Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 06 – 4º Trimestre 2011 (29 de Outubro a 05 de Novembro)


Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 06 – 4º Trimestre 2011 (29 de Outubro a 05 de Novembro)

Comentário: Gilberto G. Theiss

SÁBADO, 29 DE OUTUBRO
                                                           A superioridade da promessa
(Gl 3:18)

            Conheci um rapaz que havia noivado três vezes e se casado duas. Infelizmente nas três em que estava noivo, a noiva o abandonou, e nas duas vezes em que esteve casado, foi traído e abandonado. Infelizmente, as promessas humanas parecem ter alguma dificuldade em manter-se firme até o fim. As pessoas mudam de opinião com facilidade e às vezes até rapidamente. Mesmo que gere desconforto e sofrimento as promessas humanas não cumpridas tem se tornado muito comum. Outro dia visitei uma jovem que sofria muito por ter sido abandonada pelo marido. Promessas humanas, promessas que, às vezes, trazem mais complexo de culpa e dor por não se cumprirem.
            Esta semana vamos falar da promessa superior a nossa. Deus parece ser o único capaz de levar até o fim Suas promessas. Ao longo dos anos, desde a criação do homem, Deus tem se revelado com promessas e a maior evidência da integridade, durabilidade e fidelidade das promessas de Deus, é que, elas continuam firmes até hoje. Se em seres humanos não podemos confiar, saiba que, em Deus podemos. Nele nossas esperanças poderão ser depositadas sem nenhum receio. Nele nossa vida poderá ser depositada com toda firmeza e confiança. Aliás, Deus é o único que jamais nos frustrará. Sua promessa é superior em todos os sentidos e são eternas não sofrendo mudança e nem sombra de variação.

Leitura Adicional

            “O espírito de escravidão é gerado pela tentativa de viver de acordo com a religião legal, pelo esforço de cumprir as exigências da lei mediante as próprias forças. Não há esperança para nós a não se sob a aliança abraãmica, que é a aliança da graça pela fé em Cristo Jesus. O evangelho pregado a Abraão, através do qual ele obteve esperança, foi o mesmo evangelho pregado a nos hoje, pelo que  temos a nossa fé” (The Youlth’ Instructor, 22 de setembro de 1892).

            “Dada por Deus por intermédio de Moisés, a lei cerimonial, com seus sacrifícios e ordenanças, devia ser obrigatória para os hebreus até que o tipo encontrasse o antítipo na morte de Cristo como Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Então, todas as ofertas e rituais seriam abolidos. Paulo e os outros apóstolos trabalharam para mostrar isso e resistiram resolutamente aos mestres judaizantes, que declaravam que os cristãos deviam observar a lei cerimonial.
            A lei dos dez preceitos, pronunciada no Monte Sinai, o próprio Cristo declara que não veio destruir. Esse testemunho deveria resolver a questão de uma vez por todas. A lei de Deus é tão imutável quanto o trono do Senhor. Ela mantém suas reinvindicações perante toda a humanidade em todas as épocas, inalterada por tempo, lugar e nem por circunstância. O sistema cerimonial tinha um caráter completamente diferente, acrescentando à guarda dos dez preceitos do Eterno. Cristo declara que não veio destruir a lei, mas cumpri-la, para engrandecer a lei e fazê-la gloriosa, como profetizou Isaías, centenas de anos antes, que seria a tarefa do Messias” (Review and Herald, 27 de setembro de 1881).

DOMINGO, 30 DE OUTUBRO
Lei e fé
(Gl 3:15-18)

