Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 08 – 1º Trimestre 2011 (12 a 19 de fevereiro)


Comentário da Lição da Escola Sabatina – Lição 08 – 1º Trimestre 2011 (12 a 19 de fevereiro)

Observação: Este comentário é provido de Leitura Adicional composta de citações do Espírito de Profecia no fim de cada dia estudado. Caso considere-a muito grande todo o comentário o leitor poderá optar em estudar apenas o comentário ou vice versa.

Comentário: Gilberto G. Theiss

SÁBADO, 12 DE FEVEREIRO
Poder de recuperação
(Sl 46:1-3)

            “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. Portanto, não temeremos ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares; ainda que as águas tumultuem e espumejem e na sua fúria os montes se estremeçam” (Sl 46:1-3).

            Todos, absolutamente todos, precisam ou precisaram se recuperar de algo. Em se tratando do contexto espiritual, viemos de famílias desestruturadas, de uma infância difícil, de hábitos errados bem enraizados, enfim, alguma coisa em nós passou ou passará pelo processo de transformação. No entanto, o maior problema é que, todas estas características que nos acompanharam desde a infância, podem ter trazido traumas, crises psicológicas ou fatos que nos marcaram drasticamente.
            Quando estudamos a Bíblia, podemos encontrar conforto, pois nos deparamos com personagens que, como nós, passaram pelo processo de recuperação. Este processo, muitas das vezes não é dos melhores, mas sempre nos direcionam para uma circunstância de paz, vitória e alívio.
            Nesta semana estudaremos um pouco da vida de Jó, José, Noemi, Ester e Paulo. Delimitaremos nosso estudo sobre a vida desses homens e mulheres de Deus com o objetivo de encontrar neles o segredo para uma vida de poder e recuperação. Nem todas as respostas serão encontradas, pois cada um de nós possui uma vida bastante singular. Entretanto, há semelhanças entre nós e os personagens bíblicos: a natureza propensa e as experiências de fracasso sem Deus e de vitória com Deus. Dentro desta perspectiva, poderemos encontrar a senha para vencermos nossos próprios dilemas.

Leitura Adicional

            “No mundo tereis aflições", disse Cristo; mas em Mim tereis paz. As provas a que os cristãos são submetidos em aflição, adversidade e ignomínia, são os meios indicados por Deus para separar a palha do trigo. Nosso orgulho, egoísmo, ruins paixões e amor dos prazeres mundanos, precisam todos ser vencidos; portanto, Deus nos envia aflições para nos experimentar e provar, e mostrar-nos que esses males existem em nosso caráter. Cumpre-nos vencê-los mediante a força e graça que nos dá, a fim de sermos participantes da natureza divina, havendo escapado à corrupção que, pela concupiscência, há no mundo. "Porque a nossa leve e momentânea tribulação", diz Paulo, "produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; não atentando nós nas coisas que se vêem; mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas." II Cor. 4:17 e 18. Aflições, cruzes, tentações, adversidades e nossas várias provações, são os agentes divinos para nos purificar, santificar e preparar-nos para o celeiro celeste” (Testemunhos Seletos, v. 1, p. 313).

            “Jesus convida os cansados e acabrunhados filhos e filhas de Adão a virem ter com Ele, e a lançarem sobre Ele os seus pesados fardos. Muitos, porém, que ouvem esse convite, embora anseiem por descanso, prosseguem no áspero caminho, aconchegando os seus fardos ao coração. Jesus os ama e almeja levar-lhes os fardos e a eles mesmos em Seus fortes braços. Quer remover os temores e as incertezas que lhes arrebatam a paz e o descanso; mas primeiro precisam ir ter com Ele, e contar-Lhe os secretos dissabores do coração. Solicita a confiança de Seu povo como prova de seu amor por Ele. A dádiva do coração humilde e confiante é mais preciosa para Ele do que toda a opulência que as riquezas podem conceder. Se tão-somente viessem ter com Ele na simplicidade e confiança com que uma criança se aproxima de seus pais, o divino toque de Suas mãos lhes aliviaria os fardos” (Exaltai-O [MM 1992], p. 278).
           
