelido a elevar ao sacerdócio homens "dos mais baixos do povo". I Reis 12:31. Alarmados com as perspectivas, muitos dos fiéis, incluindo-se um grande número de levitas, fugiram para Jerusalém, onde podiam adorar em harmonia com os divinos reclamos.
"E fez Jeroboão uma festa no oitavo mês, no dia décimo quinto do mês, como a festa que se fazia em Judá, e sacrificou no altar. Semelhantemente fez em Betel, sacrificando aos bezerros que fizera; também em Betel estabeleceu sacerdotes dos altos que fizera." I Reis 12:32” (Profetas e Reis, p. 100 e 101).

QUARTA, 17 DE AGOSTO
Elias e os profetas de Baal
(1Rs 18)

Esta surpreendente história, muito conhecida, é uma das marcas mais destacáveis da verdadeira e falsa adoração. Deus não necessita de euforia, gritaria, músicas dançantes e muito menos de emocionalismo e barulho para estar presente e operar no meio do seu povo. Há pessoas que acreditam que, quanto mais barulho maior será o poder. Ledo engano, pois o que geralmente faz muito barulho é lata vazia e não cheia. A maneira como Deus agiu no monte camelo pode nos indicar algumas diferenças que permeiam a verdadeira e falsa adoração. Observe:
1º Se baseia na verdade. Uma vida em erro não é capaz de mover o braço Deus a nosso favor. O Espírito Santo é sempre concedido ao homem de coração contrito, sincero e desejoso em fazer a vontade Deus – independente de qual seja ela.
2º Se baseia na sinceridade, porém sobre a plataforma da vontade de Deus. A sinceridade não anula a obediência e a retidão. A sinceridade não bonifica uma vida e escolhas contrárias a vontade de Deus. Minha sinceridade não inseri um selo de aprovação ao tipo de música que me agrada ou comportamento e lugares que freqüento seguindo minha própria vontade e gosto.
3º Se baseia na solenidade, e os aspectos emocionais não suplantam os racionais. Não é o êxtase emocional que nos favorece a receber o poder ou a presença do Espírito Santo. Na verdade, quem se utiliza desses métodos são as religiões pagãs. Este tipo de culto pode ser visto inclusive no confronto do monte Carmelo onde os profetas de Baal gritavam e dançavam em volta do altar. Elias, ao contrário dos profetas, moveu o braço de Deus apenas com uma simples oração silenciosa.
4º Deve refletir as determinações, ensinamentos e vontade de Deus. A maior diferença entre verdadeira e falsa adoração se baseia na vontade de Deus em detrimento da vontade e determinação humana. O que teria acontecido se Moisés tivesse se recusado a retirar as sandálias e entrado na presença do Senhor com elas nos pés! O que teria acontecido se o povo de Israel não tivesse passado o sangue de cordeiros nas umbrais! O que teria acontecido caso o povo tivesse se recusado a erigir o santuário diferente do modelo que fora mostrado! Nossa vontade, sabedoria, gostos e convicções devem ser subordinadas inteiramente à vontade de Deus – isto é verdadeira adoração na vida prática e na devoção cultual. Pense nisso!
A falsa adoração está diretamente ligada à vontade humana em detrimento da vontade de Deus. No que diz respeito à igreja, por exemplo, não vamos à igreja para fazer nossa vontade mas para realizar o que Deus deseja. Não estamos na congregação para participar de um culto, mas para oferecê-lo ao Senhor. Nossos gostos, desejos e achismos não devem permear absolutamente nada no que diz respeito à adoração. Se isto ocorrer, não estaremos adorando ao Deus do Céu mas o anjo caído.