            Duas frases são importantes nestas citações, a primeira tem haver com a aliança feita por intermédio de um descendente (v.16), e a segunda tem haver com a promessa feita por Deus a Abraão gratuitamente (v.18). A preocupação de Paulo tem por base o valor da fé diante do legalismo plantado na mente de alguns. De forma alguma estava ele anulando a lei, pois, segundo suas próprias palavras em Romanos 3:31, a lei tem a sua devida importância. O que o apóstolo combate nestas declarações é a salvação por intermédio da lei. Por este motivo ele apresenta a aliança que fez com Abraão que surgira por intermédio de Jesus. Jesus foi e é o sustento da aliança concedendo-nos gratuitamente a redenção. A lei não atribui salvação porque não foi dada por Deus para desempenhar este propósito. O centro da aliança não era a lei e quando esta foi dada no Sinai, não provocou anulamento da aliança da graça feita com sangue. O que muitos não compreendem é que, os dez mandamentos não foram uma inovação nos tempos de Moisés. O próprio Moisés, ao escrever o livro de Gênesis (26:5) deixou evidente a obediência de Abraão à Deus dizendo: “obedeceu à minha voz, e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus [estatutos] e as minhas leis”. José, ao se recusar deitar-se com a esposa de Potifar, revelou sua obediência ao sétimo mandamento da lei de Deus. Estas e outras narrativas indicam que os mandamentos já existiam mesmo antes de Moisés. No monte Sinai eles apenas foram escritos em pedra e em rolos para que o povo de Israel não esquecesse mais da vontade do Senhor. Portanto, a aliança da fé foi instituída gratuitamente por Deus mesmo diante da existência da lei. O propósito da lei era mostrar ao povo a maldição do pecado e a necessidade da redenção que só poderia ser encontrada fora de nós – através do Messias prometido. Esta aliança, embora refeita várias vezes por causa da desobediência do povo, sempre foi pela fé. Em Cristo a aliança foi chamada de nova por ter sido ratificada por Ele, mediante o seu sangue, mas a essência sempre foi a mesma, salvação pela fé.

Leitura Adicional

            “Assim como a Bíblia apresenta duas leis, uma imutável e eterna, e outra provisória e temporária, assim há dois concertos. O concerto da graça foi feito primeiramente com o homem no Éden, quando, depois da queda, foi feita uma promessa divina de que a semente da mulher feriria a cabeça da serpente. A todos os homens este concerto oferecia perdão, e a graça auxiliadora de Deus para a futura obediência mediante a fé em Cristo. Prometia-lhes também vida eterna sob condição de fidelidade para com a lei de Deus. Assim receberam os patriarcas a esperança da salvação.
Este mesmo concerto foi renovado a Abraão, na promessa: "Em tua semente serão benditas todas as nações da Terra." Gên. 22:18. Esta promessa apontava para Cristo. Assim Abraão a compreendeu (Gál. 3:8 e 16), e confiou em Cristo para o perdão dos pecados. Foi esta fé que lhe foi atribuída como justiça. O concerto com Abraão mantinha também a autoridade da lei de Deus. O Senhor apareceu a Abraão e disse: "Eu sou o Deus todo-poderoso, anda em Minha presença e sê perfeito." Gên. 17:1. O testemunho de Deus concernente a Seu fiel servo foi: "Abraão obedeceu à Minha voz, e guardou o Meu mandado, os Meus preceitos, os Meus estatutos, e as Minhas leis." Gên. 26:5. E o Senhor lhe declarou: "Estabelecerei o Meu concerto entre Mim e ti e a tua semente depois de ti em suas gerações, por concerto perpétuo, para te ser a ti por Deus, e à tua semente depois de ti." Gên. 17:7.
Se bem que este concerto houvesse sido feito com Adão e renovado a Abraão, não poderia ser ratificado antes da morte de Cristo. Existira pela promessa de Deus desde que se fez a primeira indicação de redenção; fora aceito pela fé; contudo, ao ser ratificado por Cristo, é chamado um novo concerto. A lei de Deus foi a base deste concerto, que era simplesmente uma disposição destinada a levar os homens de novo à harmonia com a vontade divina, colocando-os onde poderiam obedecer à lei de Deus.
Outro pacto, chamado nas Escrituras o "velho" concerto, foi formado entre Deus e Israel no Sinai, e foi então ratificado pelo sangue de um sacrifício. O concerto abraâmico foi ratificado pelo sangue de Cristo, e é chamado o "segundo", ou o "novo" concerto, porque o sangue pelo qual foi selado foi vertido depois do sangue do primeiro concerto. Que o novo concerto era válido nos dias de Abraão, evidencia-se do fato de que foi então confirmado tanto pela promessa como pelo juramento de Deus, "duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta". Heb. 6:18.
Mas, se o concerto abraâmico continha a promessa da redenção, por que se formou outro concerto no Sinai? - Em seu cativeiro, o povo em grande parte perdera o conhecimento de Deus e os princípios do concerto abraâmico. Libertando-os do Egito, Deus procurou revelar-lhes Seu poder e misericórdia, a fim de que fossem levados a amá-Lo e confiar nEle. Trouxe-os ao Mar Vermelho - onde, perseguidos pelos egípcios, parecia impossível escaparem - a fim de que se compenetrassem de seu completo desamparo, e da necessidade de auxílio divino; e então lhes operou o livramento. Assim eles se encheram de amor e gratidão para com Deus, e de confiança em Seu poder para os ajudar. Ele os ligara a Si na qualidade de seu Libertador do cativeiro temporal.” (Patriarcas e Profetas, p. 370, 371).