DOMINGO, 13 DE FEVEREIRO
A paciência de Jó
(Tg 5:10, 11; Jó 1-3)

            “Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra” (Jó 19:25). Esta palavras são poderosas e são capazes de ferir qualquer duro coração. O sofrimento de Jó causa espanto a muitos cristãos, inclusive aos céticos. Mas, o espanto não é apenas devido a angústia do patriarca, mas pela sua postura mantida no começo, no meio e no fim de sua prova. Como bem ilustrou William Lasor “Desde os primórdios da literatura, as pessoas se assombram com os caminhos de Deus, especialmente quando implicam sofrimento humano” (Lasor, William Sanford. Introdução ao Antigo Testamento, p. 515). Muitas pessoas têm dificuldades de entender a história de Jó justamente pelo intenso sofrimento a ele permitido. Através desta narrativa, existem aqueles que, por não conseguirem ter uma visão mais apurada do conflito entre o bem e o mal, acabam transformando Deus em inimigo, Satanás em amigo e Jó como um homem traído. A narrativa não apresenta estes personagens desta forma, mas uma má compreensão pode nos levar a questionar seriamente o caráter de Deus.
            De uma coisa podemos ter certeza, se Jó vivesse em nossos dias hoje, ele não questionaria o amor e a bondade de Deus. Ele, que foi o personagem e que viveu sobre esta experiência dolorosa, não colocaria o caráter de Deus em dúvida. O que não entendemos é que, a prova que sobreveio a ele, era necessária, pois não foi apenas o caráter de Deus que fora questionado, mas também o de Jó. O patriarca precisava provar sua própria inocência diante das acusações de Satanás.
            O servo do Senhor, em toda essa prova e com inabalável confiança, pôde contemplar a “misericórdia e poder salvador de Deus. Triunfantemente declarou: ‘Ainda que Ele me mate, nEle esperarei’ (Jó 13:15 - Profetas e Reis, págs. 162-164). Não será diferente com todo àquele que permanecer em Cristo destemidamente.
Jó, após ter perdido tudo, precisou confiar incondicionalmente em Deus vivendo unicamente pela fé aguardando com esperança o dia da bonança. Lembremo-nos que, um dia à semelhança deste patriarca, perderemos tudo e teremos que viver também unicamente pela fé aguardando o grande dia do galardão que a nós está conferido (Hb 10:38; Is 33:16; Ap 13:16-18; Dn 12:1; Mt 24:29-31 - Ver: O Grande Conflito, Cap. “Aproxima-se o Tempo de Angústia”, p. 613-634; Cap. “O livramento dos Justos”, p. 635-652; Cap. “O final e Glorioso Triunfo”, p. 662- 678).
 Um dia, ao lado de Jó, gozaremos juventude e glórias eternas. Ali, perceberemos que todo sofrimento foi pequeno diante de tão grandiosa salvação. A despeito do cântico dos remidos, Ellen White lembra que “nada se diz do que fizeram ou sofreram; antes, o motivo de cada cântico, a nota fundamental de toda antífona, é – Salvação ao nosso Deus, e ao Cordeiro” (O  Grande Conflito, p. 665).

Leitura Adicional

            “Na experiência de todos surgem ocasiões de profundo desapontamento e extremo desencorajamento - dias em que só predomina a tristeza, e é difícil crer que Deus é ainda o bondoso benfeitor de seus filhos na Terra; dias em que o dissabor mortifica a alma, de maneira que a morte pareça preferível à vida. É então que muitos perdem sua confiança em Deus, e são levados à escravidão da dúvida, ao cativeiro da incredulidade. Pudéssemos em tais ocasiões discernir com intuição espiritual o significado das providências de Deus, veríamos anjos procurando salvar-nos de nós mesmos, esforçando-se por firmar nossos pés num fundamento mais firme que os montes eternos; e nova fé, nova vida jorrariam para dentro do ser” (Minha Consagração Hoje [MM 1989], p. 328).

            “Foi feito a Jó de acordo com sua fé. "Prove-me", disse ele, "e sairei como o ouro." Jó 23:10. Assim foi. Por sua paciente persistência reivindicou seu caráter, e bem assim o dAquele de quem ele era representante. E "o Senhor virou o cativeiro de Jó; ... e o Senhor acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quanto dantes possuía. E, assim, abençoou o Senhor o último estado de Jó, mais do que o primeiro" (Jó 42:10 e 12 – Educação, p. 156).
           
