Lançado o primeiro volume do novo Comentário Bíblico Adventista

Jacques Doukhan na Assembleia geral da IASD
Jacques B. Doukhan, professor de hebraico e exegese do Velho Testamento, no Seminário Teológico em Berrien Springs, Michigan, EUA, bem conhecido por suas inúmeras obras escritas. Seus livros " Segredos de Daniel " e " Segredos do Apocalipse " são bem populares dentro e fora do adventismo.

Doukhan é editor geral do Comentário Bíblico Adventista Internacional, uma nova série que está sendo produzida, cujo primeiro volume foi apresentado em 9 de outubro, no Concílio Anual de 2016 na Assembleia geral da Igreja Adventista. Segundo ele, os processos de escrita e edição de um comentário é mais rigoroso do que norteia uma tese de doutorado.  

Além de ser o editor-chefe da série, Doukhan também está escrevendo alguns volumes. Seu comentário sobre Gênesis tem 544 páginas. O livro que acaba de ser publicado foi também um processo de educação para o autor, ele disse. "O ato de escrever um Comentário oficial Bíblico Adventista, não é algo que você escreve por si mesmo e o envia para o editor , " ele afirmou à Adventist Review . "Não é uma responsabilidade em relação à igreja, uma vez que será lido e apreciado por muitos. O processo é extremamente exigente [...]. "Aqui eu tinha mais do que uma dúzia de pessoas me pedindo observações e, como era o Gênesis, todos tinham algo a dizer."

Lançado na Assembleia geral de 2016
Na apresentação de seu volume sobre Gênesis, Doukhan recebeu aplausos dos delegados no Concílio anual para explicar a pergunta de Isaque a Abraão, quando os dois estavam sozinhos no Monte Moriá. O patriarca tinha sido ordenado por Deus a sacrificar Isaque, o único filho de Abraão, (Gênesis 22:7-8) , a criança faz-lhe a pergunta crucial de onde se pode encontrar o cordeiro sacrificial. "Deus vai prover o cordeiro , " disse Abraão. Doukan inseriu um significado mais abrangente e atual, "O cordeiro referenciado aqui não é apenas o animal físico, mas o mesmo Deus, que se vê como o Cordeiro", disse Doukhan. "Além de ser um sacrifício, o sacrifício foi oferecido pelo próprio Deus através de Jesus Cristo".

Isso é apenas um exemplo de como um novo comentário sobre o Gênesis, escrito por Doukhan durante um período de sete anos, explica a centralidade do livro bíblico de Gênesis para a doutrina adventista, porque em Gênesis é onde muitas das doutrinas da Igreja se encontram, especialmente o “Criacionismo e o sábado”.
Segundo Ed Zinke, que originou o projeto, "um dos principais objetivos era deixar a Bíblia falar por si mesma, em vez de impor os sistemas filosóficos.

Ao submeter o volume de Gênesis, Doukhan disse: "Este é o único livro da Bíblia que é partilhada pelas três religiões monoteístas: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. É o livro que essas três tradições valorizar acima de todos os demais". Doukhan também disse que "para os adventistas do sétimo dia, o livro de Gênesis tem um significado especial. Não só explica e justifica o sábado como um dia de descanso, como um povo unido em uma aliança com Deus de Israel, mas também revela a esperança adventista da restauração do planeta à sua forma original após o retorno de Cristo ".

Doukhan afirmou que é em Génesis que "quase todas as crenças adventistas estão fundamentadas". Essas crenças incluem, "o sábado, a antropologia da natureza humana, a imortalidade condicional, a lei de Deus, o grande conflito, salvação, expiação, o dízimo, o reconhecimento de uma dieta saudável, a distinção entre carnes limpas e imundas, o significado do batismo, o significado cósmico da doutrina do santuário, criação, da Trindade, a responsabilidade da missão para as nações, e o dom da profecia."