                                                       SEGUNDA, 31 DE OUTUBRO
Fé e lei
 (Rm 3:31; 7:7, 12; 8:3-4; Mt 5:17-20)

            A declaração de Paulo em Romanos 3:31 nos dá suporte para entender melhor a dinâmica da fé e da lei em todo o enredo do plano da redenção. Alguns afirmam categoricamente que, a fé anula  lei. A este respeito Paulo foi enfático dizendo que não. Outros afirmam que a lei é superior à fé.  Com isto conseguem fazer da lei um meio de salvação. Bom, todas as duas ideias são distorções da verdade. Se a fé pudesse anular a obediência, Jesus teria morrido em vão, pois era mais simples abolir a lei do que cumprir a justiça da lei em Sua vida/morte. Da mesma forma, se a lei pudesse salvar, Jesus teria morrido em vão, pois não seria o Seu sangue fator único e primordial para aceitar o arrependimento humano, mas a obediência. Neste caso em específico, nem a fé e nem a lei são superiores um ao outro. Na verdade tanto a fé quanto a lei são fundamentais em todo o contexto da vida cristã, pois a fé tem sua função muito peculiar e a lei também a sua função muito própria. A fé nos conduz à aceitação do que Jesus efetuou por nós, e a lei nos conduz aos deveres da vida cristã. Uma tem haver com salvação e outra com conduta cristã. Um exemplo meio que patético mas que pode nos ajudar a ilustrar bem é o óleo e a gasolina de uma veículo. A gasolina comparado à fé, é o que faz o motor funcionar e consequentemente o veículo andar, o óleo comparado à lei é o que mantém as engrenagens do motor em condições de funcionamento mantendo o veículo em possibilidade de andar. Neste exemplo notamos que um depende do outro. Isto significa que, embora a salvação seja unicamente pela fé, nossa vida ao ser alcançada pela graça maravilhosa de Jesus, se torna abundante em boas obras. Quanto mais próximo de Jesus estamos, mais semelhante a ele e mais obedientes à Sua vontade nos tornamos. A fé é a gasolina que nos move em direção ao Céu nos méritos de Jesus e a lei é a graxa que nos condiciona a continuar nossa jornada como cristãos autênticos e obedientes e livres das consequências do pecado.

Leitura Adicional

            “Cristo suportou a maldição da lei, sofrendo sua pena, levando a término o plano segundo o qual devia o homem ser colocado onde pudesse guardar a lei de Deus e ser aceito graças aos méritos do Redentor; e por Seu sacrifício derramou-se glória sobre a lei. Então a glória daquilo que não é transitório - a lei de Deus, dos Dez Mandamentos, Sua norma de justiça - foi claramente vista por todos os que viram o fim daquilo que era transitório.
"Todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na Sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito." II Cor. 3:18. Cristo é o Advogado do pecador. Os que aceitam Seu evangelho, contemplam-nO de rosto descoberto. Vêem a relação de sua missão para com a lei, e reconhecem a sabedoria e glória de Deus, tais como são reveladas pelo Salvador. A glória de Cristo revela-se na lei, que é uma transcrição de Seu caráter, e Sua transformadora eficácia é sentida na alma, até que os homens se transformem em Sua semelhança. São feitos participantes da natureza divina, e tornam-se mais e mais semelhantes ao seu Salvador, caminhando passo a passo em conformidade com a vontade de Deus, até alcançarem a perfeição.
A lei e o evangelho estão em perfeita harmonia. Um sustenta o outro. Em toda a sua majestade a lei confronta a consciência, levando o pecador a sentir sua necessidade de Cristo como propiciação do pecado. O evangelho reconhece o poder e imutabilidade da lei. "Eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei", declara Paulo. Rom. 7:7. A intuição do pecado, acentuada pela lei, impele o pecador para o Salvador. Em sua necessidade pode o homem apresentar o poderoso argumento fornecido pela cruz do Calvário. Pode ele reclamar a justiça de Cristo, pois é comunicada a todo pecador arrependido. Diz Deus: "O que vem a Mim, de modo nenhum o lançarei fora." João 6:37. "Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça." I João 1:9. (Mensagens Escolhidas, v.1, p.33).


