Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 05 – 3º Trimestre 2010 (24 a 30 de Julho)



Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 05 – 3º Trimestre 2010 (24 a 30 de Julho)

Comentário: Gilberto G. Theiss


JUSTIFICAÇÃO E A LEI


“Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a lei” (Rm 3:31).
Em Cristo estão todas as nossas esperanças de redenção e de restauração. É ilógico pensar que meras leis poderiam desempenhar o nobre papel de redenção ou restauração. Mesmo sendo a lei de Deus, tenhamos em mente que ela não tem vida em si mesma e muito menos sangue. A lei divina requeria a morte do devedor ou, no mínimo, um substituto totalmente inocente, puro, imaculado e íntegro que se apresentasse no lugar do culpado com o objetivo de fazer valer em sua vida todas as penalidades da lei determinadas sobre o transgressor.
Jesus, um dos membros da divindade, se apresentou e ofereceu Sua vida e Seu sangue como substituto do sangue culpado do humano. Cristo somente poderia ser o tal substituto, pois fora Ele o acusado de impor às Suas criaturas o angustiante fardo das obrigações da lei. Jesus viria para mostrar que o homem poderia ter vencido as tentações contrárias à lei e ao mesmo tempo para mostrar que Suas leis não eram e não são um angustiante fardo (Desejado de Todas as Nações, p.24). Aliás, desde quando uma lei que visa proteger poderia ser considerada um angustiante fardo? Uma lei criada por um pai e mãe aos filhos, com o objetivo de protegê-los dos perigos da vida como as drogas, promiscuidade, angústia, sofrimento, doenças ou falência, como leis que protegeriam os filhos de tais infortúnios poderiam ser encaradas como angustiante fardo?
A lei de Deus sempre existiu para proteger, criar delimitações para as pessoas sempre viverem bem e felizes. Uma prova disso é que, quando a lei de Deus no Éden foi transgredida, a miséria tomou conta de toda geração. Hoje, a lei continua exercendo o mesmo papel, de proteção. Ela não justifica, não salva, mas, a fé, a justificação ou a graça também, em nenhuma virgula anula o precioso e importante papel da lei. A lei de Deus existiu no passado, existe em nossos dias e continuará existindo por toda a eternidade (Sl 111:7 e 8).
Escreveu Paulo, que, “a fé não anula a lei”, pelo contrário, a fé na verdade “confirma a lei”, isto ocorre porque a verdadeira fé nos leva em direção a obediência aos seus reclamos.
DOMINGO, 25 DE JULHO

A LEI CONFIRMADA

“Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a lei” (Rm 3:31).
“Que diremos, pois, ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne? Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de Deus. Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. Ora, ao que trabalha não se lhe conta a recompensa como dádiva, mas sim como dívida; porém ao que não trabalha, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é contada como justiça; assim também Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus atribui a justiça sem as obras, dizendo: Bem-aventurados aqueles cujas iniqüidades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputará o pecado” (Rm 4:1-8).

A fé não anula a lei, assim como, que, a lei também não anula a fé. Houve dois concertos, entretanto, com apenas uma lei e uma graça. As formas podem ter sido diferentes, pois no velho concerto, a garantia para eles do perdão e remissão vinha do sangue de animais, que claro, representava Cristo. Porém, no novo concerto, que na verdade é tão antigo quanto o velho (Gn 3:15; I Pe 1:18-20), o sangue não era mais de animais, mas do próprio Jesus, do qual todos os ritos eram sombrsa e promessas de Sua vinda.

Esta questão é indiscutível, pois, a graça era abundante e totalmente suficiente para salvar tanto no antigo quanto no Novo Testamento. A lei de Deus nunca, em momento algum, desde a entrada do pecado neste mundo, jamais foi instrumento para salvação. A única fonte de justificação sempre foi o cordeiro, seja o tipo ou o antítipo (Lv 3:1-7; S. Jo 1:29). Deus não tem e nunca terá dois sistemas de salvação diferentes. O mesmo plano estabelecido no Antigo Testamento perdura para os povos atuais com tanto vigor quanto no passado. Este sistema de salvação pela graça e de julgamento pela lei alcançou os Judeus e demais povos e continua a alcançar todos que se achegam a Cristo em nossos dias.