Além de Doukhan, há outros escritores de várias partes do mundo que estão contribuindo para esta seleção de comentários da Bíblia. Doukhan entregou uma cópia ao Pr. Ted Wilson, presidente da Associação Geral, que, em seguida, dedicou o volume com uma oração especial. Nos Estados Unidos, o comentário de Gênesis está disponível nas livrarias adventistas e sua livraria on-line .

Fonte: (Adventist Book Center) Tradução: Gilberto Theiss

Arqueólogo adventista destaca importância da Bíblia

Michael G. Hasel
Líderes adventistas de várias partes do mundo estão reunidos na sede mundial da igreja, em Maryland, nos Estados Unidos, participando de comissões e reuniões administrativas. Ontem, o presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia, pastor Ted Wilson, apresentou um importante e inspirador sermão sobre o modelo educacional aprovado por Deus. Durante sua mensagem, ele destacou a importância do criacionismo, da Bíblia e dos livros do Espírito de Profecia. A certa altura, Wilson convidou o conceituado arqueólogo adventista Dr. Michael Hasel para proferir algumas palavras aos líderes. Leia abaixo alguns trechos da fala de Hasel. O sermão do pastor Wilson pode ser lido na íntegra aqui, neste link (em inglês). 

“A autoridade da Bíblia tem enfrentado um ataque sem precedentes com a ascensão do modernismo e do pós-modernismo no mundo ocidental. Desde a Revolução Cultural Francesa uma nova filosofia tem procurado abolir a instituição da igreja e, com ela, a Bíblia, a Palavra viva de Deus. Em seu lugar, os filósofos estabeleceram a razão autônoma com seu espírito de crítica e dúvida, a experiência humana com sua ênfase no presente como o intérprete do passado, e o naturalismo filosófico afirmando que a humanidade deve operar sem qualquer referência ao trabalho de Deus.

“Em 1844, justamente quando nossos fundadores tinham experimentado o grande desapontamento, partes de livros populares de história natural da criação foram publicadas anonimamente por Richard Chambers e promoviam abertamente o conceito de evolução. Naquele mesmo ano, Charles Darwin completou seu manuscrito inicial do A Origem das Espécies. O resultado é que o pensamento evolucionista tem encontrado seu caminho para a maioria das disciplinas. Mas Chambers e Darwin não escreveram suas obras influentes em um vácuo.

“Os estudiosos da Bíblia tinham começado a desconstruir as Escrituras redatando seu conteúdo e negando o próprio tecido da sua história. Foi removida a natureza única da Bíblia como uma obra constituída na história. Hoje abordagens literárias pós-modernas se divorciaram da história bíblica e a relegaram às areias movediças da cultura. No início do Século das Luzes, Moisés foi rejeitado como o autor dos primeiros cinco livros da Bíblia. Na década de 1970, Abraão e os patriarcas foram descritos como mito. Na década de 1980, estudiosos deram as costas para o evento do Êxodo. Na década de 1990, estudiosos pós-modernos se voltaram para os reinados de Davi e Salomão. Essa é a batalha que ainda vem sendo travada hoje no mundo acadêmico.

“Como a Bíblia foi reescrita, sua história desconstruída, a profecia preditiva foi considerada impossível. Porque a Bíblia começou a ser estudada apenas como literatura e porque esses estudiosos passaram a acreditar que Deus não inspirou Seus escritores por meio da revelação direta, escritores bíblicos não podiam prever o futuro. Ambos, história e profecias, foram removidos e reduzidos a meras metáforas e interpretações idealistas. A palavra profética - que deu origem à Reforma e conferiu identidade à nossa igreja remanescente - foi reinterpretada, deixando os adventistas como quase a única igreja que ainda ensina os livros de Daniel e Apocalipse de uma perspectiva historicista.

“Na minha biblioteca tenho um livro de 600 páginas intitulado A Morte da Luz. Ele documenta como as grandes universidades como Harvard, Yale e Princeton foram fundadas por reformadores protestantes e foram bastiões da educação bíblica e da interpretação historicista da profecia. Seus primeiros presidentes escreveram volumes sobre a profecia e a breve volta de Jesus. Mas hoje todos os vestígios dessa história se foram.

