Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 04

Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 04 – 3º Trimestre 2012
(21 a 28 de julho)

Comentário: Gilberto G. Theiss[1]

SÁBADO, 21 DE JULHO
Alegria e gratidão

            “Sempre damos graças a Deus por todos vocês, mencionando-os em nossas orações. Lembramos continuamente, diante de nosso Deus e Pai, o que você têm demonstrado: o trabalho que resulta da fé, o esforço motivado pelo amor e a perseverança proveniente em nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 1:2,3).

Pensamento Chave: Um exemplo vale mais que mil sermões.


            Alguma vez você já escreveu para alguém com o objetivo de dizer o quanto tem orado apresentando a Deus as questões tão positivas daqueles irmãos e da igreja que congrega? Geralmente oramos apenas para pedir que Deus alcance determinadas pessoas, talvez por seu mau testemunho, mau comportamento, más palavras, etc. Seria interessante também dizer a Deus os fatos positivos de determinadas pessoas e igreja solicitando a Ele que os mantenha sempre bem espiritualmente. Os textos que iremos estudar nesta semana apresenta o apóstolo tecendo elogios à igreja e desejando que eles permaneçam alicerçados na palavra de Deus. Os desafios que geralmente surgem após um evangelismo na vida dos novos conversos será um dos temas que abordaremos, o que o torna muito importante e repleto de ensinamentos, uma vez que, em nossos dias, os novos conversos enfrentam desafios semelhantes. A fase do primeiro amor, se soubermos aproveitar, poderá durar por toda a vida. Os aspectos missionários, se soubermos explorar, também trará grandes possibilidades de serem úteis por muito mais tempo que imaginamos.

DOMINGO, 22 de JULHO
Uma oração de gratidão
(1 Ts 1:1-3)

            A oração de gratidão de Paulo apresentava algumas lições importantes sobre o trabalho abnegado dos irmãos de Tessalônica.

1º Obra da vossa fé – Por esta expressão, percebemos que, os irmãos da igreja não eram meros espectadores da fé, não viviam apenas uma fachada espiritual bonita e adornada. Eles de fato eram homens e mulheres que possuíam obras da fé. A ênfase de Paulo, fazendo uso destas palavras, foca ação cristã. Da mesma forma, em nossos dias há igrejas poderosas em obras. Demonstram fé cognitiva e ao mesmo tempo fé prática, buscam a integridade e pureza de vida. Fazem valer sua fé diante de Deus e também dos homens. Apresentam o poder do evangelho em palavras e em atos.

2º Trabalho do amor – Nestas palavras podemos entender que as pessoas que receberam a carta de Paulo eram diligentes trabalhadores da causa. O amor por Deus e pelos perdidos possivelmente os motivava a desenvolver certas atividades missionárias. Esta realidade se torna visível na vida dos que foram impactados pelo amor poderoso de Deus. É inevitável fazer mais e não menos, na obra de Deus, quando realmente fomos alcançados pelo amor divino.

3º Paciência e esperança em Jesus – Paciência porque a vida cristã é repleta de desafios, obstáculos e de lutas intensas. No entanto, a esperança em Jesus é a senha que nos faz perseverar mantendo o foco e os passos da vida cristã e da obra de Deus através do testemunho, discipulado e missão. Graças a Deus que, como no tempo de Paulo, há igrejas em nossos dias repletas destas qualidades. Sempre existem aqueles que, repletos do Espírito Santo, estão prontos a serem úteis nesta jornada cristã. Mesmo os irmãos da igreja de Tessalônica possuindo tantas virtudes, nos demais capítulos, percebemos que o apóstolo queria prepará-los para desafios ainda maiores que viriam. Assim como Paulo, os verdadeiros líderes espirituais de nossos dias são aqueles que tem paixão pelas ovelhas a ponto de sempre estarem preocupados com sua jornada de fé. Mesmo que as pessoas estejam muito bem, é importante manter o encorajamento e preparação para eventos de natureza mais difíceis. Sabemos que em breve os dias se tornarão mais complexos e os desafios exigirão de nós e de nosso povo mais fé e firmeza espiritual. Infelizmente há líderes que não se preocupam com esta necessidade de preparo maior. Estão apenas preocupados com sua ficha de números de batismos e com o crescimento dos dízimos enquanto o cenário profético vai se construindo para tornar a vida futura mais repleta de obstáculos que exigirá de nós muito preparo e fé. Você líder, pense muito a este respeito e no exemplo de Paulo em se preocupar com a preparação futura de sua amada igreja. Lutar pela causa presente é importante, no entanto, preparar as nossa ovelhas para o futuro é uma nem um pouco inferior.
           