TERÇA, 01 DE NOVEMBRO
O propósito da lei
(Gl 3:19-29; Rm 5:13,20)

            Esta é uma seção bastante complexa do livro de Gálatas, pois, ao longo de anos, muitos tem traduzido a lei em Gálatas como sendo a lei cerimonial. É comum ver irmãos, ainda hoje, insistindo com a ideia da lei escrita em livros (Gl 3:10) sendo a lei cerimonial. No entanto, é importante entendermos que o apóstolo não fazia separação de leis. Ao afirmar “as coisas que estão escritas no livro da lei” não estava se referindo a determinada lei em específico, mas a toda a lei descrita no Pentateuco. O livro da lei não era outra a não ser o próprio Pentateuco. Uma forte evidência desta verdade, que inclusive foi o cerne da discussão em Minneápolis no ano de 1888, é que, Paulo ao mencionar no verso  19 que a lei “foi acrescentada por causa da transgressão”, temos ai duas evidências de que ele se referia a todo o conjunto de leis e não apenas a cerimonial. 1º - Não era a lei cerimonial que imputava transgressão, mas a lei moral; 2º- A lei moral também foi acrescentada no Sinai por causa da transgressão do povo pelos anos em que permaneceram no Egito. A lei já existia antes do Sinai (Gn 26:5), mas foi no Sinai que ela foi redigida sobre condições que causaram espanto e temor no povo para que não mais se esquecessem.
            Como mencionado, esta foi a base da discussão em Minneápolis em 1888. De um lado, defendendo que a lei em Gálatas era a cerimonial estava o presidente da igreja Jorge Battler e o exímio estudante de profecias Urias Smith. De outro lado, defendendo que a lei era moral dois novatos na teologia daquele tempo, A. T. Jones e seu companheiro Waggoner. Com endosso de Ellen White o resultado final da discussão favoreceu o pensamento de A. T. Jones e Waggoner ao afirmar categoricamente que a lei em Gálatas era de fato não apenas a lei cerimonial, mas também a lei  moral. A este respeito, ao ser questionada, Ellen White escreveu: “Perguntam-me acerca da lei em Gálatas. Que lei é o aio que nos deve levar a Cristo? Respondo: Tanto o código cerimonial como o moral, dos Dez Mandamentos” (Mensagens Escolhidas, v.1, p. 233). Isto não significa que Paulo esteja combatendo a lei moral. Na verdade ele está combatendo o legalismo. Interpretar desta maneira não causa implicações aos dez mandamentos. Na verdade, dá mais sustento e credibilidade, pois o discípulo apresenta o seu real valor, o de conduzir à Cristo, o único capaz de sarar as feridas da transgressão. Caso lhe interesse saber mais a este respeito, abaixo estará algumas biografias que tratam deste tema do conflito em Minneápolis.