Leitura Adicional

O Senhor aborrece a indiferença e deslealdade em tempo de crise em Sua obra. Todo o Universo está observando com inexprimível interesse as cenas finais da grande controvérsia entre o bem e o mal. O povo de Deus está-se aproximando do limiar do mundo eterno; que pode haver de mais importante para eles do que ser leais ao Deus do Céu? Em todos os séculos Deus tem tido heróis morais; e tem-nos agora - os que como José, Elias e Daniel, não se envergonham de se reconhecerem como Seu povo peculiar. Suas bênçãos especiais acompanham os esforços de homens de ação; homens que não se desviarão da linha reta do dever, mas que perguntarão com divina energia: "Quem é do Senhor"? (Êxo. 32:26), homens que não se deterão apenas no perguntar, mas exigirão que os que escolherem identificar-se com o povo de Deus prossigam e demonstrem sem sombra de dúvida sua obediência ao Rei dos reis e Senhor dos senhores. Tais homens subordinam sua vontade e planos à lei de Deus. Por amor a Ele, não têm a sua vida por preciosa. Seu trabalho é captar a luz da Palavra e deixá-la brilhar para o mundo em raios claros e firmes. Fidelidade a Deus é sua divisa.
Enquanto Israel no Carmelo duvidava e hesitava, a voz de Elias de novo quebra o silêncio: "Eu só fiquei por profeta do Senhor, e os profetas de Baal são quatrocentos e cinqüenta homens. Dêem-se-nos, pois, dois bezerros; e eles escolham para si um dos bezerros, e o dividam em pedaços, e o ponham sobre a lenha, porém não lhe metam fogo; e eu prepararei o outro bezerro, e o porei sobre a lenha, e não lhe meterei fogo. Então invocai o nome do vosso deus e eu invocarei o nome do Senhor; e há de ser que o deus que responder por fogo esse será Deus." I Reis 18:22-24.
A proposta de Elias era tão razoável que o povo não pôde mesmo fugir a ela; encontraram pois coragem para responder: "É boa esta palavra". Os profetas de Baal não ousaram erguer a voz para discordar; e dirigindo-se a eles, Elias lhes ordena: "Escolhei para vós um dos bezerros, e preparai-o primeiro, porque sois muitos, e invocai o nome do vosso deus, e não lhe metais fogo". I Reis 18:24 e 25.
Aparentemente ousados e desafiadores, mas com o terror no coração culpado, os falsos sacerdotes preparam seu altar, pondo sobre ele a lenha e a vítima; e tem início suas fórmulas de encantamento. Seus estridentes gritos ecoam e reboam através das florestas e dos promontórios, enquanto invocam o nome do seu deus, dizendo: "Ah, Baal, responde-nos!" I Reis 18:26. Os sacerdotes se aglomeram em torno de seu altar, e com saltos e contorções e gritos histéricos, arrancando os cabelos e retalhando as próprias carnes, suplicam a seu deus que os ajude.
Passa-se a manhã, aproxima-se o meio-dia, e contudo não há evidência de que Baal ouça o clamor de seus enganados seguidores. Não há voz, nem resposta a suas frenéticas orações. O sacrifício permanece inconsumado.
Enquanto continuam com suas exaltadas devoções, os astutos sacerdotes estão continuamente procurando imaginar algum meio pelo qual possam acender o fogo sobre o altar e levar o povo a crer que o fogo viera diretamente de Baal. Mas Elias lhes vigia cada movimento; e os sacerdotes, esperando contra a esperança de alguma oportunidade para a fraude, prosseguem com suas insensatas cerimônias.
"E sucedeu que ao meio-dia Elias zombava deles, e dizia: Clamai em altas vozes, porque ele é um deus; pode ser que esteja falando, ou que tenha alguma coisa que fazer, ou que intente alguma viagem; porventura dorme, e despertará. E eles clamavam a grandes vozes, e se retalhavam com facas e com lanças, conforme ao seu costume, até derramarem sangue sobre si. E sucedeu que, passado o meio-dia, profetizaram eles, até que a oferta de manjares se oferecesse; porém não houve voz nem resposta, nem atenção alguma". I Reis 18:27-29.
Alegremente Satanás teria vindo em socorro desses a quem havia enganado, e que eram devotados a seu serviço. Alegremente ele teria enviado o fogo para queimar o sacrifício. Mas Jeová havia fixado limites a Satanás - restringira seu poder - e nem todos os artifícios do inimigo podiam lançar sobre o altar de Baal uma única centelha.
Afinal, roucos de tanto gritar, as vestes maculadas com o sangue das feridas que a si mesmos se haviam infligido, os sacerdotes ficam desesperados. Com furor inquebrantável, misturam a suas súplicas terríveis maldições de seu deus-sol; e Elias continua a observar atentamente; ele sabe que se por qualquer artifício os sacerdotes lograrem lançar fogo sobre o altar, ele será feito em pedaços num momento.
É chegada a tarde. Os profetas de Baal estão fatigados, abatidos, confusos. Um sugere uma coisa, outro outra coisa, até que finalmente cessam seus esforços. Suas maldições e gritos estridentes não mais ressoam sobre o Carmelo. Em desespero retiram-se da luta.
Durante todo o longo dia o povo havia testemunhado as demonstrações dos frustrados sacerdotes. Haviam contemplado seus saltos selvagens sobre o altar, como se desejassem captar os raios do Sol para que servissem a seus propósitos. Eles haviam olhado com horror para as bárbaras mutilações infligidas a si mesmos pelos sacerdotes, e tinham tido a oportunidade de refletir sobre a loucura da adoração de ídolos. Muitos dentre a multidão estão fartos das exibições de demonismo, e aguardam agora com o mais profundo interesse os movimentos de Elias.
É a hora do sacrifício da tarde, e Elias convida o povo: "Chegai-vos a mim". Aproximando-se eles a tremer, ele se volta para o altar derribado onde uma vez os homens haviam adorado ao Deus do Céu, e repara-o. Para ele esse montão de ruínas é mais precioso que todos os magnificentes altares do paganismo.
Na reconstrução deste antigo altar, Elias revelava seu respeito pelo concerto que o Senhor havia feito com Israel quando este transpôs o Jordão para a terra prometida. Escolhendo "doze pedras, conforme o número das tribos dos filhos de Jacó, ... edificou o altar em nome do Senhor". I Reis 18:30-32.
Os desapontados sacerdotes de Baal, exaustos pelos inúteis esforços, esperam para ver o que Elias fará. Eles odeiam o profeta por haver proposto uma prova que expusera as fraquezas e ineficiência de seus deuses; contudo temem o seu poder. O povo, igualmente temeroso, e com a respiração quase suspensa ante a expectativa, observa enquanto Elias continua seus preparativos. O porte calmo do profeta ergue-se em agudo contraste com o frenesi fanático e insensato dos seguidores de Baal.
Reconstruído o altar, o profeta, abre um rego em torno dele, e havendo posto a lenha em ordem e preparado o bezerro, coloca a vítima sobre o altar, e ordena ao povo que inunde com água o sacrifício e o altar. "Enchei de água quatro cântaros", ordenou, "e derramai-a sobre o holocausto e sobre a lenha. E disse: Fazei-o segunda vez; e o fizeram segunda vez. Disse ainda: Fazei-o terceira vez; e o fizeram terceira vez. De maneira que a água corria ao redor do altar; e ainda até o rego encheu de água". I Reis 18:34 e 35.
Trazendo à lembrança do povo a longa e continuada apostasia que havia despertado a ira de Jeová, Elias convida-os a humilhar seus corações e tornar para o Deus de seus pais, para que fosse removida a maldição de sobre a terra de Israel. Então inclinando-se reverente ante o invisível Deus, ele ergue as mãos para o céu, e oferece uma singela oração. Os sacerdotes de Baal haviam gritado e espumado e dado saltos desde a manhã até à tarde; mas com a oração de Elias, nenhum clamor insensato ecoa nas alturas do Carmelo. Ele ora como se soubesse que Jeová está ali, testemunhando a cena, atento a seu apelo. Os profetas de Baal haviam orado selvagemente, incoerentemente. Elias ora com simplicidade e fervor, pedindo que Deus mostre Sua superioridade sobre Baal, para que Israel pudesse ser reconduzido a Ele.
"Ó Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó", o profeta suplica, "manifeste-se hoje que Tu és Deus em Israel, e que eu sou Teu servo, e que conforme a Tua palavra fiz todas estas coisas. Responde-me, Senhor, responde-me para que este povo conheça que Tu, Senhor, és Deus, e que Tu fizeste tornar o seu coração para trás". I Reis 18:36 e 37. Um silêncio opressivo em sua solenidade cai sobre todos. Os sacerdotes de Baal tremem de terror. Cônscios de sua culpa, temem imediata retribuição.
Mal havia a oração de Elias terminado, e chamas de fogo, como brilhantes relâmpagos, descem do céu sobre o altar erguido, consumindo o sacrifício, lambendo a água do rego e devorando as próprias pedras do altar. O brilho das chamas ilumina o monte e ofusca os olhos da multidão. Nos vales abaixo, onde muitos estão observando em ansiosa expectativa os movimentos dos que estão em cima, a descida do fogo é claramente vista, e todos ficam maravilhados com o espetáculo. Ele lembra a coluna de fogo que no Mar Vermelho separou das tropas egípcias os filhos de Israel” (Profetas e Reis, p. 147-154).

