Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 03

Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 03 – 4º Trimestre 2012
(13-20 de outubro)

Comentário: Gilberto G. Theiss[1]

SÁBADO,13 DE OUTUBRO
Homem: Criatura de Deus

            “Sabei que o Senhor é Deus; foi Ele quem nos fez, e Dele somos” (Sl 100:3).

Pensamento Chave: “O fato de existirem cientistas que parecem estar em guerra contra Deus, não significa exatamente que a própria ciência esteja em guerra contra Deus” (LENNOX, 2011, p. 25)


            Em pleno século vigente, a teoria Darwiniana, longe de ser evidência científica, se tornou, em verdade, uma grande religião filosófica. A crença de que não somos mais valiosos que uma mera poeira cósmica, tem sido a plataforma desafortunada desta proposta. Um dia desses, um indivíduo ateu, havia me desafiado para uma discussão e seu principal argumento era que a maioria dos cientistas no mundo não acredita em Deus. Interessante notar, como bem afirmou Jonh Lennox, renomado cientista da universidade de Oxford, que “O fato de existirem cientistas que parecem estar em guerra contra Deus, não significa exatamente que a própria ciência esteja em guerra contra Deus” (LENNOX, 2011, p. 25). Esta poderosa declaração nos leva a crer que pode existir duas maneiras de se fazer ciência. Uma tem haver com a maneira tendenciosa em que se faz ciência, enquanto que a outra tem haver com a sinceridade em que encaramos as pesquisas e os fatos. O grande problema é que, muitos cientistas, permitem que suas preconcepções maculem o princípio, meio e fim de suas pesquisas e isto pode ocorrer nos dois lados da moeda. No entanto, muitos cientistas, especialmente ateus, se esquecem que, se faz ciência para descobrir como as coisas funcionam e não se Deus existe. Os experimentos científicos são capazes de definir, muitas das vezes até com precisão, as cores  e químicas de cada tinta utilizada em um quadro onde se encontra um perfeito desenho de uma linda cachoeira, e até como modifica-las. No entanto, os mesmos experimentos não são capazes de esclarecer quem foi o desenhista ou projetista do fascinante desenho. Entretanto, um fato não se pode negar, o lindo desenho projetado neste quadro não pode ter vindo do acaso.

DOMINGO, 14 DE OUTUBRO
Criação e origem humana
(Gn 1:27; Jd 14; Rm 5:12-21; 1Co 15:20-22)

            Ao contrário dos nossos dias, parece que os escritores bíblicos não possuíam nenhum conflito cognitivo entre evolução e criação. Todos demonstravam, sem restrição, acreditar que Deus fora autor da existência de todas as coisas, inclusive das leis que regem não apenas a natureza, mas as que também regem a conduta moral. A fé, por mais abstrata que seja, é capaz de nos conduzir racionalmente às verdades mais sublimes e ocultas que existem. Por exemplo:
Os escritores dos Salmos que enalteceram a Deus pelas maravilhas de Sua criação, não possuíam conhecimentos surpreendentes como hoje podemos conhecer. Eles não sabiam que o núcleo de uma ameba pode ser maior do que os 30 volumes combinados da Enciclopédia Britânica. Não sabiam que o DNA humano, mesmo invisível aos olhos, é um universo
de informações complexas. Não conheciam os detalhes da paulatina divisão de um zigoto, célula única que resulta da fecundação do óvulo pelo espermatozoide, que ao longo de nove meses se divide até se transformar em 100 trilhões de células que formam os 220 tipos de tecidos do corpo humano de maneira extraordinariamente organizada para fazer tudo isso se transformar em um bebê com dois olhos, duas pernas, dois braços, duas mãos, etc. – tudo com seu devido encaixe perfeitamente planejado. Bom, poderíamos citar milhares de outras questões que facilmente nos deixaria estarrecidos, pasmos e profundamente admirados. Agora, imagine se os escritores bíblicos pudesse ter acesso a estas informações? Que grande  lição para nós, pois, os povos de hoje carregados de tanta luz e conhecimento, ainda são capazes de alimentar a dúvida quanto à nossa existência ter vindo de Deus. A nota tônica da mensagem de hoje é clara e insere Deus no Seu devido lugar – o de criador absoluto de todas as coisas. Os escritores da Bíblia não possuíam uma fé cega, eles possuíam convicção racional e muito bem fundamentada, pois tudo que existe, determina com indizível solidez que, algo somente pode vir à existência se alguém provocar sua existência. Reflita nesta indagação: Se Deus não existe, e se tudo veio do nada, como tudo o que existe poderia provocar sua própria existência se eles não existem? Verdades assim, que estão escancaradas diante de nossos olhos, são capazes de tornar nossa fé num Gênesis literal mais forte e inquebrantável.

