Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 05 – 1º Trimestre 2011 (22 A 29 de janeiro

 
Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 05 – 1º Trimestre 2011 (22 A 29 de janeiro)

Comentário: Gilberto G. Theiss

SÁBADO, 22 DE JANEIRO
Culpa
(Sl 130:3-4)

            “Se Tu, soberano Senhor, registrasses os pecados, quem escaparia? Mas contigo está o perdão par que sejas temido” (Sl 130:3-4).

            Nesta semana estudaremos sobre a culpa e sua capacidade de nos fazer curvar diante da cruz ou de nos afastar dela. A culpa, quando sentida positivamente, é capaz de nos fazer enxergar nossa pequenez diante de Deus e perceber que somos necessitados do perdão oferecido na cruz. No entanto, a culpa desequilibrada, pode fazer sentir-nos tão miseráveis, ao ponto de, ao invés de buscar o perdão oferecido, pode nos levar a ter atitudes destrutivas. Muitas pessoas, por se sentirem perdidas devido ao desespero, entregam suas vidas ao mundo das drogas, da promiscuidade, da violência, e outras. Além do mais, muitos, por não suportarem a dor da culpa, poderão até mesmo cometer algum tipo de suicídio. Mas Cristo, através da presença do Espírito Santo, trabalha no coração humano para tentar impedir tais tragédias nos levando ao arrependimento verdadeiro e aceitação do perdão divino.

Leitura Adicional

            “O que nos deve causar a mais profunda alegria é o fato de que Deus perdoa o pecado. Se O tomarmos pela palavra e abandonarmos os pecados, Ele estará pronto e disposto a nos purificar de toda injustiça. Ele nos dará coração puro e a permanente presença de Seu Espírito, pois Jesus vive para interceder por nós. Mas... as coisas espirituais são discernidas espiritualmente. É a fé viva, ativa e permanente que discerne a vontade de Deus, se apodera das promessas e aproveita as verdades de Sua palavra. Não é por sermos justos, mas por sermos dependentes, faltosos, errantes e desajudados, que temos de confiar na justiça de Cristo, e não na nossa.
            Quando recebemos as palavras de Cristo como se fossem dirigidas a nos pessoalmente, quando cada um de nós aplica a verdade a si mesmo, como se fosse o único pecador na face da Terra pelo qual Cristo tivesse morrido, então aprendemos a clamar pela fé os méritos do sangue de um Salvador crucificado e ressurreto. ...
            Muitos julgam que suas faltas de caráter lhes tornam impossível satisfazer as normas que Cristo estabeleceu; mas tudo que eles têm que fazer é se humilhar a cada passo, sob a potente mãos de Deus. Cristo não avalia a pessoa pela quantidade de trabalho executado, mas pelo espírito no qual o trabalho é efetuado.
            Quando Ele vê os homens erguendo os fardos, procurando carrega-los com humildade, não confiando em si mesmos, mas confiantes nEle, Ele acrescenta ao trabalho Sua perfeição e competência, e eles são aceitos pelo Pai. Somos aceitos no Amado. Os defeitos do pecador são cobertos pela perfeição e plenitude do Senhor, Justiça nossa. Os que, com sincero desejo e coração contrito, estão empenhando humildes esforços para viver à altura dos requisitos de Deus, são considerados pelo Pai com compassivo e terno amor. Ele os considera filhos obedientes, e lhes é atribuída a justiça de Cristo” (Nos lugares Celestiais [MM 1968], p. 23).

DOMINGO, 23 DE JANEIRO
Vergonha
(Gn 3:8-13)