SEGUNDA, 26 DE JULHO

GRAÇA OU DÍVIDA

“Assim também Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus atribui a justiça sem as obras, dizendo: Bem-aventurados aqueles cujas iniqüidades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputará o pecado” (Rm 4:6-8).

Embora exista em nossos dias problemas como o perfeccionismo ou legalismo, é importante entender que não há nenhum problema com a obediência ou submissão a vontade de Deus. Todos nós devemos nos esforçar para obedecer e permitir que o Espírito Santo opere as devidas mudanças em nosso caráter. O que as vezes acontece com muitos e até mesmo conosco, é que, temos a tendência em querer fazer algo que pague a nossa dívida com Deus. Os nossos débitos registrados no Serasa do céu são infinitamente altos e jamais teremos em nós mesmos a quantia que estes débitos ou dívidas exigem. Esta é a grande e profunda verdade que a cruz do calvário quer nos ensinar, mas infelizmente, por causa deste senso de querer pagar um aluguel que já foi pago, as vezes, tende a nos levar ao legalismo de querer guardar a lei para alcançar algum mérito ou favor salvífico diante de Deus. Isto não significa que não devemos observar a lei, ou fazer a vontade de Deus, pois o fato de o aluguel impagável já ter sido pago por alguém não quer dizer que poderemos viver de forma irresponsável e sair dando calotes em todo mundo por ai. Se isto ocorrer, o aluguel impagável não mais será pago e mais cedo ou mais tarde seremos despejados da casa que não é nossa. Em outras palavras, a graça de Jesus jamais alcançará a vida daqueles que não desejam abandonar os pecados morais.

TERÇA, 27 DE JULHO

PROMESSA E LEI

“Porque não foi pela lei que veio a Abraão, ou à sua descendência, a promessa de que havia de ser herdeiro do mundo, mas pela justiça da fé” (Rm 4:13).

Um pai olha para o seu filho e lhe faz a promessa, caso tire boas notas na escola, ganhará uma linda bicicleta. Como neste exemplo, muitos fazem inúmeras promessas aos filhos e caso cumpram os requisitos apresentados, serão beneficiados pelo cumprimento. Filhos que se comportam bem, tiram notas boas na escola, os que fazem algum favor, arrumam o seu próprio quarto, estes entre outros deveres muitas das vezes são realizados à custa de promessas. Interessante que estes deveres deveriam ser cumpridos não porque no fim das contas serão beneficiados, mas por ser um dever natural de todos os filhos. Infelizmente, nós somos tendenciosos a querer fazer algo na vida sempre em troca de alguma coisa, e conseqüentemente isto acaba se impregnando de tal forma que, mesmo em circunstâncias religiosas, achamos que Deus requer algo de nós para nos ofertar sua salvação ou promessas. Deus não age como o ser humano com atos de egoísmo e muito menos como um mercenário que tenta comprar os favores dos outros. Sua graça, salvação e promessas são feitas não pelo melhor que podemos fazer para Ele; estas promessas são nos outorgadas a partir do momento em que desenvolvemos fé Nele e por conseqüência desta fé, entregamos a vida a Ele. Nossas obras não podem comprar os favores de Deus. Assim foi com Abraão e assim será com todos nós em pleno século XXI.

QUARTA, 28 DE JULHO

LEI E FÉ

“É a lei, então, contra as promessas de Deus? De modo nenhum; porque, se fosse dada uma lei que pudesse vivificar a justiça, na verdade, teria sido pela lei. Mas a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a promessa pela fé em Jesus Cristo fosse dada aos que crêem. Mas, antes que viesse a fé, estávamos guardados debaixo da lei, encerrados para aquela fé que se havia de revelar” (Gl 3:21-23).

