O diálogo de Deus com a terra?

Quando pensamos que já ouvimos de tudo sobre heresias, então, vem a mirabolante surpresa – Deus batendo altos papos com a terra. Segundo essa premissa, o discurso “façamos o homem à nossa imagem” (Gn 1:27), não foi um diálogo entre os membros da divindade, mas Deus falando exclusivamente com a terra. Independentemente de qual tenha sido a intenção em explorar tal heresia, isso pode deixar, à mercê das mentes criativas, caminhos variados para todo tipo de dissimulação teológica e relativização hermenêutica. Basta criar um precedente e os heréticos mais heréticos se encarregam do resto.

 Essa teoria, rebuscada de uma das ideias da tradição rabínica, dialoga com o pensamento da fé da consciência planetária, denominada de ecoteologia. Para ser bem direto, é heresia no mais pleno sentido. Mas qual é o problema de pensar diferente? Não seria intolerância ou ditadura do pensamento? Observe, não há problema no conflito de ideias, desde que não entrem em conflito com os alicerces da fé cristã - especialmente quando a tal teoria abre margens para fragilizar as doutrinas da criação e da divindade.

 Se não houvesse limite para o pensamento divergente, com certeza não teria ocorrido uma guerra no Céu (Ap 12:7-9) que, inclusive, resultou na expulsão de seres angelicais. Neste caso, prudência nunca é demais (Is 5:20, 21). É bom lembrar que o coração humano se envaidece com facilidade (Jr 17:9) maculando com mais intensidade até as boas intenções. Quando a divergência cria espaço para ruir verdades, inevitavelmente o conflito se estabelece. Por fim, creio que essa citação abaixo é pertinente para a ocasião:

 "Alguns sentam-se a julgar as Escrituras, declarando que esta ou aquela passagem não é inspirada, pelo fato de ela não impressionar favoravelmente seu espírito. Eles não as podem harmonizar com suas ideias de filosofia e ciência [...]. Outros por motivos diversos põem em dúvida porções da Palavra de Deus. Assim muitos andam cegamente por onde o inimigo prepara o caminho”. (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 42).

Pr. Gilberto Theiss

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