“A sociedade e nossa igreja foi atingidas e golpeadas pelo modernismo e seus desafios para as verdades encontradas na Bíblia; mas hoje não estamos mais sob a utopia prometida do pensamento modernista. Tivemos a maior das guerras da história da humanidade, que deixou 60 a 80 milhões de mortos no campo de batalha e nas casas e ruas das maiores cidades da Europa. Vemos a propagação de doenças e epidemias que a ciência moderna não tem sido capaz de erradicar e curar (aids, malária, ebola, câncer, doenças cardíacas). Nossa sociedade se tornou apática para quaisquer alegações de verdade, desiludida com as promessas do passado.

“Será que vamos sobreviver à desconstrução moral, social, política e religiosa que nos rodeia? Como podemos combater essa influência como igreja? Como podemos realizar reavivamento e reforma em nossas escolas? Nossos alunos estão procurando desesperadamente uma missão, um sentido em um mundo quebrado, mas tem havido uma crescente desconexão entre a missão e a mensagem da Bíblia e sua mensagem profética que nos deu esse significado e essa missão. Como estamos incutindo essa identidade em uma geração que terá condições de terminar a obra? [...]

“Como arqueólogo, gasto muito do meu tempo em Jerusalém. Em duas semanas, estarei lá novamente. Há na Cidade Velha o Monte do Templo, o local onde o templo esteve no passado. É a maior estrutura de seu tipo construída no Império Romano, seis vezes maior que o Coliseu, em Roma. No canto sudoeste do Monte do Templo está a pedra angular, colocado ali mais de 2.000 anos atrás. É uma pedra enorme, que  pesa entre 80 e 100 toneladas. Todo o projeto de construção que Herodes começou e que se estendeu ao longo de um período de quase um século repousa sobre o alinhamento de uma pedra angular.

“Pergunto aos meus irmãos e irmãs que compõem as pedras vivas desta casa espiritual: Como estamos nos alinhando com a Palavra viva de Deus hoje? São as nossas escolas - que estão treinando esta geração de jovens para terminar a obra - alinhadas na missão hoje? Estamos alinhados com Jesus, a pedra angular?

“Tenho um sonho: que todo o nosso currículo educacional seja fundamentado em uma base bíblica. Que nossos cursos de psicologia, história, biologia, negócios, literatura sejam dados a partir de uma base de pensamento e visão de mundo bíblicos. Que façamos mais do que simplesmente ter uma oração no início da classe e, em seguida, repetir os pensamentos de Freud e Darwin. Que os nossos alunos sejam apenas treinados para Harvard, mas para o Céu. [...]

“Nosso nome descreve um povo que acredita e ensina a totalidade da Bíblia, do Gênesis ao Apocalipse. O sétimo dia em nosso nome aponta para a volta de Jesus, que era o Verbo, no início: ‘Todas as coisas foram feitas por intermédio dEle, e sem Ele nada do que foi feito se fez’ (João 1:3). Somos um movimento chamado para defender Jesus e Sua criação em seis dias literais. Jesus disse: ‘Pois se cressem em Moisés, vocês acreditariam em Mim; pois Ele escreveu sobre Mim’ (João 5:46).

“A palavra ‘adventista’ em nosso nome aponta para uma voz profética chamada para este tempo a proclamar as três mensagens angélicas. Somos um movimento que proclama as palavras de Jesus: ‘Eis que venho sem demora! Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro’ (Apocalipse 22:7).