SEGUNDA, 15 DE OUTUBRO
A imagem de Deus: Parte 1
 (Mc 12:13-17)

            O que significa ser criado à imagem de Deus? Significa, com todas as letras, que não somos uma poeira cósmica e não somos animais, mesmo que racionais. Significa que há propósitos claros para nossa existência e que a vida é um dom dos mais preciosos. Um dia presenciei algo inusitado embora um pouco estranho.  Uma empresa havia contratado três novos funcionários para compor seu quadro de funcionários. O estranho é que, os diretores desta empresa estavam preparando uma festa de recepção como se fossem receber clientes de alta consideração. Para a surpresa de muitos ali presentes, a festa não era para ilustres clientes importantes para aquela empresa, na verdade a festa era para receber os novos  funcionários. Incrível e marcante, pois, os novos funcionários foram bem recebidos com presentes, broches, abraços e até com discurso de admissão. Nunca presenciei algo tão inusitado em toda minha vida. Bom, observe que, ser criado à imagem do Criador é o mesmo que vir a existência já de cara recebendo uma valiosíssima homenagem – a de ser semelhante ao Criador. Deus nos diferenciou de tudo o que Ele havia criado na Terra dotando-nos de Seus mais valiosos atributos – morais, sociais e espirituais. Seu caráter foi impresso em nossas fibras psicológicas tornando-nos seres inteligentes, corretos, sábios e repletos de amor. Não é atoa que o verso 31 do primeiro capítulo de toda a Bíblia afirma que “eis que tudo é muito bom”, declaração atribuída somente à criação do homem e da mulher. Ser criado à imagem de Deus é vir a existência com propósitos inimagináveis. Que outro valor maior poderia existir? Mas, Satanás, através das filosofias evolucionistas, pretende nos reduzir ao menor valor possível. Fazer do ser humano numa espécie de escroto sem valor algum. No entanto, a revelação declara explicitamente, do começo ao fim que, somos tão valiosos que Deus foi capaz de ofertar sua própria vida como preço para resgatar a nossa. Isto não é extraordinário? Pense nisso...

TERÇA, 16 OUTUBRO
A imagem de Deus: Parte 2
(Gn 2:19-25)

            Outro fato também muito relevante quanto ao ser criado à imagem de Deus é que, Ele nos criou para vivermos em sociabilidade. Fomos feitos para amar e ser amáveis, receber bondade e sermos bondosos. Criou-nos para viver em comunidade. Há estudos que evidenciam que ninguém pode viver bem se não tiver pelo menos, no mínimo três amigos bem chegados. Parece que a cada ano isto fica mais evidente nos estudos psicológicos. Todos nós fomos feitos para sentir a falta de alguém, seja de um companheiro (a), amigos (a), ou até mesmo de meros colegas e vizinhos. A verdade inquestionável é que, ilhado, ninguém conseguirá ter uma vida saudável psicologicamente. Àqueles que vivem isolados, sem amigos, especialmente àqueles que, frequentemente são descriminados, tendem a ter uma vida sombria, sem sabor e depressiva. Deus deseja que sejamos amáveis e justos com todos e que sejamos capazes de viver em harmonia, mesmo apesar dos defeitos que cada um carrega em si. Somos diferentes e errantes, mas, o amor de Deus deve ser o concreto que nos liga uns aos outros.

            Outra verdade importante que, vale apena comentar é que, ser criado à imagem de Deus, significa também zelar, proteger e cuidar da criação de Deus. Àqueles que são transformados por Deus, devem sentir a responsabilidade de proteger a natureza e os animais. Existe uma relação muito íntima entre ser cristão e ser ambientalista. Embora não acreditemos, como os panteístas, que Deus seja a natureza, percebemos nos Gênesis que Deus havia criado um mundo e um jardim repleto de beleza que deveriam ser mantidos por Adão e sua posteridade. Lembre-se que, nós somos a posteridade de Adão e sobre nós repousa a responsabilidade de cuidar do que nosso Pai criou. No mais íntimo da questão, nós somos mordomos de Deus. Nosso estilo de vida alimentar, nossos hábitos e atos diários mostram de fato se temos sido mordomos de Deus e se temos sido semelhantes a Ele. Lembre-se que, àqueles que destroem a Terra, e isto implica a natureza e os animais, também serão destruído no dia do juízo (Ap 7:1-3; Is 24:1-6; ver Ap 11:18).

