Pressão dominical na União Europeia? Entre tantos, domingo na pauta

Europa em defesa da liberdade religiosa

Bruxelas, 12 jul 2012 (Ecclesia) – Os presidentes da Comissão e do Conselho Europeu reuniram-se hoje em Bruxelas com 24 representantes cristãos, judaicos e muçulmanos, bem como das comunidades Hindu e Baha'i, numa iniciativa anual marcada pela preocupação com a liberdade religiosa...

Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, reiterou que a União Europeia condena “todos os atos de violência contra minorias religiosas, seja na Europa, em África ou na Ásia, onde quer que estes aconteçam”.
“A liberdade religiosa deve ser respeitada em todo o lado e preocupa-nos bastante ver algumas minorias, cristãs ou outras, serem alvo de ódio por outras partes da sociedade, tal como aconteceu no passado, em muitos outros países, contra minorias muçulmanas ou judaicas”, acrescentou o político português.

O líder do executivo comunitário sublinhou ainda a União Europeia defende “o direito a qualquer pessoa ter uma religião, bem como o direito a não professar qualquer religião”.
O tema escolhido para o encontro, que se repete desde 2005, foi a solidariedade entre gerações, com os bispos católicos a alertar para as crises “económica e demográfica”. 

D. André-Joseph Leonard, arcebispo de Bruxelas, pediu uma maior aposta nas famílias, que considerou como a única “forma sustentável” para sair da atual crise. 
O vice-presidente da Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia (COMECE), D. Gianni Ambrosio, realçou, por seu lado, a “importância fundamental” do domingo como dia de “descanso comum”. 

D. Adolfo Gonzales-Montes, bispo espanhol, denunciou as práticas políticas “imorais e irresponsáveis” no país vizinho que levam a “sacrificar as novas gerações”. 
Já o bispo romeno D. Virgil Bercea, vice-presidente da COMECE, pediu que sejam criadas condições para que os países mais pobres possam desenvolver-se economicamente. 

“Estes mecanismos devem incluir transparência na forma como os dinheiros públicos são gastos”, indicou o prelado, numa intervenção enviada à Agência ECCLESIA.


Nota Gilberto Theiss: A argumentação para implantar uma lei dominical parte do ponto de vista filosófico e atraente. O primeiro discurso que tem se construído é que a ecologia seria grandemente beneficiada com a implantação dominical, pois, imagine o quanto de gás carbônico deixaria de ser solto no ar se as indústrias e transportes em sua grande maioria deixassem de trabalhar em cada domingo semanal? Este é apenas um dos inúmeros exemplos. O segundo discurso é a favor da classe trabalhadora. Muitas empresas perceberam que fica mais barato pagar horas extras do que contratar novos funcionários. Portanto, quando precisam aumentar a produção, muitas destas empresas fazem manobras psicológicas para forçar seus funcionários a trabalharem sete dias por semana. 

Visando o bem estar e o direito de descanso desta classe, alguns representantes de religiões, ongs e políticos estão se levantando para apoiar a legislação dominical para que as empresas não mais obriguem seus funcionários a trabalhar em um dia que deveria ser devotado à família, amigos e lazer. O terceiro discurso, talvez o mais atraente, é que as famílias estão cada vez mais em declínio na sociedade global, e o domingo seria a alternativa para salvá-las. Bento XVI, em março deste ano efetivou a declaração oficial que o domingo deve representar a família como um todo. 

O descanso dominical seria uma solução para que o ciclo familiar seja fortalecido novamente, uma vez que poderão se confraternizar mutuamente, ir a igreja, terem seus momentos inclusive com os filhos e desfrutar dos laços da essência de ser família. Bom, como visto, filosoficamente o domingo se torna um dia memorável e profundamente importante. Qualquer um que se opor ao domingo como dia de descanso será o mesmo que se opor à salvação do planeta, à classe trabalhadora e especialmente à família. Os alicerces para tornar o domingo um dia solene e atraente para a sociedade em geral estão sendo fundamentados. É bonito, filosófico, comovente e extremamente atraente a implantação de uma lei dominical, pois, todos seriam beneficiados de alguma maneira, exceto os que são fiéis a Deus seguindo fielmente sua palavra. Quem viver verá...