“Tenho um sonho: que as palavras de Ellen White em O Grande Conflito, página 595, sejam cumpridas hoje: ‘Mas Deus terá um povo sobre a terra que mantenha a Bíblia, e só a Bíblia, como o padrão de todas as doutrinas e a base de todas as reformas. As opiniões dos homens instruídos, as deduções da ciência, os credos ou decisões dos concílios eclesiásticos, tão numerosos e discordantes como são as igrejas que representam a voz da maioria - não devem ser considerados como evidência a favor ou contra qualquer ponto de fé religiosa. Antes de aceitar qualquer doutrina ou preceito, devemos exigir um claro ‘Assim diz o Senhor’ em seu apoio.”

Uma praga chamada “marxismo cultural”

O cristianismo bíblico é a resposta
Paula Marisa Carvalho de Oliveira nasceu em São Paulo, no dia 26 de junho de 1981. Tem graduação em Educação Física (licenciatura plena) e especialização em Supervisão Escolar e Orientação Educacional. Desde 2010 ela atua como professora na rede pública de ensino no Rio Grande do Sul. Paula também é colunista do blog Raciocínio Cristão e mantém um canal no YouTube, no qual fala sobre política, educação, cultura, religião e outros assuntos. Uma de suas bandeiras consiste em criticar o que se conhece por “marxismo cultural” e seus efeitos na sociedade. Recentemente, Paula se tornou adventista do sétimo dia, e nesta entrevista, concedida ao jornalista Michelson Borges, ela fala sobre essa mudança e sobre alguns dos assuntos que ela costuma comentar no canal.

Em seu canal no YouTube, você vem denunciando a filosofia conhecida como “marxismo cultural”. Poderia definir o que é isso?

Para compreender o que é o marxismo cultural, precisamos, primeiramente, compreender o que é o marxismo. Essa ideologia consiste basicamente na luta de classes, proletários versus burgueses. Para Marx, o sistema capitalista exercia opressão tão grande sobre a classe operária, que chegaríamos a um ponto em que os operários se uniriam para derrubar os proprietários dos bens de produção. Porém, a Primeira Guerra Mundial provocou uma grande crise teórica no marxismo, pois os trabalhadores, em vez de se unirem para derrubar os empregadores, se uniram a eles para lutar contra os trabalhadores dos outros países. Para os marxistas, era necessário descobrir quem havia “alienado” a classe trabalhadora, e a resposta encontrada foi a religião: “A religião é o ópio do povo” (Karl Marx).

Dessa crise surgiram movimentos que apontavam para um socialismo nacionalista, o nazismo e o fascismo, nos quais a luta de classes era travada por motivos étnicos. Talvez algumas pessoas considerem estranho comparar nazismo com comunismo, mas a verdade é que eles são da mesma família ideológica. Costumo fazer uma analogia com torcidas de times de futebol: corintianos e palmeirenses entram em desacordo por achar que seu time é melhor do que o do outro, porém, ambos são times de futebol. Da mesma forma, comunistas e nazistas entraram em guerra por achar que seu socialismo era melhor do que o do outro, porém, ambos são socialistas.

Outro movimento que surgiu foi o marxismo cultural. Essa vertente chegou à conclusão de que o grande impedimento para a implementação do marxismo foi a cultura cristã. Temos nesse campo a contribuição de Antonio Gramsci e da Escola de Frankfurt, que se dedicaram a encontrar maneiras de destruir (ou desconstruir, como eles costumam dizer) a civilização ocidental e tudo que a sustenta. Segundo eles, ao fazer isso, alcançaríamos uma sociedade mais justa. Foi então que a luta de classes se ampliou, podendo abranger diversos contextos, sempre com o objetivo de dividir a sociedade em classes que estão em oposição: homens x mulheres, heterossexuais x homossexuais, negros x brancos, etc. O objetivo principal é destruir completamente a família. Eles chamam de “desconstrução do patriarcado e da heteronormatividade”, pois sabem que essa é a única instituição capaz de resistir ao poder de um Estado totalitário.

Globo Repórter mostra orientação Adventista sobre saúde


As pedras (folhas) estão clamando... Enchi os olhos ao ver esta reportagem do Globo Repórter. Muito emocionante.