            A reação diante da culpa é muito adversa. A reação na verdade é determinada pela dimensão da culpa sentida. No caso de Adão, não obstante, sua culpa foi tão profunda e determinante que, diante da aproximação de Deus, imediatamente, motivado pelo medo, repeliu-a atirando para sua esposa: Eva. Ela, por sua vez, não agiu de forma diferente de Adão, pois imediatamente focou a serpente como responsável por sua transgressão. Na verdade, ambos estavam primeiramente culpando a Deus: “a mulher que TU me deste”; “a serpente me enganou”.
            Assim como nossos primeiros pais, temos a tendência de tentar encontrar um responsável por nossas ações mais detestáveis e repugnantes. A culpa sem arrependimento estabelece este tipo de atitude de sempre remediar-se lançando a responsabilidade por ela sobre outros. No entanto, quando este sentimento é acompanhado de arrependimento profundo e verdadeiro, por mais difícil que seja, assumimo-las buscando o perdão. É por esta razão que há tantos críticos dentro e fora da igreja, pois quando sou crítico por natureza, quando tenho a tendência de sempre criticar as coisas, os programas da igreja e as pessoas à minha volta, é como se eu estivesse tentando desviar a atenção de minhas faltas focando sempre a atenção nos erros dos outros, eles existindo ou não. Assim como Adão, criticando ou buscando um culpado, desculpo minhas falhas ou desvio a atenção delas.
            É importante termos em mente que, em Cristo, podemos alcançar o perdão por nossas faltas e consequentemente viver e dormir em paz. Deus perdoa toda e qualquer falha pecaminosa que cometemos. Se nós nos arrependermos com sinceridade e buscar a conversão pelos delitos cometidos, o Senhor além de perdoar, concederá o poder para vencer toda e qualquer prova. Assim como Deus não está brincando de ser juiz, Jesus também não está brincando de ser o remidor e perdoador. Não precisamos temê-Lo e muito menos, fugir dEle. Cristo não se cansa nunca de nos conceder o perdão.

Leitura Adicional

            “Depois de terem comido do fruto proibido, Adão e Eva ficaram cheios do sentimento de vergonha e terror. Em princípio, seu único pensamento era  como desculpar seu pecado diante de Deus e escapar à temida sentença de morte. Quando o Senhor os interrogou acerca de seu pecado, Adão respondeu, lançando a culpa em parte sobre Deus e em parte sobre a companheira: “A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi” (Gn 3:12). A mulher jogou a culpa sobre a serpente, dizendo: “A serpente me enganou, e eu comi” (v. 13). Por que criaste a serpente? Porque lhe permitiste a entrada no jardim? Essas eram as perguntas implícitas nas desculpas pelo pecado, assim acusando a Deus pela responsabilidade de sua queda. O espírito de justificação própria se originou no pai da mentida e tem se manifestado por todos os filhos e filhas de Adão. Confissões assim não são inspiradas pelo Espírito divino e não serão aceitáveis diante do Céu. O verdadeiro arrependimento levará as pessoas a assumir as próprias culpas e reconhece-las sem engano nem hipocrisia. Como o pobre publicano, não erguendo tanto os olhos ao céu, batendo sobre o peito e clamarão: ‘Deus, sê propício a mim, pecador”, e aqueles que reconhecerem a culpa serão justificados, pois Jesus apresentará Seu sangue em favor daqueles que se arrependerem.
            Para o ser humano, não é degradante se curvar diante do Criador, confessar seus pecados e pedir perdão pelos méritos de um Salvador crucificado e ressurreto. É nobre reconhecer seu erro perante aquele a quem você feriu por transgressão e rebeldia. Esse fato o exalta diante dos homens e dos anjos, pois ‘quem a si mesmo se humilhar será exaltado’” (Mt 23:12; Signs of the Times, 16 de março de 1888).

            “Realmente, os olhos de Adão e Eva foram abertos, mas para quê? Para ver  a própria vergonha e ruína, para descobrir que as vestes de brilho celestial que haviam constituído sua proteção não mais estariam ao seu redor por muito tempo como salvaguarda. Seus olhos foram abertos para ver que a nudez era fruto da transgressão. Ao ouvirem a voz de Deus no jardim, esconderam-se dEle; pois previram aquilo que até sua queda não haviam conhecido – a condenação de Deus (Vidas que Falam [MM 1971], p. 20).

            “Como Abel conhecia tão bem o plano de salvação? Adão o ensinou a seus filhos e netos. ...Depois que Adão pecou, um sentimento de terror se apoderou dele. Um constante temor estava sobre ele, e ele era torturado por vergonha e remorso. Nesse estado de espírito, ele queria estar o mais distante possível da presença de Deus, a quem amava encontrar em seu lar no Éden. Mas o Senhor seguiu esse homem de consciência pesada, e embora condenasse o pecado de Adão, do qual era culpado, deu-lhe palavras de graciosa promessa” (Signs of the Times, 23 de dezembro de 1886).