SEGUNDA, 23 DE JULHO
Deus escolheu você
 (1Ts 1:4)

             A salvação é uma das certezas garantida pelo Céu, caso nos decidamos por ela mediante Cristo. O fato de Deus nos escolher não significa que não podemos fazer nossas escolhas. Na verdade, a escolha de Deus é sustentada pela nossa escolha. Se escolhemos a Cristo como Senhor de nossa vida e nos submetemos à sua vontade, isto é o que, definitivamente, fundamentará a escolha de Deus por nós. Todos são chamados, mas, infelizmente, são poucos os que são escolhidos (Mt 20:16). São poucos os escolhidos porque são poucos os que SE ESCOLHEM para Deus. A vontade de Deus é que todos sejam salvos (Ez 33:11; 1Tm 2:4), e, que todos sejam atraídos pela cruz do calvário (Jo 12:33). Em síntese, a grande realidade é que, Deus nos escolheu, porque nós O escolhemos para que Ele seja Senhor de nossas vidas. Está explícito nesta frase a realidade do livre arbítrio, Deus respeitando nossas escolhas e agindo em conformidade com elas. Ele não nos obriga a amá-lo e servi-lo. Não contraria nossa vontade, caso ela seja diferente de Sua soberana vontade.
            Em Josué 24:15, o patriarca foi enfático ao afirmar que, se o povo não está feliz e insatisfeito em servir a Deus, que procurem outros melhores que Ele. Mas, o interessante é que não existe outro, a não ser os que os homens criam para si com o objetivo de bonificar suas transgressões. Vivemos no tempo do deus amuleto. Eles são importantes desde que aprovem nossas más condutas. Saiba que, Deus é único, e sua vontade é que todos o aceitemos como soberano. Se escolhermos a Deus de todo o nosso coração, certamente Ele também nos escolherá em Cristo.
           

TERÇA, 24 DE JULHO
Segurança em Cristo
(1Ts 1:5; Gl 5:19-23; 1Co 12:1-11)

            Estar justificado diante de Deus nos méritos de Cristo tem sido uma das discussões mais desafinadas em nosso tempo. Há muitas pessoas que se dizem estar em Cristo mesmo fazendo coisas que desagradam a Deus. Embora exista o dilema ou problema do perfeccionismo abundantemente difundido no meio cristão, também não podemos deixar de ressaltar que, obediência, fidelidade, pureza e integridade devem ser marcas da genuína justificação. Não são estas coisas que nos justificam, mas, elas passam a ser uma evidência na vida dos que foram justificados nos méritos de Cristo. Amor, bondade, e as demais virtudes do fruto do Espírito são a nota tônica do que a graça de Cristo pode operar em nós. Ellen White declara enfaticamente que, muitos pretendem estar santos enquanto transgridem a lei de Deus (Evangelismo, p. 595). É fato que não há mérito nenhum em nós e que nossas fragilidades nos alcançarão por toda a vida (Ibdem), mas também é fato que, quanto mais comtemplarmos a Cristo, com mais força os frutos do Espírito se tornam nossa experiência. Estas pessoas são uma evidência clara do que significa estar seguras em Cristo, pois todo “aquele que diz que o conhece, deve andar como Ele andou” (1Jo 2:6).
            Para Paulo, os irmãos de Tessalônica possuíam estas marcas distintivas da segurança em Cristo e, consequentemente, da verdadeira conversão (ou vice versa). Ele conhecia bem a igreja, os seus membros e suas obras. Que bom seria se todos em nossos dias levassem a sério a vida cristã como estas pessoas do passado. Ao invés de passar apenas o verniz da boa religião por fora, que viva a essência do evangelho poderoso de Jesus. No final dos tempos Deus preparará um povo para representar o seu caráter. Não sob os aspectos perfeccionistas como é ensinado por ai, mas pelo aspecto da essência do amor de Deus, da pureza e integridade, do que é possível ser na realidade dos moldes e circunstâncias em que vivemos. Em outras palavras, pessoas que aprenderam amar o que Deus ama, e a odiar o que Deus odeia, demonstrando não apenas em palavras, mas também em atos o amor de Deus para com o próximo e para com Deus. Vivendo uma vida de obediência e repulsa ao pecado. Pecado não é um estilo de vida, como pretende alguns, mas um acidente de percurso. Pode não ser possível vencer o pecado, mas é possível, pela graça de Deus, abandoná-lo e viver sempre bem longe dele. Isto não faz de nós merecedores, mas torna a graça de Cristo mais evidente em nossas vidas. Também não nos isenta de pecarmos novamente, especialmente se, em algum momento nos aproximarmos da tentação e perdermos o foco de Cristo.