Como já mencionado anteriormente, a lei de Deus não é menos importante por não ser instrumento de salvação. Entretanto, é de suma importância compreender e permanecer claro em nossa mente de que a fé e a graça tem seu devido lugar no plano da redenção e a lei também tem seu devido lugar. Se a lei não fosse importante, se fosse objetável, Deus, Aquele que é sábio demais para errar, não criaria leis no universo, na química, na física, natureza e muito menos para orientar o ser humano nos aspectos morais. Se a lei existe é porque tem ela um papel fundamental em todo o contexto da existência e principalmente após a queda do homem. A lei não é menos importante do que a vida de Cristo, pois se assim fosse Deus daria preferência em extingui-la do que permitir que Seu filho morresse simplesmente para garantir a punição dela (da lei) conseqüentemente resgatando a humanidade da punição. Mesmo a lei sendo tão importante, mesmo sendo ela parte da existência humana, mesmo sendo tão significativa, ela nada pode fazer para nos dar vida. O código moral não tem vida em si mesmo para poder conceder vida as criaturas. Por isto que a lei também é entendida como sendo um guia, pois quando nos mostra que somos pecadores e perdidos por causa dos pecados cometidos, ao mesmo tempo nos mostra que precisamos de cura e restauração, e esta cura e restauração não pode ser encontrada em nós mas somente em Cristo.

Por esta razão é que escreveu Ellen White: “O princípio de que o homem se pode salvar por sua próprias obras, está na base de toda religião pagã...onde quer que seja mantido, os homens não tem barreiras contra o pecado” (Desejados de Todas as Nações, p. 35-36).

QUINTA E SEXTA, 29 A 30 DE JULHO

LEI E PECADO

“E nisto sabemos que o conhecemos; se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu o conheço, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade; mas qualquer que guarda a sua palavra, nele realmente se tem aperfeiçoado o amor de Deus. E nisto sabemos que estamos nele; aquele que diz estar nele, também deve andar como ele andou” (I Jo 2:3-6).

“Qualquer que comete pecado, também transgride a lei, pois o pecado é a transgressão da lei” (I Jo 3:4).

“Porquanto pelas obras da lei nenhum homem será justificado diante dele; pois o que vem pela lei é o pleno conhecimento do pecado” (Rm 3:20).

Com muita sinceridade, muitos afirmam que a lei foi anulada e que não precisamos mais dos dez mandamentos descritos em Êxodo 20. Vamos supor que isto seja verdade, seria possível hoje sabermos de maneira precisa o que realmente é e o que não é pecado sem que Deus continue a nos orientar a este respeito? Com os gostos, vontades, propensões para o mal que temos, conseguiríamos fazer um bom juízo do que podemos ou não fazer na vida sem que Deus nos apresente claramente o que é bom e o que não é?

Cerca de cem ano atrás, o escritor irlandês Jonathan Swift escreveu: “Mas será que alguém diria que se as palavras beber, enganar, mentir, roubar fossem extirpadas da língua e dos dicionários ingleses por um ato do Parlamento, na manhã seguinte iriamos acordar temperantes, honrados, justos e amantes da verdade? Essa é uma conseqüência justa?” (Jonathan Swift, A Modest Proposal ADN Other Satires [Uma Proposta Modesta e Outras Sátiras], Nova Iorque: Prometheus Books, 1995, p. 205).

Não é nem um pouco verdade que a lei de Deus foi cancelada, pois a maior prova de que não foi, é o fato de Jesus ter cumprido as exigências da mesma para que o homem pudesse ser redimido sem que a lei fosse mudada.

Não é nem um pouco sábio tais afirmações, pelo contrário, como afirmam os Batista Charles Colson e Nancy Pearcey: “Se queremos viver vidas saudáveis e equilibradas, é melhor conhecermos as leis e ordenanças através das quais Deus estruturou a criação”, principalmente “pela razão de elas serem as leis de nossa própria natureza interior” (Colson, Charles e Pearcey, Nancy. E agora como viveremos?, p.35)

Mais surpreendente foi o que escreveu Richard, “Tolice é um obstinado nadar contra a correnteza do Universo...cuspir contra o vento...colorir fora das linhas da tela” (Richard M. Weaver, Ideas Have Consequences (Chicago: Imprensa da Universidade de Chicago, 1984).

Com este mesmo pensamento, poderíamos viver contrariamente as leis estabelecidas por Deus? Deus é sábio demais para cometer erros enquanto que nós somos tolos e falhos demais para não cometê-los.

A lei de Deus permanece em nossos dias com a mesma força e autoridade como atuou no passado. A este respeito escreveu Ellen White: A lei de Deus não pode ser transgredida hoje com menos impunidade do que quando fora pronunciada a sentença sobre o pai da humanidade” (Patriarcas e Profetas, p. 62)


Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como consta no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade de Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: altoclamor@altoclamor.com
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