·           Livro: Em busca de identidade – Autor: George Knight – Editora: CPB
·           Livro: Portadores de luz – Autor: Richard W. Schwarz – Editora: Unaspress
·          Livro: Origin and history  of seventh-day – Autor: Arthur W. Spalding – Editora: RH
·          Livro: A história revelada e a verdade confirmada – Autor: Gilberto Theiss – Editora: Clínica dos Livros
·          Livro: A mensagem de 1888 – Autor: George Knight – Editora: CPB

Leitura Adicional

            “O povo de Deus, a quem Ele chama Seu peculiar tesouro, fora privilegiado com um duplo sistema de lei: a moral e a cerimonial. ...
Desde a Criação era a lei moral parte essencial do plano divino, e tão imutável como Ele próprio. A lei cerimonial existiu para atender a um propósito particular no plano de Cristo para a salvação da humanidade. O sistema típico de sacrifícios e ofertas fora estabelecido para que através dele o pecador pudesse discernir a grande oferta: Cristo. ... A lei cerimonial era gloriosa; era a provisão feita por Jesus Cristo em conselho com Seu Pai, para auxiliar na salvação da raça. Todos os dispositivos do sistema típico foram baseados em Cristo. Adão vira Cristo prefigurado no inocente animal que sofria, a penalidade da sua própria transgressão à lei de Jeová”. (SDA Bible Commentary, vol. 6, pág. 1.094).

“A necessidade do sistema de sacrifícios e ofertas cessou quando o tipo encontrou o antítipo na morte de Cristo. NEle a sombra encontrou a realidade. ... A lei divina manterá seu exaltado caráter enquanto durar o trono de Jeová. Esta lei é a expressão do caráter de Deus. ... Tipos e sombras, ofertas e sacrifícios não tiveram mais virtude alguma depois da morte de Cristo na cruz; a lei de Deus, porém, não fora crucificada com Cristo. ... Satanás está hoje enganando seres humanos em relação à lei de Deus. A lei dos Dez Mandamentos vive e viverá através das eras eternas.
Deus não fez o infinito sacrifício em dar Seu Filho unigênito para o nosso mundo, para assegurar ao homem o privilégio de quebrar os mandamentos divinos nesta vida ou na futura vida eterna”. (SDA Bible Commentary, vol. 6, pág. 1.116).

“Ele [Jesus] deu Sua vida preciosa e inocente para salvar os culpados seres humanos da eterna ruína, para que pela fé nEle possam permanecer sem culpa diante do trono de Deus. (SDA Bible Commentary, vol. 7, pág. 914).
                       
QUARTA, 02 DE NOVEMBRO
A duração da lei de Deus
(Gn 9:5, 6; 18:19; 26:5; 39:7-10; Êx 16:22-26)

            Será que a lei de Deus durou apenas até Cristo? A expressão de Paulo “até que” estaria indicando o fim da lei? Jesus na cruz cravou os dez mandamentos extinguindo-os por completo eliminando a necessidade de obedecê-los?
            Observe que, todo o Pentateuco com suas leis foram adicionadas no Sinai. Os dez mandamentos também foram adicionados no Sinai. No entanto, a lei já existia antes do Sinai. Se o pecado é a transgressão da lei (1 Jo 3:4), isto significa que já exista antes de Deus dar a Moisés. A não ser que creiamos na possibilidade de não ter existido pecado antes do monte Sinai, o que seria uma compreensão um tanto estranha. A diferença é que, no monte, Deus escreveu suas leis de maneira poderosa, estrondosa ao ponto de o monte tremer, haver relâmpagos e trovões provocando no povo muito temor. Na verdade a maneira como Deus se manifestou com Sua lei era para mostrar ao povo o quanto o pecado é terrível perante Ele e a sagracidade de Seus mandamentos. O povo de Israel havia sido escravo por cerca de 400 anos e aprenderam ser desobedientes e totalmente levianos a qualquer regra moral. Desta forma Sua lei precisava ser dada de uma maneira que causasse no povo espanto, temor e respeito, de maneira que pensassem duas vezes antes de transgredi-la.
            Quanto a expressão “até que” não está se referindo ao fim da lei, mas ao fim do poder do pecado. Jesus ao ser pendurado entre o Céu e a Terra daria solução definitiva a um problema que a lei jamais daria solução – o de redimir o homem. A lei existia apenas para mostrar nossa condição diante de Deus. Agora, com Cristo, a solução estava sendo oferecida. Sua graça nos daria capacidade de sermos redimidos e ao mesmo tempo capacitados para a obediência. Quanto à lei cerimonial, esta sim seria transitória, pois, o verdadeiro cordeiro que tira o pecado do mundo (Jo 1:29) estava sendo imolado no calvário (Mt 27:50,51).