SEGUNDA, 14 DE FEVEREIRO
José no cativeiro
(Gn 37:19-28; 39:12; Rm 5:3-5; 2Co 1:3-9; 2Tm 1:11-12)
           
            “Há uma frase muito interessante que diz: “Não podemos ser felizes nesta terra, senão jamais desejaremos sair dela”. Embora a frase não seja agradável, é bem verdade que muitas pessoas jamais poderão encontrar felicidade nesta vida, pois se assim acontecesse, muitas pessoas se apegariam de tal maneira a esta terra que perderiam de vista as glórias da eternidade. Ninguém gosta de sofrer. Se alguém aprecia o sofrimento, este alguém só pode ser anormal. No entanto, muitas dificuldades nos sobrevêm devido a necessidade de transformação de nosso caráter. Infelizmente, temos o coração tão duro, mas tão duro, que ele somente seria capaz de se tornar sensível através das agruras e sofrimentos da vida. Na verdade, nós somos os mais beneficiados com a provação. Ellen White confirma que “as mais difíceis experiências na vida do cristão talvez sejam as mais abençoadas”, e esclarece ainda que “as providências especiais das horas sombrias podem animar a alma nos futuros ataques de Satanás, e aparelhar o servo de Deus para resistir às ardentes provas” (Review and Herald, 8 de setembro de 1910). Segundo a ponderação de Lasor,Tiago 5:11, apresenta Jó”, ponderando também para José, “como exemplo dos que aprendem a felicidade na escola do sofrimento (Lasor, William Sanford. Introdução ao Antigo Testamento, p. 541).  Alguns comentaristas bíblicos reconhecem que, nem sempre o sofrimento está vinculado ao fracasso  e pode ser útil para o crescimento e amadurecimento (Dockery, David, S. Manual Bíblico Vida Nova, p. 353).
            José experimentou cada partícula de angústia, traição e injustiça. Todavia foi capaz de permanecer firme em cada situação sem perder de vista o seu Deus. Ele olhava além do que os olhos mortais podiam ver. Sabia que a qualquer momento Deus interviria a seu favor. O Cativeiro, na verdade, serviu de ponte para conduzi-lo mais perto ainda do Onipotente. Que exemplo significante para nós!

Leitura Adicional

            “O desígnio de Deus era que por intermédio de José a religião bíblica fosse introduzida entre os egípcios. Esta fiel testemunha devia representar a Cristo na corte dos reis. Por meio de sonhos, Deus Se comunicou com José em sua juventude, dando-lhe uma indicação da elevada posição que ele seria convidado a ocupar. Os irmãos de José, para impedir o cumprimento de seus sonhos, venderam-no como escravo, mas o seu ato de crueldade resultou na execução daquilo mesmo que os sonhos haviam predito.
Aqueles que procuram frustrar o propósito de Deus e opor-se a Sua vontade podem parecer prosperar durante algum tempo; mas Deus está a postos para cumprir Seus próprios desígnios, e Ele manifestará quem é o governante dos Céus e da Terra.
José considerou o ser vendido para o Egito como a maior calamidade que lhe poderia haver sobrevindo; viu, porém, a necessidade de confiar em Deus como nunca o fizera quando protegido pelo amor de seu pai. José levou Deus consigo para o Egito, e isto se tornou patente pela sua atitude animosa em meio da aflição. Como a arca de Deus trouxe descanso e prosperidade a Israel, assim esse jovem amante de Deus e a Ele temente levou uma bênção ao Egito. Isto se manifestou de maneira tão assinalada, que Potifar, em cuja casa ele servia, atribuiu todas as bênçãos que fruía ao escravo que comprara, e dele fez mais um filho que um servo. O propósito de Deus é que aqueles que amam e honram o Seu nome também sejam honrados, e que a glória dada a Deus por seu intermédio seja refletida sobre eles mesmos.
O caráter de José não se modificou quando ele foi elevado a uma posição de confiança. Foi conduzido aonde sua virtude brilharia de maneira distinta, em boas obras. A bênção de Deus repousou sobre ele na casa e no campo. Todas as responsabilidades da casa de Potifar foram colocadas sobre ele. E em tudo isso José manifestou firme integridade; pois amava e temia a Deus” (The Youth's Instructor, 11 de março de 1897/E recebereis poder [MM 1999], p. 256).