QUARTA, 25 DE JULHO
Fazer o que Paulo faria
(1Ts 1:6,7)

            Que maravilhoso é observar com atenção a coragem de Paulo em se tornar um exemplo a ser copiado. Embora nosso único e seguro exemplo seja Jesus Cristo, temos o costume de admirar determinadas pessoas e seguir os seus exemplos. Não há pecado algum em copiar alguém ou seguir seus exemplos desde que, os passos destas pessoas estejam em harmonia com a prática da verdade bíblica. Nestas circunstâncias, precisamos levar em consideração 3 fatos importantes:
1º Ter maturidade espiritual – Maturidade espiritual é fundamental para que, quando as pessoas que admiramos e seguimos seus passos falhar, não sejamos imaturos a ponto de escandalizarmos. É necessário entender que, mesmo as pessoas de boa conduta, sábias e tementes a Deus, não estão vulneráveis de cometerem falhas. Caso isto ocorra, devemos, a partir de agora, fazer o que ela também faria caso você estivesse em erro – oferecer um ombro amigo e compartilhar do amor abnegado com o objetivo de ajuda-lo a acertar novamente.
2º Imitar as pessoas, porém, resguardados pela palavra de Deus – Não é errado imitar os bons exemplos, mas, caso algumas dessas pessoas em que imitamos os exemplos cometa algum erro, devemos estar assegurados somente na palavra de Deus. Em outras palavras, Seguir os passos de outros somente enquanto elas permanecerem sob a prática da verdade. Quando isto não ocorrer, nossos passos devem estar seguros em Cristo para que não imitemos também, caso eles ocorram, os seus maus exemplos.
3º Jesus deve ser nosso supremo exemplo – Em João 21:21 e 21 apresenta uma história bastante curiosa que pode ilustrar bem nosso tema. Pedro, ao ser chamado por Jesus, pergunta sobre o que será de João. Então Jesus responde, “Se eu quero que tu venhas, que te importa? Segue-me tu”. Uma lição preciosa que podemos extrair deste diálogo entre Cristo e Pedro é que, fundamentar nossa vida, somente nEle – Jesus Cristo. Embora Paulo, os demais discípulos, os profetas e os homens e mulheres consagrados de nosso tempo devam ser imitados em seus bons exemplos, não há dúvida que somente Jesus pode ser nossa âncora infalível. Ele é único que pode garantir que jamais seremos frustrados. Jesus é o único que nunca nos decepcionará. Os seres humanos são falhos e em algum momento poderão não ser mais um bom exemplo a ser imitado. Mas, Jesus deve ser o nosso supremo exemplo digno de ser imitado hoje e sempre.
            Paulo apresentou um panorama da igreja de Tessalônica, e pelo visto, esta igreja era fiel e possuía bom exemplo perante a sociedade. Quando isto ocorre, quão poderosa se torna esta igreja perante sua comunidade? Há lugares que, infelizmente, se a igreja se mudar, não fará falta nenhuma para os vizinhos. E sua igreja, como é vista pela sociedade onde reside?

QUINTA E SEXTA 26 e 27 DE JULHO
Mais evidências de fé
(1Ts 1:8-10)

            Os membros da igreja de Tessalônica eram homens e mulheres que faziam valer sua fé perante uma sociedade tão incrédula. Embora falhos e necessitando de muito crescimento espiritual, demonstravam amor e sacrifício à obra de Deus. A fase do primeiro amor pareceu ser uma essência diária de suas jornadas em meio às tribulações e percalços da vida. Apresentavam bom testemunho à comunidade que os cercava. Eram trabalhadores espirituais que mantinham acesa as chamas do trabalho missionário. Observe esta poderosa declaração de Deus sobre eles: “Os crentes de Tessalônica eram verdadeiros missionário. Seu coração estava inflamado de zelo pelo seu Salvador, que os livrara do temor da ira futura (1Ts 1:10). Mediante a graça de Cristo, uma transformação maravilhosa se havia operado na vida deles, e a Palavra do Senhor, pregada por eles, era acompanhada de poder. Por intermédio das verdades apresentadas, corações foram alcançados e pessoas, acrescentadas ao números dos cristãos” (Atos dos Apóstolos, p. 256).
            Se sua igreja demonstra estas virtudes espirituais, louve a Deus e a entregue cada dia mais nas mãos do Senhor para que Ele a conserve assim. No entanto, se sua igreja não possui estas virtudes, lute com Deus suplicando suas bênçãos espirituais sobre ela e faça o melhor possível para que haja um genuíno reavivamento e reforma. A igreja de Tessalônica é um bom exemplo a ser copiado pelas igrejas atuais. Não é atoa que Paulo teceria tantos comentários positivos assim. Claro que, possivelmente havia problemas, dificuldades, alguns desgastes, mas, as virtudes, provavelmente superavam todos os pontos fracos da igreja como um todo. Nada inferior a isto deve ser a luta de todo líder para com sua igreja. Saiba que, bons líderes, comprometidos, puros, íntegros e cheios de espírito missionário, deve ser a primeira necessidade espiritual em uma igreja que se encontra em estado de pobreza espiritual e prática.



[1] Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como constam no livro “Nisto Cremos” e “tratado teológico adventista” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico e colportor efetivo por um ano na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia e cursou extensão em arqueologia do oriente próximo pela UEPB. Gilberto G. Theiss é autor de vários livros e artigos e é inteiramente submisso e fiel tanto à mensagem bíblico-adventista quanto à seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. No entanto Gilberto Theiss faz questão de ressaltar que, toda esta biografia acima é destituída de valor, e que o único currículo valioso que possui é o de Deus, sua família, irmãos e amigos fazerem parte de sua vida. O resto tem o seu devido lugar, porém fora e bem distante do pódio. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br