SEGUNDA, 24 DE JANEIRO
Angústia dos irmãos de José
(Gn 42:21; 45:3; Tg 5:16; 1Jo 1:9)

            Os filhos de Jacó, continuamente eram perseguidos pela culpa de terem maltratado José. Os que carregam o fardo desta angústia vivem sobre uma pressão emocional muito forte e constantemente é lembrado de tal responsabilidade. Quem é que nunca fez algo que mereça punição ser perseguido todos os dias pelo sentimento de culpa? Os irmãos de José viviam sobre o fardo do medo; medo das consequências e da punição pelos pecados cometidos contra o irmão que clamava por misericórdia. Viveram todos os dias de suas vidas carregando este peso enorme nos ombros até que um dia o próprio José lhes deu condição de esquecer o passado concedendo-lhe o tão sonhado perdão.
            Eu sei que muitos de nós, vivemos sobre o manto da angústia devido algum erro cometido no passado. Não sei se você é perseguido a cada manhã e noite por algo terrível que tenha feito. Talvez seja um pecado que só Deus e você saiba, ou talvez poucas pessoas saibam. Sei que a dor pode ser forte por dentro ao ponto de lhe tirar a tão desejada paz interior. Tem pessoas que, ao estarem diante da morte, ficam mais desesperadas ainda por não terem tido oportunidades de confessar seu pecado a quem cometera a transgressão. Alguns outros vivem perturbados por não terem certeza de que seu terrível pecado realmente tenha sido perdoado. Gostaria de dar uma sugestão para os que vivem perseguidos pela sombra da culpa por algo que já pedira perdão mas ainda vivem perseguidos pela culpa. Se você se arrependeu e buscou o perdão de Deus, com certeza o Senhor já o perdoou. Não tenha dúvidas do perdão de Deus, porque ele é tão certo quanto a nossa transgressão. No entanto, o motivo de seu pesar e tribulação diária, pode ser em função de você mesmo não ter se perdoado. A razão de muitos ainda ficarem remoendo o passado e ficarem entristecidos por algo que tenha feito, pode ser uma prova que, essas pessoas ainda não tiveram coragem de se perdoar. Desta forma, o sofrimento e a incerteza sempre estarão nas sombras andando dia e noite ao seu lado. Se houver o perdão por parte da própria pessoa que cometera o erro angustiante, juntamente com o perdão de Deus, deve-se esquecer do passado, viver o presente e construir um futuro diferente e cheio de paz e tranquilidade. Deus requer de nós a certeza de que o perdão foi real, e por esta razão devemos trabalhar para que tenhamos a convicção que nossa vida realmente foi purificada completamente pelo sangue de Cristo. Faça isto e viverá bem. Seja capaz de perdoar-se.

Leitura Adicional

            “José estava satisfeito. Ele havia provado seus irmãos e vira neles os frutos do verdadeiro arrependimento de seus pecados. Ficou tão profundamente afetado que não mais pôde esconder seus sentimentos, e deu ordens para que todos, a não ser esses homens deixassem a sala. ...Todos os maus tratos cometidos contra ele passaram diante deles. Lembraram-se de como tinham desprezado seus sonhos e haviam procurado impedir seu cumprimento. Ainda assim, eles haviam desempenhado seu papal no cumprimento desses sonhos, e agora, estavam diante dele, condenados e espantados. Percebendo a confusão, José lhes disse: ‘Cheguem mais perto’, e eles chegaram. E ele disse: ‘Eu sou José, seu irmão, aquele que vocês venderam ao Egito! Agora, não se aflijam nem se recriminem por terem me vendido para cá, pois foi para salvar vidas que Deus me enviou adiante de vocês’ (Gn 45:4-5, NVI). Nobremente, Ele procurou tornar essa ocasião tão natural para seus irmãos quanto possível. Não tinha nenhuma intenção de aumentar seu constrangimento censurando-os. Sentia que tinham sofrido o suficiente por sua crueldade para com ele, e tentou confortá-los (Gn 45:6-15).
            Humildemente eles confessaram os erros que haviam cometido contra José e pediram seu perdão. Alegraram-se muito por descobrir que ele estava vivo, pois haviam sofrido a mais profunda ansiedade e remorso desde que o haviam tratado tão cruelmente. Alegremente, José perdoou seus irmãos e os enviou com suprimentos em abundância e com carruagens, e tudo o que fosse necessário para levar para o Egito todos os seus familiares e atendentes. A Benjamim, ele enviou presentes mais valiosos que aos outros irmãos. Então, temendo que surgissem disputas e divisões entre eles na viagem de volta, ao part5irem eles, deu-lhes essa significativa advertência: ‘Não briguem pelo caminho!’ (Sgnis of the Times, 29 de janeiro de 1880).