            “Quando foi acusado, e um crime vil lhe foi falsamente atribuído, não se entregou ao desespero. Consciente de sua inocência e justiça, ainda confiou em Deus. E Deus, que até então o defendera, não o desamparou. Foi preso em cadeias e metido numa sombria prisão. Contudo, Deus transformou seu próprio infortúnio em bênção. Deu-lhe favor com o carcereiro, e a José foi logo confiada a guarda de todos os prisioneiros.
Aqui está um exemplo para todas as gerações que venham a existir sobre a Terra. Embora estejam expostos a tentações, devem sempre compreender que há uma defesa à mão e que será culpa sua se não forem preservados. Deus será um auxílio presente e Seu Espírito uma proteção. Embora cercados das mais severas tentações, há uma fonte de energia, à qual podem recorrer para resistir a elas.
Quão violento foi o assalto à moral de José! Veio de alguém de influência - alguém que era o máximo em habilidade para conduzi-lo ao descaminho. Contudo, quão pronta e firmemente foi ele resistido. José sofreu por sua virtude e integridade, pois aquela que pretendia desencaminhá-lo vingou-se da virtude que não pôde subverter, e pela sua influência causou o seu lançamento na prisão, acusando-o de um grave erro. Aqui José sofreu porque não abriu mão de sua integridade. Tinha colocado sua reputação e interesse nas mãos de Deus. Embora fosse submetido à aflição por algum tempo, a fim de ser preparado para uma importante posição, Deus manteve a salvo aquela reputação denegrida por uma ímpia acusadora, e posteriormente, quando Deus considerou oportuno, fê-la resplandecer. Mesmo na prisão, Deus preparou o caminho de sua elevação. A virtude a seu tempo alcançará a sua própria recompensa. O escudo que cobria o coração de José era o temor de Deus, o qual o levou a ser fiel e justo para com seu senhor e leal a Deus” (História da Redenção, p. 102).

“Os que sofreram as maiores tristezas são freqüentemente os que proporcionam o maior conforto aos outros, levando a luz do Sol aonde quer que vão. Esses foram disciplinados e abrandados por suas aflições; não perderam a confiança em Deus quando as perturbações os assaltavam, mas apegaram-se mais a Seu amor protetor. Esses são prova viva do terno cuidado de Deus, que faz as trevas assim como a luz, e nos corrige para nosso bem. Cristo é a luz do mundo; nEle não há trevas. Preciosa luz! Vivamos nessa luz! Dizei adeus à tristeza e ao descontentamento. Alegrai-vos no Senhor sempre; outra vez o digo: Regozijai-vos” (Nos Lugares Celestiais [MM 1968], p. 273).

 TERÇA, 15 DE FEVEREIRO
Noemi
(Rt 1:16-18; 4:13-17)

 Realmente é muito difícil deixar a própria casa para morar em algum lugar distante. Certa feita, um jovem que pretendia fazer teologia, me contou de suas dificuldades para sair com a esposa em direção ao seminário. Não havia nenhum problema quanto a isto, com exceção dos obstáculos que surgiram como a distância (2000 km), a segurança (estava deixando para trás o bom emprego e estabilidade), e o conforto (deixava também o conforto de sua casa). Abandonar tudo isto para morar em uma terra distante, principalmente quando a segurança e o conforto eram abandonados: só pela fé mesmo. Não é atoa que muitos o chamaram de louco.
Noemi deixou o próprio país em busca de segurança alimentar. O grande problema foi conviver em meio a um povo idólatra como os moabitas. Com certeza, este feito deve ter trazido grande sofrimento para Noemi e seus filhos. Para piorar, ainda vem o falecimento do esposo deixando esta mulher guerreira sozinha com os filhos. No entanto, mais tarde, os próprios filhos morreram deixando agora Noemi sozinha e solitária. É claro que Deus não a deixou. Sua perseverança em permanecer firme ao lado do Senhor é um exemplo digno de ser imitado. Deus a compensou pela bravura e fidelidade. Não é sem sentido que Rute fosse, em particular, uma grande companhia e força para Noemi.
Esta impressionante história também mostra claramente como Deus é capaz de nos entender e de agir em nosso favor. Um amigo ou uma boa companhia é de grade valor para nossa própria sobrevivência emocional. Rute foi um instrumento nas mãos de Deus para ser ajudada e para ajudar Noemi. Quão confortante é ver o quanto Deus foi cuidadoso e amoroso  a ponto de se importou com Noemi. Sobre esta mesma perspectiva, Ele se importará com cada um de nós também.