Leitura adicional

            “De novo seu líder subiu a montanha; e o Senhor lhe disse: "Eis que Eu virei a ti numa nuvem espessa, para que o povo ouça, falando Eu contigo, e para que também te creiam eternamente." Quando deparavam dificuldades no caminho, estavam dispostos a murmurar contra Moisés e Arão, e acusá-los de tirar as hostes de Israel do Egito para as destruir. O Senhor queria honrar Moisés perante eles, a fim de que pudessem ser levados a confiar em suas instruções.
Deus Se propunha fazer da ocasião em que falaria a Sua lei uma cena de terrível grandeza, à altura do exaltado caráter da mesma. O povo deveria receber a impressão de que todas as coisas ligadas ao serviço de Deus, deviam ser consideradas com a maior reverência.” (Patriarcas e Profetas, p.303).

            “Paulo não apresentava nem a lei moral nem a cerimonial, como os pastores em nossos dias se atrevem a fazer. Alguns nutrem tal antipatia para com a lei de Deus, que se dão ao trabalho de denunciá-la e estigmatizá-la. Assim desdenham eles a majestade e glória de Deus e lançam-nas ao desprezo.
A lei moral jamais foi um tipo ou sombra. Existiu antes da criação do homem, e vigorará enquanto permanecer o trono de Deus. Não podia Deus mudar ou alterar um só preceito de Sua lei a fim de salvar o homem, pois é a lei o alicerce de Seu governo. É imutável, inalterável, infinita e eterna. Para o homem ser salvo, e para ser mantida a honra da lei, foi necessário que o Filho de Deus Se oferecesse como sacrifício pelo pecado. Aquele que não conheceu pecado tornou-Se pecado por amor de nós. Por nós morreu no Calvário. Sua morte demonstra o maravilhoso amor de Deus ao homem, e a imutabilidade de Sua lei.
No Sermão da Montanha Cristo declarou: "Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: Até que o céu e a Terra passem, nem um i ou til jamais passará da lei, até que tudo se cumpra." Mat. 5:17 e 18.
Cristo suportou a maldição da lei, sofrendo sua pena, levando a término o plano segundo o qual devia o homem ser colocado onde pudesse guardar a lei de Deus e ser aceito graças aos méritos do Redentor; e por Seu sacrifício derramou-se glória sobre a lei. Então a glória daquilo que não é transitório - a lei de Deus, dos Dez Mandamentos, Sua norma de justiça - foi claramente vista por todos os que viram o fim daquilo que era transitório.
"Todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na Sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito." II Cor. 3:18. Cristo é o Advogado do pecador. Os que aceitam Seu evangelho, contemplam-nO de rosto descoberto. Vêem a relação de sua missão para com a lei, e reconhecem a sabedoria e glória de Deus, tais como são reveladas pelo Salvador. A glória de Cristo revela-se na lei, que é uma transcrição de Seu caráter, e Sua transformadora eficácia é sentida na alma, até que os homens se transformem em Sua semelhança. São feitos participantes da natureza divina, e tornam-se mais e mais semelhantes ao seu Salvador, caminhando passo a passo em conformidade com a vontade de Deus, até alcançarem a perfeição.
A lei e o evangelho estão em perfeita harmonia. Um sustenta o outro. Em toda a sua majestade a lei confronta a consciência, levando o pecador a sentir sua necessidade de Cristo como propiciação do pecado. O evangelho reconhece o poder e imutabilidade da lei. "Eu não teria conhecido o pecado, senão por intermédio da lei", declara Paulo. Rom. 7:7. A intuição do pecado, acentuada pela lei, impele o pecador para o Salvador. Em sua necessidade pode o homem apresentar o poderoso argumento fornecido pela cruz do Calvário. Pode ele reclamar a justiça de Cristo, pois é comunicada a todo pecador arrependido. Diz Deus: "O que vem a Mim, de modo nenhum o lançarei fora." João 6:37. "Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça." I João 1:9. (Mensagens Escolhidas, v.1, p.  240-242).
           