            “Como pode o pecador ser redimido? Quando a consciência é despertada para o senso de um fardo insuportável de culpa, o que dará uma esperança que ultrapasse todo o desânimo e desespero? ‘É Cristo quem morreu.’ Ah! O preço acima de todo preço! Alegre-se, pecador, o pecado não é infinito! Por mais grave que seja, embora a culpa da consciência seja opressiva, existe uma bendita esperança. ‘Embora os seus pecados sejam vermelhos como escarlate’, o pecador arrependido não precisa se desesperar. ‘Eles se tornarão brancos como a neve; embora sejam rubros como púrpura, como a lã se tornarão’ (Is 1:18, NVI). ‘Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça’ (1Jo 1:9; Loma Linda Messages, p. 180).

TERÇA, 25 DE JANEIRO
Força enfraquecida
(Sl 32; 1Tm 4:1-2)

            Quão maravilhoso é o evangelho na vida das pessoas sem esperança e arruinadas pela culpa. A palavra de Deus apresenta um reflexo muito pálido do amor e perdão que Jesus nos oferece por toda a vida! O segredo da vida, da felicidade e da mais profunda e verdadeira paz está em Cristo nosso maravilhoso e imensurável redentor. Não é saudável ocultar nossas transgressões e viver sofrendo por elas. Aliás, maior do que os nossos erros é o fato de tentar escondê-los e ainda evitar aceitar o perdão que Deus nos oferece. Não é nem um pouco sábio de nossa parte fazer de conta que nada aconteceu quando temos a nossa disposição a oportunidade de ser perdoados e aceitos novamente por Cristo. O perdão divino é ilimitado e está sempre a disposição de ser concedido a nós. Maria Madalena foi perdoada por Cristo 7 vezes, e ainda seria perdoada mais 7 mil se fosse necessário! Jesus ensinou que devemos perdoar 70 x 7 se fosse preciso. Na verdade, Ele não estava limitando a 490 vezes que devemos perdoar, mas estava mostrando com este cálculo o denso período de 490 anos (70 semanas de Daniel 9), que Deus tolerou e perdoou um povo que não merecia o perdão.
            O perdão é divino e restaurador, pois ao mesmo tempo em que nos trás alívio e força, misteriosamente age de forma sobrenatural em nossa vida trazendo cura e vitalidade. Davi, enquanto ocultou seus pecados, ficou abatido até aos ossos. No entanto quando os confessou recebendo de Deus o perdão, encontrou alívio, força e revitalização para a vida. Ellen White escreveu que ‘Davi errou muito, mas também se humilhou muito, e seu arrependimento foi tão profundo quanto sua culpa. Nunca houve homem mais humilde do que Davi sob o senso do pecado. Mostrou-se arrependimento e contrição’ (Panfleto: Elder Daniels e a Igreja de Fresno, p. 16).
O perdão, sem dúvida alguma é divino e sobrenatural, e somente sabe concede-lo, aqueles que um dia o experimentaram na própria vida.