Leitura Adicional

            “O ouro é refinado no fogo, para que seja purificado da escória; mas a fé que é purificada pela provação, é mais preciosa do que o ouro refinado. Consideremos pois as provas de maneira razoável. Não as atravessemos murmurando e descontentes. Não cometamos erros em nos libertarmos delas. Em tempos de prova precisamos apegar-nos a Deus e a Suas promessas.
Alguns me têm perguntado: "A senhora fica desanimada por vezes, quando sob provação?" "Não tenho falado a outros acerca de seus sentimentos?" "Não; há um tempo para o silêncio, um tempo de guardar a língua como que com um freio, e eu estava decidida a não proferir palavra de dúvida ou de trevas, a não levar sombra alguma àqueles com quem me achava associada. Disse a mim mesma: Suportarei o fogo do Refinador; não serei consumida. Quando eu falar, falarei de luz; falarei de fé e de esperança em Deus; falarei de justiça, de bondade, do amor de Cristo meu Salvador; fá-lo-ei para dirigir a mente de outros para o Céu e as coisas celestiais, à obra de Cristo no Céu por nós, e à nossa obra por Ele na Terra" (Review and Herald, 11 de fevereiro de 1890).
A fornalha da refinação é para remover a escória. Quando o Refinador vir em vós perfeitamente refletida Sua imagem, Ele vos tirará da fornalha. Não será permitido que vos consumais, ou que suporteis a ardente prova nem um pouco mais do que seja necessário para vossa purificação. Mas é necessário, a fim de refletirdes a imagem divina que, vos submetais ao processo que o Refinador escolha para vós, para que sejais purificados, limpos, e seja removida toda mancha ou defeito - nem mesmo uma ruga deixada em vosso caráter cristão. Que o Senhor vos ajude... a preferir que se cumpra em vós a vontade e a obra de Deus. Então... sereis uma luz em vosso lar, um raio de sol. ... Olhai para o alto! Jesus vive. Jesus ama. Jesus Se compadece, e vos receberá com todos os vossos fardos de cuidados e aflições, se a Ele fordes e sobre Ele depositardes esses fardos. Prometeu que nunca deixará nem desamparará aqueles que nEle confiam” (Carta 2, 1870).

 QUARTA, 16 DE FEVEREIRO
Os dias de estresse de Ester
(Et 2:6-7,10,21-22; 4:4-17; 7:3-4; 8:3)

            Há uma frase muita profunda que diz: “Se soubéssemos o futuro como Deus sabe, tomaríamos as mesmas decisões que Ele toma por nós”. A narrativa de Ester mostra como Deus trabalhou no decorrer da história para dar livramento ao Seu povo no futuro. O problema surgiu, as ameaças de destruição aos Judeus existiram, no entanto, Deus já estava trabalhando há tempo para dar escape a eles.
            Durante todo este episódio, Ester, provavelmente deve ter se estressado além da medida. Sua vida foi pautada por grande tribulação, especialmente após sua ascensão como rainha. Sua vida passada, presente e futura foi carregadíssima de grandes desafios ao ponto de algumas vezes arriscar sua própria vida.
            É impossível não passar por grande prova psicológica em situações tão probantes assim. Muitos, em pleno século XXI, passam por tribulações semelhantes, pois as dificuldades e obstáculos para a manutenção da vida é grande e a luta pela sobrevivência é árdua. Não estou me referindo àqueles que têm um emprego seguro, salário fixo todo mês, uma casa para morar e um bom carro na garagem. A minha observação alcança os que não possuem absolutamente nada do que é necessário para a sobrevivência. Existem muitas pessoas pelo mundo, inclusive adventistas, que não possuem uma casa para morar, seu emprego é inseguro, seu salário é baixo e conseqüentemente, as exigências em ter que viver pela fé é maior. Suas tribulações psicológicas também são bem maiores. Como seria bom que os ricos e de classe média olhassem com mais ternura para os menos favorecidos; como seria bom se aqueles que possuem duas casas pudessem dar uma para quem não têm; como seria ótimo se os que ganham excelentes salários pudessem dividir um pouco com os que possuem tão pouco salário. Se isto ocorresse, com certeza haveria um grande reavivamento em nosso meio e Jesus voltaria rapidamente. Embora esta ilustração não reflita na íntegra o que Ester passou em seu tempo, elas podem nos fazer refletir na necessidade de confiar mais em Deus tanto no sentido de sobrevivência em meio ao nada, quanto no sentido de interceder pelos menos favorecidos quando temos muito.

