4 motivos por que creio na Bíblia

Algumas pessoas têm questionado ou demonstrado curiosidade sobre as diferenças existentes entre a Bíblia e outros livros que também são considerados sagrados por diversos povos. Primeiramente, independentemente de nós cristãos acreditarmos ou não na inspiração de outras obras, é muito importante que sejamos respeitosos quanto ao valor e importância que possuem para seus seguidores. Em suma, embora a Escritura, para os cristãos, possua um valor especial, a fé cristã nos ensina que devemos demonstrar pleno respeito aos demais livros religiosos. Portanto, este artigo não tem por objetivo desmerecer um em detrimento de outro, mas mostrar algumas das razões que justificam a inspiração da Bíblia para os que professam especificamente a fé cristã.

1- QUANTIDADE DE PROFETAS E SUA UNIDADE

A Bíblia (do grego βιβλία, plural de βιβλίον, transliteração bíblion, “rolo” ou “livro”, diminutivo de byblos, “papiro egípcio”, provavelmente do nome da cidade de onde esse material era exportado para a Grécia, Biblos, atual Jbeil, no Líbano)[1] foi escrita por dezenas de profetas (total de 40) que, além de terem vivido em épocas e culturas diferentes, na grande maioria nunca se viram e não se conheceram. Apesar dos obstáculos culturais, advindos de lugares, cidades ou províncias distantes e diferentes, é impressionante perceber a unidade existente entre eles e os valores, crenças e princípios apresentados e confirmados sem nenhuma contrariedade que traga implicação moral ou doutrinária.[2] Esse aspecto é imprescindível para a confiabilidade da Bíblia como livro verdadeiramente sobrenatural. Esses fatos tornam a Bíblia mais significativa do ponto de vista divino e reforçam sua autoridade celestial.

2- TEMPO DE SURGIMENTO

A Bíblia – especificamente o Pentateuco e os demais livros que compõem o Antigo Testamento – foi escrita inicialmente por volta do 14º século a.C. Foram cerca de 1.400 anos para ser escrito pelos profetas maiores e menores até completá-los no que chamamos hoje, por analogia, de Antigo Testamento. Portanto, a mensagem de Deus, segundo a crença cristã, já estava sendo apresentada por esses homens e mulheres ao longo de 1.400 anos até a vinda dos novos escritos que foram intitulados, por analogia, de Novo Testamento.[3] Na verdade, o Novo Testamento não trouxe nenhuma nova luz, acréscimo ou alteração da revelação. Todas as cartas e os livros escritos pelos apóstolos ou discípulos tiveram por objetivo esclarecer, sublinhar, enaltecer e reforçar a autoridade dos livros do Antigo Testamento, em especial trazer luz sobre a promessa da vinda do Messias.[4] Este Messias, Jesus, apresentado pelos profetas antigos, agora recebe o foco total e absoluto dos profetas do Novo Testamento. Portanto, o Antigo e o Novo Testamentos se complementam e se ajustam como um perfeito quebra-cabeça, e os autores do Novo Testamento validam de maneira direta e absoluta a inspiração do Antigo Testamento.[5]

3- A COERÊNCIA PROFÉTICA E CIENTÍFICA

A Bíblia, além de possuir uma impressionante coerência de pensamentos entre seus escritores, passa no crivo da ciência,[6] da história, da arqueologia[7] e da filosofia contemporânea.[8] Seu código ético moral, suas descrições geográficas e históricas, suas inferentes declarações que coadunam com as descobertas científicas são suficientes para impressionar qualquer ateu, agnóstico ou inimigo desse livro. Ao longo de séculos e milênios, foram muitos os que se levantaram com a tentativa de desacreditar a originalidade revelacional da Bíblia. Muitas foram as tentativas, mas sem sucesso. A existência de vários impérios, desacreditados por muito tempo pelos historiadores, como, por exemplo, a Babilônia, a existência do rei Davi, do rei Ezequias,[9] a história do dilúvio,[10] a ideia da Terra esférica, sustentada pelo nada,[11] as projeções proféticas descritas especialmente nos livros de Daniel e Apocalipse, são algumas das evidências da confiabilidade bíblica que mais comovem, convencem e duelam com a inteligência do mais cético.[12]

4- A BÍBLIA DIAOLOGA COM A GERAÇÃO ATUAL

Outro fato que nos ajuda a perceber a inspiração sobrenatural da Bíblia é que, embora ela seja um livro muito antigo, seus valores interagem ou dialogam perfeitamente com as gerações posteriores. Segundo Dockery, “é um livro arraigado nas culturas, nas línguas e nas tradições da Antiguidade”, e, “mesmo assim, é também um livro poderoso para tocar a vida dos leitores de hoje”.[13] Seus princípios, valores e resoluções alcançam a geração atual como se ela tivesse sido escrita exatamente para este tempo. Suas promessas, em especial o poder transformador de vidas, também contribuem para reforçar sua veracidade. É inevitável ser tocado ou abalado pelas suas mensagens. Muitos testemunhos verbais e relatos escritos têm demonstrado que, independentemente da cultura e das crenças, o contato com a Bíblia pode fornecer uma nova interpretação da vida, impulsionando mudanças de comportamentos, ideologias e até de crenças. São muitos os leitores que, embora de religiões diferentes, adotaram a religião cristã após interação com esse Livro. Sem dúvida, a Bíblia está longe de ser um mero conjunto de livros comum como qualquer outro. Suas páginas fornecem os mais bem preservados valores, especialmente amor, misericórdia e perdão. Vidas, famílias e comunidades inteiras podem ser renovadas com um simples contato sincero com as verdades bíblicas que conduzirão o leitor ao seu único e autêntico autor: Deus.

Gilberto Theiss – Graduado e Mestrando em Teologia, Pós-Graduado em Filosofia e Ciência da Religião, e Pós-Graduando em História e Antropologia.

Referências


[1] UNGER, Merrill Frederick. Manual Bíblia Unger, p.10
[2] BRUCE, F.F. Comentário Bíblico NVI, p. 5
[3] PFANDL, Gerhard. Interpretando as Escrituras, p. 26.
[4] CARSON, D.A. Comentário Bíblico Vida Nova, p. 16.
[5] ________. Comentário Bíblico Vida Nova, p. 72, 73.
[6] Ver: Vieira, Ruy Carlos de Camargo. A semana da Criação: Examinando o relato bíblico de um ponto de vista moderno. Sociedade Criacionista Brasileira.
[7] Ver: PRICE, Randall. Arqueologia Bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 2011; e UNGER, Merril F. Arqueologia do Velho Testamento. São Paulo:  2004.
[8] Ver: CRAIG, William lane. Apologética Contemporânea. São Paulo: Vida Nova. 2012; e RASI, Humberto M.; VYHMEISTER, Nancy J. A lógica da fé. Tatuí: 2014.
[9] SILVA, Rodrigo P. Fragmentos da história: Novas descobertas da arqueologia confirmam o texto sagrado. Revista Adventista. Tatuí, nº 1321, p. 12-16. Maio de 2017.
[10] Ver: Folha Criacionista. Temática sobre o dilúvio. A arca de Noé. Ano 9, nº 23, 2º semestre de 1980.
[11] VIEIRA, Ruy Carlos de Camargo. Tempo astronômico, histórico e profético, p. 14, 15
[12] Ver: VIEIRA, Ruy Carlos de Camargo. Sinais: Prenúncios do advento do Messias à luz da ciência moderna. Sociedade Criacionista Brasileira. Brasília, 2015.
[13] DOCKERY, David, S. Manual Bíblico Vida Nova, p. 24.