Leitura Adicional

            “Davi teve sua transgressão perdoada porque, arrependido e contrito; humilhou o coração diante de Deus e creu na promessa de que o perdoaria. Ele confessou o pecado, arrependeu-se e foi reconvertido. No enlevo da certeza do perdão, ele exclamou: ‘Bem aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto. Bem aventurado o homem a quem o Senhor não atribui iniquidade e em cujo espírito não há dolo’ (Sl 32:1-2). A bênção vem por causa do perdão, e o perdão, por sua vez, vem pela fé de que o pecado, confessado e motivo de arrependimento, é assumido pelo grande portador de pecados. Assim, é de Cristo que vêm todas as nossas bênçãos. Sua morte é o sacrifício expiatório pelos nossos pecados” (The DAS Bible Commentary, v.3, p. 1146).

            “Durante um ano inteiro, após a queda, Davi viveu em aparente segurança. Não havia prova externa do desagrado de Deus. Mas a sentença divina pairava sobre ele. O dia de juízo e condenação se aproximava rápido e certeiro, o qual nenhum arrependimento poderia desviar, dia de angústia e vergonha que turvariam toda a sua vida terrestre. Aqueles que, valendo-se do exemplo de Davi, procuram diminuir a culpa dos próprios pecados, deveriam aprender do registro bíblico que o caminho da transgressão é áspero. Embora, semelhantes a Davi, se desviem de sua má conduta, descobrirão que os resultados do pecado, mesmo neste vida, são amargos e difíceis de suportar” (Patriarcas e Profetas, p. 723-724).

            “Quão diferente [do de Saul] era o caráter de Davi! Embora tivesse pecado, quando Deus lhe enviava severas repreensões, ele sempre se curvava sob o castigo do Senhor. Davi era amado por Deus, não por ser perfeito, mas porque não abrigava obstinada resistência à vontade de Deus. Seu ânimo não se ergueu em rebelião contra a reprovação. Diz o Senhor: ‘Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos’ (Is 57:15). Davi errou muito, mas também se humilhou muito, e seu arrependimento foi tão profundo quanto sua culpa. Nunca houve homem mais humilde do que Davi sob o senso do pecado. Mostrou-se arrependimento e contrição. Ele nunca perdeu confiança em Deus, que colocou uma severa repreensão na boca de Seu profeta. Não teve ódio do profeta de Deus. Foi amado também porque confiou na misericórdia do Deus a quem amava, servia e honrava. Aquele que é muito perdoado, muito ama. Davi não tomou conselhos dos que estavam pecando contra Deus. É ai que muitos falham. São deixados nas trevas da meia-noite porque escolhem o conselho daqueles que não andam no conselho do Senhor. Desculpam o pecado do qual não houve arrependimento, e passam por alto erros que Deus não perdoou. Davi confiava em Deus mais do que no homem. A decisão de Deus foi aceita como justa e misericordiosa. Quantos andam em cegueira e levam outros pelo mesmo caminho, em que ambos perecerão porque não acataram as repreensões do Espírito de Deus! (Panfleto: Elder Daniels e a Igreja de Fresno, p. 16).


QUARTA, 26 DE JANEIRO
Pranto doloroso
(Mt 26:75)

            Quantas vezes na vida cristã envergonhamos o nome de Deus traindo-lhe a confiança e o perdão? Quantas vezes, como Pedro, viramos as costas e fazemos de conta que somos cristãos ignorando a própria consciência? Quantas e quantas vezes jogamos por terra a fé que professamos crer por um pouco mais de prazer e dinheiro? Observe bem, o Pedro de hoje somos nós com todas as nossas falhas, insensibilidade, traição, hipocrisia e falta de firmeza. O Pedro de hoje são aqueles que, por algum motivo alheio, deixaram de seguir a Cristo por alguns minutos, horas, dias, semanas ou meses. Infelizmente a realidade tem sido esta. No entanto, quando olhamos para a história de Pedro, percebemos que em um momento ele caiu em si, percebendo que chegara a hora de ser diferente. Conosco, muitas das vezes acontece a mesma coisa, pois somos cobrados por nossa própria consciência e milagrosamente uma força se apodera de nós, dando-nos energia e motivação espiritual para permanecer firme e fazer da vida um troféu nas mãos de Deus. Num momento somos fracos e indolentes e em outro momento fortes e revitalizados.  Para que isto seja possível acontecer em sua vida, o senso de culpa deve estar associado ao verdadeiro arrependimento e contrição de coração por ter ferido o Senhor mais uma vez. Pedro chorou amargamente, e em nós, o mesmo sentimento deve permear nossa mais profunda consciência. Agora, se você não consegue nem mesmo ter a angústia pelo pecado como teve Pedro, é hora de começar a clamar e lutar com Deus para que Ele lhe dê um coração sensível à voz do Espírito Santo, sensível ao toque da palavra de Deus e cheio de sinceridade. Devemos ter persistência e contínua busca em Cristo para que nossa vida seja marcada por experiências de despertamento, reavivamento e reforma. O pranto doloroso deve fazer parte daqueles que desejam a perfeição e presença de Deus sempre na vida. Esta é uma marca poderosa que persegue os sinceros e desejosos do perdão de Deus. Este tipo de pranto é o que consolida a paz e a certeza de salvação na justiça de Cristo.