Leitura Adicional

                        “A trama do inimigo foi derrotada por um Poder que reina entre os filhos dos homens. Na providência de Deus, Ester, judia que temia ao Altíssimo, tinha sido escolhida como rainha do reino da Medo-Pérsia. Mardoqueu era um seu parente chegado. Na sua situação extrema, eles decidiram apelar a Xerxes em favor do seu povo. Ester devia aventurar-se a ir a sua presença como intercessora. "Quem sabe", dizia Mardoqueu, "se para tal tempo como este chegaste a este reino?" Est. 4:14.
A crise que Ester enfrentava demandava ação fervorosa e imediata; mas tanto ela como Mardoqueu sentiam que a menos que Deus operasse poderosamente em seu favor, seus próprios esforços seriam vãos. Assim Ester tomou tempo para comunhão com Deus, a fonte de sua força. "Vai", mandou ela dizer a Mardoqueu, "ajunta todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de dia nem de noite, e eu e as minhas moças também assim jejuaremos; e assim irei ter com o rei, ainda que não é segundo a lei; e, perecendo, pereço." (Est. 4:16. Profetas e Reis, págs. 600 e 601).

            “Nos antigos tempos, o Senhor operou de maneira maravilhosa através de mulheres consagradas que se uniram em Sua obra com homens que Ele escolhera para serem Seus representantes. Ele usou mulheres para alcançar grandes e decisivas vitórias. Mais de uma vez, em ocasiões de emergência, Ele as conduziu à vanguarda e operou por meio delas para a salvação de muitas vidas. Por intermédio da rainha Ester, o Senhor efetuou um poderoso livramento a favor de Seu povo. Numa ocasião em que parecia que nenhum poder poderia salvá-los, Ester e as mulheres associadas a ela, por meio de jejum, oração e ação imediata, enfrentaram a questão, trazendo salvação a seu povo” (E Recebereis Poder [MM 1999], p. 270).

            “Estabeleça a juventude balizas bem definidas, pelas quais possa ser guiada em emergências. Quando sobrevém uma crise que requeira faculdades físicas ativas e bem desenvolvidas, e uma mente clara, forte, de atuação prática; quando há por fazer obra difícil, onde cada golpe tem de valer, e as perplexidades só podem ser vencidas mediante buscar sabedoria de
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Deus, então a juventude que aprendeu a vencer dificuldades mediante fervoroso trabalho, estará em condições de responder ao chamado por obreiros: "Eis-me aqui, envia-me a mim." Isa. 6:8. Seja o coração dos rapazes e das moças claro como cristal. Não sejam triviais os seus pensamentos, mas consagrados pela virtude e santidade. Não há necessidade de serem diferentes. Com pureza de pensamento mediante a santificação do Espírito, sua vida pode ser distinta, elevada, enobrecida” (Special Testimonies, Série B, nº 1, págs. 31 e 32, julho de 1900).

QUINTA E SEXTA, 17 E 18 DE FEVEREIRO
O segredo de estar contente
(2Co 11:23-28; Fl 4:11-13)

            Observe com muita atenção estas belas declarações de Paulo. Imagine que ele esteja neste momento fazendo-lhe uma visita pastoral dizendo-lhe estas palavras:

2º Coríntios 11:23-28:

(23) são ministros de Cristo? falo como fora de mim, eu ainda mais; em trabalhos muito mais; em prisões muito mais; em açoites sem medida; em perigo de morte muitas vezes;
(24) dos judeus cinco vezes recebi quarenta açoites menos um.
(25) Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo;
(26) em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha raça, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos;
(27) em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejuns muitas vezes, em frio e nudez.
(28) Além dessas coisas exteriores, há o que diariamente pesa sobre mim, o cuidado de todas as igrejas.

Filipenses 4:11-13

(11) Não digo isto por causa de necessidade, porque já aprendi a contentar-me com as circunstâncias em que me encontre.
(12) Sei passar falta, e sei também ter abundância; em toda maneira e em todas as coisas estou experimentado, tanto em ter fartura, como em passar fome; tanto em ter abundância, como em padecer necessidade.
(13) Posso todas as coisas naquele que me fortalece.