QUARTA, 17 DE OUTUBRO
Uma imagem corrompida
(Rm 5:12-19; Cl 3:10; 1Jo 3:8)

                A doutrina ou religião que impregna a ideia evolucionista, além de ser apenas uma teoria, mesmo que filosoficamente, está longe de ser razoável. Se tudo está passando por um processo de evolução, como entender a crescente onda de violência, injustiça, imoralidade, maldade sem precedentes, promiscuidade de todo o tipo, desrespeito, crueldade das mais diversas, sem amor para com o próximo, doenças, calamidades e morte? Os índices não apontam uma evolução, mas uma involução. O ser humano, na verdade, tem regredido em todos os sentidos, tanto biologicamente, quanto moralmente. Biologicamente porque tem se tornado cada vez mais frágil diante das doenças, e moralmente porque tem se tornado tão irracional quanto muitos animais. Se existe um processo de mutação ou transformação biológica, este processo deve estar ocorrendo para pior e não para melhor. Claro que, respaldados pela Palavra de Deus, sabemos desde o princípio que os fatos seriam assim. Conhecemos o fim desde o princípio, pois compreendemos que, o pecado obliterou a imagem de Deus impressa nos seres humanos. Hoje, o problema da degradação insolúvel, longe de ter uma solução científica, pode ser resolvido somente pela intervenção de Deus. Na verdade, Deus já interveio através da cruz do calvário e, no tempo certo e já definido, fará justiça pelo seu povo (Lc 18:7-8; At 17:31).
           
QUINTA E SEXTA 18 e 19 DE OUTUBRO
Restauração
(Rm 8:29; 2Co 3:18; Ef 4:23-24)

            Jesus, quando fez o homem, o fez à Sua imagem e semelhança, e logo depois, para dar exemplo, descansou no sábado conforme o mandamento. No entanto, quando Satanás levou o homem ao pecado, tratou de desfigurar nele a imagem de Deus. O caráter de Deus que havia no homem se obliterou. Mas, cerca de quatro mil anos depois, Jesus se humanou para padecer, sofrer e morrer pelo homem. Quando deu Seu último suspiro na cruz, além de salvar os que Nele confiassem, tratou de, nos homens, através do Espírito Santo, iniciar a reconstrução do caráter de Deus novamente. Assim, em Sua morte, Ele concretizou o plano inicial da restauração do que foi perdido, e descansou no sábado novamente. Vemos nesta descrição duas obras, a da criação e a da recriação. Fomos criados à imagem de Deus, e agora, através da redenção estamos sendo recriados novamente à imagem e semelhança de Deus. Parece estranho a participação do dia de sábado na criação e na recriação do homem. Na verdade, não há nada de estranho, pois, princípio sabático realiza o importante e nobre papel de manter vivo em nós a certeza de que somos criaturas e que pertencemos a Deus. A primeira mensagem de Apocalipse 14:6-7 clarifica com mais afinidade esta verdade. Adorar a Deus como aquele que fez é uma das mensagens mais apropriadas para o tempo em que vivemos, pois, visa protegermos das armadilhas naturalistas levantadas por àqueles que não conhecem a Deus e Sua verdade. Portanto, a primeira mensagem declara abertamente que, no final dos tempos, haveria esta adversidade e que nós devemos nos resguardar deste engano. O fator predominante na teoria evolucionista é que ela impede que seus adeptos sejam restaurados à imagem de Deus novamente. Pois, se Deus não existe e que tudo surgiu por acaso, isto significa que, os propósitos de Deus, Suas leis e até os princípios da justiça, bondade, amor e altruísmo, não são padrões para a sociedade. Mas, para os que estão em Cristo, brilhará em seus caráteres o caráter de Deus que um dia foi perdido por causa do pecado.

Referência citada acima: LENNOX, Jonh. Por que a ciência não consegue enterrar Deus. São Paulo: Mundo Cristão, 2011.


[1] Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como constam no livro “Nisto Cremos” e “tratado teológico adventista” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico e colportor efetivo por um ano na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia e cursou extensão em arqueologia do oriente próximo pela UEPB. Gilberto G. Theiss é autor de vários livros e artigos e é inteiramente submisso e fiel tanto à mensagem bíblico-adventista quanto à seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. No entanto Gilberto Theiss faz questão de ressaltar que, toda esta biografia acima é destituída de valor, e que o único currículo valioso que possui é o de Deus, sua família, irmãos e amigos fazerem parte de sua vida. O resto tem o seu devido lugar, porém fora e bem distante do pódio. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br