Leitura Adicional

            “Pedro não conhecia o perigo que o ameaçava. A confiança própria o enganava. Julgava-se capaz de resistir à tentação; mas, poucas horas depois, veio a prova e, com blasfêmia e perjúrio, negou seu Senhor.
            Quanto o canto do galo lhe lembrou as palavras de Cristo, surpreso e atônito pelo que acabava de fazer, voltou-se e olhou a seu Mestre. Simultaneamente, Cristo olhou a Pedro e, sob aquele olhar aflito em que se misturavam amor e compaixão por ele, Pedro se conheceu. Saiu e chorou amargamente. Aquele olhar de Cristo lhe partiu o coração. Pedro chegara ao ponto decisivo e se arrependeu amargamente de seu pecado. Saiu contrito e arrependido como o publicano e, como o publicano, também achou graça. O olhar de Cristo lhe assegurou o perdão.
            Findou aí sua confiança própria. Nunca mais foram repetidas as velhas afirmações de auto-suficiência.
            Depois da ressurreição, por três vezes Cristo provou Pedro. ‘Simão, filho de Jonas’, disse, ‘amas-Me mais do que estes? (Jo 21:15). Pedro agora não se exaltou sobre os irmãos. Apelou Àquele que podia ler o coração. ‘Senhor, respondeu, “Tu sabes tudo; Tu sabes que eu Te amo’ (Jo 21:17)” (Parábolas de Jesus, p. 152-154).

            “Foi então que, com maldição e juramento, Pedro negou seu Senor. Como esse ato cortou o coração de Jesus! Ali estava o homem de dores, cercado por Seus inimigos, acusado por falsas testemunhas, esbofeteado e insultado pela multidão, mas a negação de Pedro feriu mais fundo que todos os escárnios de Seus inimigos.
            A visão de Seu discípulo sacrificando a integridade e negando seu Mestre feriu o coração de Jesus. Então, o Senhor Se virou e olhou a Pedro com um olhar de terna compaixão misturada com tristeza, e aquele olhar partiu o coração de Pedro. Ele se lembrou de que Jesus lhe havia dito que, antes que o galo cantasse, ele o negaria três vezes, e saiu da sala de julgamento com vergonha e tristeza. Correu para o jardim do Getsêmani e se prostrou sobre o lugar em que Jesus havia orado em agonia, em que o suor misturado com sangue havia manchado o solo e, ali, chorou amargamente. Jesus viu a angústia de seu coração e perdoou os pecados de Pedro. Assim ocorre sempre que um pecador se aproxima de Deus em arrependimento e contrição: Jesus Se aproxima dele, pois quando alguém se arrepende, é evidência de que Jesus o está chamando a Si” (Review and Herald, 12 de julho de 1892).