QUINTA E SEXTA, 18 e 19 DE AGOSTO
A mensagem de Elias
(Mt 3:18; Ap 14:7-12)

A mensagem de Elias ultrapassa gerações chegando em pleno século XXI como se a experiência fosse exatamente em nossa época.
A mensagem de Elias inserida em três períodos da história é interessante e reflete a essência do conflito em todos os tempos. Os três períodos refletem o conflito na essência tempo de Elias. O período de João Batista e o período em que as três mensagens angélicas seriam proclamadas seriam os outros dois tempos em que Elias, simbolicamente, seria enviado. O Elias de hoje são os que, com poder do Céu, proclamam a mensagem para o tempo presente.
O curioso é que, se a mensagem de Elias alcança os nossos dias através dos proclamadores das três mensagens angélicas. Isto pode significar que este mesmo impasse deve ser travado em nosso tempo. Também significa que o confronto entre verdadeira e falsa adoração devem ser travados mesmo dentre o povo de Deus. A mensagem de Elias, assim como no passado, deve alcançar e advertir não apenas os de fora, mas também os de dentro.
Ellen White considerou que o que tempo em que vivemos é um tempo de grande apostasia geral e que “Deus convida Seus mensageiros a anunciar Sua lei no espírito e no poder de Elias. Assim como João Batista, na preparação de um povo para o primeiro advento de Cristo, chamou sua atenção para os Dez Mandamentos, da mesma forma, nós devemos dar, com som muito definido, a mensagem: ‘Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora do Seu juízo’ (Ap 14:7. Com a seriedade que caracteriza o profeta Elias e João Batista, estamos envidando esforços para preparar o caminho para a segunda vinda de Cristo. Requer-se de cada trabalhador resolução, abnegação, esforço e consagração. Prontidão e zelo consagrado devem tomar o lugar da indiferença apática. Apelos fervoroso, misturados com oração, provenientes de um coração governado pelo espírito que atuava em Elias, trará convicção para os sinceros de coração” (The Southern, 21 de março de 1905).

Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como consta no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br