QUINTA E SEXTA, 03  DE NOVEMBRO
A superioridade da promessa
(At 7:38; Gn 15:1-6; 18:1-33; 22:1-18)

            Paulo queria inculcar na mente dos judeus conversos que a plataforma da promessa ou da aliança não era centralizada na lei. O sangue de Cristo era o centro e a razão de ser da graça. A lei não poderia jamais ser superior ou anular a aliança feita por Deus ao povo. Embora os dez mandamentos sejam fundamentais no papel de orientar-nos para a obediência temos que ter em mente que, este é o único papel da lei. Somente pela graça é que somos salvos. É muito simples, quando pensarmos em remissão, esqueçam a lei. Quando pensarmos em obediência, pensemos na lei. Imagine que você corre perigo de vida e precisa ultrapassar um determinado campo para estar a salvo. O problema é que você não tem permissão para ultrapassar o campo. No entanto, mesmo não merecendo, o dono do campo lhe concede permissão para ultrapassar. Porém, lhe orienta a seguir fielmente as instruções do campo por haver ao longo deste caminho 10 placas indicando para não pisar nos locais em específico, pois ali havia bombas soterradas. Bom, a lei de Deus cumpre exatamente este propósito. Se seguirmos fielmente o trajeto não pisando exatamente onde a lei está dizendo para não pisar, ultrapassaremos o campo minado ileso de qualquer tragédia ou consequência da transgressão/pecado. Entretanto, a possibilidade de ultrapassar o campo para chegar ao outro lado, é concedida por Cristo ou por Sua graça. Se não fosse Sua graça, não teríamos a concessão para ultrapassar este campo e chegar a salvo do outro lado do campo. A lei serve apenas para dar orientação do que é pecado na vida e assim, se nós obedecermos, nos poupar de suas consequências danosas. A graça é a concessão de Cristo para ultrapassarmos o campo desta vida e alcançar o Céu em Seus próprios méritos.

Leitura Adicional

            “Abraão desejara grandemente ver o prometido Salvador. Fazia as mais fervorosas orações para que lhe fosse dado contemplar o Messias antes de Sua morte. E viu a Cristo. Foi-lhe concedida uma luz sobrenatural, e ele reconheceu o divino caráter de Cristo. Viu o Seu dia e alegrou-se. Foi-lhe dada uma visão do divino sacrifício pelo pecado. Desse sacrifício tinha ele uma ilustração no que se passara consigo mesmo. Fora-lhe dada a ordem: "Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e oferece-o... em holocausto." Gên. 22:2. Sobre o altar do sacrifício, depôs
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ele o filho da promessa, o filho em quem se concentravam suas esperanças. Então, enquanto estava ao pé do altar com o cutelo erguido para obedecer a Deus, ouviu uma voz do Céu, que dizia: "Não estendas a tua mão sobre o moço, e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus, e não Me negaste o teu filho, o teu único." Gên. 22:12. Essa terrível prova foi imposta a Abraão, a fim de poder ver o dia de Cristo e compreender o grande amor de Deus para com o mundo, tão grande que, para erguê-lo da degradação, entregou Seu único Filho a tão vergonhosa morte.
Abraão aprendeu de Deus a maior lição que já foi dada a um mortal. Foi atendida sua oração para ver a Cristo antes de morrer. Contemplou-O; viu tudo quanto um mortal pode ver, e ao mesmo tempo subsistir. Fazendo uma inteira entrega, habilitou-se a compreender a visão de Cristo, que lhe fora concedida. Foi-lhe mostrado que, ao dar Seu Filho unigênito para salvar os pecadores da ruína eterna, Deus estava fazendo um sacrifício maior e mais admirável do que o homem jamais poderia fazer.” (O Desejado de Todas as Nações, p. 468,469).

            “A fé que justifica sempre produz primeiro verdadeiro arrependimento, e então boas obras, as quais constituem o fruto dessa fé. Não há fé para a salvação que não produza bom fruto. Deus deu Cristo ao nosso mundo para que Se tornasse o substituto do pecador. No momento em que é exercida verdadeira fé nos méritos do custoso sacrifício expiatório, reivindicando a Cristo como Salvador pessoal, nesse próprio momento o pecador é justificado diante de Deus, porque está perdoado.” (Mensagens Escolhidas, v.3, p.195).
           
Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como constam no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br