QUINTA E SEXTA, 27 E 28 DE JANEIRO
Perdão Total
(Rm 8:1; Sl 103:12; Is 1:18; Mq 7:19)

            A dimensão do perdão de Deus é mais ampla do que nossa capacidade de entender. Facilmente nos esquecemos da amplitude do perdão divino tornando-o inferior a nossos pecados. Na verdade, somos um espelho da nossa própria realidade psicológica. Quando tenho em mente que o perdão de Deus se torna limitado diante de alguns pecados, estou revelando com isto minha própria limitada capacidade de perdoar. Quando entendo profundamente que o perdão de Deus alcança todo, qualquer e quantidade de pecado, estou revelando minha própria capacidade de também perdoar. Somente perdoa quem é capaz de amar, e neste caso, Deus excede qualquer criatura que existiu ou que existirá.
            Nós sim, temos dificuldades sérias de oferecer perdão. É fácil perdoar alguém que tenha nos feito um mal pequeno, mas o que dizer de nossa capacidade de perdoar quando alguém praticar um terrível mal contra nós ou contra pessoas que amamos? O poder de Deus e a presença do Espírito Santo na vida têm por objetivo, também, nos transformar a imagem de Deus a ponto de sermos capazes de conceder o perdão independente da pessoa e do pecado cometido. Ainda bem que no caso de Deus as coisas são diferentes das nossas, pois seu perdão extrapola nossa própria percepção de juízo e discernimento. Seu perdão é tão amplo quanto o seu próprio poder. Não há nada que o perdão de Deus não possa alcançar, e é por esta razão que qualquer um de nós pode alcançar a salvação em Cristo.

Leitura Adicional

            “Embora, como pecadores, estejamos sob a condenação da lei, Cristo, por Sua obediência prestada à lei, oferece àquele que se arrepende os méritos de Sua própria justiça. A fim de obter a justiça de Cristo, é necessário que o pecador saiba o que é esse arrependimento que opera uma mudança radical da mente, do espírito e da ação. A obra de transformação deve começar no coração e manifestar seu poder em todas as faculdades do ser. Mas o homem não é capaz de fazer surgir um arrependimento assim. Só o pode experimentar sozinho por meio de Cristo, que subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens.
            Quem deseja se tornar verdadeiramente arrependido? Que deve fazer? Deve ir a Jesus, assim como está, sem tardar. Deve crer que a palavra de Cristo é verdadeira e, crendo na promessa, pedir a fim de receber. Quando o desejo sincero das pessoas as inclina a orar, não vão orar em vão. O Senhor cumprirá Sua palavra e dará o Espírito Santo a fim de leva-las ao arrependimento para com Deus e à fé em nosso Senhor Jesus Cristo. Ele vai orar, vigiar e abandonar seus pecados tornando manifesta sua sinceridade mediante o vigor de seus esforços para obedecer aos mandamentos de Deus. Com oração, ele vai misturar fé, e não apenas crer, mas obedecer aos preceitos da lei. Vai se apresentar como estando ao lado de Cristo sobre a questão. Renunciará a todos os hábitos e associações que tendam a afastar de Deus o coração.
            Aquele que quiser se tornar filho de Deus deve receber a verdade de que arrependimento e perdão são obtidos unicamente por meio da expiação de Cristo. Com essa certeza, o pecador deve fazer um esforço em harmonia com o trabalho feito por ele e, com súplicas incansáveis, deve suplicar ao trono da graça que o poder renovador de Deus entre em sua vida. Cristo não perdoa a não ser o penitente, mas, àquele que perdoa, Ele torna primeiro um penitente. A provisão constituída está completa, e ajustiça eterna de Cristo é creditada na conta de cada arrependimento. O manto precioso e impecável, tecido no tear do Céu, foi oferecido ao pecador arrependido e crente, e ele pode dizer: ‘Regozijar-me-ei muito no Senhor, a minha alma se alegra no meu Deus; porque me cobriu de vestes de salvação e me envolveu com o manto de justiça, como noivo que se adorna da turbante, como noiva que se enfeita com as suas joias’” (Is 61:10; Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 393-394).

            “Não é prova de verdadeira humildade andar de cabeça baixa e o coração cheio de pensamentos em torno do próprio eu. Pertence-lhes o privilégio de ir ter com Jesus e ser purificados, e estar perante a lei sem acanhamento nem remorso. ‘Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito' (Rm 8:1). Ao passo que não nos compete pensar mais de nós do que devemos, a Palavra de Deus não condena o devido respeito por nós mesmos. Como filhos e filhas de Deus, cumpre-nos ter consciente dignidade de caráter, na qual tem parte o orgulho nem a altivez” (Para Conhecê-Lo [MM 1965}, p. 140).

Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como consta no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br