Estes versos dispensam qualquer comentário. Este, sem dúvida alguma, não é um desabafo comum. Estes textos revelam o que existe de mais precioso na vida cristã:  fé e amor a Deus.  Quando vivermos genuinamente pela fé; quando aprendermos a amar o que Deus ama e a odiar o que Deus odeia; quando nossa vida for pautada pelas glórias da eternidade, com certeza, coisas extraordinárias acontecerão em nós e na vida dos que estão a nossa volta. Pedro, em face da morte, disse: “Não sou digno de morrer como meu Senhor”. Estevão, já enfraquecido por tantas pedras que lhe eram atiradas exclamou: “Senhor, não lhes impute este pecado”. Paulo, diante da sorte lançada, de uma guilhotina que lhe separaria a cabeça do corpo foi ainda capaz de dizer: “Combati um bom combate, encerrei a carreira, guardei a fé”. Não há nada no mundo natural ou científico que possa explicar estes brados de bravura espiritual. Somente os olhos e mente permeados de fé serão capazes de entender com profundidade o verdadeiro segredo de estar contente, mesmo em face da morte.

Leitura Adicional

            “Para sermos felizes, precisamos procurar alcançar um caráter como o que Cristo manifestou. Uma marcante peculiaridade de Cristo foi Sua abnegação e benevolência. Ele veio não para buscar o que Lhe era próprio. Andou fazendo o bem, e isto era Sua comida e bebida. Nós podemos, seguindo o exemplo do Salvador, estar em santa comunhão com Ele; e ao buscar diariamente imitar o Seu caráter e seguir o Seu exemplo seremos uma bênção para o mundo e garantiremos nosso contentamento aqui e uma eterna recompensa no futuro” (Testimonies, vol. 4, pág. 227).

            “Descansando no amor de Cristo, confiando em que o Redentor e Doador da vida realize em vós a salvação de vossa vida, sabereis, à medida que mais e mais vos aproximardes dEle, o que significa suportar a vista dAquele que é invisível. Deus deseja que descansemos satisfeitos em Seu amor. A satisfação que Cristo concede é um dom de valor infinitamente maior do que ouro e prata e pedras preciosas” (Nos Lugares Celestiais [MM 1968], p. 186).

            “A verdadeira religião leva o homem à harmonia com as leis de Deus - físicas, mentais e morais. Ensina o domínio de si mesmo, a serenidade, a temperança. A religião enobrece o espírito, apura o gosto e santifica o juízo. Faz a alma participante da pureza celestial. A fé no amor de Deus e em Sua providência que todas as coisas dirige, alivia o fardo da ansiedade e cuidados. Enche o coração de alegria e contentamento, seja na mais elevada condição ou na mais humilde. A religião tende, diretamente, a promover a saúde, a prolongar a vida, e a aumentar a alegria que experimentamos em todas as suas bênçãos. Abre à alma uma fonte de felicidade que nunca cessa. Oxalá todos os que não escolheram a Cristo pudessem compenetrar-se de que Ele tem algo imensamente melhor para lhes oferecer do que aquilo que se acham eles a procurar para si. ...
Há uma íntima relação entre a mente e o corpo, e, a fim de atingir-se uma elevada norma de alcance moral e intelectual, devem ser atendidas as leis que governam o nosso ser físico. Para se conseguir um caráter forte e bem equilibrado, tanto as faculdades mentais como as físicas devem ser exercitadas e desenvolvidas. Que estudo pode ser mais importante ... do que aquele que trata deste maravilhoso organismo que Deus nos confiou, e das leis pelas quais ele pode ser preservado em saúde?” (Patriarcas e Profetas, p. 600 e 601).

Gilberto G. Theiss, nascido no estado do Paraná, é membro da Igreja adventista do Sétimo dia desde 1996. Crê integralmente nas 28 doutrinas Adventista como consta no livro “Nisto Cremos” lançado pela “Casa Publicadora Brasileira”. Foi ancião por 3 anos na Igreja Adventista do Sétimo dia da cidade Nova Rezende/MG e por 6 anos na Igreja Central de Guaxupé/MG. Foi Obreiro bíblico na mesma cidade e hoje, além de ser coordenador do curso básico de reforço teológico para líderes de igreja pelo site www.altoclamor.com, está Bacharelando no Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Gilberto G. Theiss é autor de alguns livros e é inteiramente submisso e fiel tanto a mensagem bíblico-adventista quanto a seus superiores no movimento Adventista como pede hebreus 13:17. Toda a mensagem falada ou escrita por este autor é filtrada plenamente pelo que rege a doutrina bíblica-adventista do sétimo dia. Contato: gilbertotheiss@yahoo.com.br